quinta-feira, 5 de setembro de 2024

O que nos pode faltar é apenas aquilo que não damos

 

3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

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LIÇÃO 249

O perdão põe fim a todo sofrimento e a toda perda.

1. O perdão pinta um quadro de um mundo no qual o sofrimento acabou, a perda passou a ser impossível e a raiva não faz nenhum sentido. O ataque acabou e a loucura tem um fim. Que sofrimento é concebível agora? Que perda pode ser mantida? O mundo se torna um lugar de alegria, de abundância, caridade e doação infinita. Agora ele é tão parecido ao Céu que rapidamente se transforma na luz que reflete. E, deste modo, a jornada que o Filho de Deus começou termina na luz da qual ele veio.

2. Pai, queremos devolver nossas mentes a Ti. Nós as traímos, mantendo-as em um laço apertado de amargura e as amedrontamos com pensamentos de violência e de morte. Agora queremos descansar em Ti mais uma vez, assim como Tu nos criaste.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 249

Caras, caros,

Lembremo-nos mais uma vez da lição que praticamos há pouco e que nos dava a condição de cegos e cegas. Sem o perdão. No comentário feito a ela, chamei a atenção para o tema que é central e recorrente em todas as lições, assim como é o ponto central e vital do ensinamento de Jesus, de acordo com as informações que chegaram até nós, em nosso tempo. Quer lá, há mais de dois mil anos, quer cá no momento presente, por via do Curso, este ponto central é o perdão. E isto que vamos exercitar mais uma vez hoje.

Perdoa e verás tudo de modo diferente. É a partir de uma lição anterior, também já lembrada antes, que podemos, mais uma vez, enriquecer as práticas da ideia de hoje.

A lição deste dia traz consigo uma oração que podemos usar para, com ela, manifestar o desejo de devolver nossas mentes a Deus, já que não sabemos o que fazer com elas e as usamos de forma equivocada para criar experiências de dor, de sofrimento, de violência e de morte, em função de as usarmos para o julgamento de nós mesmos, de nós mesmas e de tudo no mundo.

Ora, como eu já disse outras vezes, um dos aspectos mais importantes das práticas diárias é elas permitirem que exercitemos a compaixão para com nós mesmos, para com nós mesmas, para com tudo, e todos e todas, e para com o mundo inteiro. De acordo com o que diz Thomas Keating, no livro Invitation to Love [Convite ao Amor], "muitas pessoas chegam à auto-consciência de si mesmas com baixa auto-estima e [por isso] sofrem de vários níveis de ódio a si mesmas". Por terem feito isto, ou por terem deixado de fazer isto. Por não terem feito aquilo, ou por terem feito aquilo, e assim por diante.

Para ele, "este estado de espírito é orgulho invertido. Em lugar de buscarem auto-glorificação, essas pessoas se degradam porque não se sentem à altura da imagem de perfeição idealizada que sua auto-imagem exige. Quando deixam de atender a esse padrão impossível, o orgulho, não Deus, diz: 'Tu não vales nada!' Então, elas sentem vergonha por não estarem à altura de suas próprias expectativas elevadas que sua educação, cultura, ou impulso para super-conquistas criaram".

A ideia para as práticas de hoje vem exatamente atender a esta necessidade: a de que olhemos com mais compaixão, não só para os que vivem perto de nós e para o mundo todo, mas igual e particularmente para nós mesmos e nós mesmas. Perdoando-nos por todo e qualquer equívoco. Vendo o equívoco, seja ele qual for, apenas como um passo em nossa jornada, vamos poder abandonar a ideia do sofrimento como um "mal necessário" e vamos aprender que não há perda e que não há falta. Isto é, conforme o Curso ensina, tudo aquilo que nos falta é apenas aquilo que não estamos dando.

Às práticas?

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