terça-feira, 2 de setembro de 2025

Para chegar à Presença: esvaziar a mente, silenciá-la

 

3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

*

LIÇÃO 245

Tua paz está comigo, Pai. Estou seguro.

1. Tua paz me envolve, Pai. Aonde eu for, Tua paz vai comigo. Ela derrama sua luz sobre todos que encontro. Eu a levo aos abandonados e aos que sentem medo. Eu ofereço Tua paz àqueles que sentem dor, ou que se afligem pela perda, ou que pensam estar privados de esperança e de felicidade. Envia-os a mim, meu Pai. Deixa-me carregar Tua paz comigo. Pois quero salvar Teu Filho, como é Tua Vontade, para poder chegar a reconhecer meu Ser.

2. E então vamos em paz. Damos ao mundo inteiro a mensagem que recebemos. E, deste modo, vimos para escutar a Voz por Deus, Que nos fala enquanto anunciamos a Palavra d'Ele, Cujo Amor reconhecemos porque compartilhamos a Palavra que Ele nos dá.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 245

Caros, caras,

Da mesma forma que em anos anteriores, com palavras diferentes talvez, vou lhes propor mais uma vez que tratemos de aproveitar a lição e a ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje para buscar entender bem aquilo que o ensinamento chama de "o instante santo" e aprender ainda mais, se possível, a nos prepararmos para ele, a exercitá-lo e a vivê-lo cada vez mais no dia-a-dia.

Como eu disse também em vários comentários anteriores, exercitar o instante santo nada mais é do que buscar pôr em prática aquilo que o ensinamento chama de "comunicação perfeita". O tipo de comunicação que só pode acontecer quando estamos conscientes da presença divina em nós e em toda e qualquer forma de vida que povoa o mundo em que pensamos viver, conscientes da paz de Deus a nos envolver, e nos sabemos em segurança, onde quer que estejamos, conforme a ideia que praticamos. 

E como ficar sempre mais conscientes da presença divina? Praticando as lições, buscando ficar em silêncio para ouvir a Voz por Deus, esvaziando a mente e deixando que os pensamentos, que nos aturdem, com sua estática, com seu turbilhão de ruídos, silenciem para podermos perceber, como diz Paramahansa Yogananda, que: 

Muito maior do que qualquer pessoa que tu ansiaste ser, é o que tu és. Deus Se manifesta em ti de um modo que não Se manifesta em qualquer outro ser humano; tua face é diferente da de qualquer outra pessoa; tua alma é diferente da de qualquer outra pessoa. Tu te bastas a ti próprio, pois dentro de tua alma está o maior de todos os tesouros: Deus. 

Para experimentar o instante santo e exercitá-lo, o que significa abandonar todo e qualquer aprendizado que o mundo já tenha oferecido, ofereça no momento, ou venha a oferecer amanhã, e abrir-se para o novo, precisamos aprender a ficar atentos e atentas ao presente, a nós mesmos e a nós mesmas e a tudo o que se passa conosco no instante mesmo em que estamos vivendo, qualquer que seja, a experiência, a situação, a circunstância, ou, ainda, vendo a pessoa que se apresenta. 

E, voltando ao que ensina Yogananda, para termos cada vez mais experiências do instante santo, precisamos aprender que:

A Auto-realização é o conhecimento - percebido mediante o corpo, a mente e a alma - de que somos um com a onipresença de Deus, de que não temos que orar para que ela venha a nós, de que não estamos, meramente, sempre próximos dela, mas de que a onipresença de Deus é nossa própria onipresença, de que somos partes d'Ele agora, tal qual sempre haveremos de ser.

É para isto, para chegar a desenvolver e viver a partir desta consciência e conhecimento, que praticamos. Hoje e todos os dias. 

Às práticas?

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Não há perigo em momento algum, em lugar nenhum

 

3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

*

LIÇÃO 244

Eu não corro perigo em nenhum lugar do mundo.

1. Teu Filho está seguro em qualquer lugar que esteja, porque Tu estás lá com ele. Ele só precisa chamar Teu Nome e se lembrará de sua segurança e de Teu Amor, pois são uma coisa só. Como ele pode ter medo ou duvidar ou deixar de saber que não pode sofrer, ficar em perigo ou experimentar a infelicidade, quanto pertence a Ti, amado e amoroso, na segurança de Teu abraço Paterno?

