quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Aquilo que sou é bem mais que um Ser em um corpo

 

14. O que sou?

1. Eu sou o Filho de Deus, perfeito e curado e inteiro, que brilha no reflexo de Seu Amor. Em mim, a criação d'Ele é santificada e tem a vida eterna assegurada. Em mim, o amor se completa, o medo é impossível e a alegria se estabelece sem oposição. Eu sou o lar sagrado do Próprio Deus. Eu sou o Céu onde o Amor d'Ele habita. Eu sou Sua Própria Inocência sagrada, pois em minha pureza habita a Própria Pureza de Deus.

2. Agora nossa necessidade de palavras está quase no fim. Porém, nos últimos dias deste ano, que oferecemos a Deus juntos, tu e eu, encontramos um propósito singular que compartilhamos. E, assim, tu te uniste a mim de modo que o que sou tu também és. As palavras não podem descrever a verdade do que somos. No entanto, podemos perceber claramente nossa função aqui e as palavras podem falar dela e, também, ensiná-la, se exemplificarmos as palavras em nós.

3. Nós somos os portadores da salvação. Aceitamos nosso papel de salvadores do mundo, que é redimido pelo nosso perdão conjunto. E, por isso, este perdão, nossa dádiva, nos é dado. Olhamos para todos como irmãos e percebemos todas as coisas como benignas e boas. Não buscamos uma função que esteja além do portão do Céu. O conhecimento voltará quando tivermos cumprido nosso papel. Nosso único interesse é dar boas vindas à verdade.

4. São nossos os olhos pelos quais a visão de Cristo vê um mundo redimido de todo pensamento de pecado. São nossos os ouvidos que ouvem a Voz por Deus declarar a inocência do mundo. São nossas as mentes que se unem quando abençoamos o mundo. E, da unidade que alcançamos, chamamos todos os nossos irmãos, pedindo-lhes que compartilhem nossa paz e tornem nossa alegria perfeita.

5. Nós somos os mensageiros santos de Deus que falam por Ele e que, ao levar Sua Palavra a todos aqueles que Ele nos envia, aprendem que ela está inscrita em nossos corações. E, deste modo, mudamos nossa forma de pensar a respeito do objetivo para o qual viemos e ao qual buscamos atender. Trazemos boas novas ao Filho de Deus, que pensava sofrer. Agora ele está livre. E, quando vir o portão do Céu aberto diante de si, ele entrará e desaparecerá no Coração de Deus.

*

LIÇÃO 351

Meu irmão inocente é meu guia para a paz.
Meu irmão pecador é meu guia para a dor.
E verei aquele que eu escolher ver.

1. Quem é meu irmão a não ser Teu Filho santo? E, se eu o vir como pecador, eu me declaro um pecador, não um Filho de Deus; só e sem amigos em um mundo assustador. Porém, esta percepção é uma escolha que faço e que posso abandonar. Eu também posso ver meu irmão inocente, como Teu Filho santo. E, com esta escolha, vejo minha inocência, meu Consolador e Amigo eterno a meu lado e meu caminho seguro e desimpedido. Escolhe por mim, então, meu Pai, por meio de Tua Voz. Pois só Ele oferece juízo em Teu Nome.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 351

Caras, caros,

Repetindo mais uma vez: 

Chegamos hoje, novamente, à última das instruções especiais para as práticas deste ano. A instrução: O que sou?, que vai dar unidade às lições e ideias que vamos aprender e praticar nestes próximos dez dias, antes das lições finais. Instrução cuja postagem vou continuar a repetir nos próximos dias como introdução às lições desta série, como tenho feito desde o início da segunda parte do livro de exercícios nos últimos anos. 

Vamos explorá-la um pouco junto com a ideia da lição de hoje? Antes dela?

A instrução que o Curso traz serve para nos lembrar de que, para responder de forma correta e verdadeira à questão: O que sou?, precisamos ter consciência de que Eu Sou é o nome de Deus, a confirmação de que fomos criados à imagem e semelhança d'Ele/d'Ela [não num corpo, mas no amor]. Então, precisamos dizer, como a instrução afirma, que: 

Eu sou o Filho de Deus, perfeito e curado e inteiro, que brilha no reflexo de Seu Amor. Em mim, a criação d'Ele é santificada e tem a vida eterna assegurada. Em mim, o amor se completa, o medo é impossível e a alegria se estabelece sem oposição. Eu sou o lar sagrado do Próprio Deus. Eu sou o Céu onde o Amor d'Ele habita. Eu sou Sua Própria Inocência sagrada, pois em minha pureza habita a Própria Pureza de Deus.

