domingo, 10 de setembro de 2023

É só quem, de verdade, quer ver que pode ver a luz

 

4. O que é o pecado?

1. Pecado é insanidade. Ele é o meio pelo qual a mente é levada à loucura e busca deixar que ilusões tomem o lugar da verdade. E, por estar louca, a mente vê ilusões aonde a verdade deveria estar e aonde ele verdadeiramente está. O pecado deu olhos ao corpo, pois o que há para os inocentes quererem ver? Que necessidade eles têm da visão, da audição e do tato? O que querem ouvir ou tentar compreender? De qualquer modo, o que perceberiam? Perceber não é conhecer. E a verdade só pode se satisfazer com o conhecimento e nada mais.

2. O corpo é o instrumento que a mente criou, em seus esforços para se enganar. A finalidade dele é lutar. Mas a meta da luta pode mudar. E, em função disso, o corpo serve para lutar por um objetivo diferente. O que ele busca agora é escolhido pelo objetivo que a mente aceita como substituto para a meta do auto-engano. A verdade, tanto quanto as mentiras, pode ser sua meta. Neste caso, os sentidos, de preferência, buscarão testemunhas para aquilo que é verdadeiro.

3. O pecado é o lar de todas as ilusões, que representam apenas coisas imaginárias, resultantes de pensamentos que não são verdadeiros. Eles são a "prova" de que aquilo que não tem nenhuma realidade é verdadeiro. O pecado prova que o Filho de Deus é mau, que a intemporalidade tem de ter um fim, que a vida eterna tem de morrer. E que o Próprio Deus perdeu o Filho que Ele ama, ficando apenas com a corrupção para completar a Si Mesmo, com Sua Vontade derrotada pela morte para sempre, com o amor morto pelo ódio e com a paz a não existir mais.

4. Os sonhos de um louco são amedrontadores e o pecado parece, de fato, aterrorizar. E, no entanto, aquilo que o pecado percebe é apenas uma brincadeira infantil. O Filho de Deus pode fingir que se tornou um corpo, presa do mal e da culpa, com nada mais do que uma vida curta que termina com a morte. Mas seu Pai reluz sobre ele o tempo todo e o ama com um Amor infinito, que suas simulações não podem mudar em absoluto.

5. Até quando, ó Filho de Deus, sustentarás a brincadeira do pecado? Não é melhor abandonar estes brinquedos infantis de pontas afiadas? Em quanto tempo estarás pronto para voltar a casa? Hoje, talvez? Não existe nenhum pecado. A criação é imutável. Ainda queres adiar a volta ao Céu? Até quando, ó Filho de Deus, até quando?

*

LIÇÃO 253

Meu Ser é o soberano do universo.

1. É impossível que qualquer coisa não solicitada por mim mesmo venha a mim. Mesmo neste mundo, sou eu que governo meu destino. Aquilo que eu desejo é o que acontece. O que não acontece é aquilo que eu não quero que aconteça. Tenho de aceitar isto. Pois deste modo sou levado, para além deste mundo, até minhas criações, filhas de minha vontade, no Céu, onde meu Ser sagrado habita com elas e com Aquele Que me criou.

2. Tu és o Ser a Quem criaste Filho, que cria como Tu Mesmo e que é Um Contigo. Meu Ser, que rege o universo, é apenas Tua Vontade em união perfeita com minha própria vontade, que só pode oferecer a aceitação alegre da Tua, para que ela possa se estender para Si Mesma.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 253

Caras, caros,

Vamos repetir ainda uma vez o comentário feito a esta lição em anos anteriores? Podemos?

Acho que vale a pena. O que acham?

Um texto extraído do ensinamento milenar conhecido como Upanishad, talvez seja suficiente para trazer mais luz à ideia que praticamos hoje, e que nos revela o mistério do Eu Sou o Que Sou. É do Taittiriya Upanishad e diz o seguinte:

Maravilha! Maravilha! Maravilha!
Sou alimento! Sou alimento! Sou alimento!
Eu me alimento! Eu me alimento! Eu me alimento!

Meu nome não morrerá, não morrerá, não morrerá!

Fui o primeiro a nascer no primeiro dos mundos,
Antes mesmo dos deuses, do ventre da eternidade!
Quem me doa a outrem é quem mais me possui!
Eu, que sou alimento, alimento-me de quem de mim se alimenta!
O mundo a mim pertence!

Aquele que sabe disso brilha como o sol.

Assim é o mistério!.

Não lhes parece que isso esclarece também a fala atribuída a Jesus, segundo o Evangelho de João: "Antes de Abraão, eu sou"!

Às práticas?

ADENDO:

Não lhes parece que fica cada vez mais perto da obviedade a ideia de que somos apenas pensamentos, ideias, assim como Deus, conforme o Curso afirma.

À luz do ensinamento, no livro texto, nos textos que apresentam as lições, no manual dos professores, ou na parte de esclarecimento de termos, em qualquer lugar que abramos o livro, a luz se apresenta para quem quer que seja que queira, de fato, ver.

Também neste texto reapresentado como comentário à lição de hoje. 

É claro, para quem quer ver, de fato, friso, que o mundo não existe. Não da forma como pensamos nele. Não da forma como o sistema de pensamento do ego quer que o vejamos. Não da forma como pensamos vê-lo.

O mundo só pode existir a partir do momento que damos existência a ele, a partir do instante em que nos pensamos seres existentes, muito embora apenas como ideias. Enquanto não tomamos ciência de que existimos apesar do corpo, da forma, o mundo não existe. Nem nada nem ninguém do que ele contém. Nada nasce enquanto não nascemos. E só depois de nascermos é que as coisas podem começar a nascer. E tudo continua a nascer, novo de novo, enquanto formos capazes de abrir os olhos pela manhã a cada dia.

Que tal refletirmos a este respeito, enquanto ainda pensamos viver no tempo, no mundo?

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