segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

As religiões não se importam com as pessoas


LIÇÃO 11

Meus pensamentos sem significado* me mostram
um mundo sem significado.

1. Esta é a primeira ideia que temos que está relacionada a uma fase fundamental do processo de correção: a inversão do modo de pensar do mundo. Parece que o mundo determina o que percebes. A ideia de hoje apresenta o conceito de que teus pensamentos determinam o mundo que vês. Alegra-te, de fato, por praticar a ideia em sua forma inicial, pois nesta ideia tua liberação está assegurada. A chave para o perdão está nela.

2. Deve-se empreender os períodos de prática da ideia de hoje de um modo um pouco diferente dos anteriores. Começa com os olhos fechados e repete a ideia para ti mesmo lentamente. Em seguida, abre os olhos e olha ao teu redor, perto e longe, para cima e para baixo - para qualquer lugar. Durante o minuto aproximado a ser passado usando a ideia, repete-a para ti mesmo simplesmente, seguro de fazê-lo sem pressa e sem nenhuma sensação de urgência ou esforço.

3. Para fazer estes exercícios com o máximo benefício, os olhos devem se mover de uma coisa para outra de forma razoavelmente rápida, uma vez que não devem se demorar em nada em particular. As palavras, no entanto, devem ser usadas de uma forma calma, até mesmo vagarosamente. A apresentação a esta ideia, em particular, deve ser praticada do modo mais casual possível. Ela contém a base para a paz, para o relaxamento e para a liberdade que estamos tentando alcançar. Ao concluíres os exercícios, fecha os olhos e repete a ideia para ti mesmo lentamente mais uma vez.

4. Três períodos de prática provavelmente serão suficientes. Todavia, se houver pouca ou nenhuma inquietude e uma inclinação a fazer mais, pode-se empreender até cinco períodos. Não se recomenda mais do que isso.
______________________
*NOTA DE TRADUÇÃO: A expressão sem significado, do original meaningless, também poderia ser traduzida por sem sentido, sem prejuízo do significado/sentido do texto original, em meu modo de entender. Em outros contextos também se pode pensar em traduzir meaningless por inútilinsignificante.

*

COMENTÁRIO:

Bem, do mesmo modo que lhes disse em anos passados - aos que já estavam por aqui conosco -, acabaram-se os comentários, a exploração das lições por Tara Singh, na forma que compartilhei com vocês até ontem. Vamos ter saudade, não? Resta-nos, porém, a partir dos milagres que experimentamos em nossas práticas até aqui, buscar explorar por nós mesmos a lição de hoje, e continuar as explorações das demais dia a dia, na medida em que elas se forem apresentando.

Que lhes parece?

Comecemos, então, mais uma vez, por devotar toda a nossa atenção ao que diz a ideia para as nossas práticas de hoje: 

Meus pensamentos sem significado me mostram um mundo sem significado.

Pensemos por um momento a respeito da verdade que isto pode nos revelar.

Não é óbvio, a partir do que praticamos até aqui que, se os pensamentos que temos não significam coisa alguma - e são eles que criam e constroem nossa experiência neste mundo -, o mundo que vemos, portanto, não pode mesmo ter nenhum significado?

A lição diz:

Esta é a primeira ideia que temos que está relacionada a uma fase 
fundamental do processo de correção: a inversão do modo de pensar do mundo.

Ora, se queremos viver num mundo que tenha algum significado, para podermos ser a manifestação do divino, para sermos capazes de cumprir nosso objetivo e função de estender a Vontade de Deus, por sermos "partes da Consciência Una na qual as mentes estão unidas", vamos precisar, sem sombra de dúvida, praticar. Isto é, aplicar as palavras da verdade eterna que o Curso nos oferece e inverter o modo de pensar do mundo.

Parece que o mundo determina o que percebes. A ideia de hoje apresenta 
o conceito de que teus pensamentos determinam o mundo que vês.

O contrário é que é verdadeiro. Isto é, é bem diferente do que costumamos pensar, não é? Pensamos, de modo geral, que aquilo que acontece em nossas vidas tem sua causa fora de nós. Quer dizer, pensamos que Fulano ou Sicrano nos fazem algo de bom ou aprontam alguma coisa ruim para nós, algo que nos magoa e fere. Mas isso não é verdade.Tudo o que experimentamos vem de nós. De nós mesmos. De cada um de nós individualmente. Na verdade, somos nós que escolhemos o que queremos experimentar. Em todos os instantes e em todas as circunstâncias de nossas vidas.

E então? Como ficamos? 

Às práticas?