Eis aí, pois, nossa identidade mais uma vez revelada. A verdadeira. A real. Aquela que, em geral, não podemos ver porque imersos na ilusão dos sentidos e das formas do mundo. 

E a instrução diz mais acerca do momento a que chegamos no aprendizado com as lições:

Agora nossa necessidade de palavras está quase no fim. Porém, nos últimos dias deste ano, que oferecemos a Deus juntos, tu e eu, encontramos um propósito singular que compartilhamos. E, assim, tu te uniste a mim de modo que o que sou tu também és. As palavras não podem descrever a verdade do que somos. No entanto, podemos perceber claramente nossa função aqui e as palavras podem falar dela e, também, ensiná-la, se exemplificarmos as palavras em nós. 

Então, resta-nos aprender a calar e a fazer silêncio, a mergulhar no silêncio, deixando que ele nos envolva por inteiro, para experimentarmos o contato com aquilo que somos, além de quaisquer palavras. Só assim vamos poder ouvir a Voz por Deus em nós dizer que:

Nós somos os portadores da salvação. Aceitamos nosso papel de salvadores do mundo, que é redimido pelo nosso perdão conjunto. E, por isso, este perdão, nossa dádiva, nós é dado. Olhamos para todos como irmãos e percebemos todas as coisas como benignas e boas. Não buscamos uma função que esteja além do portão do Céu. O conhecimento voltará quando tivermos cumprido nosso papel. Nosso único interesse é dar boas vindas à verdade. 

Do mesmo modo que praticamos há dois dias deixar que a nossa visão fosse transformada, transcendida, pela visão de Cristo, que pode ver todas as coisas sem julgá-las, é desta visão que temos de nos valer para permitir que o mundo seja redimido. Como a instrução diz: 

São nossos os olhos pelos quais a visão de Cristo vê um mundo redimido de todo pensamento de pecado. São nossos os ouvidos que ouvem a Voz por Deus declarar a inocência do mundo. São nossas as mentes que se unem quando abençoamos o mundo. E, da unidade que alcançamos, chamamos todos os nossos irmãos, pedindo-lhes que compartilhem nossa paz e tornem nossa alegria perfeita. 

É ainda esta instrução que assegura que aquilo que sou é bem mais do que apenas um Ser que se manifesta em um corpo. O que sou, na verdade, não pode ser sozinho, apenas pode ser na Unidade que abrange a tudo e a todas as formas de vida em um abraço amoroso que é o abraço do Próprio Deus, o nosso abraço. 

É por isso que a instrução diz:

Nós somos os mensageiros santos de Deus que falam por Ele e que, ao levar Sua Palavra a todos aqueles que Ele nos envia, aprendem que ela está inscrita em nossos corações. E, deste modo, mudamos nossa forma de pensar a respeito do objetivo para o qual viemos e ao qual buscamos atender. Trazemos boas novas ao Filho de Deus, que pensava sofrer. Agora ele está livre. E, quando vir o portão do Céu aberto diante de si, ele entrará e desaparecerá no Coração de Deus. 

Nós, e não eu. Mas um nós que é o EU SOU que sou eu e que é o que somos todos e todas, quando abertos e abertas a todas as manifestações da vida em sua diversidade. Pois enquanto este eu-nós não se reconhecer como o Filho de Deus, reconhecendo também o Filho em cada uma das pessoas - e seres e coisas animados ou inanimados - que povoam o mundo, ele ainda está se acreditando separado. 

Tal qual diz a ideia para as práticas de hoje:

Meu irmão sem pecado é meu guia para a paz.
Meu irmão pecador é meu guia para a dor.
E verei aquele que eu escolher ver.

Não lhes parece que isso deixa absolutamente claro que viver a alegria, a paz, o amor e a felicidade depende apenas de uma escolha que só nós - cada um e cada uma de nós - pode fazer? Pois como a lição pergunta:

Quem é meu irmão a não ser Teu Filho santo? E, se eu o vir como pecador, eu me declaro um pecador, não um Filho de Deus; só e sem amigos em um mundo assustador. Porém, esta percepção é uma escolha que faço e que posso abandonar. Eu também posso ver meu irmão inocente, como Teu Filho santo. E, com esta escolha, vejo minha inocência, meu Consolador e Amigo eterno a meu lado e meu caminho seguro e desimpedido. Escolhe por mim, então, meu Pai, por meio de Tua Voz. Pois só Ele oferece juízo em Teu Nome.

É disso que as práticas tratam: de chamar nossa atenção para o fato de que cada um - ou cada uma - de nós escolhe de que forma quer ver o mundo. E, por consequência, tudo o que ele, ou ela, vive e experimenta está diretamente ligado àquilo que ele, ou ela, escolheu, escolhe ou vai ainda escolher. Ao mesmo tempo, as práticas servem para nos lembrar de que podemos mudar nossas escolhas sempre que elas nos afastem da alegria, da condição natural do Ser que somos, na verdade, para nos mergulhar em um mundo de trevas e escuridão assustadores. 

