terça-feira, 7 de março de 2023

Ouvir a Voz por Deus ou a voz do ego é escolha nossa

 

LIÇÃO 66

Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

1. Tu certamente percebeste ao longo de todas as nossas lições recentes uma ênfase na ligação entre o cumprimento de tua função e a conquista da felicidade. Isto é porque tu não vês realmente a ligação. No entanto, há mais do que apenas uma ligação entre elas; elas são a mesma coisa. Suas formas são diferentes, mas seu conteúdo é perfeitamente igual.

2. O ego trava uma batalha permanente com o Espírito Santo acerca da questão fundamental do que é tua função. Ele também trava uma batalha constante com o Espírito Santo a respeito do que é tua felicidade. Não é uma batalha com dois lados. O ego ataca e o Espírito Santo não reage. Ele sabe qual é tua função. Ele sabe que ela é tua felicidade.

3. Hoje tentaremos ir além desta batalha totalmente sem sentido para chegar à verdade a respeito de tua função. Não nos ocuparemos de discussões inúteis acerca do que ela é. Não ficaremos, de modo incorrigível, envolvidos na definição de felicidade e em estabelecer o meio para alcançá-la. Não vamos favorecer o ego dando ouvidos a seus ataques à verdade. Vamos simplesmente ficar alegres por poder descobrir o que a verdade é.

4. Nosso período de prática mais longo hoje tem por finalidade tua aceitação do fato de que não apenas existe uma ligação muito verdadeira entre a função que Deus te deu e a tua felicidade, mas que elas são, na verdade, idênticas. Deus só te dá felicidade. Por isso, a função que Ele te deu tem de ser a felicidade, mesmo que pareça ser diferente. Os exercícios de hoje são uma tentativa de ir além dessas diferenças de aparência e reconhecer um conteúdo universal onde, na verdade, ele existe.

5. Começa o período de prática com dez a quinze minutos pela revisão destas ideias:

Deus só me dá felicidade.
Ele me dá minha função.
Por isso, minha função tem de ser a felicidade.

Tenta perceber a lógica desta sequência, mesmo que ainda não aceites a conclusão. A conclusão só poderia ser falsa se as duas primeiras ideias estivessem erradas. Vamos pensar, então, a respeito das premissas por um momento enquanto praticamos.

6. A primeira premissa é a de que Deus só te dá felicidade. Isto poderia ser falso, é claro, mas para ser falso é necessário definir Deus como algo que Ele não é. O amor não pode dar o mal e o que não é felicidade é mau. Deus não pode dar o que Ele não tem e Ele não pode ter o que Ele não é. A menos que Deus só te dê felicidade, Ele tem de ser mau. E é nesta definição d'Ele que acreditas, se não aceitas a primeira premissa.

7. A segunda premissa é a de que Deus te dá tua função. Vimos que só existem duas partes na tua mente. Uma é governada pelo ego e é feita de ilusões. A outra é o lar do Espírito Santo, onde a verdade habita. Não existe nenhum guia diferente entre os quais escolher a não ser estes, e nenhum resultado diferente possível como consequência de tua escolha, a não ser o medo que o ego sempre gera, ou o amor que o Espírito Santo sempre oferece para substituir o medo.

8. Deste modo, tua função só pode ser: ou estabelecida por Deus, por meio de Sua Voz, ou feita pelo ego, que fizeste para substituí-Lo. Qual é a verdadeira? A menos que Deus tenha te dado tua função, ela tem de ser a dádiva do ego. O ego, sendo ele mesmo uma ilusão e só oferecendo a ilusão de dádivas, tem realmente dádivas a oferecer?

9. Pensa a respeito disto durante o período de prática mais longo hoje. Pensa também a respeito das muitas formas que a ilusão de tua função toma em tua mente, e nas muitas maneiras pelas quais tentaste achar a salvação sob a orientação do ego. Tu a achaste? Foste feliz? Elas te trouxeram paz? Precisamos de muita honestidade hoje. Lembra-te dos resultados de modo imparcial e pensa também se alguma vez foi racional esperar a felicidade de qualquer coisa que o ego já propôs. Não obstante, o ego é a única alternativa à Voz do Espírito Santo.

