terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Aceitar o mundo como sem significado para ser feliz


LIÇÃO 12

Estou transtornado porque vejo um mundo sem significado*.

1. A importância desta ideia está no fato de que ela contém uma correção para uma distorção básica de percepção. Tu pensas que aquilo que te transtorna é um mundo assustador, ou um mundo triste, ou um mundo violento, ou um mundo doente. Todas estas características são dadas a ele por ti. O mundo em si mesmo não tem significado.

2. Estes exercícios são feitos com os olhos abertos. Olha ao teu redor, desta vez bem devagar. Tenta regular teu ritmo de forma que a passagem lenta de teu olhar de uma coisa para outra envolva um intervalo de tempo razoavelmente constante. Não permitas que o tempo da passagem se torne marcadamente mais longo ou mais curto, mas tenta, em lugar disso, manter um andamento sereno e uniforme do início ao fim. O que vês não importa. É isso que ensinas a ti mesmo quando dás a qualquer coisa sobre a qual teu olhar pouse atenção e tempo iguais. Este é um passo inicial no aprendizado de dar valor igual a todas elas.

3. Enquanto olhas ao teu redor, dize a ti mesmo:

Penso ver um mundo amedrontador, um mundo
perigoso, um mundo hostil, um mundo triste,
um mundo perverso, um mundo louco,

e assim por diante, usando quaisquer termos descritivos que te ocorrerem. Se te ocorrerem termos que parecem mais positivos do que negativos, inclui-os. Por exemplo, podes pensar em "um mundo bom", ou em "um mundo satisfatório". Se tais termos te ocorrerem usa-os juntamente com os outros. Podes não entender ainda por que estes adjetivos "amáveis" são adequados a estes exercícios, mas lembra-te de que um "mundo bom" pressupõe um "mau" e um "mundo satisfatório" pressupõe um "insatisfatório". Todos os termos que passarem por tua mente são sujeitos adequados para os exercícios de hoje. Sua qualidade aparente não importa.

4. Certifica-te de não alterares os intervalos de tempo entre as aplicações da ideia de hoje àquilo que pensas ser agradável e àquilo que pensas ser desagradável. Para os propósitos destes exercícios, não há nenhuma diferença entre eles. No final do período de prática, acrescenta:

Mas estou transtornado porque vejo um mundo sem significado.

5. Aquilo que não tem significado não é bom nem mau. Por que, então, um mundo sem significado deveria te transtornar? Se pudesses aceitar o mundo como sem significado e permitir que a verdade fosse escrita sobre ele para ti, isso te faria indescritivelmente feliz. Mas, em razão de ele ser sem significado, és impelido a escrever nele aquilo que queres que ele seja. É isto o que vês nele. É isto que não tem significado na verdade. Por baixo de tuas palavras está escrita a Palavra de Deus. A verdade te transtorna agora, mas quando tuas palavras forem apagadas, verás as d'Ele. Este é o propósito fundamental destes exercícios.

6. Três ou quatro vezes são suficientes para a prática da ideia para hoje. Os períodos de prática também não devem exceder um minuto. Podes achar até mesmo isso longo demais. Interrompe os exercícios sempre que experimentares uma sensação de inquietude.

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*NOTA DE TRADUÇÃO: Continua valendo a observação feita ontem a respeito da expressão sem significado como equivalente a sem sentido para traduzir a palavra original: meaningless.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 12

A ideia que vamos praticar hoje oferece, mais uma vez, como cada uma das lições, a possibilidade de uma mudança radical em nosso modo de ver o mundo. É necessário que o aceitemos como algo sem significado se quisermos, de fato, viver a alegria e a paz completas, conforme e a Vontade de Deus para nós. Se quisermos, de fato viver aquilo que o Curso chama de "o sonho feliz".  Vamos explorar a ideia de hoje um pouco mais juntos?


"Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significado."

Se voltarmos a uma das lições recentes anteriores - a quinta -, vamos nos lembrar de que praticamos esta mesma ideia dita de modo um pouco diferente: Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.

E vejam que logo no primeiro parágrafo da lição de hoje está o que se pode chamar de "a essência" da verdade que ela nos oferece.

Vejamos:

A importância desta ideia está no fato de que ela contém 
uma correção para uma distorção básica de percepção.

Já vimos algumas vezes antes que aquilo que vemos e percebemos a partir dos sentidos, da visão do corpo, não tem significado algum, porque a visão a partir da percepção nos engana quase que invariavelmente. Nada do que vemos é o que parece ser, por mais estranha que esta afirmação nos possa parecer. Nada do que pensamos significa nada. Bulhufas. Nadinha mesmo. E por quê? Porque os pensamentos que temos não são nossos pensamentos verdadeiros, que são apenas aqueles que pensamos com Deus. São os pensamentos que não estão atrelados à percepção e nem dependem dela.