Às práticas?

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

O maior desafio de nossa vida é este: "viver no amor"

 

13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele, verdadeiramente, não cria e nem muda em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abre caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção que estava de cabeça para baixo anteriormente e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedi-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.

*

LIÇÃO 350

Milagres refletem o Amor eterno de Deus.
Oferecê-los é lembrar d'Ele,
E salvar o mundo a partir de Sua lembrança.

1. Aquilo que perdoamos se torna uma parte de nós, do modo pelo qual nos percebemos. O Filho de Deus combina todas as coisas em si mesmo, tal qual Tu o criaste. A lembrança de Ti depende do perdão dele. Aquilo que ele é é imune a seus pensamentos. Mas aquilo para que ele olha é resultado direto deles. Por isso, meu Pai, quero me voltar para Ti. Só a lembrança de Ti me libertará. E só meu perdão me ensina a deixar que a lembrança de Ti volte para mim e a dá-la ao mundo com gratidão.

2. E, quando reunirmos os milagres d'Ele, ficaremos realmente gratos. Pois, à medida que nos lembramos d'Ele, Seu Filho nos será devolvido na realidade do Amor.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 350

Caras, caros,

Repetindo mais uma vez a pergunta que já fiz outras vezes ao comentar anteriormente esta lição: o que é preciso fazer para que meu viver seja a manifestação da crença na ideia que a lição de hoje oferece para nossas práticas? Isto é, o que pode me levar a uma condição tal que todos os meus atos e pensamentos sejam apenas reflexos do divino que é o Eu Sou que sou? 

A resposta, pode-se dizer, é a decisão. A tomada de decisão de viver a partir do que nos ensinam as práticas do Curso, ou a decisão de buscar, por quaisquer que sejam os caminhos, chegar perto do autoconhecimento e, por consequência, perto do conhecimento de Deus, o Eu Sou, que compartilhamos com Ele/Ela. Aí vamos ser capazes de oferecer os

Milagres [que] refletem o Amor eterno de Deus.
[E saber que] Oferecê-los é lembrar d'Ele,
E salvar o mundo a partir de Sua lembrança.

Oferecer milagres é a mesma coisa que oferecer o perdão a tudo e a todas as pessoas e coisas do mundo inteiro, e, em primeiro lugar, a nós mesmos e a nós mesmas. Não um perdão baseado na percepção dos sentidos, ou do ego, mas aquele perdão que vimos ao longo das práticas. Um perdão que é sinônimo de não ver nada que possa nos afastar da paz e da alegria, da Vontade de Deus para nós.

Enquanto não aprendemos a perdoar, a nós mesmos, a nós mesmas em primeiro lugar - por nossa percepção equivocada - e, em seguida, a tudo e a todos e todas, excluímos da criação tudo aquilo que não perdoamos e, por consequência, nós mesmos e nós mesmas nos excluímos da criação. O Curso, pela lição de hoje, orienta no sentido de que compreendamos que:

Aquilo que perdoamos se torna uma parte de nós, do modo pelo qual nos percebemos. O Filho de Deus combina todas as coisas em si mesmo, tal qual Tu o criaste. A lembrança de Ti depende do perdão dele. Aquilo que ele é é imune a seus pensamentos. Mas aquilo para que ele olha é resultado direto deles. Por isso, meu Pai, quero me voltar para Ti. Só a lembrança de Ti me libertará. E só meu perdão me ensina a deixar que a lembrança de Ti volte para mim e a dá-la ao mundo com gratidão.

Ora a lembrança de Deus depende de aprendermos a oferecer o milagre do perdão. E o perdão - o milagre -, como vimos desde o início do Curso, quando ele apresenta os "princípios dos milagres" é a expressão máxima do amor.

Para Leo Buscaglia, no livro intitulado Amor, "viver no amor é o maior desafio da vida". Viver no amor, segundo ele, "exige mais sutileza, flexibilidade, sensibilidade, compreensão, aceitação, tolerância, conhecimento e força do que qualquer outro esforço ou emoção, pois o amor e o mundo de hoje atuam como se fossem duas grandes forças contraditórias", o que, de verdade, são, se levarmos em consideração o fato de que o mundo, da forma como o vemos, é apenas uma projeção de nossos pensamentos, repetindo também em parte o que eu já disse noutros comentários para esta mesma lição.