10. Tu escutarás a loucura ou ouvirás a verdade. Tenta fazer esta escolha enquanto pensas a respeito das premissas sobre as quais nossa conclusão se baseia. Nós podemos compartilhar esta conclusão, mas nenhuma outra. Pois o Próprio Deus a compartilha conosco. A ideia de hoje é outro passo gigantesco na percepção do mesmo como o mesmo e do diferente como diferente. De um lado ficam todas as ilusões. Toda a verdade fica do outro. Vamos tentar perceber de modo claro hoje que só a verdade é verdadeira.

11. Nos períodos de prática mais breves, que seriam muito proveitosos hoje se fossem feitos duas vezes por hora, sugere-se esta forma de aplicação:

Minha felicidade e minha função são a mesma coisa,
porque Deus me dá ambas.

Não levarás mais do que um minuto, e provavelmente menos, para repetir estas palavras lentamente e pensar a respeito delas por um instante enquanto as dizes.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 66

Caras, caros,

Praticamos nos dois últimos dias com as ideias de que não podemos esquecer nossa função, ou o papel que nos cabe neste mundo de aparências e ilusões, e de que este papel deve se limitar àquele que Deus nos deu. Pode parecer, assim, que, como quer que pensemos o ego, não temos liberdade para escolher o caminho que nos vai levar à alegria e a paz completas e perfeitas. Isto é, falta-nos o tal livre arbítrio, que nos faria tomar o destino em nossas próprias mãos para fazermos o que bem entendermos com nossas vidas. Não é mesmo?

Entretanto, o que todo ser humano busca em sua vida, sabemos, é apenas a felicidade. Às vezes, por caminhos tortuosos e difíceis que o deixam bem próximo do abismo, da loucura, da depressão, do medo de viver e de entregar ao prazer que lhe oferece a vida, mesmo neste mundo de ilusões. É por isso que a ideia da lição de hoje vem para iluminar as razões por que devemos lembrar de nossa função e de que a única função que temos é aquela que Deus nos deu.

Vejamos, pois:

"Minha felicidade e minha função são a mesma coisa."

Se pensarmos bem, podemos concluir que nada nos deixa mais felizes de que fazer a coisa certa. Quer dizer, aquilo que é, ou parece ser, a coisa certa para nós, seja o que for, no momento em que se apresenta, não é mesmo? Será que algum ou alguma de nós já parou para pensar a razão para isso? Haverá?

Por outro lado, também podemos nos perguntar por que razão muitas vezes escolhemos fazer coisas que não nos deixam felizes, que nos afastam da alegria, coisas que nos tiram a paz de espírito e que decidimos fazer, contrariando, de modo inexplicável, a própria razão/intuição que nos diz que vamos sofrer se fizermos aquilo.

É exatamente disto que trata a lição de hoje. Vejamos:

Tu certamente percebeste ao longo de todas as nossas lições recentes uma ênfase na ligação entre o cumprimento de tua função e a conquista da felicidade. Isto é porque tu não vês realmente a ligação. No entanto, há mais do que apenas uma ligação entre elas; elas são a mesma coisa. Suas formas são diferentes, mas seu conteúdo é perfeitamente igual.

É certo que podemos dizer que a resposta às primeiras perguntas feitas acima se relaciona de forma direta com a ligação que temos com o divino em nós, a razão, ou a parte de nossa mente que mantém contato constante com Deus e com o Espírito Santo que Ele nos deu para compartilharmos.

O que nos deixa felizes, sem dúvida, mesmo quando não temos consciência disso, é o cumprimento de nossa função. É a aceitação do papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação do mundo. Para a nossa salvação também.

Já em relação à pergunta seguinte, a resposta mais óbvia pode ser encontrada no fato de nos acreditarmos separados/as de Deus e uns e umas dos outros e das outras. O ego, "o grande impostor", é quem nos convence a tomar decisões que nos afastam da alegria e nos impedem de viver e de perceber que nossa felicidade e nossa função são uma só e mesma coisa.
 
Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

É isso que vamos ver a lição nos dizer em seguida. Ela também vai mostrar a razão pela qual aparentemente existe a possibilidade de escolhermos alguma coisa diferente da felicidade. Vai deixar bem claro a qual orientação damos ouvidos, quando nos decidimos por algo que não pode nos trazer a alegria e a felicidade e a paz de espírito.

