quarta-feira, 6 de novembro de 2024

O verdadeiro "Eu": uma experiência de descoberta

 

10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

*

LIÇÃO 311

Julgo todas as coisas como quero que sejam.

1. O julgamento foi feito para ser uma arma contra a verdade. Ele separa aquilo contra o qual está sendo usado e o isola como se fosse uma coisa separada. E, em seguida, faz dela aquilo que queres que seja. Ele julga aquilo que não pode compreender, porque não pode ver a totalidade e, por isso, julga de forma falsa. Não vamos usá-lo hoje, mas fazer dele uma dádiva. Àquele Que tem um uso diferente para ele. Ele nos aliviará da agonia de todos os julgamentos que fazemos de nós mesmos e restabelecerá a paz de espírito, dando-nos o Juízo de Deus acerca de Seu Filho.

2. Pai, esperamos com a mente aberta, hoje, ouvir Teu Juízo acerca do Filho que Tu amas. Não o conhecemos e não podemos julgá-lo. E, assim, deixamos que Teu Amor decida o que ele, a quem Tu criaste como Teu Filho, tem de ser.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 311

Caras, caros

Eis-nos, mais uma vez, às voltas com um novo tema especial que o Curso oferece para orientar e dar unidade às práticas dos próximos dez dias, das próximas dez lições, inclusive a de hoje: O que é o Juízo Final? 

Como já se disse antes, e não poucas vezes, utilizados corretamente, de acordo com as instruções recebidas inicialmente, tanto o texto desta instrução - ao qual devemos voltar diariamente, nestes próximos dez dias -, quanto as ideias das lições que vamos praticar podem nos ajudar a abandonar por completo o julgamento. [E como tenho feito há já alguns anos, para facilitar, vou postar de novo a cada dia o texto da instrução para mais esta série.] 

Abandonar o julgamento significa abandonar tanto aquele julgamento que fazemos de nós mesmos e de nós mesmas quanto o que fazemos do(s) outro(s), das outras pessoas e coisas do mundo, animadas ou inanimadas. Apesar de já sabermos há muito, intuitiva e inconscientemente, aquilo que o Curso ensina. Isto é, que todo o julgamento que fazemos é sempre e tão somente, em qualquer circunstância, o julgamento de nós mesmos e de nós mesmas, ainda que ao fazê-lo costumemos nos referir a outro, outra, ou outros e outras. Por quê? Porque, como o Curso ensina não há nada fora.

Isto, o julgamento, é o primeiro obstáculo à paz, conforme o Curso descreve no capítulo dezenove do texto. Quer dizer, quando nos deixamos enganar pelo sistema de pensamento do ego, não somos capazes de experimentar a paz, a não ser por breves momentos, o que revela nosso desejo - no ego, ou do ego - de ficarmos livres da paz. 

É, como diz o texto, o pequeno resquício de ataque, que queremos preservar e manter, contra o irmão que vem a ser o obstáculo à paz, pois não podemos atacar o irmão sem atacarmos a nós mesmos e a nós mesmas. O ataque, por consequência, nos tira a paz e revela nossa crença na separação, que, por sua vez, nos mantém presos e presas à ilusão de que podemos existir separados e separadas de Deus e uns e umas dos outros e das outras.

Mais uma vez, precisamos voltar ao que nos diz o texto, quando nos alerta para a necessidade de que estejamos dispostos e dispostas a questionar todos os valores que mantemos, se quisermos aprender este Curso. Isto é, nada daquilo que acreditamos pode deixar de ser questionado e trazido à verdade. Nenhuma de nossas crenças e valores pode ser mantida oculta sem colocar em risco o nosso aprendizado. Pois, "nenhuma crença é neutra", Cada uma delas tem o poder de ditar as decisões que tomamos, uma vez que uma decisão é uma conclusão que se baseia em todas as coisas em que acreditamos. 

Daí a necessidade de que pratiquemos a ideia de hoje, à luz do tema central, para limpar a crença equivocada que fomos ensinados a manter, segundo a qual o Juízo Final seria um momento em que seríamos julgados, julgadas, condenados e condenadas, se ímpios ou ímpias, a arder no fogo do inferno por toda a eternidade, separados e separadas em definitivo dos bons e puros e das boas e puras, que iriam viver para sempre no Paraíso.

Não é mais agradável e confortador saber, pois, que o Juízo Final não nos trará senão o conhecimento de que Deus ainda nos vê como o Filho santo, inocente e amoroso que Ele sempre amou, ama e amará por toda a eternidade? Um Filho que é puro, ilimitado e imutável tanto quanto seu Pai.

Podemos então nos perguntar novamente, como fizemos antes: quantas vezes nos culpamos por alguma atitude que consideramos equivocada e que acreditamos que pudesse ter ferido alguém ou provocado dor e mágoa? E quantas vezes, para nossa surpresa, a pessoa que julgamos ter prejudicado, ferido ou magoado veio nos agradecer pela palavra ou pelo gesto, que lhe permitiu ver a questão de outra perspectiva? Que lhe permitiu aprender, crescer e mudar?

A humildade de reconhecer que não sabemos nada é essencial para nossa aproximação do Curso, e para o aprendizado do que ele quer nos ensinar. O próprio Curso vai nos aconselhar alguma vez a abandonar tudo o que pensamos, tudo o que aprendemos, tudo o que pensamos saber, e até mesmo a abandonar o próprio ensinamento que ele oferece, para nos aproximarmos da luz, do Ser que somos, na verdade, de mãos, mentes e corações vazios. A luz radiante do espírito, que é o que somos, e que é o que Deus também é, e que é o que Ele reserva para cada um de nós no mais íntimo de nós mesmos e para cada uma de nós no mais íntimo de nós mesmas.

O Juízo Final, o Curso afirma em outro ponto, não é o fim do mundo, mas sua transformação em Céu. O que significa dizer, sim, o fim do mundo, mas o fim do mundo como o conhecemos agora, a partir da percepção equivocada e limitada do falso eu - do ego. O Juízo Final, para o Curso, será, talvez, em meu modo de entender, a liberação das culpas e dos medos, do apego e das carências, de todas as limitações que nós mesmos e nós mesmas nos impomos, ao nos acreditarmos separados e separadas de Deus. O reconhecimento, enfim, de que temos tudo e tudo podemos em Deus, com Ele, na Unidade com o que somos.

Isto, portanto, esclarece a necessidade e a utilidade das práticas da ideia de hoje. Uma ideia que vai ajudar a trazer à consciência o fato de que tudo o que vemos só pode deixar de ser neutro quando lhe dermos algum valor. Isto é, as coisas que vemos são forçosamente o que queremos que sejam. Sim, as coisas que vemos são apenas aquilo que queremos ver. Não há como ser diferente. A não ser que mudemos nosso modo de pensar a respeito delas. 

Para auxiliar também em nossa reflexão, trazendo, talvez, uma forma diferente de dizer as mesmas coisas que o Curso ensina, dou-lhes novamente um vídeo de Alan Watts, que trata de nos dar a conhecer o verdadeiro "eu" de nós todos e de todas nós. E que é também o objetivo deste Curso. Vejam no link aí abaixo, por favor:

https://youtu.be/WbIc1UdH8rs

Às práticas?

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