A ideia que praticamos hoje diz a mesma coisa de forma muito clara quando afirma que aquilo que somos - na verdade, no amor, em Deus - é imune ao que pensamos ser, mas que aquilo que vemos ou percebemos a partir dos sentidos é resultado direto de nossos pensamentos. 

É por isso que ela diz também que:

... quando reunirmos os milagres d'Ele, ficaremos realmente gratos. Pois, à medida que nos lembramos d'Ele, Seu Filho nos será devolvido na realidade do Amor.

Isto é, o Filho de Deus em nós nos será devolvido, pois teremos de volta a consciência de que somos tanto o Filho quanto o Pai - o Eu Sou. 

Buscaglia diz que "o amor e as práticas do mundo [em que pensamos viver, e que pensamos ser] real parecem estranhos, separados", que parece haver um vão enorme entre o que o amor nos convida a fazer e aquilo que a sociedade e o mundo nos pedem que façamos. 

Por isso, ele diz, "não é surpreendente que tanta gente não tenha coragem de construir uma ponte sobre o vão, pois na prática, o vão parece intransponível. O homem tem, por um lado, a compreensão e o desejo de crescer no amor, mas a sociedade torna esse conhecimento difícil de ser colocado em prática".

É exatamente para este fim, o de aprendermos a construir esta ponte, que nos voltamos para as práticas diárias. Pois só elas vão permitir que façamos o que o amor nos convida a fazer, sem medo de não nos rendermos àquilo que a sociedade nos pede para fazermos. Ou, melhor dizendo, para esclarecer, deixando de atender aos apelos da sociedade, sempre que o que ela nos pede nos afaste do amor, do Eu Sou. 

Às práticas?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Como viver o EU Sou que compartilhamos com Deus?

 

13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele não cria e nem muda verdadeiramente em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abre caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção que estava de cabeça para baixo anteriormente e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedi-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.

*

LIÇÃO 349

Hoje deixo a visão de Cristo olhar
Todas as coisas por mim e não as julgo, mas dou,
Em vez disso, a cada uma um milagre de amor.

1. Quero, deste modo, liberar todas as coisas que vejo e lhes dar a liberdade que busco. Pois assim obedeço à lei do amor e dou aquilo que quero achar e transformar em meu. Isso me será dado porque o escolho como  a dádiva que quero dar. Pai, Tuas dádivas são minhas. Cada uma que aceito me oferece um milagre para dar. E, ao dar da mesma forma que quero receber, aprendo que Teus milagres que curam me pertencem.

2. Nosso Pai conhece nossas necessidades. Ele nos dá a graça para satisfazer a todas elas. E, por isso, confiamos que Ele nos envie milagres para abençoar o mundo e para curar nossas mentes enquanto voltamos para Ele.


*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 349

Caras, caros,

Repetindo o que eu disse lá nos comentários para esta mesma lição em anos anteriores, hoje vamos praticar, mais uma vez, uma ideia que nos põe em contato com os relatos daquilo que se diz ter sido o exemplo vivo de Jesus, em sua passagem por este mundo, que, nas mensagens que nos foram legadas, atribuídas a ele, deixou claro que existe um outro modo de se olhar para o mundo. Um modo que se refere a uma forma de olhar que apenas cada um e cada uma de nós pode escolher usar, e que é o que nos convida a fazer a lição de hoje. Assim:

Hoje deixo a visão de Cristo olhar
Todas as coisas por mim e não as julgo, mas dou,
Em vez disso, a cada uma, um milagre de amor. 

Esta escolha em permitir que nosso olhar se revista da visão de Cristo é o que vai fazer a diferença em nossa experiência do mundo. É esta escolha que vai nos pôr em contato com aquilo que, dizem, Jesus ensinou, o que significa dizer, de acordo com o livro O Evangelho Segundo Jesus, de Stephen Mitchell, que, "como todos os grandes mestres espirituais, Jesus ensinou apenas uma coisa: a presença". Tal afirmação reforça aquilo que o Curso ensina quando nos assegura que o único tempo que existe é o presente, o "aqui e agora". 

Quando, pois, nos decidimos a olhar para o mundo da mesma forma que Jesus olhou, escolhemos o olhar crístico, um olhar que sabe reconhecer em tudo a energia do divino e que sabe que "todas as coisas cooperam para o bem", independentemente da forma com que se apresentam. Fazendo esta escolha, dizemos como a lição:

Quero, deste modo, liberar todas as coisas que vejo e lhes dar a liberdade que busco. Pois assim obedeço à lei do amor e dou aquilo que quero achar e transformar em meu. Isso me será dado porque o escolho como  a dádiva que quero dar. Pai, Tuas dádivas são minhas. Cada uma que aceito me oferece um milagre para dar. E, ao dar da mesma forma que quero receber, aprendo que Teus milagres que curam me pertencem.

