quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Quando iremos questionar todas as nossas crenças?

 

11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 325

Todas as coisas que penso ver refletem ideias.

1. Este é o princípio fundamental da salvação: o que vejo reflete um processo em minha mente, que começa com minha ideia do que quero. A partir disso, a mente constrói uma imagem da coisa que deseja, julga favorável e, portanto, busca encontrar. Essas imagens são, em seguida, projetadas para fora, examinadas, consideradas reais e preservadas como pessoais. Dos desejos loucos, surge um mundo louco. Do julgamento, surge um mundo condenado. E, de pensamentos de perdão, surge um mundo pacífico, misericordioso para com o Filho de Deus, para lhe oferecer um lar benigno no qual ele possa descansar por um momento antes de seguir adiante, para ajudar seus irmãos a andarem para frente com ele e encontrarem o caminho para o Céu e para Deus.

2. Pai Nosso, Tuas ideias refletem a verdade, e as minhas, separadas das Tuas, apenas inventam sonhos. Deixa-me ver apenas aquilo que reflete Tuas ideias, pois as Tuas, e só as Tuas, estabelecem a verdade.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 325

Caras, caros,

A ideia que vamos praticar novamente hoje traz consigo a revelação do modo de que nos valemos [a maior parte do tempo induzidas e induzidos pelas crenças do falso eu] para "aparentemente" criar este mundo. Ou será que alguma ou algum de nós acredita que tudo aquilo que vê existe na forma que se apresenta a ela ou a ele é real daquela forma para todas as pessoas que que povoam seu mundo? 

Será que já não nos passou pela cabeça em algum momento a dúvida, uma pequena intuição do fato de que o que vemos pode não ser exatamente como vemos? E a descoberta de que outras pessoas veem de modo diferente do nosso não será suficiente para pôr em dúvida a pretensa certeza de que aquilo que vemos só pode ser da forma que vemos? E saber que cada uma e cada um vê um mundo diferente não é prova suficiente de que o que vemos é só uma das miríades de formas da ilusão? Pode ser real alguma coisa que milhões, bilhões, veem de modo diferente?

Como já disse antes, tudo o que aparentemente existe em nosso mundo, antes de existir, foi uma ideia. Daí ser possível acreditarmos na veracidade da ideia que o Curso apresenta para as nossas práticas:

Todas as coisas que penso ver refletem ideias.

Isto não lhes parece claro? Lembram-se da ideia que praticamos com a lição de número sete: Eu só vejo o passado? Lá já éramos orientadas e orientados a perguntar a nós mesmas e a nós mesmos a respeito de nossa experiência com uma xícara. O que sabemos a respeito da xícara a não ser aquilo que aprendemos a respeito dela no passado. O que é uma xícara, senão uma ideia materializada de um recipiente para se tomar chá, café, ou outro líquido qualquer? Será que a vemos verdadeiramente? 

Como se dá este processo e como ele pode facilitar que nos aproximemos da salvação? Vejamos o que a lição diz:

Este é o princípio fundamental da salvação: o que vejo reflete um processo em minha mente, que começa com minha ideia do que quero. A partir disso, a mente constrói uma imagem da coisa que deseja, julga favorável e, portanto, busca encontrar. Essas imagens são, em seguida, projetadas para fora, examinadas, consideradas reais e preservadas como pessoais. Dos desejos loucos, surge um mundo louco. Do julgamento, surge um mundo condenado. E, de pensamentos de perdão, surge um mundo pacífico, misericordioso para com o Filho de Deus, para lhe oferecer um lar benigno no qual ele possa descansar por um momento antes de seguir adiante, para ajudar seus irmãos a andarem para frente com ele e encontrarem o caminho para o Céu e para Deus.

Ora, não há como não pensar no que a ideia nos sugere para as práticas. ... Dos desejos loucos, surge um mundo louco. Do julgamento, surge um mundo condenado. Basta, pois, que tomemos nossa decisão de escolher o Céu para que o Céu se apresente a nossa experiência. Mesmo neste mundo.

Para tanto, é necessário abrir mão de todas as crenças. É preciso que estejamos, todas e todos, dispostas e dispostos a reformular todos os conceitos que temos, de nós mesmas, de nós mesmos, das outras pessoas e seres e coisas que habitam o mundo, da vida e do significado deste mundo. Ou como o Curso diz:

Aprender este curso exige disposição para questionar todos os valores que manténs. Um só mantido oculto ou indefinido pode comprometer teu aprendizado. Nenhuma crença é neutra. Cada uma delas tem o poder de ditar cada decisão que tomas. Pois uma decisão é uma conclusão baseada em tudo o que acreditas.

