segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

"Vivemos... distraídos das coisas mais importantes."


LIÇÃO 336

O perdão me permite saber que as mentes são unidas.

1. O perdão é o meio designado para o fim da percepção. O conhecimento se restabelece depois que: primeiro, a percepção se modifica para, em seguida, dar lugar àquilo que permanece para sempre além de seu mais profundo alcance. Pois imagens e sons podem servir, no máximo, para despertar a memória que está além de todos eles. O perdão varre as distorções e abre o altar escondido à verdade. Seus lírios refletem a luz para o interior da mente e a chamam para voltar e olhar para dentro, para encontrar aquilo que ela procura fora inutilmente. Pois aí, e só aí, se restabelece a paz de espírito, pois essa é a morada do Próprio Deus.

2. Possa o perdão varrer meus sonhos de separação e de pecado na paz. Deixa-me, então, meu Pai, olhar para dentro e achar Tua garantia de que minha inocência se mantém; Tua Palavra permanece inalterada em minha mente, Teu Amor ainda habita em meu coração.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 336

A ideia que vamos praticar hoje deve servir para nos abrir os olhos, a mente e o coração para o fato de que nunca houve um momento em que nos tenhamos separado de Deus. Conforme o Curso ensina, as mentes são unidas. E o que pode nos permitir ver isso é o perdão. Ou como a ideia para as práticas diz:

O perdão me permite saber que as mentes são unidas. 

Não existem pensamentos privados. As ideias não deixam sua fonte. E a união das mentes não autoriza a pensar que existem várias mentes diferentes, uma em cada corpo, que se comunicam entre si. Não é assim! Na verdade, todos nós nos valemos de uma ligação a uma só Mente, a qual estamos conectados o tempo todo, quer conscientes disso ou não. É mais ou menos como a Matrix, que o filme mostra. 

Por que, então, não nos damos conta disso? Por que não experimentamos, na prática, a unidade, ou só a experimentamos em raros e fugazes instantes, a que o Curso chama de "instante santo"?

Porque estamos por demais habituados, treinados e automatizados pela crença na separação, que o ego e o mundo do ego promovem o dia inteiro, todos os dias. E porque, repetindo, como observa Guimarães Rosa, em geral, "... vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes".

Isto é, cedemos aos apelos do falso eu e nos perdemos em um mundo de coisas e pessoas aparentemente separadas, às quais atribuímos características e valores diferentes a partir de nossa percepção equivocada de umas e outras. Criticando, julgando e condenando. 

Daí, a necessidade das práticas com a ideia de hoje para podermos reconhecer, aprender e aceitar que:

O perdão é o meio designado para o fim da percepção. O conhecimento se restabelece depois que: primeiro, a percepção se modifica para, em seguida, dar lugar àquilo que permanece para sempre além de seu mais profundo alcance. Pois imagens e sons podem servir, no máximo, para despertar a memória que está além de todos eles. O perdão varre as distorções e abre o altar escondido à verdade. Seus lírios refletem a luz para o interior da mente e a chamam para voltar e olhar para dentro, para encontrar aquilo que ela procura fora inutilmente. Pois aí, e só aí, se restabelece a paz de espírito, pois essa é a morada do Próprio Deus.

E, voltando ao que eu já disse anteriormente a este respeito, se pensarmos bem, mais dia, menos dia, vamos chegar à conclusão de que as mentes são unidas, ainda que por caminhos diferentes. Ou será que algum de nós tem consciência do momento em que deixamos de perceber, de saber, que "as mentes são unidas"? Em que momento passamos a acreditar na ideia de separação? 

No mínimo, podemos pensar que em algum momento de nossa experiência neste mundo fomos convidados a olhar para alguma coisa e considerá-la melhor ou pior do que outra, deixando de vê-la como parte de um todo harmônico, no qual as partes são todas neutras e desempenham apenas o papel que lhes cabe.

É claro, repito, que este mundo de aparências em que acreditamos estar, e que cremos ser real e verdadeiro, nos oferece uma avalanche de informações e de coisas, e de provas de sua realidade - separada -, que muitas vezes nos atordoa e exige um esforço sobre-humano até para respirar de forma tranquila e pensar de forma clara.

Mas também é fato de que desde a Antiguidade, os filósofos lidam com a ideia de que a percepção que nos oferece os sentidos não é um guia confiável. Do mesmo modo que nos diz o Curso, Heráclito, filosofo que viveu há cerca de 500 anos antes de Cristo, já dizia que "o conhecimento sensível [isto é, o conhecimento aparente daquilo que se percebe pela via dos sentidos] é enganador e deve ser separado pela razão". 

Ora, isto é o mesmo que dizer que não podemos confiar nas percepções do corpo, nem acreditar na separação aparente de corpos. Ou na separação das mentes, ou mesmo em sua divisão. É só nos sonhos da ilusão deste mundo que podemos acreditar em mentes divididas. Mesmo quando o Curso nos diz que nossa mente se dividiu após a dita separação ou "queda", ele só nos diz isto para chamar a atenção para o fato de que nunca houve a separação. 

Por isso podemos dizer tranquilamente, como orienta a lição de hoje: 

Possa o perdão varrer meus sonhos de separação e de pecado na paz. Deixa-me, então, meu Pai, olhar para dentro e achar Tua garantia de que minha inocência se mantém; Tua Palavra permanece inalterada em minha mente, Teu Amor ainda habita em meu coração.

Às práticas?

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