segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Cabe a nós a responsabilidade de mudar o passado


LIÇÃO 7

Eu vejo só o passado.

1. É particularmente difícil acreditar neste ideia a princípio. Porém, ela é a base lógica para todas as anteriores. Ela é a razão pela qual nada do que vês significa coisa alguma. 
Ela é a razão pela qual dás a todas as coisas que vês todo o significado que têm para ti. 
Ela é a razão pela qual não entendes nada do que vês.
Ela é a razão pela qual teus pensamentos não significam nada, e a razão pela qual eles são como as coisas que vês. 
Ela é a razão pela qual tu nunca estás transtornado pelo motivo que imaginas.
Ela é a razão pela qual tu estás transtornado porque vês algo que não existe.

2. É muito difícil mudar ideias antigas a respeito do tempo, porque tudo aquilo em que acreditas está radicado no tempo e depende de não aprenderes estas ideias novas a respeito dele. No entanto, é justamente por isso que precisas de ideias novas acerca do tempo. Esta primeira ideia a respeito do tempo não é, de fato, tão estranha quanto pode parecer de início.

3. Olha para uma xícara, por exemplo. Tu vês uma xícara ou simplesmente revês tuas experiências passadas de pegar um xícara, de estar com sede, de beber de uma xícara, de sentir a borda de uma xícara contra teus lábios, de tomar o café da manhã e assim por diante? Tuas reações estéticas à xícara não são também baseadas em experiências passadas? De que outra forma saberias se esse tipo de xícara se quebraria ou não se a deixasses cair? O que sabes a respeito dessa xícara exceto aquilo que aprendeste no passado? Tu não tens nenhuma ideia do que essa xícara é, a não ser pelo teu aprendizado passado. Então, tu a vês realmente?

4. Olha ao teu redor. Isso é igualmente verdadeiro a respeito de qualquer coisa para a qual olhes. Reconhece isso aplicando a ideia de hoje indistintamente para o que quer que capte teu olhar. Por exemplo:

Eu vejo só o passado neste lápis.
Eu vejo só o passado neste sapato.
Eu vejo só o passado nesta mão.
Eu vejo só o passado naquele corpo.
Eu vejo só o passado naquele rosto.

5. Não te demores em nenhuma coisa em particular, mas lembra-te de não omitir nada de modo específico. Olha rapidamente para cada sujeito e, em seguida, passa para o seguinte. Três ou quatro períodos de prática, que durem aproximadamente um minuto cada, serão suficientes.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 7:


Como nos diz já no começo a lição, é bem difícil acreditar na ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje. Pois, podemos pensar, como assim "eu vejo só o passado"? Mas se dermos um espaço de silêncio a nossa mente, permitindo que a Voz por Deus assuma o processo de pensar em nós, podemos chegar à razão e compreender por que é verdade a ideia que vamos praticar.

Ela não só é a expressão da verdade a respeito de como fomos ensinados a pensar sem pensar realmente, como também permite que comecemos a questionar tudo o que mundo nos tem ensinado e ensina até hoje. Pois aquilo que pensamos ser o presente que vivemos está, na verdade, contaminado por tudo o que veio antes. 

Todos os preconceitos, todas as mentiras, todos os equívocos pensados pelos homens e pelas mulheres estão arraigados no sistema de pensamento do mundo e visam apenas a perpetuar a ideia de que somos e estamos separados do divino em nós mesmos e que vivemos separados uns dos outros e do Próprio Deus, seja lá qual for o nome que damos a Ele.

Não sabemos quais são os nossos pensamentos verdadeiros, porque o mundo não quer que pensemos. Ou, melhor dizendo, o mundo quer que pensemos que o que vemos é verdadeiro e que as coisas sempre foram, são e serão sempre como o ego quer que sejam. Assim! Que não existe vida a não ser nos corpos e que, quando os corpos se deterioram e morrem, e que aquilo que somos verdadeiramente só pode ser alcançado após a morte.

O mundo de aparências, que vemos. não existe senão como projeção daquilo que trazemos internamente, como já disse tantas vezes antes. Nossos verdadeiros pensamentos são os que temos com Deus. Pensamentos dos quais a maior parte do tempo não temos ciência. 

Vamos, pois, hoje, mais uma vez, voltar nossa atenção para as práticas da ideia para para este dia, munidos do que nos disse Tara Singh ao explorar esta mesma lição em anos passados. Vejamos de que forma ele vem em nosso auxílio para melhor praticarmos. Comecemos com a própria ideia:

"Eu vejo só o passado."

Isto deve verdadeiramente te atingir. Não leias mais. Dá espaço a ti mesmo.


