sexta-feira, 24 de março de 2017

Só na alegria chegaremos à expressão do divino


LIÇÃO 83

Vamos revisar estas ideias hoje:

1. (65) Minha única função é a que Deus me deu.

Eu não tenho nenhuma função a não ser aquela que Deus me deu. Este reconhecimento me libera de todo conflito, porque ele significa que eu não posso ter metas contraditórias. Com um único objetivo, estou sempre certo do que fazer, do que dizer e do que pensar. Todas as dúvidas têm de desaparecer, quando eu reconheço que minha única função é a que Deus me deu.

2. Aplicações mais específicas desta ideia podem tomar estas formas:

Minha percepção disto não altera minha função.
Isto não me dá uma função diferente da que Deus me deu.
Que eu não use isto para justificar uma função que Deus não me deu.

3. (66) Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

Todas as coisas que vêm de Deus são a mesma. Elas vêm da Unidade e têm de ser recebidas como uma só. Cumprir minha função é minha felicidade porque ambas vêm da mesma Fonte. E eu tenho de aprender a reconhecer o que me faz feliz, se quiser achar a felicidade.

4. Algumas formas úteis para a aplicação específica desta ideia são:

Isto não pode separar minha felicidade de minha função.
A unidade de minha felicidade e de minha função permanece inteiramente inalterado por isto.
Nada, inclusive isto, pode justificar a ilusão da felicidade.

*

COMENTÁRIO: 


Explorando a LIÇÃO 83

A lição de hoje pede, de novo, que voltemos nossa atenção para duas ideias extremamente importantes em nossa jornada de busca do autoconhecimento, que é o objetivo que o Curso nos propõe.

A primeira delas é:

"Minha única função é a que Deus me deu."

A segunda: 

"Minha felicidade e minha função são a mesma coisa."

Estas ideias devem servir para reforçar em nós a certeza de que não há nenhuma separação entre o que somos e o que nos cabe fazer para cumprir nosso papel na salvação. Mais até: para aprendermos que só podemos ser felizes cumprindo a função que Deus nos dá. 

Aliás, isto é algo que me parece bastante óbvio. Mas, como o Curso ensina, uma das grandes dificuldades que temos é justamente a de lidar com o óbvio. Ele muitas vezes nos parece simples demais, fácil demais, para ser a verdade a nosso próprio respeito. Todos dizemos que somos filhos de Deus. Quem acredita? Quem age no mundo, quem vive como se fosse realmente?

Não seria, de fato, muito mais fácil viver neste mundo e passar por todas as experiências que se apresentam a nós, se acreditássemos que só podemos ser felizes vivendo aquilo que é a Vontade de Deus para nós? Por que será que pensamos que Deus tem para nós uma função que não somos capazes de cumprir?

Na verdade:

Eu não tenho nenhuma função a não ser aquela que Deus me deu. Este reconhecimento me libera de todo conflito, porque ele significa que eu não posso ter metas contraditórias. Com um único objetivo, estou sempre certo do que fazer, do que dizer e do que pensar. Todas as dúvidas têm de desaparecer, quando eu reconheço que minha única função é a que Deus me deu.

Mais: 

Não lhes parece muito interessante pensar quão mais simples é viver a alegria, mesmo neste mundo, quando vivemos a partir da certeza de que nossa função e nossa felicidade são a mesma coisa?

Isso significa dizer que ser feliz é cumprir a função que nos cabe na salvação. E como se faz isso?

Não se faz, como o Curso ensina, "tu não precisas fazer nada", a não ser reconhecer que ainda és como Deus te criou e que nada do que aparentemente vives na ilusão deste mundo que crê em uma separação que não existe pode macular tua inocência ou tua pureza.

Isto é a mesma coisa que dizer que:

Todas as coisas que vêm de Deus são a mesma. Elas vêm da Unidade e têm de ser recebidas como uma só. Cumprir minha função é minha felicidade porque ambas vêm da mesma Fonte. E eu tenho de aprender a reconhecer o que me faz feliz, se quiser achar a felicidade.

É isto. As ideias que vamos praticar não são nada mais do que a expressão da verdade que trazemos dentro de nós, mesmo sem reconhecê-la a maior parte do tempo, por mais que isso possa soar estranho. Ou não lhes parece óbvio que o único papel que nos cabe no mundo - viver e demonstrar a alegria - é aquele que nos foi dado por Deus - a primeira das ideias? 

Quem dentre nós já não teve, experimentou, um vislumbre da alegria que se apresenta a nossa experiência, quando nos sentimos plenos e completos por fazer aquilo que representa o que somos e que se revela na extensão do amor que dedicamos ao que fazemos. Isto é, quando nos encontramos imersos em uma paz infinita e indizível, que advém do experimentar a profunda comunhão com tudo e todos, a que o Curso chama de "instante santo".

Quanto à segunda delas, pode-se dizer que, a partir do que eu disse acima a respeito da primeira, nada mais fácil de reconhecer a verdade eterna que a ideia nos oferece. Pois só podemos ser felizes, quando cumprimos nossa função no mundo, seja ela qual for. 

É claro, também, para todos e para cada um de nós, que já passamos por experiências que nos afastaram da alegria, da felicidade e da paz. Experiências que nos levaram a exercer um papel que não nos cabia. Fazer alguma coisa que não fazia sentido para nós. Ou vocês não sabem do que falo?

Daí a necessidade de voltarmos toda a atenção de que somos capazes às práticas de forma honesta e sincera, para reconhecermos que é só na alegria que alcançamos a expressão do divino em nós e é também apenas quando vivemos nossas experiências no mundo a partir da alegria que estamos cumprindo a função que nos cabe no plano de Deus para a salvação.

Às práticas? 


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