sábado, 7 de outubro de 2023

O que mais nos assusta não é a sombra, é nossa luz

 

6. O que é o Cristo?

1. Cristo é o Filho de Deus tal qual Ele O criou. Ele é o Ser que compartilhamos, que nos une uns aos outros e também a Deus. Ele é o Pensamento que ainda mora no interior da Mente que é Sua Fonte. Ele não abandona Seu lar santo, nem perde a inocência na qual Ele foi criado. Ele habita na Mente de Deus.

2. Cristo é o elo que te mantém um com Deus e garante que a separação não é mais do que uma ilusão do desespero, pois a esperança habitará n'Ele para sempre. Tua mente é parte da d'Ele e a d'Ele é parte da tua. Ele é a parte aonde a Resposta de Deus está, aonde todas as decisões já foram tomadas e na qual os sonhos acabaram. Ele permanece intocado por qualquer coisa que os olhos do corpo percebem. Pois embora Seu Pai tenha depositado n'Ele o meio para tua salvação, ainda assim Ele continua sendo o Ser Que, tal qual Seu Pai, não conhece nenhum pecado.

3. Lar do Espírito Santo e à vontade em Deus apenas, Cristo, de fato, continua em paz no interior de tua mente santa. Na verdade, esta é a única parte de ti que é real. O resto são sonhos. Esses sonhos, porém, também serão entregues a Cristo, para se desvanecerem diante de Sua glória e te revelarem, por fim teu Ser santo, o Cristo.

4. O Espírito Santo, a partir do Cristo em ti, alcança todos os teus sonhos e lhes ordena que venham a Ele, para serem traduzidos em verdade. Ele os trocará pelo sonho final que Deus designou como o fim dos sonhos. Além do mais, quando o perdão descansar sobre o mundo e a paz chegar a todo Filho de Deus, o que poderia haver para manter as coisas separadas, pois o que resta ver exceto a face de Cristo?

5. E por quanto tempo essa face será vista, se ela é apenas o símbolo de que nesse momento acabou o tempo para o aprendizado de que alcançou-se, enfim, a meta da Expiação? Busquemos, por isto, então, achar a face de Cristo e não olhar para mais nada. Quando virmos Sua glória saberemos que não temos nenhuma necessidade de aprendizado ou de percepção ou de tempo, nem de nada a não ser do Ser santo, o Cristo a Quem Deus criou como Seu Filho.

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LIÇÃO 280

Que limites posso impor ao Filho de Deus?

1. Aquele Que Deus criou sem limites é livre. Posso inventar uma prisão para ele, mas só em ilusões, não na verdade. Nenhum Pensamento de Deus deixa a Mente de Seu Pai. Nenhum Pensamento de Deus não é nada a não ser puro para sempre. Posso impor limites ao Filho de Deus, cujo Pai quis que ele seja sem limites e igual a Si Mesmo em liberdade e em amor?

2. Deixa-me render homenagem a Teu Filho hoje, pois assim encontro o caminho para Ti. Pai, não imponho nenhum limite ao Filho que Tu amas e que criaste sem limites. O louvor que ofereço a ele é Teu e o que é Teu também pertence a mim.


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COMENTÁRIO:


EXPLORANDO A LIÇAO 280

Caras, caros,

Repito, com algumas pequenas alterações, o comentário, feito para esta lição nos últimos anos. 

A ideia que praticamos hoje encerra a série de dez lições com o tema O que é o Cristo? E, se prestamos toda a atenção de que somos capazes, é forçoso reconhecer mais uma vez que todas as lições desde o início delas, lá na Introdução ao livro de exercícios, e já na primeira lição, nos convidam a aproveitar o fato de que não há limites para o que somos nem para o que podemos fazer, quando aceitamos nossa identidade crística e divina, vivendo a experiência deste mundo, a partir desta Identidade. 

E é mais uma vez esta ideia - a ideia de que não há limites para o que somos - que vamos praticar com a lição de hoje. Uma ideia que vai facilitar que tomemos em definitivo a decisão em favor da mudança, se aprendermos a aceitar tudo aquilo a que temos direito como filhos e filhas de Deus. 