Mas teremos - alguma ou algum de nós terá, criará em si - disposição para questionar todos os valores? O tempo todo. Para tanto, é preciso que, nalgum momento, tomemos a decisão de viver apenas o presente. O agora. Pois, também como o ensina o Curso, não há nenhum outro tempo. É preciso também que tomemos a decisão pelo Céu, pelo amor, pela alegria e pela paz, que são a Vontade de Deus para todas, todos, cada uma e cada um de nós.

Quando estivermos dispostas e dispostos a abandonar tudo aquilo que o mundo nos oferece, abrindo mão de nossas ideias e crenças, construídas a partir de uma lógica que considera verdadeiro e certo apenas aquilo que vemos do modo que vemos, é que vamos ser capazes de deixar de lado quaisquer certezas, para buscar a sintonia com os Pensamentos de Deus, que é o que somos na verdade, n'Ele e com Ele. 

Aí vamos ser capazes também de abandonar nossa identificação com um corpo para experimentar viver a liberdade, a paz e a alegria que só o perdão ao mundo, e a nós mesmas e a nós mesmos, pode oferecer. E vamos poder dizer como a lição nos orienta: 

Pai Nosso, Tuas ideias refletem a verdade, e as minhas, separadas das Tuas, apenas inventam sonhos. Deixa-me ver apenas aquilo que reflete Tuas ideias, pois as Tuas, e só as Tuas, estabelecem a verdade. 

Às práticas?


terça-feira, 19 de novembro de 2024

Quem acha que pode e quer conduzir é apenas o ego

 

11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 324

Eu apenas sigo, pois não quero conduzir.

1. Pai, Tu és Aquele Que deu  a mim o plano para minha salvação. Tu estabeleceste o caminho que devo seguir, o papel que devo assumir e todos os passos do caminho designado para mim. Eu não posso me perder. Só posso escolher me desviar por algum tempo e depois voltar. Tua Voz amorosa sempre vai me chamar de volta e guiar meus passos corretamente. Todos os meus irmãos podem seguir pelo caminho que lhes indico. No entanto, eu apenas sigo no caminho que leva a Ti, conforme Tu me orientas e queres que eu siga.

2. Sigamos, pois, Aquele Que conhece o caminho. Não precisamos hesitar porque não podemos nos perder de Sua Mão amorosa exceto por um instante. Caminhamos juntos porque O seguimos. E é Ele que torna certo o final e garante um volta segura para casa.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 324

Caras, caros,

A ideia que vamos praticar hoje visa a nos mostrar a verdade daquilo que diz o texto a certa altura: "tu não precisas fazer nada". Ou, aproveitando o mesmo mote, podemos lembrar de um ponto em que o Curso ensina que a realidade não precisa de nossa colaboração para ser o que é. Ou outro em que vimos que "tudo está absolutamente certo exatamente da forma que é", ou seja, na forma com que se apresenta a nossa experiência. Isto que dizer, como um ditado popular: "muito ajuda quem não atrapalha".  

Se, de fato, nos ativermos à ideia para as práticas e ao que está dito no parágrafo acima, isto é, a ideia de que não precisamos fazer nada e a de que tudo é como é e que se não atrapalharmos a vida só pode dar certo, veremos que tudo o que é preciso é apenas seguir, como orienta a ideia das práticas de hoje:

Eu apenas sigo, pois não quero conduzir.

Ou como nos orientava a lição de número 317, de alguns dias atrás: "Sigo no caminho indicado para mim".

Quem, de fato, quer conduzir, e busca sempre se manter no controle é o ego, o falso eu, que não tem nada a ver com o que, na verdade, somos. Aí, a partir da orientação dele, em lugar de seguir e deixar que as coisas fluam e que a vida dê certo do jeito que tem de dar, nós atrapalhamos. E atrapalhamos todas as vezes que damos ouvidos e crédito ao que nos aconselha o falso eu - a imagem que construímos de nós mesmas e de nós mesmos, a que o Curso denomina ego. Pois, na verdade, "ainda somos como Deus nos criou". 

