quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Haverá alguma coisa para se desejar, além de Deus?

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

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LIÇÃO 287

Tu és minha meta, meu Pai. Só Tu.

1. Para onde eu iria, a não ser para o Céu? O que poderia ser um substituto para a felicidade? Que dádiva eu poderia preferir à paz de Deus? Que tesouro eu buscaria, e acharia, e conservaria, que se pudesse comparar a minha Identidade? E será que eu preferiria viver com medo a viver com amor?

2. Tu és minha meta, meu Pai. O que, a não ser Tu, eu poderia desejar ter? Por que caminho, senão aquele que conduz a Ti, posso desejar andar? E o que, exceto e a lembrança de Ti, pode significar o fim dos sonhos e dos substitutos inúteis para a verdade? Tu és minha única meta. Teu Filho quer ser tal qual Tu o criaste. De que outra maneira a não ser esta eu poderia esperar reconhecer meu Ser e estar em harmonia com minha Identidade?


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 287

Repetindo de forma quase que integral o comentário feito em anos anteriores para esta lição, volto a lhes dizer que a ideia que vamos novamente praticar hoje, visa a nos lembrar da meta do ensinamento que o Curso nos propõe, qual seja: o autoconhecimento. Pois como o próprio texto afirma, a parte não é diferente do todo. Isto é, a parte é apenas uma das infinitas possibilidades de expressão do todo. E para se conhecer o todo basta que se conheça por inteiro uma de suas partes apenas, qualquer uma delas. 

Isto é o mesmo que dizer que, no momento em que nos conhecermos por completo, conheceremos Deus. O todo de tudo. Teremos, então, alcançado a meta da verdade, a meta que nos propusemos alcançar, quando aceitamos caminhar na direção que o Curso nos orienta.

Para reforçar o que eu disse inúmeras vezes às pessoas que participaram nalgum momento dos grupos de estudos do Curso de que participei também, precisamos voltar nossa atenção para o que nos diz o texto, quando fala a respeito de estabelecer a meta. Vejam lá, no capítulo 17, os subcapítulos VI, VII e VIII. É preciso que tenhamos bem claro o que queremos aprender de determinada situação. É preciso que saibamos de antemão para que vai nos servir determinada experiência. Se não o soubermos, não valerá a pena vivê-la. Ela não servirá de nada.

E como se faz isto? Estabelecendo a meta de alinhar nosso propósito ao do Espírito Santo em nós. Para tanto, há que se tomar a decisão de vivermos nossa vida apenas para alcançar a verdade. Deus, em última instância. É só a partir desta decisão que toda e qualquer outra situação que escolhamos experimentar pode fazer sentido em nossa vida. E, se escolhemos perceber e alcançar a verdade com qualquer situação, ou a partir de toda e qualquer experiência, então é claro que tudo vai passar a fazer sentido. Todas as coisas, pessoas e situações hão de servir para nos levar na direção da meta que estabelecemos para nós mesmos/as.

Pensemos, mais uma vez por um instante só. Se para Deus não pode existir tempo, nem espaço, nem nenhum lugar específico, diferente de outro qualquer, então, tudo o que existe para Ele é o presente. Aqui e agora. Um presente, que não é um instante que se prolonga indefinidamente até o que chamamos eternidade. Mas um presente que se renova e que se abre a todas as possibilidades a todo momento. Um presente que nada mais é do que a Criação a cada instante. Um presente no qual tudo permanece exatamente como é, como sempre foi e como sempre será, porque imutável. Independente de quaisquer experiências que se apresentem à forma, aos nossos sentidos. Todas elas foram, no passado, são e serão apenas experiências que não afetam o que somos, nem o que Deus é, de forma alguma.

Por isso, como fiz também em anos passados, vale perguntar mais uma vez: será que algum ou alguma de nós acredita que há alguma outra coisa para se conhecer ou desejar além de Deus? Existirá alguma outra meta além d'Ele? Na verdade, é preciso que pensemos muito seriamente a respeito do que queremos, pois qualquer coisa que nos afaste do estado natural de alegria e de paz completas, não pode ser senão um desejo ligado à ilusão. Um desejo que reforça a crença em uma separação que não existe.

Reconhecer que nossa meta é chegar a Deus, e conhecê-Lo, é reconhecer, aceitar e tomar a decisão pela busca do autoconhecimento como o modo de conhecer Deus. É reconhecer também que não existem outras metas a que possamos dar valor. É também reconhecer que, uma vez estabelecida e aceita, esta meta nos oferece tudo aquilo de que precisamos. Pois é ela que nos permite compreender e aceitar que ainda somos como Deus nos criou e que, por mais que as aparências tentem nos levar a pensar que estamos em outro lugar, ainda estamos no Céu, de onde nunca saímos, onde sempre estaremos. 


Pois, como o Curso ensina também, o Céu não é um lugar, mas um estado de espírito que podemos alcançar sempre que estamos com toda a nossa atenção voltada para nós mesmos/as, no que fazemos e nos que está acontecendo a nossa volta. Pode-se pois dizer que o Céu é aqui e agora. Só nos afastamos dele quando nos dissociamos de nós mesmos/as, voltando nossa atenção e pensamentos para o passado ou para o futuro, que, como sabemos, não existem.

Por fim, repetindo o que disse também em anos anteriores, é sempre bom nos lembrarmos de que, como já citei outras vezes, de acordo com Mikhail Naimy, n'O Livro de Mirdad



Deus não vos dotou de nenhuma fração de Si - pois Ele é indivisível; mas de toda a sua divindade, indivisível, impronunciável, Ele vos dotou a todos. A que maior herança podeis aspirar? E quem ou o que vos impede de vos apossardes dela senão a vossa própria timidez e cegueira?

Às práticas?

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