quinta-feira, 21 de junho de 2018

Na medida em que a percepção muda o mundo muda


LIÇÃO 172

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (153) Minha segurança está em ser sem defesas.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (154) Eu estou entre os ministros de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 172

"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Revisamos hoje mais duas ideias das práticas recentes, envolvendo-as na frase: Deus é só Amor e, por isto, eu também, que, de certa forma, espelha também o significado das outras que são: Minha segurança está em ser sem defesas e Eu estou entre os ministros de Deus.

Como já devemos saber, estas duas ideias são da maior importância para a nova fase de compreensão que nos espera. A nova fase da qual o Curso fala na introdução a este período. Uma fase a que podemos chamar de fase da percepção curada, ou fase da percepção correta, baseada na forma de olhar do Espírito Santo em nós.

Vamos, pois, nos valer, de novo, de mais um exemplo do livro A Arte de Curar pelo Espírito, de Joel Goldsmith, que trata também de nos ensinar o modo de curar nossa percepção, contaminada pelo sistema de pensamento do mundo, ou do ego, por se basear na crença em que estamos todos separados de Deus.

Para ele, o tratamento espiritual, ou a cura espiritual, que também é a cura que o ensinamento do Curso quer que aprendamos, para a nossa salvação e a salvação do mundo inteiro, não envolve nada mais do que a cura de nossa própria percepção. Isto é, o curador tem apenas de curar sua percepção individual para perceber claramente que nada do que está aparentemente "errado" em seu mundo existe de fato. 

Ao praticar para a cura da própria percepção, o curador aprende que: na mesma medida em que sua percepção muda, o mundo também muda, o que é sinal mais claro que podemos ter de que o mundo, da forma com que o vemos, só existe a partir do que pensamos dele. E que existem tantos mundos quantas são as pessoas que pensam em um mundo. Ora, é claro que um número infinito de mundos é inconciliável com qualquer desejo que qualquer um tenha de afirmar que apenas o seu mundo é verdadeiro.

Tanto Goldsmith, quanto o Curso, com o conceito de Expiação - ou o desfazer do erro -, ou o ho'oponopono percebem que, se a necessidade de cura ou o pedido de cura se apresentou à consciência do curador, do doente, ou de qualquer pessoa que seja, tudo o que se pode fazer é buscar limpar aquela parte da consciência, da mente, que inventou ou deu realidade ao engano, acreditando estar separada de Deus. Assim, é Goldsmith que diz:

Se não te dirigires a Deus por uma razão única - unicamente por causa de Deus - então admites a existência de dois poderes, o Bem e o Mal, e esperas que Deus, o grande Poder benéfico, empreenda algo contra o outro Poder, o maléfico. Não terás paz nem sossego enquanto viveres na expectativa de um Deus, grande e poderoso, que deva fazer algo contra o erro.

Uma expectativa deste tipo tão-somente reforça a ideia de dualidade, a crença na separação. Como eu já disse muitas outras vezes, há uns poucos passos simples, que precisamos dar para nos livrarmos de qualquer aparente mal que se nos apresente. 

O primeiro é reconhecer que o "mal" aparente que vemos nós o inventamos,  nós o escolhemos, mesmo que de forma inconsciente. O segundo é acolher o que quer que se apresente na forma como se apresenta, isto é, assumir a responsabilidade pelo que se apresentou por entender que fomos nós que o pedimos. Por fim, precisamos apenas agradecer por ele ter se apresentado da forma com que se apresentou para, se for o caso, podermos fazer uma nova escolha, em sintonia com o divino em nós. Aí, e só aí, encontraremos a paz. 

Às práticas? 

ADENDO: 

Caras, caros, 

Aproveito aqui, conforme fiz no ano passado, para voltar à lição 167 por alguns momentos, para não deixar sem comentário por mais tempo as observações de nossa colega Cida - feitas também no ano passado -, após passarmos por ela (a lição 167). Vamos, pois, nos deter por alguns instantes mais uma vez no que ela dizia, o que pode ser de alguma ajuda para nós e para o nosso aprendizado. 

Dizia ela ter ficado parada na lição 167, particularmente nos parágrafo dois, quatro e cinco. Este último que ela disse não ter compreendido. 

Meu comentário:

Ao praticar com a lição 167 na última sexta-feira [acho que neste ano caiu no sábado] também fiquei impressionado com a releitura do segundo parágrafo, do quarto e do quinto. E também do sexto e do sétimo. Tanto é que fiz alguma anotações a respeito.