E para agirmos como o Filho de Deus é preciso que aceitemos o plano de salvação d'Ele. Isto é, como nos pede que façamos a lição:

Pai, Tu és Aquele Que me deu o plano para minha salvação. Tu estabeleceste o caminho que devo seguir, o papel que devo assumir e todos os passos do caminho designado para mim. Eu não posso me perder. Só posso escolher me desviar por algum tempo e depois voltar. Tua Voz amorosa sempre vai me chamar de volta e guiar meus passos corretamente. Todos os meus meus irmãos podem seguir pelo caminho que lhes indico. No entanto, eu apenas sigo no caminho que leva a Ti, conforme Tu me orientas e queres que eu siga.

Conforme eu já disse outras vezes também, de acordo com Joel Goldsmith, cujo ensinamento está em sintonia com o que o Curso quer que aprendamos, o milagre é este: Nossa união consciente com Deus - uma unidade que não pode ser desfeita, não importa o que pensemos, digamos, façamos ou acreditemos - torna tudo disponível, mesmo neste mundo, no momento em que sentimos a necessidade. E nada, nem ninguém, pode afastar isso de nós, de modo algum - nada, absolutamente nada, nem ninguém.

Sabendo disso, quem acha que é preciso conduzir? Quem está disposto a se arriscar a viver a ilusão da separação de Deus para ter, apenas na aparência, o controle sobre sua vida? Ou sobre a vida de outras pessoas? Só o ego, que não quer abrir mão do controle, que tem dificuldade para seguir e que acha que é capaz de conduzir não só a sua vida, mas que também, muitas vezes, se acha no direito de dizer, por acreditar, equivocadamente, que sabe, o que é melhor até mesmo para as outras pessoas com quem convive. 

É por isso que precisamos praticar como nos diz a lição:

Sigamos, pois, Aquele Que conhece o caminho. Não precisamos hesitar porque não podemos nos perder de Sua Mão amorosa exceto por um instante. Caminhamos juntos porque O seguimos. E é Ele que torna certo o final e garante um volta segura para casa.

Às práticas?

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Alguém aqui acredita ser o medo um mal necessário?

 

11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 323

Faço o "sacrifício" do medo com alegria.

1. Eis aqui o único "sacrifício" que Tu pedes a Teu Filho amado: pedes que ele desista de todo o sofrimento, de toda a sensação de perda e de tristeza, de toda ansiedade e dúvida e permita livremente que Teu Amor venha a se derramar em sua consciência, curando-o da dor e lhe dando Tua Própria alegria eterna. É este o "sacrifício" que Tu me pedes e ele é um que faço com prazer; o único "custo" do restabelecimento de Tua memória em mim, para a salvação do mundo.

2. E, quando pagamos a dívida que temos para com a verdade - uma dívida que é apenas o abandono dos auto-enganos e das imagens que adorávamos falsamente -, a verdade volta para nós na integridade e na alegria. Não somos mais enganados. O amor volta então a nossa consciência. E ficamos em paz mais uma vez, pois o medo se foi e só o amor permanece.


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 323

Caras, caros,

Comecemos, pois, mais uma vez, a explorar a ideia para as práticas de hoje, voltando em parte aos comentários anteriores a esta mesma lição, em que eu dizia que ela nos coloca em contato com uma verdade inegável: a de que todas e todos nós abriríamos mão do medo, de qualquer medo, de todo o medo, com alegria. Apesar de saber que há pessoas, guiadas pelos ego, que acreditam que o medo é um mal necessário.

Como eu disse, então, ressalvando-se a última frase do parágrafo acima, não há ninguém que, de modo consciente goste ou queira viver com medo, sentir medo do que quer que seja. Ou estou enganado? Será, então, um "sacrifício" abrir mão da crença na separação, que nos põe o fardo da culpa e nos abre ao julgamento, de nós mesmas, de nós mesmos, e de tudo e de todas as pessoas e coisas do mundo, animadas ou inanimadas? Será um sacrifício abrir mão da onipotência que o falso eu quer atribuir a si mesmo para usurpar o lugar do divino em nós?

E a lição diz a respeito:

Eis aqui o único "sacrifício" que Tu pedes a Teu Filho amado: ... que ele desista de todo o sofrimento, de toda a sensação de perda e de tristeza, de toda ansiedade e dúvida e permita livremente que Teu Amor venha a se derramar em sua consciência, curando-o da dor e lhe dando Tua Própria alegria eterna. É este o "sacrifício" que Tu me pedes e ele é um que faço com prazer; o único "custo" do restabelecimento de Tua memória em mim, para a salvação do mundo.