Como eu disse antes, o Curso afirma que, em geral - uma vez que temos direito a absolutamente tudo -, é muito pouco o que pedimos. Isto porque ainda acreditamos que precisamos pedir, o que significa reforçar a crença na escassez, na carência. Ou, dizendo de outra forma, aquele, ou aquela, de nós que acredita ser necessário pedir alguma coisa a Deus, só pode se ver separado, ou separada, d'Ele, d'Ela. É por isso que na grande maioria das vezes não consegue o que pede. Ou recebe algo bem diferente daquilo que pensa ter pedido. Até porque quase nunca sabemos o que pedir, já que, em geral, nenhum, ou nenhuma, de nós sabe de fato o que precisa, ou o que quer verdadeiramente.

Joel Goldsmith, em seus livros, acentua o fato de que Deus está mais próximo de nós do que a respiração, do que nossas mãos e pés. Diz ele que "a prece não é [não deve ser] um pedido, pois não sabemos como orar ou o que pedir; não sabemos como entrar ou sair [de nossa relação com Deus]. Não sabemos o que pedir porque ignoramos qual possa ser o nosso bem amanhã, que talvez não tenha nenhuma relação com o de hoje". Diz também que a verdadeira prece não tem por objetivo "influenciar, manipular ou usar Deus". É por isso que, de acordo com ele, é preciso que reconheçamos não saber como rezar para aprendermos a deixar que Deus ore em nós, por nós.

Aprender isso, vai nos trazer a certeza de que, como eu também já disse várias vezes antes, não há limites para  o que podemos fazer em Deus, com Ele/Ela. Isso nos dará também a certeza de que é n'Ele, n'Ela, que vivemos e nos movemos. No entanto, é forçoso reconhecer que a maior parte do tempo, parece-nos que somos seres limitados, frágeis e indefesos, que habitam um corpo fadado à deterioração e à morte. 

Por que razão acreditamos nisto? Há como mudar esta crença? Queremos mudá-la de fato? Ou já estamos tão acostumados a ela que a simples possibilidade de qualquer mudança já nos dá medo? Estaremos já tão habituados aos limites que aparentemente nos impomos que a ideia de mudança pressupõe um esforço que não estamos dispostos, nem dispostas a fazer? Aceitamos já por inteiro o transe? Já aceitamos o conforto da acomodação de forma incondicional, a ponto de a ideia de abandoná-lo nos assustar?

Em um livro intitulado Prisões que Escolhemos para Viver, Doris Lessing, escritora britânica, afirma que "todos nós, em certo grau, sofremos lavagem cerebral, efetuada pela sociedade em que vivemos. E verificamos esse fato [dentre outras maneiras] quando viajamos para outro país e somos capazes de enxergar o nosso com os olhos de um estrangeiro. Não há muito o que fazer a esse respeito, a não ser constatar que é assim que as coisas funcionam. Cada um de nós é parte de grandes e confortadoras ilusões forjadas pela sociedade para manter sua própria autoconfiança".

Lembrando-nos, no entanto, de uma das passagem do texto do Curso, podemos dizer que "isto não precisa ser assim". Basta nos decidirmos a olhar para o mundo de modo diferente.

Todavia, o que acontece, em geral, é que, na verdade, a ideia de liberdade nos assusta mais do que as prisões e os limites a que nos sujeitamos. Aliás, Marianne Williamsom, em seu livro Um Retorno ao Amor, diz isto de forma clara e cristalina ao afirmar, como também já citei várias vezes antes, que "o medo mais profundo que abrigamos no peito não tem nada a ver com o fato de sermos [ou de nos acreditarmos] medíocres [limitados]". 


Diz ela que "nosso medo mais profundo é o de que sejamos poderosos para além de todas as medidas. É nossa luz, não nossa escuridão, o que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso, fabuloso?' Na verdade, quem és para não sê-lo? Tu és um filho de Deus. Fingir-se pequeno [Diminuir-se] não serve de nada ao mundo. Não é uma atitude esclarecida encolher-se [diminuir-se] para que outros não se sintam inseguros a tua volta. Fomos todos feitos para brilhar, como as crianças brilham". 

E mais, finaliza ela: "Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus, que está dentro de nós. Não apenas em alguns de nós; em todos nós. E, quando deixamos que nossa luz brilhe, inconscientemente, damos permissão para que os outros façam o mesmo. À medida que nos libertamos de nossos medos [e limites], nossa presença libera os demais automaticamente". 

Às práticas?

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