2. E, na verdade, é aí que estamos. Nenhuma tempestade pode alcançar o abrigo bendito de nosso lar. Estamos seguros em Deus. Pois o que pode vir a ameaçar o Próprio Deus ou amedrontar aquilo que será uma parte d'Ele para sempre?

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 244

Caras, caros,

Repito ipsis litteris, por pertinente, o comentário feito a esta lição nos últimos anos, inclusive o título dado a ele na postagem de 2022. Espero que ainda lhes seja de utilidade para o aprofundamento das práticas.

A ideia para as práticas de hoje complementa e expande aquela de que nos valemos para as práticas com a lição de número 240, há poucos dias: O medo não se justifica de nenhuma forma [lição 240]. Ela convida todos, todas  - cada um e cada uma de nós -, a um mergulho interior para buscar trazer à tona aquilo que ainda nos assusta, aquilo que, por alguma razão, reprimimos e que, agora, nos impede de viver a liberdade, a alegria e a paz completas que Deus quer para nós. 

Isto está diretamente relacionado a um dos textos do Curso, que diz o seguinte:

 "Tua tarefa não é buscar o amor, mas simplesmente buscar e achar todas as barreiras que construíste dentro de ti contra ele. Não é necessário buscar o que é verdadeiro, mas é necessários buscar o que é falso... [reconhecer o que é falso em nossa experiência, pois] a paz nunca virá da ilusão do amor, mas só de sua realidade".

É preciso, portanto, que não tenhamos medo de olhar para o relacionamento especial de ódio, que são todos os relacionamentos especiais*, conforme o conceito do Curso, pois a liberdade está em olhar para ele. Ainda de acordo com o texto, sem isso é impossível conhecer o significado do amor. Uma vez que não nos é possível limitar o ódio, é preciso que o reconheçamos ao olhar para dentro, para trazê-lo à consciência e lidar com ele de forma clara. Para podermos escolher o amor, que é o que queremos, porque é o que somos.

Para tanto, como eu já disse outras vezes, é preciso que nos conscientizemos de que não corremos perigo em momento algum e em lugar nenhum, nem mesmo no ponto mais profundo de nossas mentes, que é o que na maior parte das vezes o que mais nos assusta. Não há nada em nós mesmas, em nós mesmos e em nenhum lugar do mundo que ofereça riscos àquilo que somos em Deus, com Ele/Ela. E só podemos ser n'Ele/Ela, com Ele/Ela. Pois fora d'Ele/Ela não há nada. Assim como não há nada fora de nós, conforme o Curso ensina.

Repetindo, nem mesmo este mundo em que aparentemente vivemos, e que se apresenta aos nossos sentidos, por vezes, tão cheio de riscos, tão imperfeito e caótico, pode oferecer qualquer perigo a nenhum e a nenhuma de nós, pois ele não passa de sonho. Um sonho que sonhamos, pensando estar acordados, ou acordadas, diferente daquele que sonhamos quando estamos dormindo, mas, de qualquer modo um sonho. Ou será que algum, ou alguma, de nós acredita que alguma coisa daquilo que lhe mostra sua percepção é duradoura e vai se estender até a eternidade?

Se pusermos um pouco de nossa atenção naquilo que pensamos, vamos perceber que não temos medo de nada daquilo que acontece em nossos sonhos dormindo, mesmo quando o que acontece se apresenta de forma terrível e assustadora. O pesadelo. E por que não temos medo, então? Simplesmente porque, em algum ponto de nós, sabemos que tudo o que estamos vivendo faz parte de um sonho e que logo vamos acordar em casa, em nosso quarto, em nossa cama, seguras, seguros e protegidas, protegidos.

É preciso, porém, que demos ainda mais atenção a nossos pensamentos, que se multiplicam de forma vertiginosa a todo momento, mudando e mudando, e mudando, passando de um ponto a outro, de um assunto a outro, de uma questão a outra, de uma pessoa a outra, de uma visão a outra, de um modo de perceber a outro, de um problema a outro, detendo-se, às vezes, em um julgamento de nós mesmas, de nós mesmos, que nos deprime e nos afasta da alegria, tira a nossa paz de espírito para, em seguida, alegrar-se com uma bobagem qualquer, com uma piada qualquer, com um dito espirituoso de alguém.

Por isso, entre outras razões, dou-lhes novamente abaixo a crônica de Clarice Lispector "Se eu fosse eu ..., de que já falei algumas vezes aqui: É para se pensar, será que se eu fosse eu, o mundo seria o que é? Quer dizer, se eu agisse no mundo a partir do EU SOU QUE SOU, será que eu veria este mundo da forma como o vejo?