Vejamos se há um modo de descobrir o que é o julgamento e o que ele faz para nos afastar da alegria, para nos tirar a paz e nos deixar com medo e fazer com que nos sintamos culpadas e culpados quase que o tempo todo. Pelo que fizemos, pelo que não fizemos. Pelo que deixamos de fazer. E até pelo que pensamos em fazer. De acordo com Sara Paddison, no livro O Poder Oculto do Coração:

"O modo como você vê a vida - pessoas, lugares e situação - é da maior importância. Existe uma linha muito tênue entre avaliar uma coisa e julgá-la. As avaliações, quando feitas sem o coração, transformam-se com facilidade em julgamentos. Julgar a si mesmo e aos outros constitui um hábito absolutamente mecânico, uma frequência em geral aceita pela nossa sociedade que gera uma quantidade extraordinária de stress [culpa e medo]."

Diz ela ainda que:

"Os julgamentos costumam ser sutis, formados com base em velhas mágoas, pressões, stress, pressa e comparações entre você mesmo e os outros. As comparações enganam. (...) Os julgamentos nos impedem de estabelecer uma ligação com a essência de outra pessoa [e, por conseguinte, com nossa própria essência], além de promoverem desequilíbrio e desarmonia no nosso sistema."

Tudo isso, é claro, nos afasta da verdade de nós mesmas e nós mesmos e nos afasta de todas as outras pessoas, que também são o que somos na unidade, impedindo-nos de perceber o auto-engano em que estamos vivendo. Tudo o que temos de fazer, então, é levar nossos julgamentos, culpas e medos à verdade, para voltarmos ao contato com aquilo que somos verdadeiramente.

Pois, como diz a lição:

... quando pagamos a dívida que temos para com a verdade - uma dívida que é apenas o abandono dos auto-enganos e das imagens que adorávamos falsamente -, a verdade volta para nós na integridade e na alegria. Não somos mais enganados. O amor volta então a nossa consciência. E ficamos em paz mais uma vez, pois o medo se foi e só o amor permanece.

Para isso praticamos. 

Às práticas?

domingo, 17 de novembro de 2024

Nunca é pelos sentidos que se apreende a realidade

 

11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

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LIÇÃO 322

Só posso desistir do que nunca foi real.

1. Eu sacrifico ilusões, nada mais. E, quando as ilusões se vão, encontro as dádivas que elas tentavam esconder esperando por mim em acolhida luminosa e prontas para dar as mensagens milenares de Deus para mim. A lembrança de Deus habita em cada dádiva que recebo d'Ele. E cada sonho serve apenas para esconder o Ser que é o único Filho de Deus, à semelhança d'Ele, o Santo Que ainda habita n'Ele para sempre do mesmo modo que Ele ainda habita em mim.

2. Pai, todo sacrifício continua a ser eternamente inconcebível para Ti. E, por isso,  eu não posso sacrificar nada a não ser em sonhos. Do modo que Tu me criaste, não posso desistir de nada do que Tu me deste. Aquilo que Tu não deste não é real. Que perda posso prever exceto a perda do medo e a volta do amor a minha mente?


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 322

Caras, caros,

Repetindo, com pequenas alterações aqui e ali, o comentário já feito a esta lição em anos anteriores: 

Em algum ponto do texto do Curso, como já lhes disse algumas vezes antes, encontramos a informação de que não nos vai ser possível encontrar nem a paz, nem a alegria, nem a felicidade a que aspiramos - e que também é a Vontade de Deus para cada uma e cada um de nós -, enquanto não nos rendermos à orientação do divino, do espírito, no interior. Por isso, sempre que em nossa caminhada pelo mundo abandonamos qualquer coisa, uma atividade, uma pessoa, uma propriedade, um lugar, estamos apenas abandonando ilusões. E estas são apenas a face exterior e, por isso ilusória, visível e superficial, que surge de um ponto mais profundo, oculto no interior de nós mesmas e de nós mesmos. Uma necessidade, uma crença, um desejo, um sonho.

Ou, como diz a lição de hoje:

Eu sacrifico ilusões, nada mais.

E o que acontece a partir do momento em que abandonamos as ilusões?