Então, o que há para se fazer - que é o que o Curso nos propõe - a cada lição é praticar a mudança de percepção. É para isso que o Curso nos oferece o livro de exercícios. Para começarmos, de fato, a buscar um modo diferente de ver.

A continuação do primeiro parágrafo diz:


Tu pensas que aquilo que te transtorna é um mundo assustador, 
ou um mundo triste, ou um mundo violento, ou um mundo doente.

Não é assim mesmo que pensamos? Ora o mundo nos assusta, ora as pessoas nos assustam. Ora os acontecimentos nos assustam, ora as coisas do mundo parecem nos ameaçar de tal modo que nos sentimos prisioneiros. Ora o que vemos nos enche de tristeza, ora de pavor. Não conseguimos compreender a loucura ou a doença do mundo. Será que algum dia, nalgum momento, conseguiremos perceber, de fato, que o que vemos no mundo é apenas a projeção de nossos pensamentos sem significado? E que a única coisa que há que ser mudada são exatamente esses pensamentos?

E mais:


Todas estas características são dadas a ele por ti. 
O mundo em si mesmo não tem significado.

Isso mesmo! Para corrigir este equívoco de nossa percepção, é mesmo necessário que reconheçamos que o que nos assusta, amedronta ou entristece é aquilo que fazemos com o mundo, do mundo. Pois só nós podemos lhe dar os atributos que vemos nele.

O que acontece então? Quando reconhecemos e aceitamos o fato de que as qualidades e defeitos do mundo, das pessoas, das coisas e dos acontecimentos não estão neles, mas em nós mesmos tão somente?

Começamos a vislumbrar uma luz. O que nos transtorna é ver um mundo sem significado, em lugar de ver, como desejaríamos, um mundo bom, ou mundo mau, um mundo assim ou um mundo assado. Por quê?

A lição explica:


Aquilo que não tem significado não é bom nem mau. Por que, então, um mundo sem significado deveria te transtornar? Se pudesses aceitar o mundo como sem significado e permitir que a verdade fosse escrita sobre ele para ti, isso te faria indescritivelmente feliz. Mas, em razão de ele ser sem significado, és impelido a escrever nele aquilo que queres que ele seja. É isto o que vês nele. É isto que não tem significado na verdade. Por baixo de tuas palavras está escrita a Palavra de Deus. A verdade te transtorna agora, mas quando tuas palavras forem apagadas, verás as d'Ele. Este é o propósito fundamental destes exercícios. 

Como já vimos apenas nós - cada um de nós a seu modo - somos responsáveis pelo mundo que vemos, não apenas por aquilo que se passa debaixo de nossos olhos, nas imediações e vizinhanças dos lugares aonde nos encontramos, mas por tudo aquilo que nos chega à consciência a respeito do que acontece no mundo inteiro. No universo inteiro.

É para reconhecer e aceitar esta responsabilidade, para nos voltarmos para o interior de nós mesmos e, a partir daí, estendermos a Vontade de Deus, de alegria completa e de paz perfeita para todos nós, que praticamos. 

Às práticas?

2 comentários:

  1. Atençáo!

    Veja aí, Eliane, vejamos todos o que o Curso nos diz a respeito do que nos assusta no mundo.

    Tudo é criação ou equívoco nosso. Só nós mesmos damos significado às informações que nos chegam. E é a partir do significado que damos que reagimos, que definimos o tipo de ação que queremos tomar em relação ao que vemos acontecer [poderíamos dizer com mais propriedade, em relação ao que escolhemos que aconteça] em nossas vidas.

    Assim, como eu já havia dito antes. Nada no mundo faz sentido, a se acreditar no que o Curso afirma, a se experimentar o mundo a partir do ensinamento do Curso.

    À medida que permitimos que se dê em nós a transformação, a mudança, da percepção e aceitamos que não há nada no mundo que de fato queiramos, porque a transitoriedade de mundo e das coisas do mundo não satisfaz nosso desejo, nosso anseio, pelo eterno, somos capazes de compreender que, como o Curso diz em outro ponto, em geral, não reagimos aos fatos, mas à interpretação que fazemos dos fatos. Isto é, ao significado que damos a isto ou aquilo que acontece.

    É preciso que voltemos nossa atenção, sempre que possível, à segunda lei espiritual que se ensina na Índia: "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido".

    Em toda e qualquer circunstância!

    Boas práticas.

    Paz e bem!

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