Se eu fosse eu
 
Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir.

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como? não sei.

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo o que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.

"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor também, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legitima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.

Às práticas, pois. Para descobrir que não há perigo em lugar algum do mundo e nem mesmo fora dele!

*Nota: 

Os relacionamentos especiais, para o Curso, são todos os relacionamentos que temos nesta experiência ilusória de mundo. Isto é, nossas relações todas, ou quase todas, com as pessoas e/ou coisas neste mundo, se não estiverem baseadas no amor incondicional - aquele em que não queremos nada da outra pessoa, coisa, ou ser, animado ou inanimado, ou aquele que é doação total, pura e completa -, são relacionamentos especiais. E podemos saber quando nosso relacionamento com alguém é especial perguntando-nos se queremos alguma coisa da pessoa, ou se gostaríamos de mudar alguma coisa na pessoa, ou se em algum momento já não nos surpreendemos pensando mal, julgando essa pessoa. Quer dizer, de maneira geral, todos os nossos relacionamento envolvem o ego - um falso eu, que de nenhuma maneira quer ou pode se mostrar por inteiro, por culpa, por medo, por preconceitos ou por quaisquer outras razões. Mas todas sempre ilusórias, porque partes da experiência da forma e dos sentidos num mundo que não existe senão como projeção de tudo o que trazemos dentro.

domingo, 31 de agosto de 2025

Vamos buscar a criança interior para ver o mundo?

 

3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

*

LIÇÃO 243

Não julgarei nada do que acontecer hoje.

1. Serei honesto comigo mesmo hoje. Não pensarei que já sei aquilo que tem de permanecer além de minha compreensão atual. Não pensarei que compreendo o todo a partir de fragmentos de minha percepção, que são tudo o que posso ver. Reconheço hoje que isto é verdadeiro. E, por esta razão, fico desobrigado de julgamentos que não posso fazer. Deste modo, eu me liberto e liberto àquilo que vejo para ficar em paz tal como Deus nos criou.

2. Pai, hoje deixo a criação livre para ser ela mesma. Aceito todas as suas partes, nas quais me incluo. Somos um só porque cada parte contém a memória de Ti e porque a verdade tem de brilhar em todos nós como um só.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 243

Caras, caros,

Comecemos a nos preparar para aprofundar a reflexão com a ideia de hoje, voltando ainda uma vez ao que eu disse em alguns dos comentários anteriores a esta mesma lição. 

A ideia para as práticas de hoje remete imediatamente à lição de número 132: Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que ele fosseLembram? Uma lição de importância muito grande para a meta que nos propõe o Curso com a primeira parte do Livro de Exercícios: o desaprender daquilo que o mundo ensina. 

Passadas, porém, as lições cujo objetivo era o desaprender o que o mundo ensina, voltamo-nos, agora, desde o início desta segunda parte do livro de exercícios, para a possibilidade do aprendizado da percepção verdadeira, a percepção que nos dá o espírito em nós. 

Tratamos agora, pois, de buscar aprender verdadeiramente o que é o mundo. Aprender para que serve o mundo e qual é a nossa função nele, uma vez que o escolhemos para viver a experiência da forma e dos sentidos por algum tempo. É por isso que a pergunta: O que é o mundo?, tema desta terceira série de lições, se justifica. Pois, de verdade, se formos bem honestas, bem honestos, para com nós mesmas, para com nós mesmos, não sabemos o que ele é ou para que serve. E temos sérias dúvidas acerca do que nós mesmas e nós mesmos somos, e das razões, ou razão, pela qual estamos aqui, não é mesmo?

Então, repetindo mais uma vez o que eu já disse antes, de que modo aprender ou apreender o significado do mundo, enquanto o mantemos preso a conceitos e "pré-conceitos", porque baseados apenas na experiência de nossas percepções individuais, que mudam tantas vezes quantas mudam as posições de um ponteiro que marca os segundos em um relógio? Se é que alguém ainda lembra como é um relógio que marca os segundos com ponteiros. 

Um pequeno parêntese: Li outro dia, folheando um livro nalgum lugar, uma observação que questionava como seria nosso modo de viver, se, a cada dia, nascêssemos de novo, sem nenhuma informação prévia do que tínhamos vivido ou das possibilidades que se apresentariam a nós, sem a "experiência" do que vivemos nos dias anteriores todos. Que tal pensar a este respeito? Cada novo dia que nasce, traz à luz um novo, uma nova, tu. Um novo eu. E, claro, um mundo inteiramente novo, que não conheces.]