... quando as ilusões se vão, encontro as dádivas que elas tentavam esconder esperando por mim em acolhida luminosa e prontas para dar as mensagens milenares de Deus para mim.

É disto que trata a ideia para as práticas de hoje: da verdade a respeito deste mundo. E daquilo que fazemos no mundo, que é apenas uma ilusão. Tanto é assim que podemos observar facilmente que o mundo é diferente para cada uma e cada um de nós, como eu disse ontem. Ou não é assim que o veem? Acreditam que há algo de verdadeiro no mundo, em seu mundo pessoal, aquele em que acreditam estar?

Voltemos nossa atenção mais uma vez para o que nos diz outra parte do texto à qual já me referi várias vezes.

Qualquer coisa neste mundo que acredites ser boa e de valor, e pela qual vale a pena lutar, pode te ferir, e o fará. Não porque tenha o poder de ferir, mas apenas porque tu negaste que ela é apenas uma ilusão e a tornaste real. E ela é real para ti. Deixou de ser nada. E a partir da realidade percebida para ela entram todas as ilusões doentias do mundo. Toda a crença no pecado, no poder do ataque, em dano e ferimento, em sacrifício e morte vem a ti. Pois ninguém pode tornar uma única ilusão real, e mesmo assim escapar das demais. Pois quem pode escolher manter aquelas que prefere e encontrar a segurança que só a verdade pode oferecer? Quem pode crer que as ilusões são todas a mesma e ainda assim afirmar que uma delas é melhor?

Eis aí, pois, o enorme problema que aparentemente temos de enfrentar para "viver" num mundo como este, que nos oferece inúmeras coisas que podem, e querem, a partir da orientação do falso eu nos parecer verdadeiras. É deste modo que o falso eu trabalha para nos convencer de que há algumas coisas a que devemos/podemos, de fato, nos apegar neste mundo, dar-lhes realidade. 

É claro que isso não significa que não devemos estar atentos ao que acontece aparentemente a nossa volta, nem descuidar do amor e da caridade para com tudo e com todas e todas que se apresentam em nossos caminhos. Com a ressalva de que precisamos ter sempre em mente que tudo o que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e provamos não passa de ilusão da percepção dos sentidos. A realidade está além da percepção. A percepção dos sentidos não consegue apreender a realidade. E nada do que seja perceptível dura para sempre.

É, pois, só no entender do ego que há no mundo coisas a que devemos dar valor. No entanto, quando damos ouvidos a ele, tudo o que fazemos é dar realidade à ilusão. Pois, de verdade, só as dádivas que recebemos de Deus, do divino interior em nós, lembram?, é que têm valor, como nos diz a lição.

A lembrança de Deus habita em cada dádiva que recebo d'Ele. E cada sonho serve apenas para esconder o Ser que é o único Filho de Deus, à semelhança d'Ele, o Santo Que ainda habita n'Ele para sempre do mesmo modo que Ele ainda habita em mim.

É por isso que o Curso ensina que a verdade a nosso próprio respeito não pode mudar. Não importa o que façamos na ilusão, continuamos a ser tal como Deus nos criou. Nossa herança é a santidade do Filho de Deus. O poder que temos, e que não tem limites, vem da inocência que Ele, o divino em nós, garante-nos não poder ser maculada em nenhuma instância.

É também por isso que:

... todo sacrifício continua a ser eternamente inconcebível para [Deus]. E, por isso,  eu não posso sacrificar nada a não ser em sonhos. Do modo que Tu me criaste, não posso desistir de nada do que Tu me deste. Aquilo que Tu não deste não é real. Que perda posso prever exceto a perda do medo e a volta do amor a minha mente?

Às práticas?


sábado, 16 de novembro de 2024

A Criação não acontece no tempo, ela é sempre agora

 

11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

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LIÇÃO 321

Pai, só em Ti está minha liberdade.

1. Não entendi o que me libertou, nem o que minha liberdade é e nem onde procurar para encontrá-la. Pai, procurei em vão até que ouvi Tua Voz me orientando. Não quero mais guiar a mim mesmo agora. Pois nem fiz, nem entendi o modo de achar minha liberdade. Mas confio em Ti. Tu, Que me dotaste de minha liberdade como Teu Filho santo, não estarás perdido para mim. Tua Voz me guia e finalmente o caminho para Ti está aberto e livre para mim. Pai, só em Ti está minha liberdade. Pai, é minha vontade voltar.