Eis aí:

O ego trava uma batalha permanente com o Espírito Santo acerca da questão fundamental do que é tua função. Ele também trava uma batalha constante com o Espírito Santo a respeito do que é tua felicidade. Não é uma batalha com dois lados. O ego ataca e o Espírito Santo não reage. Ele sabe qual é tua função. Ele sabe que ela é tua felicidade.

O desafio que a lição nos oferece é o de abrirmos olhos, ouvidos, mente e coração para aceitar que nada do que possamos fazer que seja diferente de nossa função pode nos fazer felizes. Enquanto não aceitarmos a Vontade de Deus para nós, viveremos o inferno de pensar que existe um mundo de alegria, de paz e de felicidade, mas que não o podemos alcançar, porque não somos dignos dele, por estarmos separados/as de Deus, e por não conhecermos nossa função.

Ora, nada mais equivocado do que isto. Se aceitarmos o desafio que a lição de hoje nos oferece, o milagre que ela traz também vai se apresentar imediatamente. Isto é, se nos abrirmos ao espírito em nós, podemos compreender e, por consequência, aceitar que nossa felicidade está estreitamente ligada a nossa função. Até porque, como costumo dizer, precisamos ter sempre em mente que compreender e aceitar são sinônimos. É por isso que não há como chegar à felicidade, se não aceitarmos cumprir nossa função [o que só pode significar que ainda não a compreendemos, pois só não aceitamos aquilo que não compreendemos].
 
Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

Não há como negar esta ideia se prestarmos bastante atenção ao que lição nos diz a seguir:

Hoje tentaremos ir além desta batalha totalmente sem sentido para chegar à verdade a respeito de tua função. Não nos ocuparemos de discussões inúteis acerca do que ela é. Não ficaremos, de modo incorrigível, envolvidos na definição de felicidade e em estabelecer o meio para alcançá-la. Não vamos favorecer o ego dando ouvidos a seus ataques à verdade. Vamos simplesmente ficar alegres por poder descobrir o que a verdade é.

Nosso período de prática mais longo hoje tem por finalidade tua aceitação do fato de que não apenas existe uma ligação muito verdadeira entre a função que Deus te deu e a tua felicidade, mas que elas são, na verdade, idênticas. Deus só te dá felicidade. Por isso, a função que Ele te deu tem de ser a felicidade, mesmo que pareça ser diferente. Os exercícios de hoje são uma tentativa de ir além dessas diferenças de aparência e reconhecer um conteúdo universal onde, na verdade, ele existe.

Busquemos com toda a atenção, com toda a honestidade e com toda a sinceridade de que somos capazes, nos lembrar mais uma vez de que "todas as coisas cooperam para o bem". Por isso, não importa a forma com que a pessoa, a coisa, a situação ou a circunstância se apresentam em nossa experiência, independentemente de qualquer forma, "todas as coisas cooperam para o bem". 

Dito de outro modo: "a pessoa que vem é a certa" e, em todas, todas, todas as situações e/ou circunstâncias, "aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido". Sempre. Saber disso já não nos coloca próximos/as da experiência da felicidade? Não é já o reconhecimento e a aceitação de nossa função? E mais do que saber, aplicar isto em nossos dias já não é trabalhar com o entendimento de que a felicidade está ligada à função?

Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

Dedicar a maior atenção de que somos capazes a cada um dos parágrafos que se seguem a estes, que destaco e que servem de orientação e de preparação para que tiremos o máximo proveito da ideia que a lição traz hoje, é o que vai fazer toda a diferença em nossas práticas.

Como eu já disse várias vezes antes, de acordo com o que ensina o Curso, quando fazemos qualquer escolha, sempre escolhemos entre Céu e inferno. Ouvir a Voz por Deus em nós mesmos/as é escolher o Céu, escolher a felicidade e aceitar nossa função. Ouvir a voz do ego é continuar a escolher o inferno e reforçar a crença na separação. Na verdade, só há uma escolha a ser feita. Saber fazê-la depende apenas de aceitarmos a ideia que a lição nos oferece hoje:
 
Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

Às práticas?

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