*

Repito aqui também mais uma vez uma última observação relacionada aos comentários das dez lições anteriores. Ao finalizar o capítulo do livro de onde retirei e traduzi os comentários, Tara Singh faz um alerta e um pedido de atenção ao que podemos fazer com o Curso, a partir de nosso contato com ele. Creio que o que ele diz pode nos ajudar a aprofundar a reflexão de hoje e das que virão, bem como nos levar ao que ele chama de "momento decisivo". Entre outras coisas, ele diz que é só a gratidão que pode nos mostrar a beleza [um lado positivo e sadio] do viver. 

Seu texto, reprisando, diz o seguinte:

"Quero que saibas de uma coisa. Somente a bênção de teu contato com Um Curso em Milagres pode transformar completamente teu modo de ver. Não concluas que não podes mudar; tu já mudaste. Jamais serás o(a) mesmo(a). Por que não ficar agradecido(a)?

"Tua gratidão vai te mostrar um lado positivo e sadio da vida. Vai até mesmo acelerar tua subida na espiral. Uma vez que tenhas feito contato com a ação da Vida por detrás das aparências, vais começar a desfazer tudo o que a bloqueia.

"Tu não tens de acreditar em nada. Sê apenas responsável pelo desfazer de tua negatividade. Se tu te auto-sabotares, nunca confiarás. Uma vez que tens o Curso, podes te dar ao luxo de confiar.

"Como eu disse, devemos ter ansiado pela verdade durante milhares de anos. Organizações religiosas tendem a se degenerar em negócios ou em sistemas de crenças. Elas não se importam contigo de verdade. Por isso, Deus teve de agir diretamente para alcançar Seu Filho. Agora o Curso está em tuas mãos. Podes te inspirar com isso?

"No minuto em que fazes contato com o Curso, é impossível que não mudes. Vê o fato como fato e começa a desfazer. Para tanto, tens toda a ajuda que és capaz de aceitar."

*

Boas práticas a todos aqueles e aquelas que quiserem, de fato, mudar! Mas a mudança que se pede, de acordo com o texto que lemos em preparação ao Natal, é uma mudança que vai nos manter os mesmos. Isto é, devemos mudar para ser os mesmos, como Deus nos criou. 

Às práticas?


8 comentários:

  1. Querido Moises, bom 2016! Estou aqui no The New Beginning, e lhe peço se for possível, que fale um pouco de como as religiões não se importam com as pessoas. Acredito nisto, mas gostaria de escutar você. Um abraço forte, Eliane

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    1. Olá, querida, bom saber que você continua conosco. Um ótimo 2016 para você também. Obrigado.

      Quanto ao fato de as religiões não se importarem com as pessoas, que posso dizer que já não seja sabido por todos os que buscam contato com a própria espiritualidade sem se valer de uma religião como caminho?

      Em todo o caso, podemos refletir acerca de alguns pontos para deixar claro para todos os que frequentam este espaço de que forma as religiões se relacionam com as pessoas.

      Em primeiro lugar é preciso estarmos cientes de que todas, ou quase todas, as grandes religiões têm sua origem vinculada à figura de um grande mestre que, em sua passagem por este mundo, resolveu ensinar algumas verdades às pessoas que o ouviram, para abrir-lhes o caminho em direção da Verdade.

      É também notável o fato de que nenhum destes grandes mestres, Buda, Jesus, Krishna e outros, deixou nada de seus ensinamentos por escrito, sabedores de que o que se lê é passível de muitas interpretações e pode vir a servir a muitos interesses diferentes.

      Assim é que praticamente tudo o que chegou a nosso conhecimento a respeito de um grande mestre foi escrito e registrado por um discípulo. Podemos até mesmo pensar, fora da religião, em Sócrates, cujo ensinamento chegou a nós via Platão. E quem pode nos garantir que o que Platão disse a respeito dele tem a ver com o que ele mesmo disse?

      Mas, indo mais longe um pouco, existem correntes de pensadores que questionam a existência física de Jesus. Quer dizer, pode-se até pensar que uma pessoa nasceu e recebeu o nome de Jesus há mais de 2.000 anos, mas não é possível conceber que o legado dessa pessoa, o cristianismo, tenha tido sua fonte numa pessoa, num indivíduo, num homem-deus.

      Mais ainda, as religiões, em geral, são cristalizações dos ensinamentos dos mestres. Isto é, os seguidores dos mestres, na ânsia de perpetuar o ensinamento se deixam envolver pela necessidade de criar uma instituição e começam a estabelecer regras, condições, dogmas e a exigir que as pessoas que têm a intenção de aprender a verdade daquele mestre em particular se sujeitem a essas regras, condições e dogmas.

      A estas regras, condições e dogmas, com o passar do tempo vão se somando outras e outras, para atender as necessidades que se vão renovando, para se atender aos apelos de novas pessoas que vão chegando com conhecimentos outros e de outras formações.