A verdade é que, se de fato prestamos atenção às práticas da primeira parte, aprendemos que elas se destinavam a nos oferecer instrumentos e ideias para desaprendermos os conceitos e "pré-conceitos" do sistema de pensamento que recebemos do - e no - mundo [do ego, do falso eu], aprendidos todos ao longo do tempo [que é apenas ilusão e não existe, a não ser como parte da ilusão]. E que continuamos e continuaremos a aprender enquanto ainda influenciados e influenciadas por aquele sistema, vivendo esta experiência, no tempo - ilusório -, neste mundo - de ilusões.

Ora, repito, o desaprender de um sistema de pensamento por si só pode facilitar o aprendizado de outro [ou preparar para um salto a uma consciência mais abrangente]. É mais ou menos como aquela historinha zen, se vocês lembram, uma xícara cheia não pode receber mais chá do que sua capacidade, não importa o quanto continuemos a vertê-lo. Para colocar chá novo e quente é necessário esvaziá-la primeiro.

Lembremo-nos de que a ideia que praticamos hoje também tem a ver com a exortação de Jesus, segundo nos contam a seu respeito, a que voltemos a ser como as criancinhas. Não no sentido de uma regressão a um estado infantil, mas no sentido de se poder experimentar o mundo e as coisas do mundo sempre como se fora a primeira vez. 

As criancinhas não têm nenhum pré-conceito. E ainda não aprenderam a formular conceitos. Olham para o mundo com os olhos da inocência. E conseguem se maravilhar com as coisas mais simples, que nós já reputamos corriqueiras. A xícara de sua inteligência continua a se esvaziar depois de cada experiência, mesmo quando ela se repete vezes e vezes sem conta. E a deixam pronta [e vazia] para receber o chá da sabedoria e da informação que se lhes apresente. O tempo não tem significado para elas. Seu maravilhar-se com a vida e com as formas que a vida lhes revela é sempre novo. E se renova a cada instante, a cada experiência, a cada descoberta.

O segredo [se é que existe algum] de que nos esquecemos - por acumularmos conceitos e "pré-conceitos" ao longo de nossa jornada, sem os descartarmos a cada passo na direção do novo - é a prontidão que as crianças têm para aprender. A capacidade que elas têm de se entregar à experiência, à brincadeira presente, sem reservas. A capacidade de abandonar o que aprenderam anteriormente, a brincadeira anterior, para viverem apenas a do momento. E, como o Curso ensina, elas sabem naturalmente que não precisam fazer nada. Basta-lhes ser!

É a isso que as práticas de hoje, feitas de forma honesta e aberta, podem, mais uma vez, nos conduzir.

Às práticas?

sábado, 30 de agosto de 2025

A mesma grandeza de Deus, toda, trazemos em nós

 

3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

*

LIÇÃO 242

Este dia é de Deus. É meu presente a Ele.

1. Não conduzirei minha vida sozinho hoje. Eu não compreendo o mundo e, por isto, tentar conduzir minha vida sozinho só pode ser tolice. Mas há Alguém Que conhece tudo o que é melhor para mim. E Ele está contente em não fazer nenhuma escolha por mim, a não ser aquelas que levam a Deus. Dou este dia a Ele, pois não quero atrasar minha volta ao lar e é Ele Quem conhece o caminho para Deus.

2. E, então, Te damos o dia de hoje. Vimos com mentes inteiramente abertas. Não pedimos nada do que podemos pensar querer. Dá-nos aquilo que Tu queres que recebamos. Tu conheces todos os nossos desejos e todas as nossas necessidades. E Tu nos darás tudo aquilo de que precisamos para nos ajudar a encontrar o caminho para Ti.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 242

Caras, caros,

Tudo o que dou, dou a mim mesmo. Tudo o que faço é a mim mesmo que faço. "Para ter, dá tudo a todos." "Para ter paz, ensina a paz para aprendê-la." "Sê vigilante só a favor de Deus e do Seu Reino." Na verdade, todas estas frases iniciais deste comentário têm a ver com as ideias essenciais do ensinamento e também com a ideia para as práticas de hoje. De que modo?

