segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A entrega ao Espírito, ao EU SOU, é a prática perfeita

 

12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 339

Receberei qualquer coisa que eu pedir.

1. Nenhum de nós deseja a dor. Mas pode-se pensar que dor é prazer. Nenhum de nós evitaria sua felicidade. Mas pode-se pensar que a alegria é dolorosa, ameaçadora e perigosa. Cada um vai receber aquilo que pedir. Mas, de fato, pode ficar confuso acerca das coisas que quer; a condição que quer alcançar. O que pode pedir, então, que quereria quando recebesse? Ele pede aquilo que o assustará e lhe trará sofrimento. Vamos nos decidir hoje a pedir aquilo, e só aquilo, que realmente queremos para podermos passar este dia sem medo, sem confundir dor com alegria ou medo com amor.

2. Pai, este é Teu dia. É um dia em que não vou fazer nada por mim mesmo, mas ouvir Tua Voz em tudo o que fizer; e pedir apenas aquilo que Tu me ofereces, e aceitar somente os Pensamentos que Tu compartilhas comigo.


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 339

A ideia que vamos praticar hoje tem estreita relação com a necessidade de que nos disponhamos a assumir total e completa responsabilidade por tudo o que vivemos, e por tudo o que acontece no mundo também - ou por tudo o que nos chega à consciência pelo menos. Isso é o que é a dita "tomada de decisão". É isto que pode me dar a certeza de que sou o senhor de meu destino. Desde que, é claro, esta decisão tenha sido tomada em sintonia com o divino em mim.

- Como assim? - vocês podem dizer.

Ora, assumir a responsabilidade por tudo o que acontece no mundo, em sintonia com o divino, é assumir nosso próprio destino e, ao mesmo tempo, entregá-lo ao espírito [a entrega de que o Curso fala], abrindo mão de qualquer tentativa de controle. Em geral, poucos e poucas de nós têm consciência de que o que vivem e veem é sua responsabilidade. Em geral também, a grande maioria das pessoas acha que há alguma coisa ou alguém fora delas mesmas que determina seu destino. Isto é, são poucas as pessoas que se sentem senhoras de seu próprio destino. Que dizer então de se pedir a alguém que assuma a responsabilidade por tudo o que acontece no mundo, pelo destino do mundo inteiro?

Explico: 

Como o mundo só existe a partir da consciência de cada um, ou cada uma, cada um, ou cada uma, de nós é sempre responsável por seu mundo particular, que é sempre o único que existe para cada um e cada uma. Isso, então, inclui - é claro - pelo menos, tudo aquilo que acontece no mundo e que nos chega à consciência, como dito acima, uma vez que não existe nenhum mundo que seja idêntico para todas as pessoas que o povoam. Assim, é claro que aquilo que não nos chega à consciência não existe para nós. Muito embora possa existir para uns e outros, ou umas e outras, no campo das infinitas possibilidades.

É por isso que cada um, ou cada uma, de nós pode - e deve, se quiser de fato assumir a responsabilidade por sua própria vida - dizer tranquilamente, acreditando ser verdade, que:

Receberei qualquer coisa que eu pedir.

Muito embora durante a maior parte do tempo não tenhamos consciência de que as experiências que se apresentam em nossa vida são resultados de uma ou mais escolhas que fizemos, ou fazemos, ou ainda faremos, uma vez que o tempo linear em que estamos acostumados a pensar que vivemos só existe em nossa imaginação, e apenas neste mundo ilusório, a lição que praticamos hoje nos garante que sempre vamos receber qualquer coisa que pedirmos. Não há como ser diferente. Ou para dizer de outro modo, como dizia uma facilitadora do Curso: "Deus sempre diz sim". 

Por que, então, aparentemente, tantos e tantas de nós vivem situações que não se parecem em nada com aquilo que, de fato, querem ou pensam querer? Com aquilo que pensam ter pedido? A lição tem uma resposta a isso:

Nenhum de nós deseja a dor. Mas pode-se pensar que dor é prazer. Nenhum de nós evitaria sua felicidade. Mas pode-se pensar que a alegria é dolorosa, ameaçadora e perigosa. Cada um vai receber aquilo que pedir. Mas, de fato, pode ficar confuso acerca das coisas que quer; a condição que quer alcançar. O que pode pedir, então, que quereria quando recebesse? Ele pede aquilo que o assustará e lhe trará sofrimento.

E isso acontece porque, como sabemos, o universo todo é apenas energia em movimento e tudo o que vemos é apenas a manifestação, na forma, de uma energia que trazemos dentro de nós mesmos/as, ainda que na maioria das vezes não tenhamos consciência dela. O que é fato na maioria dos casos, em grande parte das vezes. 

Quando, então, vivemos uma situação que é diversa daquela que pensamos querer viver é porque, lá, no mais íntimo e profundo de nós mesmos/as, havia alguma dúvida quanto a merecermos o que pedimos, quanto ao de fato querermos aquilo. Isto é, no fundo, não nos sentíamos à vontade imaginando-nos de posse daquilo que pensamos em pedir, ou vivendo a condição que a realização de nosso desejo nos daria. Tínhamos ou tivemos alguma dúvida a respeito de querer mesmo o que pensávamos ou pensamos querer, ou mesmo de merecer recebê-lo.

O resultado, pois, sim, sim, sem sombra de dúvida, veio a ser, aparentemente, algo diverso daquilo em que pensamos. Isto porque a energia que movimenta o universo não está ligada àquilo que escolhemos de forma consciente, àquilo que dizemos ou pensamos querer, mas à energia que há em um nível mais profundo em nós, no nível dos sentimentos, que não depende do que dizemos ou pensamos, do que manifestamos por meio de palavras, e sim daquilo que sentimos no mais íntimo de nós, da energia que se desprende de nós quando buscamos ou pensamos querer algo. 

Por isso precisamos praticar cada vez mais, e sempre com maior atenção, com toda a dedicação de que formos capazes. Para aprendermos a tomar a decisão de escolher, em sintonia, com o que sentimos. Aí, seguindo a orientação que nos oferece o Curso, diremos com alegria e com convicção:

Vamos nos decidir hoje a pedir aquilo, e só aquilo, que realmente queremos para podermos passar este dia sem medo, sem confundir dor com alegria ou medo com amor.

Pois tudo o que nos acontece está diretamente ligado a uma decisão que tomamos, mesmo, repetindo para reforçar, quando não temos consciência de tê-la tomado. Tudo está também ligado àquelas leis espirituais que se ensina na Índia, das quais já falamos outras vezes.

Vale lembrar, não acham? 

1. A pessoa que vem é a certa. 
2. Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido. 
3. Quando se inicia alguma coisa é o momento certo. 
4. Quando alguma coisa acaba, termina de fato. 

Tomada a decisão, seguindo a orientação do Curso, nossa prática, a prática perfeita, não exige nada a não ser a entrega ao espírito - ao EU SOU, em nós, uma vez que não existe nada fora de nós mesmos/as - deste nosso dia, na certeza de que receberemos, sim, tudo aquilo que pedirmos, para podermos experimentar a alegria e a paz perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós. Assim, dizemos simplesmente:

Pai, este é Teu dia. É um dia em que não vou fazer nada por mim mesmo, mas ouvir Tua Voz em tudo o que fizer; e pedir apenas aquilo que Tu me ofereces, e aceitar somente os Pensamentos que Tu compartilhas comigo.

Às práticas?

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