É esta escolha que pode nos permitir entrar em contato com aquilo que Mitchell chama de "a derradeira realidade", que, em última instância, é a verdade a respeito do que somos. É o que, em verdade, nos permite viver a partir da experiência do Eu Sou em Deus, com Ele/Ela, a nossa última e única realidade. 

Voltemos, pois, mais uma vez, toda a nossa atenção para o que diz Mitchell: "A derradeira realidade, a luminosa e compassiva inteligência do universo, não está em qualquer outro lugar, em 'céus' a anos-luz de distância. Não se manifestou mais plenamente a Abraão ou a Moisés do que se manifesta a cada um de nós, e nem tampouco estará mais presente para algum Messias no longínquo final dos tempos. Está sempre aqui e agora. É isto que a Bíblia quer dizer quando afirma que o verdadeiro nome de Deus é Eu sou".

É o Eu Sou que sou em Deus, com Ele/Ela, que vai me levar a viver apenas a presença, o "aqui e agora", a todo instante e permitir que eu me liberte de todas as coisas, ao mesmo tempo em que liberto todas as coisas, sem aprisioná-las em um nome, conceito ou  em uma imagem que fiz delas no passado. Sei "agora" que não é o tempo que dá significado às coisas, mas apenas eu. E, a partir desta consciência, posso olhar para tudo e para todos e todas com a visão de Cristo, que não julga, mas oferece a cada um de nós, a cada uma de nós, a todos e todas nós e a todas as coisas, um milagre de amor permanente.

É viver o Eu Sou, que compartilho com Deus - e que todos e todas nós compartilhamos com Ele/Ela - que vai me permitir viver a partir da crença que me diz que:

Nosso Pai conhece nossas necessidades. Ele nos dá a graça para satisfazer a todas elas. E, por isso, confiamos que Ele nos envie milagres para abençoar o mundo e para curar nossas mentes enquanto voltamos para Ele.

Ora, se o Pai conhece todas as nossas necessidades e nos dá tudo, só posso concluir que todas as minhas necessidades já estão satisfeitas. Basta eu permanecer em sintonia com a Fonte para que tudo se apresente a mim a partir da graça de Deus. 

Às práticas?

domingo, 14 de dezembro de 2025

Só a graça do divino, em nós, poderá nos satisfazer

 

13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele, verdadeiramente, não cria e nem muda em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abre caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção que estava de cabeça para baixo anteriormente e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedi-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.

*

LIÇÃO 348

Não tenho nenhum motivo para raiva ou medo,
Pois Tu me envolves. E, em cada necessidade
Que percebo, Tua graça me satisfaz.

1. Pai, deixa que eu me lembre de que Tu estás aqui e de que não estou sozinho. O Amor eterno me envolve. Não tenho nenhum motivo para nada a não ser para a paz e para a alegria perfeitas que compartilho Contigo. Que necessidade tenho da raiva ou do medo? A segurança total me envolve. Posso ter medo, se Tua promessa eterna vai comigo? A inocência perfeita me envolve. O que posso temer, se Tu me criaste na santidade tão perfeita quanto Tua Própria Santidade?

2. A graça de Deus nos satisfaz em tudo o que Ele quer que façamos. E escolhemos só ela para ser nossa vontade assim como a d'Ele.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 348

Caras, caros,

A ideia que vamos praticar hoje deve servir para que nos lembremos de que, como eu já disse antes, nenhum, e nenhuma, de nós, em tempo algum, tem motivos para sentir raiva ou medo, se aprender a olhar para dentro à procura da centelha divina que nos move e dá razão e sentido para nosso viver, para nosso aparente estar-no-mundo. É em contato com a centelha divina em nós que podemos dizer, em sintonia com a ideia para as práticas de hoje: 

Não tenho nenhum motivo para raiva ou medo,
Pois Tu me envolves. E, em cada necessidade
Que percebo, Tua graça me satisfaz.

É só a graça do divino em nós que pode nos satisfazer por completo. É ela que pode nos dar a consciência de que nunca estamos sozinhos ou sozinhas e que estamos permanente e constantemente envolvidos e envolvidas pelo amor, pois tudo o que somos é amor. Mas precisamos nos abrir à lembrança de Deus em nós para podermos dizer:

Pai, deixa que eu me lembre de que Tu estás aqui e de que não estou sozinho. O Amor eterno me envolve. Não tenho nenhum motivo para nada a não ser para a paz e para a alegria perfeitas que compartilho Contigo. Que necessidade tenho da raiva ou do medo? A segurança total me envolve. Posso ter medo, se Tua promessa eterna vai comigo? A inocência perfeita me envolve. O que posso temer, se Tu me criaste na santidade tão perfeita quanto Tua Própria Santidade?