2. Hoje respondemos pelo mundo, que será libertado conosco. Quão alegres estamos por achar nossa liberdade pelo caminho infalível que nosso Pai estabeleceu. E quão certa é a salvação do mundo inteiro, quando aprendemos que só podemos achar nossa liberdade em Deus.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 321

Caras, caros,

Chegamos hoje, novamente, à décima primeira das instruções especiais que buscam orientar as práticas das séries de lições desta segunda parte do livro de exercícios. Desta vez, pelos próximos dez dias a contar de hoje, o tema que vai dar unidade aos nossos exercícios diários é: O que é a criação? E, claro, para facilitar as coisas, vou continuar a postar a instrução para esta série a cada dia, como tenho feito desde há alguns anos. 

Alguém se anima a dizer o que é a criação? Acredito, como já disse antes, que ela tem um significado diferente para cada uma e cada um de nós, pois o mundo de cada uma e de cada um, por mais difícil que seja acreditar nisto, é um mundo diferente. Não há dois mundos que coincidam. Pois as ilusões não podem ser compartilhadas. Daí, todas as dificuldades que temos para conviver umas e uns com as outras e com os outros. Umas e uns com os mundos da outras e os mundos dos outros. 

Dizendo de outra forma, cada uma e cada um de nós acha que o mundo que vê é o único que existe e, muitas vezes, não aceita a interferência de outras pessoas em seu mundo. Ou não entende que o mundo que a outra pessoas descreve é apenas um mundo diferente, uma vez que, na prática, para as pessoas que se veem separadas (as que vivem apenas a partir das percepções do ego), não há dois mundos iguais. Mais interessante ainda, é se pensar que, a partir do que o Curso ensina, na verdade, não há nenhum mundo. Como responder, pois, à pergunta: O que é a Criação?

É claro que uma resposta que atenda e integre todas as diferenças aparentes dos mundos todos que cada uma e cada um de nós cria só pode ser aquela dada ao longo do texto introdutório à primeira das dez lições que vamos praticar a seguir: "Nós somos a criação". Isto é, todas, todos, cada uma e cada um de nós, além de todas as coisas que existem aparentemente no mundo, na unidade com Deus. Nós somos o Filho de Deus, os Pensamentos d'Ele, aparentemente separados, mas, na verdade, compartilhando uma unidade e uma completude que não pode jamais ser ameaçada. 

É também interessante pensar em que momento se deu, ou se dá a Criação. E aqui também o Curso nos leva a pensar de modo diferente do que pensa o mundo. Pois nunca houve um momento em que a criação não existisse. Nem há ou haverá também nenhum momento em que a criação vai acabar. Como lidar com isso, então? 

Lembrando-nos de que a cada instante, a cada piscar de olhos, a cada despertar, o mundo se cria novo, com todas as possibilidades renovadas. Basta abrirmos os olhos para perceber que aquilo que vemos é sempre novo a cada momento e que não há uma experiência que se repita da mesma forma. Não há uma pessoa que encontremos em algum momento que seja a mesma que vamos encontrar mais tarde, em outro momento. Ou que já tenhamos encontrado em algum momento ou em algum outro lugar. 

Isto é, a Criação é agora. Acontece sempre em todos os "agoras", quando estamos presentes, conscientes de que estamos criando em Deus, com Ele, se nossa atenção e se aquilo que somos está vivendo integralmente o momento que se apresenta para ser vivido. 

Mas, para tanto, precisamos da liberdade que pensávamos perdida e que só podemos achar em Deus. Isto é, rendendo-nos à ideia de que a Vontade de Deus e a nossa são uma só e que, conforme nos ensinava a lição de ontem, não há nenhum limite para a nossa força, para a nossa paz, para nossa alegria e para qualquer dos atributos que Deus deu ao nos criar, uma vez que só n'Ele podemos ser, só com Ele podemos criar e existir. É esta liberdade que a ideia que praticamos hoje busca nos devolver. 

Às práticas?

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O que vemos é só uma interpretação finita do infinito

 

10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

*

LIÇÃO 320

Meu Pai me dá todo o poder.

1. O Filho de Deus não tem limites. Não há nenhum limite para sua força, sua paz, sua alegria nem para qualquer qualidade que seu Pai deu na sua criação. O que ele quiser com seu Criador e Redentor tem de acontecer. Sua vontade sagrada não pode ser negada nunca porque seu Pai brilha sobre sua mente e deposita toda a força e todo o amor, na terra e no Céu, diante dela. Eu sou aquele a quem tudo isso é dado. Eu sou aquele em quem o poder da Vontade de meu Pai habita.

