terça-feira, 4 de junho de 2019

Quando deixaremos de oferecer resistência à vida?


LIÇÃO 155

Recuarei e permitirei que Ele mostre o caminho.

1. Há um jeito de viver no mundo que não é daqui, embora pareça ser. Tu não mudas a aparência, embora sorrias com mais frequência. Tua fronte fica serena, teus olhos ficam em paz. E aqueles que andam pelo mundo do mesmo jeito que tu andas te reconhecem como um deles. Todavia, aqueles que ainda não perceberam este jeito também te reconhecerão e acreditarão que és igual a eles, assim como eras antes.

2. O mundo é uma ilusão. Aqueles que escolheram vir a ele estão buscando um lugar no qual possam ser ilusões e evitar sua própria realidade. Porém, quando descobrem que sua própria realidade está até mesmo aqui, eles recuam, então, e a deixam mostrar o caminho. Que outra escolha têm a fazer realmente? Permitir que as ilusões andem na frente da verdade é loucura. Mas permitir que as ilusões desapareçam atrás da verdade e permitir que a verdade se mostre como é é simplesmente sanidade.

3. Esta é a escolha natural que fazemos hoje. A ilusão louca permanecerá em evidência por algum tempo, para ser vista por aqueles que escolheram vir e que ainda não se regozijam ao descobrir que estavam equivocados em sua escolha. Eles não podem aprender diretamente da verdade porque negam que isto seja verdade. E, por isto, eles precisam de um Professor Que percebe sua loucura, mas Que ainda pode olhar, além da ilusão, para a verdade natural neles.

4. Se a verdade exigisse que desistissem do mundo pareceria a eles que ela lhes pediu para sacrificarem alguma coisa real. Muitos escolheram renunciar ao mundo apesar de ainda acreditarem em sua realidade. E experimentaram uma sensação de perda e, em consequência disto, não se libertaram. Outros não escolheram nada senão o mundo e experimentaram uma sensação de perda ainda mais profunda que não entenderam.

5. Entre estes caminhos há outra estrada que conduz para longe de qualquer tipo de perda, pois deixa-se para trás rapidamente tanto o sacrifício quanto a privação. Este é o caminho designado para ti agora. Tu andas por este caminho assim como outros e também não pareces ser diferente deles, embora, de fato, sejas. Deste modo podes lhes ser útil enquanto ajudas a ti mesmo a ajustar os passos deles ao caminho que Deus abre para ti, e para eles por teu intermédio.

6. Parece que a ilusão ainda persiste em ti, a fim de que possas alcançá-los. Mas ela recuou. E não é de ilusão que eles te ouvem falar e também não é ilusão que ofereces para seus olhos verem e para suas mentes compreenderem. A verdade, que anda a tua frente, também não pode lhes falar por meio de ilusões, pois a estrada leva para além das ilusões agora, enquanto os chamas ao longo do caminho para que possam te seguir.

7. No final, todas as estradas conduzem a esta. Pois sacrifício e privação são caminhos que não levam a lugar nenhum, escolhas de derrota e metas que continuarão a ser impossíveis. Tudo isto recua quando a verdade se apresenta em ti para afastares teus irmão dos caminhos da morte e colocá-los no caminho da felicidade. O sofrimento deles é só ilusão. No entanto, eles precisam de um guia para conduzi los para fora dela pois eles confundem ilusão com verdade.

8. Este é o chamado da salvação e nada mais. Ele te pede que aceites a verdade e que a deixes ir na tua frente, iluminando o caminho do resgate da ilusão. Este não é um resgate com um preço. Não há nenhum custo, mas apenas ganho. A ilusão só pode aparentar manter o filho de Deus aprisionado. É apenas das ilusões que ele se salva. Quando elas recuam, ele se encontra novamente.

9. Caminha com segurança agora, mas com cuidado porque este caminho é novo para ti. E podes descobrir que ainda ficas tentado a andar na frente da verdade e permitir que as ilusões sejam o teu guia. Teus irmãos santos te foram dados para seguirem as tuas pegadas enquanto caminhas em direção da verdade com clareza de objetivo. Ela vai na tua frente agora para que eles possam ver alguma coisa com a qual possam se identificar, algo que compreendam para mostrar o caminho.

10. Entretanto, no final da jornada não haverá nenhuma brecha, nenhuma distância entre a verdade e ti. E todas as ilusões que andavam pelo caminho que trilhavas também se afastarão de ti, sem deixar nada para manter a verdade separada da completude de Deus, santa como Ele Mesmo. Recua com fé e deixa a verdade mostrar o caminho. Tu não sabes aonde vais. Mas Aquele Que sabe vai contigo. Deixa que Ele te conduza com os outros.