Mesmo sós, não estamos sozinhos, nem sozinhas. Todavia, 
a se pensar, como o Curso ensina, que não há nada fora de nós, só podemos estar sós. A diferença é que reconhecer e aceitar que não há nada fora é ver-se sozinho, ou sozinha, em Deus, n'Ele/Ela, com Ele/Ela. Pois o que somos com, e em, Deus é tudo o que existe. 

Quem poderia experimentar algum tipo de solidão com a certeza de que aquilo que ele, ou ela, é serve para tornar o Próprio Deus completo? Lembram-se de que há um ponto do texto, em que o ensinamento nos convida, caso nos sintamos, em qualquer momento, de algum modo, inferiorizados ou inferiorizadas, diminuídos ou diminuídas, quer por alguém, quer pela circunstância, a repetir a seguinte frase: O Próprio Deus é incompleto sem mim. O que nos dá a verdadeira dimensão do que somos.

Que podemos querer além de voltar à Presença de Deus? Haverá qualquer coisa no mundo que possa nos satisfazer por completo? Algo que dure por toda a eternidade? É claro que todos e todas nós sabemos a resposta a estas perguntas. No entanto, como vimos na lição de ontem, a exemplo daquilo que Paulo diz no Novo Testamento, muitas vezes fazemos aquilo que não queremos - aquilo que nos afasta da paz e da alegria -, em lugar de fazer o que queremos verdadeiramente.

É por isso que precisamos nos dedicar às práticas e dar a elas toda a atenção de que somos capazes, para que, em algum momento, possamos ter internalizada em nós a certeza de que:

A graça de Deus nos satisfaz em tudo o que Ele quer que façamos. E escolhemos só ela para ser nossa vontade assim como a d'Ele.

Só a partir desta certeza interior é que vamos viver a vida sendo a manifestação do divino, para cumprir a parte que nos toca na salvação do mundo. 

Às práticas?

sábado, 13 de dezembro de 2025

Nós não sabemos nada, não sabemos, não sabemos!

 

13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele, verdadeiramente, não cria e nem muda em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abre caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção, que estava de cabeça para baixo anteriormente, e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedi-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.

*

LIÇÃO 347

A raiva tem de vir do julgamento. O julgamento é
A arma que quero usar contra mim mesmo
Para manter o milagre distante de mim.

1. Pai, eu quero o que vai contra minha vontade e não quero o que é minha vontade ter. Põe minha cabeça no lugar, meu Pai. Ela está doente. Mas Tu ofereces liberdade e hoje escolho reclamar Tua dádiva. E, assim, dou todo o julgamento Àquele Que Tu me deste para julgar por mim. Ele vê o que vejo e, ainda assim, Ele conhece a verdade. Ele olha para a dor e, ainda assim, compreende que ela não é real e em Sua compreensão ela é curada. Ele dá os milagres que meus sonhos querem esconder de minha consciência. Deixa que Ele julgue hoje. Eu não conheço minha vontade, mas Ele tem certeza de que ela é Tua Própria Vontade. E Ele falará por mim hoje e pedirá que Teus milagres venham a mim.

2. Ouve hoje. Fica bem quieto e ouve a Voz benigna por Deus, que te assegura que Ele te julga igual ao Filho que Ele ama.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 347

Caras, caros,

Repito, por pertinente, o comentário - e o título da postagem - feito a esta mesma lição há já alguns anos:

De onde vêm os pensamentos que temos? Alguém já se perguntou isso? Algum ou alguma de nós já se deu ao trabalho de buscar uma resposta para explicar as emoções que sente? E, se os nossos pensamentos vêm de Deus, como é que pensamos coisas que aparentemente não têm nada a ver com a ideia que temos daquilo que é, para nós, o divino? 

Para o Curso, nossos pensamentos verdadeiros são apenas aqueles que pensamos com Deus. Isto é, tudo aquilo que aparentemente nos afasta do amor, da alegria, da paz, não pode vir de Deus e, portanto, tem de ser fruto de um pensamento de alguém ou algo, em nós, que se acredita separado de Deus.

Quem será este alguém? O que será este algo? Quem sabe a lição que vamos praticar hoje possa nos dar alguma resposta, pois vamos praticar para aprender que:

A raiva tem de vir do julgamento. O julgamento é
A arma que quero usar contra mim mesmo
Para manter o milagre distante de mim.

Agora, este "mim" a que a lição se refere não tem nada a ver com o Eu Sou, que é a expressão da verdade a meu próprio respeito, quando me penso e me sei criado à imagem e semelhança de Deus. Uma imagem e semelhança que não tem nada a ver com o corpo em que aparentemente habito, e que é apenas um veículo para a comunicação com outros e outras de mim que também acreditam viver em corpos.