Eu vejo só o passado.

À medida que lhe dás atenção começas a reconhecer a verdade disto. Descobres, por exemplo, que não podes te livrar do que pensas a respeito de uma pessoa, bem ou mal. Então, não podes vê-lo ou vê-la.

Não fiques apenas lendo. Descobre se isso é verdade. Perceberás que, se não podes te livrar de tua opinião acerca de alguém, Eu vejo só o passado é um fato.

Vamos agora um pouco mais fundo. Descobrimos que vemos só o passado, não vemos o presente de modo algum. Como podemos nos ligar ao presente se estamos sempre no passado? Nosso saber é do passado, nossas mágoas são do passado, nossa gratidão é do passado. Como podemos saber o que é gratidão, se vivemos no passado? Então há muito a se explorar, não é mesmo? Já fomos desafiados, e mal começamos a ler a lição.

Alguma vez já estiveste no presente? Pergunta a ti mesmo. Podes lembrar um instante de perigo - quando sentiste que te afogarias ou que serias picado por uma cascavel? Naquele instante estiveste no presente, não? Quando quase foste atropelado, tiveste de te mover rapidamente. Foi teu aprendizado da experiência do passado ou alguma outra habilidade que entrou em ação?

Na iminência do perigo tu apelas para uma inteligência que é independente do passado. É uma ação instantânea, mais veloz do que o pensamento, e imprevisível. Tu não sabes o que vais fazer.

Uma noite, depois do escurecer, eu estava caminhando com um amigo em Chandigarh, na Índia. Pisei numa naja. Pulei tão alto que só o capelo da naja bateu em meu calcanhar. Foi assim que fui salvo. Percebes quão rápido são teus reflexos? Tu ages! Não vais te perguntar: "Será que pisei num graveto? Isto é uma corda"?

Há também uma ação de Vida, criativa e involuntária, dentro de ti, que ajusta tua energia. Para entrar em contato com essa ação criativa, tens de trazer teu cérebro ao silêncio total. No silêncio, essa energia pode ser concentrada sempre que a orientares. Podes imaginar que alegria é ser criativo desta forma, estar inteiramente no presente? Tu ficas tão concentrado que o passado não te toca.


Eu vejo só o passado.

Tu e eu podemos descobrir isto diretamente. À medida que te tornas sério a respeito da lição, gradualmente o questionamento interno começa: "Como posso estar no passado, se estou pensando a respeito de amanhã?" Mas isso é o passado também. Foi o passado que inventou o amanhã. O fato é que, de verdade, só vês o passado. Não podes sair disso; é como areia movediça. Mesmo querendo sair dele é o passado.

Tu tens de chegar a um desejo ardente. Tens de chegar ao momento decisivo.


Eu vejo só o passado.


É particularmente difícil acreditar neste ideia a princípio. Porém, ela é a base lógica para todas as anteriores. Ela é a razão pela qual nada do que vês significa coisa alguma. 
Ela é a razão pela qual dás a todas as coisas que vês todo o significado que têm para ti.
Ela é a razão pela qual não entendes nada do que vês.
Ela é a razão pela qual teus pensamentos não significam nada, e a razão pela qual eles são como as coisas que vês.

Ver só o passado te limita. Condicionado e controlado pelo hábito, não estás vivo para presente. Não há nada de novo naquilo que fazes, hoje ou em qualquer momento de tua vida. Sentes o tormento desta condição?

Toda a ajuda do Céu te envolverá, se estiveres decidido a aplicar a lição de hoje neste dia mesmo. 


Eu só vejo o passado.


Ela é a razão pela qual tu nunca estás transtornado pelo motivo que imaginas.

Ela é a razão pela qual tu estás transtornado porque vês algo que não existe.

Podes imaginar isso? Estás transtornado porque só vês o passado. Alguma vez estás, ou está quem quer que seja, no presente? No presente, ninguém jamais faz nada.errado. Como podes castigar outra pessoa? As razões que pensas ter para ficares transtornado são razões do passado.

Seremos iguais aos animais? Os animais, com seus instintos, vivem no passado. Por que razão nós, seres humanos, queremos viver no passado, se podemos viver no presente que não é contaminado pelo passado? Não queremos andar no presente porque estamos presos a nossos gostar e desgostar, porque amamos nossos hábitos. 


É muito difícil mudar ideias antigas a respeito do tempo...

Curso diz "muito difícil". Encontrei, em minha vida, duas extensões de Deus e ambas me disseram a mesma coisa: "As pessoas raramente, se alguma vez, mudam." Por isso, a fim de mudar, temos realmente de colocar todo o nosso coração nisso.


