sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Alguém saberá dizer quanto tempo dura um instante?

 

10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

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LIÇÃO 314

Busco um futuro diferente do passado.

1. Da nova percepção do mundo vem um futuro muito diferente do passado. Agora o futuro é reconhecido como extensão do presente apenas. Os erros do passado não podem lançar sombras sobre ele, uma vez que o medo perde seus ídolos e imagens e, por não ter forma, não tem nenhum efeito. Agora, a morte não reivindicará o futuro, pois no presente sua meta é a vida e se provê com alegria todos os meios necessários. Quem pode se lamentar ou sofrer se o presente está livre e estende sua segurança e sua paz a um futuro sereno e repleto de alegria?

2. Pai, estávamos equivocados no passado e escolhemos o presente para ficar livres. Agora deixamos de fato o futuro em Tuas Mãos, deixando para trás nossos erros passados e certos de que Tu cumprirás Tuas promessas presentes e guiarás o futuro na luz sagrada delas.


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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 314

Caras, caros,

Repetindo uma das frases de um dos livros de Wayne Dyer que li há já algum tempo, mas ao qual sempre vale a pena voltar de vez em quando:

Muda o modo de olhares para as coisas e as coisas para as quais olhas mudam.

Esta mesma ideia, dita de outro modo, é a ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje. Que também tem a ver com as práticas de ontem. E que é, ao mesmo tempo, uma ideia a respeito da qual todas, todos, ou quase todas e todos nós, já pensamos à exaustão, conforme já comentei aqui. Cheguei até a perguntar se estaria enganado ao dizer isso. Será que só eu pensei a respeito do tempo? Será que só eu penso a respeito desta questão?

É claro que sei que não. Pois desde que temos notícia de quaisquer seres pensantes, ouvimos dizer que a questão do tempo sempre ocupou espaço de destaque nos pensamentos dos várias pensadoras e de vários pensadores que viveram antes de nós neste mundo. Aliás, o tempo é ainda uma das questões de que se ocupam muitas das pensadoras e muitos dos pensadores deste mesmo tempo em que vivemos.

E o pior - ou melhor ? - de tudo: ninguém ainda, no mundo, nos deu uma resposta satisfatória. Uma resposta que deixe claro de uma vez por todas que o tempo não existe, pelo menos não na forma que pensamos nele, não na forma de que nos valemos dele, ou nos deixamos aprisionar por ele. Se a deu, preferimos não ouvi-la, e apegar-nos às nossas crenças que dizem que o tempo passa, que o tempo cura, que o tempo é o melhor remédio.

Uma música da banda Legião Urbana, cantada por Renato Russo, diz que "temos todo o tempo do mundo", mas muitas e muitas de nós não acreditam nisso, não é mesmo? Fala-se cada vez mais hoje em dia a respeito de uma aceleração do tempo. Aceleração que dá a muitos a sensação de que tudo está passando mais depressa. Muito mais depressa. E até já ouvi dizer que as ditas vinte-e-quatro horas que o dia tem convencionalmente se reduziram a apenas dezesseis. Será? 

Como pode ser isto, se não há como medir o tempo. A quantidade de tempo que cada um e cada um de nós dispõe, desde que o mundo é mundo é a mesma para todas, para todos. Ou ainda como diz Renato Russo em outra canção: "temos nosso próprio tempo". A medida dele em horas, minutos e segundos, é apenas uma convenção. Uma das invenções humanas, para fingir que há como controlar a ilusão de alguma forma.

Será que alguém que viva sua vida presente, consciente de que tudo o que acontece só acontece agora, neste instante, tem esta mesma percepção do tempo? Será que é possível, fora da ilusão de tempo em que pensamos viver, marcar a quantidade de horas que dura um dia? Quem de nós já não teve dias que pareceram durar anos e anos que passaram tão depressa que parecem ter sido vividos ontem? Ou, como já vimos o Curso perguntar, alguém saberá responder quanto tempo dura um instante? E já não experimentamos também instantes que nos pareceram ter durado uma eternidade?

O Curso ensina que o único tempo que existe é o presente. O agora. Isto é, o tempo em que nos encontramos quando estamos inteiras e inteiros no lugar em que estamos, qualquer que seja ele, qualquer que seja o momento, ocupando-nos do que quer que estejamos fazendo. Seja o que for. É por isto que todas as discussões a respeito do tempo não levam a nada. Pois quanto mais nos ocupamos de definir o tempo, dividindo-o em passado, presente e futuro, tanto mais ele nos escapa. 

E muitas vezes nos lamentamos por não termos feito determinada coisa em uma tal situação. Ou por a termos feito noutra. Buscamos ficar mais atentas e atentos para não repetir um mesmo erro no futuro. Planejamos o que vamos fazer quando uma situação semelhante se apresentar. Ou seja, em geral, como o Curso ensina, passamos do passado diretamente para o futuro, sem perceber aonde estamos, sem estar, de fato, no único lugar e tempo em que, de verdade, podemos estar.

É por esta razão que as práticas de hoje são importantes. Oxalá elas nos permitam liberar o futuro e esquecer o passado, deixando-o junto de todas as ilusões que trouxe. Perdoado! É só isso que pode nos oferecer a perspectiva de que o futuro não seja mais como o passado, que ele se apresente pleno de potencialidades e possibilidades a serem realizadas no presente. Pois só deste modo poderemos aproveitar o tempo de forma plena. E antes de eu os deixar com o convite para as práticas, ofereço-lhes um poema, de um poeta amigo, ou um amigo poeta, com sua forma de pensar o tempo. O poema se intitula Tango e está num livro de poemas intitulado "Tesoura Cega". Vejam aí, por favor, e reflitam com as práticas. 

Tango 

Carlos Machado 

Bem que eu desconfiava:
o passo do tempo
não é constante
nem fiel ao
milho seco do relógio
- ração ofertada,
de grão em grão, a um
pássaro invisível. 

Serpente elástica,
o tempo se expande
e contrai como
corda de trapézio
circense
e arrasta o espaço
num laço dodecafônico. 

Para Einstein
ao tempo se permite
uma dança,
e o espaço vai
passo a passo com ele. 

Os dois parceiros,
num tango
cósmico, vibram
no desconcerto desse
trapézio-violino,
que os maestros nunca
saberão se está
dentro ou fora do tom.

Às práticas?

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