Vejamos. Como diz um amigo meu, é porque Deus é onipotente que ele nos faz nem mesmo precisar dele. Ou dizendo de outro modo, independente do que fizermos, somos e vivemos na unidade com Deus. Vivemos nele e ele em nós. Nós não existimos sem Ele, mas, em contrapartida, Ele também não existe sem nós. Ou, para lembrar o que o próprio Curso diz, como vimos há pouco: O próprio Deus é incompleto sem mim. Para ressaltar quão importante somos.

É só quando aprendermos isso que, de fato, começaremos a compreender a grandeza que nos é própria, porque própria do Próprio Deus, uma vez que fomos criados à sua imagem e semelhança [lembrem-se, por favor, de que esta imagem e semelhança não tem absolutamente nada a ver com o corpo, que a imagem de um falso eu que nos atribui o ego. O Eu que somos em unidade com Deus não tem nada a ver com o ego]. 

Assim, quando damos este dia a Deus, fazemos de nosso dia um presente a Ele, mas também o damos como um presente a nós mesmos e a nós mesmas, pelo reconhecimento de que é a Ele/Ela que nos dirigimos, quando nos voltamos para nosso interior, à procura de nossa verdadeira identidade, uma vez que este voltar-se para dentro de nós mesmos e de nós mesmas significa que entendemos, reconhecemos e aceitamos que não há nada fora de nós. Também reconhecemos, assim, que o que somos é o que Deus é. Não vivemos sem Ele nem somos completos, nem completas, sem Ele/Ela, assim como Ele/Ela é incompleto/a sem nós.

Não precisamos fazer nada, como o Curso ensina, a não ser nos deixarmos guiar pelo espírito que nos anima, que é o que somos, na verdade e em Deus.

Às práticas?
 

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Não querer nada do mundo é o que nos torna livres

 

3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

*

LIÇÃO 241

A salvação chegou neste instante santo.

1. Quanta alegria há hoje! É um momento de celebração especial. Pois o dia de hoje oferece ao mundo sombrio o instante em que se dá sua liberação. Chegou o dia em que a tristeza acaba e a dor desaparece. Hoje a glória da salvação desponta sobre um mundo liberto. Este é o momento da esperança para incontáveis milhões. Eles serão reunidos agora à medida que os perdoas a todos. Pois hoje serei perdoado por ti.

2. Nós nos perdoamos uns aos outros agora e, por isto, chegamos finalmente a Ti mais uma vez. Pai, Teu Filho, que nunca partiu, volta ao Céu e a seu lar. Quão alegres estamos por ter de volta nossa sanidade e por lembrar que somos todos um só.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 241

Caras, caros,

Hoje, recebemos, mais uma vez, para quem já está aqui há algum tempo, a terceira das instruções para orientar as práticas das dez lições que virão em seguida nesta segunda parte do livro de exercícios. O tema desta vez é: O que é o mundo? Como tenho feito há já alguns anos para as primeiras duas instruções, vou continuar a postar a instrução para a série antes da postagem da lição a cada dia.

E então? Como responder à pergunta que nos vai servir de instrução nestes próximos dez dias? O que lhes parece que é o mundo, assim como o veem? Da forma com que o vemos? Será que cada um, ou cada uma, de nós o vê da mesma forma? E, se não, isto é indicador de quê? Que lhes parece? Será que, se, de fato, o mundo que vemos fosse real, não deveríamos todos e todas vê-lo do mesmo modo? E, se ele não é real, o que é então? O que é que pode ser real, se visto de milhares, milhões, bilhões de maneiras diferentes ao mesmo tempo?

A ilusão?

É para podermos responder a estas questões que precisamos das práticas. Pois, se o mundo é apenas uma ilusão, por que nos importamos tanto com ele? Por que há milhões de pessoas buscando vender a ideia que sustenta a necessidade de se mudar o mundo? A necessidade de torná-lo melhor, mais justo, pacífico e equilibrado?

Não será isso apenas mais uma das infinitas artimanhas do ego - o falso eu - buscando nos convencer de que o mundo traz em si algo que queremos de fato e de que precisamos fazer algo para encontrar aquilo que nos falta no mundo? Algo de valor, que pode nos levar na direção da alegria e da paz completas e perfeitas, que são a Vontade de Deus para nós?