É muito difícil mudar ideias antigas a respeito do tempo, porque tudo aquilo em que acreditas está radicado no tempo...

Se realmente víssemos que nossas crenças estão radicadas no tempo, isso nos perturbaria de forma tão profunda e nos tornaria tão infelizes que arderíamos de desejo para escapar. Como podemos ler esta lição e não chegarmos ao momento decisivo? Com nossas mentes no passado, nunca conheceremos o bem, o amor, Deus, justiça, auto-confiança, ou gratidão; nunca conheceremos o Curso.

Agora a lição nos instrui:


Olha para uma xícara, por exemplo. Tu vês uma xícara ou simplesmente revês tuas experiências passadas...  O que sabes a respeito dessa xícara exceto aquilo que aprendeste no passado? Tu não tens nenhuma ideia do que essa xícara é, a não ser pelo teu aprendizado passado. Então, tu a vês realmente?

Dá um lápis a um aborígene. É provável que ele o jogue fora! Nada no passado dele lhe diz que o lápis tem valor. Ele pode mostrar algum interesse por aquela coisa macia em uma das pontas e pela tira de metal que a prende porque nunca viu coisa parecida.

Por que nunca nos perdemos na maravilha das coisas? Por que não achamos em nós a originalidade para olhar para uma coisa no presente? Podemos permitir que a rosa nos apresente ao todo, à totalidade da criação? A rosa não está separada do sol ou do orvalho. Em um único instante ela pode nos apresentar à força vital do presente.

No presente - em um lapso de tempo infinitamente breve - quantos pássaros voam de um galho a outro? Quantos peixes se lançam daqui para lá? Quantas batidas o coração dá neste espaço de tempo? Quanta energia!

Ficamos felizes na medida da atenção que damos a alguma coisa. Eu atravesso a rua só para ver uma rosa. Vi uma rosa particularmente bela, cor de açafrão, no pé de um arbusto com muitos espinhos. Tinha um perfume delicioso.

Quão extraordinário que a terra possa produzir tal rosa. A beleza da terra se exprime nas flores. Como elas surgem? Quem poderia imaginar em transformar folhas caídas em solo para nutrir coisas vivas? É um ciclo que continua eternamente.


"Eu vejo só o passado neste sapato."
"Eu vejo só o passado naquele corpo."

Eu dou significado ao corpo em termos daquilo que sei que o corpo pode fazer. No entanto, para alguma coisa ter significado real, ela tem de pertencer à Realidade. A Realidade está além do tempo; ela não muda. Por isso todas essas coisas - o lápis, o sapato, o corpo - não têm nenhum significado.

Para estar no presente, temos de abandonar o passado. Abandonar é nossa dificuldade desde o início do tempo.   É o único problema; não há nenhum outro. Estar no presente é bem simples uma vez que reconheçamos que só vemos o passado. Mas nós o tornamos complicado. Dizemos: "Tenho de pensar a respeito"; desta forma, permanecemos no passado.

É nossa responsabilidade perceber que nós continuamos o passado, e que nós temos de pôr fim a ele. Para conhecermos nossa infinitude, precisamos desfazer o passado. Ninguém pode desfazer o passado sem a ajuda do Espírito Santo. Quando descobrimos que precisamos da ajuda d'Ele e a invocamos, a ação do Espírito Santo põe fim ao passado e ao futuro e nos traz ao presente.

Certifica-te de que tens a capacidade de receber e de prestar atenção na ajuda do Espírito Santo; do contrário, não a peças. Perderás a fé e teu pedido se tornará um ritual. Normalmente pedimos ajuda sem a capacidade de receber; nós o fazemos simplesmente como uma obrigação. Mas, sob a obrigação, continua a existir um anseio profundo que, em primeiro lugar, nos trouxe ao Curso.

Quando pedires ajuda ao Espírito Santo, fica em silêncio por um instante e vê realmente se a queres ou se estás apenas tentando te convencer. Certifica-te de que estás atento. Descobre, então, se estavas. Se não estavas, descobre que foste desonesto.

Nalgum lugar em cada um de nós há um anseio por um professor. Se reconheceres o Curso, vais percebê-lo como a resposta a tua prece. Agora, quando pedires ajuda, tens a capacidade de receber. E tu o lês de modo diferente.

Precisamos chegar à paixão para deixar para trás tudo o que está radicado no tempo, pois nada do que pertence ao tempo tem significado. Uma vez que percebas claramente a verdade disso, tu és um santo. E a terra não é a mesma com um santo sobre ela. 

E então? Que me dizem? 

Às praticas?

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