Ora, Deus não julga, e não sente raiva e não castiga. Tudo o que Ele/Ela nos pode oferecer é apenas a capacidade de operar, de oferecer e de receber milagres, como forma de nos fazer despertar do sono em que mergulhamos a partir do momento em que nos acreditamos separados e separadas de Deus e, por consequência, daquilo que somos em verdade. Uma espécie de loucura, de insanidade, que tem de nos levar a dizer e a praticar, como a lição orienta:

Pai, eu quero o que vai contra minha vontade e não quero o que é minha vontade ter. Põe minha cabeça no lugar, meu Pai. Ela está doente. Mas Tu ofereces liberdade e hoje escolho reclamar Tua dádiva. E, assim, dou todo o julgamento Àquele Que Tu me deste para julgar por mim. Ele vê o que vejo e, ainda assim, conhece a verdade. Ele olha para a dor e, ainda assim, compreende que ela não é real e em Sua compreensão ela é curada. Ele dá os milagres que meus sonhos querem esconder de minha consciência. Deixa que Ele julgue hoje. Eu não conheço minha vontade, mas Ele tem certeza de que ela é Tua Própria Vontade. E Ele falara por mim hoje e pedirá que Teus milagres venham a mim.

Quem é Aquele Que Tu me deste para julgar por mim? Sem dúvida, como o Curso ensina, é o Espírito Santo, em mim. É o divino em mim, a razão, aquela parte de minha mente que permanece em contato permanente e constante com a Fonte de onde vim. A Fonte que, na verdade, nunca deixei, a não ser na ilusão que cria e constrói este mundo em que aparentemente estou separado de Deus, de mim mesmo e, é claro, dos outros. 

Ora, repetindo o que eu já disse várias vezes antes, separação, como todos sabemos, não tem nada a ver com empatia, não é mesmo? Vejamos, mais uma vez, então, dois trechos do texto, que têm tudo a ver com a ideia para as práticas de hoje e que, ao mesmo tempo, têm tudo a ver com aquilo que chamamos de crise. E, melhor ainda, com a identificação da verdadeira causa da crise.

O primeiro trecho está no início do capítulo 16, em um texto intitulado A verdadeira empatia, que merece ser lido com toda a atenção, e que diz:

A verdadeira empatia é [a] d'Aquele Que sabe o que ela é. Tu aprenderás a interpretação da empatia d'Ele se O deixares usar tua capacidade para a força, e não para a fraqueza. Ele não te abandonará, mas certifica-te de não O abandonares. A humildade é força apenas neste sentido: o de que reconhecer e aceitar o fato de que não sabes e reconhecer e aceitar o fato de que Ele, sim, sabe. Tu não tens certeza de que Ele fará a parte d'Ele, porque tu, até agora, nunca fizeste a tua completamente.

O segundo trecho está no capítulo 12. É, na verdade, apenas uma frase do VII. Olhar para dentro, que também está relacionada ao texto destacado acima. Penso que esta frase resume de certo modo tudo aquilo que precisamos aprender para cumprir nossa função de curar, para a salvação do mundo e para a nossa própria salvação. Isto é, ela representa a vontade que precisamos aprender a manifestar.

A frase é a seguinte:

Quando quiseres só amor, não verás nada mais.

Então, tudo o que precisamos fazer é ouvir, escutar o que a Voz por Deus nos diz a partir dos trechos destacados, colocando ainda nossa atenção naquilo que a lição diz em sua parte final:

Ouve hoje. Fica bem quieto e ouve a Voz benigna por Deus, que te assegura que Ele te julga igual ao Filho que Ele ama.

Praticar também é isto: abrir-se para a Voz por Deus, não uma voz que vem de fora, que vem dos ruídos que o mundo do ego costuma colocar em nosso caminho como forma de nos distrair de nós mesmos e de nós mesmas, mas uma voz que está entranhada em nós, no fundo de nós, a que podemos ouvir sempre que buscarmos silenciar em nós a estática do mundo. 

As práticas - e a ideia para as práticas de hoje - servem para nos trazer à consciência o fato de que ainda fazemos coisas que contrariam nossa vontade, [por]que não sabemos, de fato, qual é ela. Porque não aceitamos por completo a ideia de que a Vontade de Deus e a nossa são a mesma. Teimamos na ideia de que podemos ter uma vontade separada da d'Ele/Ela. Que alguma coisa diferente do amor pode ter algum valor.