Li outro dia, em algum lugar, uma frase de um mestre que dizia algo como nem mesmo um rei poderoso ou um imperador soberano pode qualquer coisa contra aquele que não deseja nada do mundo. Eu diria que isto é muito significativo, muito importante, e que merece uma reflexão mais profunda, uma vez que a maior parte dos problemas que enfrentamos está relacionada a coisas que queremos do mundo, no mundo. Ou não lhes parece assim?  Acreditando que podemos mudar o mundo - orientados e orientadas, óbvio, pelo falso eu -, não nos damos ao trabalho de pensar nem sequer por um instante que qualquer mudança, para se realizar, tem de se dar sempre a partir do interior de quem a quer, já que a percepção só nos mostra aquilo que escolhemos ver. Isto vem mostrar também que a liberdade só é verdadeiramente possível quando não queremos nada do mundo. Isto é, quando reconhecemos, em sintonia com o Curso, que não há nada que queiramos no mundo. Porque é só o não querer nada do mundo que pode nos tornar livres.

De verdade, parece-me, que se pode perfeitamente dizer que aquele, ou aquela, que não deseja nada do mundo já encontrou a salvação, para si e para o mundo. Tal é a ideia que praticamos novamente para começar as práticas com a primeira das lições que terão como ponto central a instrução que o Curso nos traz hoje.

Aprender que, de fato, o mundo não me pode dar nada que eu já não tenha, que ele não é nada mais do que a projeção daquilo que trago em mim, não é nada mais nada menos do que reconhecer minha salvação, que chega neste instante santo. O instante em que abrimos mão do mundo, em favor da identidade verdadeira, em Deus, com Ele. 

Às práticas?

* 

OBSERVAÇÃO: 

Um adendo para aprofundar a reflexão: 

Esta é uma das mensagens-relâmpago de um amigo, já encantado, cujas manifestações buscam nos levar sempre ao questionamento da "realidade" que pensamos haver no mundo que vemos. É dele, por exemplo, a frase: "A verdade é que é tudo mentira". Pensemos, pois, nesta aí abaixo:

Você pensa que tem livre arbítrio?
Então, por que não escolhe virar Deus?
Prefere ser menos?
Das duas uma: ou você não tem livre arbítrio, ou não é inteligente.


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

A crença numa separação que não existe gera medo

 

2. O que é a salvação?

1. A salvação é uma promessa, feita por Deus, de que por fim encontrarás teu caminho até Ele. Ela não pode senão ser cumprida. Ela garante que o tempo terá um fim e que todos os pensamentos que nasceram no tempo também findarão. A Palavra de Deus é dada a cada mente que pensa ter pensamentos separados e substituirá esses pensamentos de conflito pelo Pensamento de paz.

2. O Pensamento de paz foi dado ao Filho de Deus no instante em que sua mente pensou em guerra. Antes não havia necessidade de tal Pensamento porque a paz era dada sem opositores e simplesmente existia. Mas, quando a mente se divide, surge uma necessidade de cura. Por esta razão o Pensamento que tem o poder de curar a divisão se tornou uma parte de cada fragmento da mente que ainda era uma só, mas que deixou de reconhecer sua unidade. Naquele momento ela não se conhecia e pensava que sua própria Identidade estava perdida.

3. Salvação é desfazer no sentido de que, deixando de apoiar o mundo, ela não faz nada. Deste modo, ela abandona as ilusões. Por não apoiá-las, ela deixa simplesmente que elas se reduzam a pó suavemente. E, agora, revela-se o que elas escondiam; um altar ao santo Nome de Deus, sobre o qual está escrita a Palavra d'Ele, com as dádivas do teu perdão depositadas diante dele e a lembrança de Deus logo atrás.

4. Vamos entrar neste lugar diariamente para passar algum tempo juntos. Aqui compartilhamos nosso último sonho. É um sonho no qual não há tristeza, pois ele contém um indício de toda a glória que Deus nos dá. A relva irrompe do solo agora, as árvores começam a brotar e os pássaros vêm viver em seus galhos. A terra renasce com nova perspectiva. A noite acaba e chegamos juntos à luz.

5. Daqui oferecemos a salvação ao mundo, pois é aqui que a salvação foi recebida. A canção de nosso júbilo é o aviso para todo o mundo de que a liberdade voltou, de que o tempo está quase no fim e de que o Filho de Deus só tem de esperar mais um instante até que seu Pai seja lembrado, os sonhos acabem e a eternidade brilhe afastando o mundo para que absolutamente só o Céu exista.

*

LIÇÃO 240

O medo não se justifica de nenhuma forma.