11. Quando os sonhos acabarem, o tempo fechar a porta sobre todas as coisas que passam e os milagres forem desnecessários, o Filho santo de Deus não fará nenhuma jornada. Não haverá nenhum desejo de ser ilusão como uma alternativa mais apropriada do que a verdade. E nos adiantamos em direção a isso, à medida que avançamos ao longo do caminho que a verdade nos indica. Esta é nossa última jornada, que fazemos por todos. Não devemos perder nosso rumo. Pois do mesmo modo que a verdade segue a nossa frente, ela vai à frente de nossos irmãos que vão nos seguir.

12. Caminhamos para Deus. Para e reflete a respeito disto. Algum outro caminho poderia ser mais santo ou mais digno de teu esforço, de teu amor e de toda a tua determinação? Que caminho poderia te dar mais do que tudo ou oferecer menos e ainda assim satisfazer o Filho santo de Deus? Caminhamos para Deus. A verdade que caminha diante de nós agora é una com Ele e nos conduz ao lugar no qual Ele sempre esteve. Que caminho a não ser este poderia ser um caminho que escolherias em seu lugar?

13. Teus pés estão plantados sobre a estrada que conduz o mundo a Deus. Não olhes para caminhos que parecem te conduzir a outro lugar. Os sonhos não são um guia digno para ti, que és o Filho de Deus. Não te esqueças de que Ele coloca Sua Mão na tua e, em Sua confiança, te oferece teus irmão para que sejas digno da confiança d'Ele em ti. Ele não pode estar enganado. A confiança d'Ele torna seguro teu caminho e tua meta garantida. Tu não desapontarás teus irmãos nem teu Ser.

14. E, agora, Ele pede apenas que penses n'Ele por um momento a cada dia, para que Ele possa falar contigo e te contar de Seu Amor, lembrando-te de quão grande é Sua confiança, quão ilimitado Seu Amor. Em teu Nome e em Seu Próprio Nome, que são o mesmo, praticamos com alegria este pensamento hoje:

Recuarei e permitirei que Ele mostre o caminho,
Pois quero caminhar pela estrada que conduz a Ele.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 155

"Recuarei e permitirei que Ele mostre o caminho."

As práticas com a  ideia da lição de hoje vão permitir que vislumbremos o mundo que queremos. O mundo em que queremos viver. O mundo em que podemos experimentar a alegria e a paz, completas e perfeitas. A Vontade de Deus para nós. Nossa própria vontade, que é a mesma d'Ele.

E vocês podem se perguntar: mas como?

Aprendendo a renunciar à aparente necessidade de controle que só o falso eu, a imagem que construímos para nós mesmos, pode pensar em ter. A origem de todos os problemas que pensamos ver e que pensamos ter de enfrentar está aí. É só o ego que quer usurpar o lugar de Deus. Só o ego pode se pensar separado de Deus e de toda a Criação.

Mas não somos o ego, que nem sequer existe - no sentido de que ele não é real. É apenas uma imagem de nós mesmos, construída a partir da crença na separação, que nunca aconteceu, não acontece e jamais acontecerá. Assim como o é apenas uma imagem este mundo. Uma projeção tão somente de todos os conflitos e medos, de todas as incertezas e dúvidas e culpas, de todos os horrores que inventamos e que trazemos dentro de nós. Só ilusão.

A resistência que emprestamos às pessoas, situações e circunstâncias que surgem em nosso caminho também é responsável por grande parte das dificuldades que se apresentam a nossa experiência neste mundo. Ou ainda a resistência que temos em aceitar a mudança. É fato também que temos muita dificuldade para reconhecer que nada se apresenta a nós por acaso, por fatalidade de um destino inexorável ou por culpa ou responsabilidade e escolha de alguém que não nós mesmos.

Daí a necessidade das práticas da ideia que o Curso nos traz uma vez mais hoje. Isto é, a necessidade de começarmos a abandonar a resistência em fazer aquilo que a Voz por Deus pede que façamos. A necessidade de aprendermos a não resistir à possibilidade de nos abrirmos à Voz por Deus e ao Próprio Deus e a não resistir às formas todas, quaisquer que sejam elas, com que tudo se apresenta a nossa consciência. A necessidade de nos abrirmos ao que nos pede o Ser em nós, o Ser que é o que somos verdadeiramente em Deus, com Ele.

Lembremo-nos da lição: "Todas as coisas são ecos da Voz por Deus". Será que, se olharmos para qualquer pessoa, coisa, situação e circunstância, com a ideia de que "todas as coisas são ecos da Voz por Deus", sentiremos algum impulso de reagir, atacar ou resistir?

Lembremo-nos também mais uma vez de Marco Aurélio, que disse há mais de 2.000 anos: "Aceite o que quer que venha para você nas tramas do destino, pois o que se ajustaria mais adequadamente às suas necessidades?" Isto é, o que quer que se apresente a nós é o que precisamos experimentar para dar mais um passo em direção de nós mesmos.

Ou ainda como diz Eckhart Tolle no livro O Poder do Agora

"Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz".

E perguntemo-nos ainda mais uma vez: o que mais precisamos aprender a partir da ideia de recuar e permitir que Deus nos mostre o caminho? Não será este um bom começo para aprendermos a praticar a entrega? 

Às práticas?

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