segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Só do perdão podem vir a paz e a consciência crística

 

9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.

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LIÇÃO 305

Há uma paz que Cristo nos concede.

1. Aquele que usa apenas a visão de Cristo encontra uma paz tão profunda e serena, tão imperturbável e tão totalmente imutável, para a qual o mundo não tem nenhum equivalente. As comparações silenciam diante dessa paz. E o mundo inteiro se afasta em silêncio quando essa paz o envolve e o traz suavemente à verdade, para não ser mais a morada do medo. Pois o amor chega e cura o mundo por dar a ele a paz de Cristo.

2. Pai, a paz de Cristo nos é dada porque é Tua Vontade que sejamos salvos. Ajuda-nos hoje a aceitar apenas Tua dádiva e não julgá-la. Pois ela veio para nos salvar de nosso julgamento de nós mesmos.


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 305

Acho que também se poderia dizer e praticar com a ideia de hoje da seguinte forma: Há uma paz que [só] Cristo nos concede. E por que digo isto? Claro que porque é só o Cristo em nós, isto é, só vivendo nossa vida a partir do Cristo - o divino - em nós é que podemos viver a paz e a alegria completas e perfeitas que, segundo o que ensina o Curso, é a Vontade de Deus para todos, todas, cada um e cada uma de nós.

E o que é o Cristo? Voltemos à sexta das instruções-temas que deu unidade a uma série de nossas práticas anteriores [Vide lições 271 a 280]. Vamos achar lá, logo no início da instrução, a frase: Cristo é o Filho de Deus tal como Ele [Deus] O criou [o Filho]. Isto é, o Cristo é cada um ou cada uma de nós, ou cada um daqueles, ou cada uma daquelas que aceita a Expiação para si mesmo/a. E, ao mesmo tempo, o Cristo é a soma de todos e todas nós, livres de qualquer mácula porque perdoados/as. Inocentes. Desde o princípio até o fim. Ao aceitar a Expiação para mim [o desfazer do erro], posso compreender e viver a partir do entendimento de que ainda sou como Deus me criou.

Assim, se a paz, que aparentemente nos falta, falta-nos apenas porque ainda não somos capazes de viver a partir do Ser, do modo como fomos criados por Deus, só podemos, de fato, encontrá-la, quando encontrarmos em nós, no interior de nós mesmos/as, o Cristo, o Filho de Deus, tal qual Deus O criou. Isto é, quando reconhecermos e aceitarmos em nós, de fato, a verdade da afirmação do Curso de que ainda somos como Deus nos criou. Não há como ser diferente. Não há como sermos diferentes do que somos.

Em todo o caso, é bom também termos claro, que nem o Cristo nem outra coisa ou pessoa qualquer pode ser encontrada fora de nós. Reforçando: fora de nós não existe nada. Pois como disse sempre às pessoas todas com quem tive contato nos grupos de estudos do Curso de que participei durante algum tempo, todos os termos de que o Curso fala para se referir ao divino: Cristo, o Espírito Santo, o Filho de Deus, o Amigo, Deus, o Ser, a Filiação, o Companheiro, entre outros, não existem fora de nós. Tudo - e todos e todas - está dentro de nós. É preciso que tenhamos isto cada vez mais presente em nossa consciência a respeito de nós mesmos/as: tudo sempre esteve, sempre está e estará sempre dentro de cada um ou de cada uma de nós. E qualquer mudança que tenha de ser feita no mundo em que cada um e cada uma de nós vive, tem de, primeiro, ser feita dentro. É só o que mudamos dentro que aparece mudado à visão que olha para fora.

Portanto, como o Curso ensina, "se queres a paz, ensina a paz para aprendê-la". Isto é bem possível. Basta que olhemos para dentro de nós mesmos/as e encontremos a paz que vem do Ser, do Cristo, nossa verdadeira Identidade, e nos apropriemos do olhar crístico que olha para tudo e para todas as pessoas do mundo sem nenhuma condenação, sem nenhum julgamento. A paz está à disposição de todos e todas que se decidem pelo olhar crístico.

É o perdão, em primeiro lugar a nós mesmos/as, por nos julgarmos separados/as, uns dos outros, umas das outras e de Deus, e, depois ao mundo inteiro, a tudo e a todas as coisas e pessoas, que nos oferece a possibilidade do contato com a consciência crística e com a paz que advém dessa consciência.  "O que provém do perdão pode ser um tipo diferente de milagre em relação àquele a respeito do qual ouvimos falar nos noticiários ou em um encontro religioso. Mas é o tipo de milagre com o qual nós mesmos podemos 'trabalhar', se estivermos dispostos" [Grifo meu], repetindo algo a que já me referi anteriormente.

É por isso que hoje damos continuidade a nossas práticas com a ideia de que "há uma paz que [só] Cristo concede". Pois as práticas, "com aplicações repetidas e eficácia crescente", nos oferecem "justamente o tipo de milagre que [pode] mudar nossa maneira de ver todas as coisas". É isso também que o Curso nos oferece quando traz para as práticas ideias como "O Céu é a decisão que tenho de tomar.", ou "Acima de tudo eu quero ver.", ou "Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente.", ou, ainda, para ficar em poucos exemplos, "Eu poderia ver paz em lugar disso".

Às práticas?


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