domingo, 15 de novembro de 2015

Entregar ao divino em nós o comando de nossa vida


LIÇÃO 319

Eu vim para a salvação do mundo.

1. Eis aqui um pensamento do qual se retirou toda a arrogância e em que só a verdade permanece. Pois a arrogância impede a verdade. Mas, quando não existir nenhuma arrogância, a verdade virá imediatamente e preencherá o espaço que o ego deixou desocupado pelas mentiras. Só o ego pode ser limitado e, por isso, ele tem de buscar metas restritas e limitadoras. O ego pensa que aquilo que alguém ganha a totalidade tem de perder. E, no entanto, é a Vontade de Deus que eu aprenda que aquilo que alguém ganha é dado a todos.

2. Pai, Tua Vontade é completa. E a meta que brota dela compartilha sua totalidade. Que objetivo me poderia ter sido dado a não ser a salvação do mundo? E o que a não ser isto poderia ser a Vontade que meu Ser compartilha Contigo?

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 319

Eu vim para a salvação do mundo.

Já imaginaram como seria reconhecer, compreender, de fato, e aceitar a ideia que vamos praticar hoje? Quem de nós acredita verdadeiramente e pode dizer, como se diz que Jesus disse à época em que viveu: "Eu sou a verdade e a vida. Aquele que vem a mim viverá para sempre."?

Será arrogância dizer isso? O que a lição diz? 

Eis aqui um pensamento do qual se retirou toda a arrogância e em que só a verdade permanece.

Ora, o falso eu - o ego do Curso, a imagem que inventamos de nós mesmos -, quer nos fazer crer que arrogância seria dizermos: a salvação do mundo depende de mim. Não é isso mesmo que pensamos? Não é isso que fomos - e ainda somos - ensinados a crer pelo ensinamento do mundo, que acredita que estamos separados uns dos outros e de Deus?

... a arrogância impede a verdade.Mas, quando não existir nenhuma arrogância, a verdade virá imediatamente e preencherá o espaço que o ego deixou desocupado pelas mentiras.  

É disso que trata a ideia que praticamos hoje. De nos libertarmos da arrogância, do orgulho, com que o ego se relaciona com tudo e com todos no mundo, acreditando-se separado e especial, num mundo povoado apenas por corpos imperfeitos e por gente cheia de defeitos que ele quer corrigir. 

Como entrar em contato com a verdade do que somos, com a verdadeira função que nos cabe, se damos ouvidos ao ego e o deixamos no comando de nossas vidas a maior parte do tempo? Como cumprir a função que nos cabe no mundo e que é dada pela ideia de hoje, se nos acreditamos limitados, incapazes, impotentes e inúteis, a partir daquilo que o ego ensina?

Só o ego pode ser limitado e, por isso, ele tem de buscar metas restritas e limitadoras. O ego pensa que aquilo que alguém ganha a totalidade tem de perder.

Eis aí a resposta às perguntas anteriores. Só o ego pode ser limitado... E eis aqui a razão pela qual é preciso que renovemos e reforcemos nossa decisão de praticar. Dia após dia. Pois só as práticas vão nos permitir escolher de forma diferente. Ver de forma diferente. Abandonar o olhar do ego e as impressões que nos dão os sentidos do corpo. Só quando calarmos o ego, submetendo-o à vontade do espírito em nós, seremos capazes de compartilhar com todos a Vontade de Deus para nós, sem medo de perder qualquer coisa. E de viver a alegria e a paz perfeitas que são também a nossa vontade, em sintonia com a Vontade de Deus. Pois:

 ... é a Vontade de Deus que eu aprenda que aquilo que alguém ganha é dado a todos.

Isto é, se lembrarmos de duas das lições mais recentes: Todas as dádivas que meus irmãos dão me pertencem. Todas as dádivas que dou aos meus irmãos são minhas. Quer dizer, não há nada a perder nunca. Ou, lembrando Lavoisier mais uma vez, se preferirem: "Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma". 

É, portanto, a partir do reconhecimento de que cada um de nós é potencialmente "o salvador do mundo", que cada um de nós tem de ver a si mesmo como "o salvador do mundo". E, da mesma forma, ver a todos os que povoam nosso mundo como salvadores do mundo para podermos santificar os relacionamentos que vivemos. 

Pois:

"Nosso estado natural de ser é um relacionamento, um tango, um estado constante de um influenciando o outro. Do mesmo modo que as partículas subatômicas que nos compõem não podem ser separadas do espaço e das partículas que as cercam, os seres viventes também não podem ser isolados uns dos outros... Pelo ato da observação e da intenção, temos a capacidade de propagar um tipo de superirradiação para o mundo." [Lynne McTaggart, citada por Wayne Dyer no livro A Força da Intenção.]

Ora, a salvação do mundo não depende, pois, da "superirradiação" que cada um de nós pode propagar? A ideia para as práticas de hoje é aquela que estabelece minha função no mundo, no plano de Deus para a salvação do mundo. Isto é, as práticas com a ideia de hoje também podem nos dizer qual é o nosso lugar exato no mundo.

Para aceitar esta ideia, reconhecê-la e pô-la em prática é preciso que sejamos capazes de abrir nossa consciência à verdade. É esta abertura que vai nos fazer ver que, assim como meu papel é salvar o mundo, este papel é também teu, é o papel de todos e da cada um de nós. 

É por isso que podemos, enfim, dizer em sintonia com o que a lição ensina, acreditando em cada uma das palavras que dizemos:

Pai, Tua Vontade é completa. E a meta que brota dela compartilha sua totalidade. Que objetivo me poderia ter sido dado a não ser a salvação do mundo? E o que a não ser isto poderia ser a Vontade que meu Ser compartilha Contigo?

Sim, viemos ao mundo para salvá-lo e tanto mais depressa o mundo será salvo quanto mais rápido tomarmos a decisão de aceitar o papel que nos cabe. Esta é a unica ideia que pode dar sentido a nossas vidas e preencher com significado nosso estar no mundo. Há também que se aceitar a ideia de que não é preciso fazer nada, a não ser entregar a Deus - ao espírito divino em nós -, o comando de nossas vidas. 

Agora, só cá entre nós um segredinho, inteiramente de acordo com o ensinamento do Curso:

"Não há mundo". 

Quer dizer, não há nenhum mundo a ser salvo, na verdade. Ou melhor, qualquer mundo que exista só existe como representação ou como manifestação da ilusão de um mundo que eu mesmo invento.  Um mundo, ou uma infinidade de mundos, que cada um de nós inventa. Então, na verdade, "eu" só tenho de salvar o mundo de mim mesmo. Isto é, da ilusão de mim mesmo que inventei e que inventa mundos que não existem na verdade. Percebem? 

Às práticas?


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