No segundo:

A ideia da morte... é a única ideia que há por debaixo de todas as sensações, de todas as emoções, que não sejam de extrema felicidade e de alegria total. A morte funciona como se fosse um alarme ao qual reagimos de qualquer modo que não seja com alegria completa.

A admissão da ideia da morte é o que está por detrás de quaisquer sensações, emoções, como tristeza, perda, ansiedade, sofrimento e dor, dúvida, escassez, insatisfação, medo e mesmo um simples suspiro de cansaço, um leve mal-estar ou a mais simples expressão de desagrado, ou de enfado e contrariedade.

No quarto:

A crença na separação, isto é, a ideia de que podemos de alguma forma estar separados de nosso Criador, é também a admissão da ideia da morte. Acreditar em condições que mudam e em emoções que variam em razão de causas que não podemos controlar, que não inventamos e que não podemos mudar nunca também é acreditar na ideia da morte.

Acreditar na morte equivale a crer que ideias podem deixar sua fonte e adquirir características que a fonte não tem. Quer dizer, as ideias - pensamos - podem deixar sua fonte [a mente] e se tornarem diferentes de sua própria origem, separando-se da fonte tanto em estado quanto em espaço, tempo e forma.

No sexto:

É a mente que cria todas as coisas que existem e não pode dar a essas coisas quaisquer qualidades que lhe faltem. Lembremo-nos da expressão: "por seus frutos eles serão conhecidos".

No sétimo:

O "aparente" contrário da vida só pode ser outra forma de vida.

Agora, para nos atermos ao que a lição quer que aprendamos, pensando nas dúvidas que a Cida manifestou, temos de ter bem claro que: "Há uma só vida, e é esta que compartilho com Deus".

Ora, o que é a Fonte, a Origem, onde tudo é criado? É Deus, o Criador, de Quem nunca nos separamos, Quem faz que permaneçamos desde sempre como fomos criados, para nos lembrarmos da ideia que diz: "Eu sou como Deus me criou".

Não posso ser diferente. A não ser na ilusão.

A ideia de que a manifestação, ou as diversas formas da manifestação, pode ter características diferentes de seu criador é apenas um engano a que quer nos conduzir o ego, para reforçar em nós a crença na separação, que nunca houve, reforçando.

Agora a frase que Cida diz não ter compreendido, no quinto parágrafo, em negrito: "As ideias permanecem unidas a sua fonte. [E] ... podem estender tudo o que sua fonte contém. Neste aspecto, elas podem ir muito além de si mesmas. Mas não podem dar origem àquilo que nunca lhes foi dado." 

O que o Curso está fazendo, dizendo, é simplesmente que tudo aquilo que vemos como manifestação e que, aparentemente, não traz apenas as qualidades do divino, são "criações", por assim dizer, ou, melhor talvez,  invenções do ego, que acredita na separação.

O que vemos que esteja em total desacordo com o divino? Ou melhor, o que podemos ver que pode estar em completo desacordo com o divino?

Nada, nada, nada! Absolutamente nada! 

Mas como assim? Assim, assim, sim!

Lembram-se de que a certa altura o Curso diz que temos de aprender que "tudo está absolutamente certo exatamente da maneira como está"? Isso significa dizer que não há nada que precise ser mudado, nada que precise de conserto. A não ser aos olhos do ego que não são capazes de ver nada que não apenas a ilusão criada pela percepção dos sentidos.

De novo: "Há uma só vida, e é esta que eu compartilho com Deus".

Assim, é só na ilusão, na experiência ilusória de um mundo que inventamos que podemos nos desviar da origem. Não há necessidade nenhuma de "criar uma nova origem verdadeira para novas manifestações", como diz Cida. Basta que mudemos nossa percepção.

E também não há necessidade de se "retornar" à origem, nem a minha, nem "às mais antigas até chegar em origens bem distantes da humanidade [para] perceber aí onde aconteceram as distorções". Tudo o que podemos fazer é corrigir nossa percepção, pois como o Curso ensina, o único tempo que existe é o presente. O passado não existe. Não há o que procurar lá. Só se quisermos continuar acreditando que existe qualquer verdade na ilusão de que houve um tempo em que tudo foi criado.

Não, não, não! Como eu já disse antes, se bem me lembro, a Criação é agora, ela se dá em cada agora que experimentamos com consciência, estando presentes. Sendo!

É bem verdade que há muito a aprender [desvendar] com a lição 167, como diz Cida. Mas isso vale para todas as lições também, se estivermos atentos em nossas práticas.

Paz e bem! 

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