quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A única mudança necessária é a do modo de olhar


10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

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LIÇÃO 313

Deixa uma nova percepção vir a mim agora.

1. Pai, há uma visão que percebe todas as coisas puras, de forma que o medo desaparece e, no lugar onde ele estava, o amor é convidado a entrar. E o amor virá a qualquer lugar que seja chamado. Esta visão é Tua dádiva. Os olhos de Cristo olham para um mundo perdoado. Todos os pecados estão perdoados na visão d'Ele, pois Ele não vê nenhum pecado em nada daquilo para que Ele olha. Deixa que a percepção verdadeira d'Ele venha a mim agora, para que eu possa despertar do sonho de pecado e olhar para a inocência dentro de mim, que Tu manténs completamente inviolada sobre o altar a Teu Filho santo, o Ser com o qual quero me identificar.

2. Vamos olhar uns para os outros na visão de Cristo hoje. Quão belos somos! Quão santos e amorosos. Vem, irmão, e une-te a mim hoje. Quando nos unimos, nós salvamos o mundo. Pois em nossa visão ele se torna tão santo quanto a luz em nós.


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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 313

As práticas de hoje nos remetem, mais uma vez, a uma das ideias recentes que o Curso nos trouxe, a da lição 309: Não terei medo de olhar para dentro hoje. Pois é exatamente isto, voltar para dentro o nosso olhar, sem medo, que vai nos permitir perceber a eterna inocência que habita em nós, uma vez que, como o Curso ensina, ainda somos como Deus nos criou.

É também este olhar destemido e confiante que vai nos oferecer a possibilidade de uma nova percepção. Pois, se, ao olharmos para dentro, só virmos a eterna inocência, será então a partir dela que vamos olhar para o mundo. E o mundo, aí, vai ser apenas uma extensão de nossa inocência. Isto é, vamos ser capazes de olhar para ele e perceber nele, e em tudo o que há aparentemente nele, a neutralidade. 

É como diz a historinha a respeito de Baba Muktananda, um grande santo na Índia, contada por Wayne Dyer em um de seus livros. Diz-se que quando alguém perguntou a Baba Muktananda: "Baba, o que você vê quando olha para mim?" Baba respondeu: "Eu vejo a luz em você." A pessoa disse: "Como pode ser isso, Baba? Eu sou uma pessoa irritada. Sou terrível. Você deve enxergar isso tudo." Baba respondeu: "Não, eu vejo luz."

É óbvio que para se ver a luz no outro é preciso que a vejamos primeiro em nós mesmos. Isto é, é preciso que deixemos que uma nova percepção venha a nós, como pede a ideia de hoje. Para tanto, porém, há que se tomar a decisão. Há que se estabelecer a meta em sintonia com o Espírito Santo. Ou alguém ainda acredita que precisa, ou pode, fazer alguma coisa sozinho, por si só, separado de tudo e de todos? 

Aqui, podemos tentar repetir o teste a que me referi em comentários anteriores, para verificar se há necessidade ou não de mudarmos nossa percepção. Além de servir para ficarmos conscientes do quanto há que mudar, de forma a não nos deixarmos envolver pelo sistema de pensamento do ego, para chegar a uma nova percepção, o teste nos mostra em que ponto nos encontramos no estudo.

É um teste muito simples. Basta nos perguntarmos. Há alguma coisa no mundo que eu acredito que deveria ser mudada? Ou, há alguma coisa que eu queira mudar no mundo? Se, respondendo de forma mais honesta possível, entendermos que sim,  é porque ainda estamos sob a influência do ego e nos vemos separados de Deus e uns dos outros. 

Como sabemos, o Curso ensina que não há mundo. Portanto, não há nada a mudar, a não ser a percepção de nós mesmos. Isto é, nenhuma mudança, que não a do modo de olhar, é necessária. Pois, dizendo como diz Goldsmith, enquanto ainda tivermos qualquer preocupação em relação às formas, estaremos reforçando a crença na separação.

Às práticas?


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