1. Medo é engano. Ele revela que tu te vês de uma forma que nunca poderias ser e, por esta razão, olhas para um mundo que é impossível. Nem sequer uma única coisa neste mundo é verdadeira. Não importa a forma com que ela possa se apresentar. Ela apenas testemunha tuas próprias ilusões acerca de ti mesmo. Não nos deixemos enganar hoje. Nós somos os Filhos de Deus. Não há nenhum medo em nós, pois cada um de nós é uma parte do Próprio Amor. 

2. Quão tolos são nossos medos! Tu permitirias que Teu Filho sofresse? Dá-nos fé hoje para reconhecermos Teu Filho e para libertá-lo. Vamos perdoá-lo em Teu Nome, para podermos compreender a santidade dele e sentir por ele o amor que é também Teu Próprio Amor.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 240

Caras, caros,

Repetindo uma vez mais, em parte, comentários de anos passados, a ideia para as práticas de hoje vai nos pôr em contato, desta vez, de maneira um pouco diferente, com uma ideia que já praticamos na primeira parte do livro de exercícios. Uma das ideias que podemos, creio eu, considerar das mais importantes dentre todas as que já aprendemos. Apesar de não se poder dizer que uma é mais importante do que outra qualquer, conforme já frisei várias vezes em vários comentários. Pois, conforme o Curso ensina, qualquer uma delas em si, aprendida e posta de fato em prática, pode ensejar a salvação: a nossa e a do mundo inteiro. A ideia de que estou falando é a da lição 48: Não há nada a temer

O que o Curso quer que aprendamos - ou lembremos - com a ideia de hoje, e também com a da lição 48, é mais ou menos o que Wayne Dyer diz em um de seus livros a respeito daquilo que é necessário para que cheguemos à experiência de conhecer Deus, que é sinônimo do autoconhecimento ou iluminação, direção na qual o ensinamento do Curso se propõe a nos levar.
 
Diz ele que, para se chegar a conhecer Deus, 

"... precisas abandonar teus receios e criar o lugar em tua vida em que estejas livre de influências externas, [tens de te permitir] galgar a escada da energia [das vibrações mais elevadas] e entrar diretamente em contato com essas [vibrações que te levam à consciência do espírito em ti]. Quando viveres nesse lugar, e respirares a energia da percepção de Deus [a partir do divino interior], terás uma fé da qual ninguém conseguirá te fazer desistir [porque a fé que terás é fé em ti mesmo, pelo reconhecimento da verdade a teu próprio respeito, uma fé em um Deus que não pode existir separado de ti mesmo e, portanto, um Deus que é o EU SOU que é o que és]. Fazes isso dissipando o medo que surge quando tomas a decisão de ter essa experiência direta, independentemente da opinião de forças externas que foram [e continuam querendo ser] tão poderosas na tua vida". 

Na verdade, não há nada fora de ti, ou fora de cada um ou cada uma de nós, como o Curso ensina. O que vês aparentemente fora de ti não passa de projeção daquilo que acreditas a teu respeito, quando estás em sintonia com o falso eu - o ego -, acerca do qual o Curso fala. Quando tua sintonia se dá com o Espírito em ti, com teu Deus interior, sabes que o que as aparências mostram são apenas aspectos sagrados de ti mesmo/a.

Tomar "a decisão de ter essa experiência direta" do divino interior equivale a reconhecer e experimentar em tua própria vida o fato de que não há nunca qualquer justificativa para o medo. O medo é apenas uma sensação ilusória gerada pela crença em um mundo no qual estás separado, ou separada, de Deus. Esse mundo não existe!

Assim, a lição de hoje vem, neste momento, para nos dar nova perspectiva do mundo, oferecendo-nos a possibilidade de uma percepção corrigida, a partir da visão do Espírito Santo, que sabe que o medo não se justifica em nenhuma circunstância e por razão nenhuma, a menos que ainda não tenhamos aprendido que a separação é só ilusória.

Para nos libertarmos desta crença é que precisamos das práticas. São elas que vão nos dar a possibilidade de reconhecer e aceitar a responsabilidade por tudo o que se apresentar a nossa experiência. São também as práticas que vão nos permitir acolher as experiências que se apresentarem, sejam quais forem. E  ainda são as práticas que vão nos ensinar a agradecer por tudo o que se apresentar e nos oferecer a possibilidade de escolher outra vez, se, e quando, for o caso. 

A elas?