Ela nos revela que ainda não olhamos o suficiente para dentro para escolher ver apenas amor em todas as coisas e em todas as pessoas do mundo, e no mundo. No fundo, ainda temos a impressão de que sabemos de algumas coisas e de que somos capazes de escolher o que é melhor para nós. Não sabemos, não sabemos, não sabemos!

Às práticas?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Milagres podem corrigir nossa percepção equivocada

 

13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele não cria e nem muda verdadeiramente em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abre caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção que estava de cabeça para baixo anteriormente e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedi-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.

*

LIÇÃO 346

Hoje a paz de Deus me envolve,
E esqueço todas as coisas exceto Seu Amor.

1. Pai, desperto hoje com milagres que corrigem minha percepção de todas as coisas. E dessa forma começa o dia que compartilho Contigo do mesmo modo que compartilharei a eternidade, pois o tempo deixa de ter significado. Eu não busco as coisas do tempo e por isso não olharei para elas. O que busco hoje transcende todas as leis do tempo e das coisas percebidas no tempo. Quero me esquecer de todas as coisas exceto de Teu Amor. Quero habitar em Ti e não conhecer nenhuma lei exceto Tua lei do amor. E quero achar a paz que Tu criaste para Teu Filho e esquecer todos os brinquedos bobos que fiz enquanto vejo Tua glória e a minha.

2. E, quando a noite chegar hoje, nós não nos lembraremos de nada a não ser da paz de Deus. Pois hoje aprenderemos qual paz é a nossa, quando nos esquecermos de todas as coisas exceto do Amor de Deus.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 346

Caras, caros,

A ideia para as práticas de hoje pede uma vez mais que nos entreguemos nas Mãos de Deus e nos deixemos envolver pela paz que só Ele/Ela pode oferecer, pondo de lado todas as coisas que não sejam reflexos de Seu Amor. Assim, vamos dizer:

Hoje a paz de Deus me envolve,
E esqueço todas as coisas exceto Seu Amor.

E vamos dizê-lo com a forte convicção de que estamos falando a partir do Ser, que é o que somos na verdade, quando abandonamos todas as ilusões que o mundo nos oferece a partir do sistema de pensamento do ego. Por isso vamos, mais uma vez, nos voltar para o interior de nós mesmos e de nós mesmas e permitir que o Ser seja testemunha do que queremos que aconteça em nossa vida, a partir do que a lição ensina, dizendo:

Pai, desperto hoje com milagres que corrigem minha percepção de todas as coisas. E dessa forma começa o dia que compartilho Contigo do mesmo modo que compartilharei a eternidade, pois o tempo deixa de ter significado. 


Na verdade, queremos ser capazes de aceitar os milagres que vão corrigir nossa percepção. Para tanto é preciso que abandonemos também nossa tendência, quando damos ouvidos ao ego, a controlar o que se apresenta a nós a cada dia, como se, de fato, houvesse alguma coisa sobre a qual podemos exercer algum controle, no tempo. O que buscamos? Podemos dizer, como a lição nos pede?

Eu não busco as coisas do tempo e por isso não olharei para elas. O que busco hoje transcende todas as leis do tempo e das coisas percebidas no tempo. 

Ou estamos por demais envolvidos com a ideia de que há qualquer de verdade no tempo e nas coisas que vemos no tempo em que pensamos estar vivendo que não nos sobra tempo ou espaço para questionar a "realidade" aparente do mundo?

Quero me esquecer de todas as coisas exceto de Teu Amor. 

Será isso que queremos realmente? Somos capazes de alguma sinceridade, alguma honestidade ao praticar com estas palavras? Ou estaremos apenas repetindo, feito papagaios, ou papagaias, algo que nem sequer nos passa pela cabeça? 

Por fim, é preciso que busquemos no mais íntimo de nós mesmos e de nós mesmas a vontade de deixar de lado as coisas do mundo para nos dedicarmos apenas ao divino, dizendo, então:

Quero habitar em Ti e não conhecer nenhuma lei exceto Tua lei do amor. E quero achar a paz que Tu criaste para Teu Filho e esquecer todos os brinquedos bobos que fiz enquanto vejo Tua glória e a minha.

Assim, vamos buscar passar por todos os acontecimentos deste dia tendo em mente esta prece, para compartilharmos, com todas as pessoas que cruzarem nosso caminho hoje, a alegria e a paz que ela nos dá. Encerramos o dia, dizendo:

E, quando a noite chegar hoje, nós não nos lembraremos de nada a não ser da paz de Deus. Pois hoje aprenderemos qual paz é a nossa, quando nos esquecermos de todas as coisas exceto do Amor de Deus.

Isto deve certamente servir para que a paz e alegria que esperamos viver todos os dias se confirmem em nossa experiência.

Às práticas?