      Ao fim e ao cabo, a maioria das religiões finda por considerar mais importante a instituição, abandonando de certa forma o ensinamento central que foi o ponto de partida. As pessoas e a busca da verdade deixam de ser o centro da atenção para que a instituição se mantenha.

      Por mais surpreendente que possa parecer, mesmo o Um Curso em Milagres, lá nos Estados Unidos, em outros lugares do mundo e aqui também, acho que posso dizer, deixou de ser um ensinamento cujo foco estava em facilitar que as pessoas chegassem ao auto-conhecimento, para se transformar em um grande número de instituições diferentes, as quais, cada uma a seu modo, defende que sua forma de se aproximar do ensinamento é a verdadeira, rivalizando com outras formas. Nalguns casos, pede-se que as pessoas façam doações, que se comprometam a disseminar o Curso e por aí afora. Quer dizer, também o ensinamento que partilhamos tende a se tornar institucionalizado. E pode-se até pensar que não demora muito para que uma igreja/religião se forme e requeira para si o direito de arrebanhar fiéis.

      E podemos, é claro, cada um a partir de sua experiência pessoal, pensar em inúmeras formas que podem nos levar à conclusão de que, de fato, as pessoas são apenas detalhes para as religiões. Claro que em se tratando das instituições. A religiosidade ou a espiritualidade das pessoas em si, não tem nada a ver com esta ou aquela religião, como já sabemos todos.

      Bem, era isso por enquanto. Quem quiser trazer mais alguma luz à conversa, sinta-se à vontade, por favor.

      Paz e bem!

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  2. Moises, você traz a questão da instituição...e a da verdade única, que pode se dividir e assim brigarem por ela.
    "Por mais surpreendente que possa parecer, mesmo o Um Curso em Milagres, lá nos Estados Unidos, em outros lugares do mundo e aqui também, acho que posso dizer, deixou de ser um ensinamento cujo foco estava em facilitar que as pessoas chegassem ao auto-conhecimento, para se transformar em um grande número de instituições diferentes, as quais, cada uma a seu modo, defende que sua forma de se aproximar do ensinamento é a verdadeira, rivalizando com outras formas. Nalguns casos, pede-se que as pessoas façam doações, que se comprometam a disseminar o Curso e por aí afora. Quer dizer, também o ensinamento que partilhamos tende a se tornar institucionalizado. E pode-se até pensar que não demora muito para que uma igreja/religião se forme e requeira para si o direito de arrebanhar fiéis."
    Fico assustada. Por favor, me manda de novo o endereço dos encontros das terças feiras? beijo grande!

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    1. Mas não há necessidade de ficar assustada. Basta termos em mente que tudo, absolutamente tudo, o que fazemos no mundo, neste mundo, faz parte apenas da ilusão. E cada um de nós, consciente disso ou não, só faz e cumpre o papel que lhe cabe.

      Como o Curso ensina, não é preciso fazer nada. Já somos aquilo que buscamos. Ainda somos como Deus nos criou, sempre fomos e sempre seremos.

      O mundo não vai melhorar nunca, enquando não melhorarmos por dentro. Quer dizer, enquanto não aprendermos a colocar o reino em primeiro lugar, veremos a separação e a miséria imperaram no mundo.

      Para ter paz, ensina a paz para aprendê-la, o Curso também ensina. Esta é uma afirmação poderosa e reveladora. Pois só haverá paz nos corações e mentes pacíficas. O mundo que vemos hoje, que a maioria de nós vê hoje, ainda é o mesmo mundo que acredita num Deus impiedoso e vingativo, cujo poder serve para impor sua vontade sobre todos.

      É aí que as religiões falham. Como dissemos, elas não estão preocupadas e não se ocupam de ver o divino nas pessoas. Tudo o que buscam é o poder sobre as pessoas. O poder de uns sobre outros, disfarçado em uma hierarquia que tem de ser obedecida acima de qualquer coisa, mesmo acima do que a inspiração divina pode dizer a uns e outros membros de uma ou outra religião.

      Busquemos ficar em paz e dividir nossa alegria uns com os outros e tudo ficará bem.

      Paz e bem!

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  3. Muito grata por sua resposta. Na Folha Ilustrada de hoje tem a cronica do Felipe Pondé, "Pragmatismo da fé". E nela diz: "Tudo custa. Deuses são baratos", mas seus representantes no mundo dos mortais custam caro. Por falar em deuses, tem um filme que quero ver: "Deus vive em Bruxelas". Qualquer coisa assim... rsrsrs

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  4. O endereço ainda é na Rua Dr. Mario Cardim, 596? Bjs

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    1. Sim, Eliane. O endereço é o mesmo. Mas estamos em recesso. Os encontros só recomeçam depois do carnaval. Na terça, dia 16 de fevereiro. Beijos.

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