2. Tua Vontade pode realizar todas as coisas em mim e, então, se estender também ao mundo inteiro por meu intermédio. Não há nenhum limite para Tua Vontade. E, por isso, todo o poder também foi dado a Teu Filho.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 320

Caras, caros,

Chegamos hoje, mais uma vez, à última das lições centradas no tema: O que é o Juízo Final? E a ideia que vamos praticar com ela é:


Meu Pai me dá todo o poder.

Bem de acordo com aquilo que o Curso busca nos ensinar, a ideia para as prática de hoje nos coloca mais uma vez no centro de todos os acontecimentos de nossas vidas. Pois:

O Filho de Deus não tem limites. Não há nenhum limite para sua força, sua paz, sua alegria nem para qualquer qualidade que seu Pai deu na sua criação

Isto é, o poder dado por Deus a Seu Filho nos dá o direito de escolhermos assumir de uma vez por todas a responsabilidade por tudo aquilo que aparentemente nos acontece em nosso mundo, por tudo o que acontece no mundo inteiro, ou, no mínimo, por tudo aquilo que nos chega à consciência. Uma vez que:

Sua vontade [a do Filho de Deus] sagrada não pode ser negada nunca porque seu Pai brilha sobre sua mente e deposita toda a força e todo o amor, na terra e no Céu, diante dela.

Agora só precisamos nos perguntar: quem é o Filho de Deus? E o Curso - a lição - responde:

Eu sou aquele a quem tudo isso é dado. Eu sou aquele em quem o poder da Vontade de meu Pai habita.

Perguntemo-nos mais, então. Como entender a ideia de que meu Pai me dá todo o poder? Isso significa que só eu recebi e tenho comigo todo o poder de Deus? Não! Significa apenas que recebi e tenho todo o poder de que necessito e que sou capaz de aceitar e usar para escolher o que fazer de minha própria vida. Para fazer meu próprio mundo, uma vez que não há nada fora de mim, conforme o Curso ensina. E, assim como eu, todas e todos - cada uma e cada um a seu modo - recebem todo o poder para fazer o que quiserem de suas vidas e do mundo em que escolhem viver.

Praticar a ideia que o Curso oferece neste dia significa abrir-se à evidência de que tudo aquilo que vemos é tão somente "uma interpretação finita do infinito real que está esperando" para ser entendido a partir do espírito, "com os sentidos do espírito", para usar mais uma vez uma expressão de Joel Goldsmith. E nem é ao menos uma interpretação válida, mas apenas uma tentativa de interpretação. Por que, perguntemo-nos, há como se interpretar o infinito?

Essa "interpretação", por sua vez, não é nada senão o resultado visível de escolhas que cada uma e cada um de nós fez [ou faz] a respeito daquilo que quer viver neste mundo, ou em qualquer mundo que tenha escolhido, uma vez que cada uma e cada um de nós vive "aparentemente" em um mundo que é apenas seu. Daí muitas e muitos de nós enfrentarmos por vezes tantas dificuldades para lidar como as inúmeras formas diferentes de viver.

Essas dificuldades ficam cada vez mais evidentes sempre que uma, ou um de nós decide que sabe o que é melhor para si e para todas as outras pessoas e coisas, animadas ou inanimadas, do mundo. Ou alguém acha que é brincadeira assumir a responsabilidade por todo o poder que herdamos de Deus, sem decidir-se, de fato, a dirigir para si mesmo, para o outro, ou outros, e para o mundo inteiro apenas o olhar amoroso que Deus - o deus no interior de cada uma e de cada um - nos oferece?

E quantas e quantos de nós são capazes de tal olhar? Podemos, porém, treinar nossas mentes para tal, e, assim, chegar a desenvolver tal capacidade. Basta "não fazer nada" a partir da orientação do ego, ou do mundo. Entregando ao espírito as decisões que precisamos tomar. Assim viveremos nossa experiência do mundo sabendo que:

Tua Vontade pode realizar todas as coisas em mim e, então, se estender também ao mundo inteiro por meu intermédio. Não há nenhum limite para Tua Vontade. E, por isso, todo o poder também foi dado a Teu Filho.

Para tanto há que se praticar. Dia após dia. 

Às práticas?