sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Compreendamos ou não, as coisas são só o que são

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 290

Minha felicidade neste momento é tudo o que vejo.

1. A não ser que eu olhe para aquilo que não existe, minha felicidade neste momento é tudo o que vejo. Olhos que começam a se abrir veem, enfim. E eu quero que a visão de Cristo venha a mim neste dia mesmo. Aquilo que percebo sem a Moderação Própria de Deus para a visão que fiz é assustador e doloroso de se ver. Porém, não vou deixar nem mais um instante que minha mente seja enganada pela crença de que o sonho que fiz é real. Este é o dia em que busco minha felicidade neste momento e não olho para mais nada a não ser para a coisa que busco.

2. Com esta decisão, venho a Ti e peço que Tua força me sustente hoje, enquanto busco fazer apenas Tua Vontade. Tu não podes deixar de me ouvir, Pai. Aquilo que pedi Tu já me dás. E estou certo de que verei minha felicidade hoje.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 290

Caras, caros,

A ideia para as práticas de hoje, de forma similar à que praticamos ontem, e dizia que "o passado acabou" e não pode nos tocar, também busca nos ensinar a fincar pé no presente, no agora. Pois o que há para se viver fora dele, do presente, fora deste exato momento? 


Se quisermos escolher o amor, só podemos fazê-lo agora, neste exato momento! Já! A partir da tomada de consciência do que somos, que também só pode se dar neste momento. Aqui e agora. Como o Curso ensina, o presente é o único tempo que existe.

Assim, para estimular e aprofundar a reflexão com as práticas desta ideia, dou-lhes, de novo, abaixo, alguns pensamentos de sábios e mestres de todos os tempos, de ontem e de hoje, pensamentos que sempre vale a pena repetir, e sobre os quais é também sempre proveitoso refletir, em sintonia com o que a lição quer que pratiquemos:

O primeiro, de Meister Eckhart, diz o seguinte: 

"Conhecerás a Deus sem imagens, sem aparência e sem meios. Enquanto este ele e este eu, a saber, Deus e a alma, não forem um único aqui, um único agora, o eu não poderá trabalhar nem identificar-se com aquele ele."

O segundo nos vem de Sri Ramana Maharshi, para quem:

"Não há criação nem destruição, nem destino nem livre arbítrio; nem caminho nem consecução; esta é a verdade final."

O terceiro, de Amakuki Sessan, afirma o seguinte:

"A verdadeira paz e a felicidade eterna, a imortalidade e a verdade universal, o Caminho do céu e da terra, em outras palavras, a experiência do Absoluto e do infinito ou, em termos religiosos, o caminho de Buddha - o grande erro consiste em pensar consegui-lo em algum céu ou mundo do outro lado. Nunca deixamos o Caminho por um momento sequer. O que podemos deixar não é o Caminho."

Agora, um poema de Zenrin:

"Se compreenderes, as coisas são exatamente como são.
Se não compreenderes, as coisas são exatamente como são." 


E, desta vez, terminemos com algo dito por Bob Dylan, prêmio Nobel de literatura há uns poucos anos, que, em seu livro "Crônicas - Volume um", conta que sua avó materna, que morava com eles em sua infância, disse-lhe certa vez:

"... a felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada."

Às práticas?

OBSERVAÇÃO: 


Este comentário com algumas pequenas modificações é praticamente o mesmo feito a esta lição nos últimos anos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Temos de nos ver como "egoólicos" em recuperação

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 289

O passado acabou. Não pode me tocar.

1. A menos que o passado esteja acabado em minha mente, o mundo real tem de se esconder de minha vista. Pois, vendo apenas o que não existe, não estou, de fato, olhando para lugar algum. Como posso, então, perceber o mundo que o perdão oferece? Fez-se o passado para esconder esse mundo, pois esse é o mundo que só se pode ver agora. Ele não tem nenhum passado. Pois o que se pode perdoar senão o passado, que, se for perdoado, desaparece.

2. Pai, permite que eu não olhe para um passado que não existe. Pois Tu me ofereces Teu Próprio substituto em um mundo presente, que o passado deixa intocado e livre de pecado. Eis aqui o fim da culpa. E aqui estou pronto para Teu passo final. Devo pedir-Te que esperes mais para que Teu Filho encontre a graça que Tu planejaste para ser o fim de todos os seus sonhos e de toda a sua dor?


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 289

Caras, caros,

Repito por inteiro, por pertinente, em meu entender, é claro, o comentário feito a esta lição nos últimos anos, e até mesmo o título dado à postagem. 

A ideia que vamos praticar hoje, como não poderia deixar de ser, estende e complementa a que praticamos ontem, tornando-a mais geral e abrangente. Mais ou menos como nos informa, e quer que aprendamos, a Introdução ao livro de exercícios. Para as práticas com as lições desta segunda parte estou, neste ano, assim como tenho feito nos últimos anos, postando diariamente o tema que dá unidade a cada uma das séries de dez lições, para facilitar que nos lembremos de voltar a ele a cada dia, antes das práticas, como orienta o Curso.

Vejamos mais uma vez o que nos diz o livro na introdução geral aos exercícios: 

"O propósito do livro de exercícios é o de treinar tua mente de forma sistemática para uma percepção diferente de todos e de tudo no mundo. Os exercícios são planejados para te ajudar a generalizar as lições de modo a compreenderes que cada uma delas é igualmente aplicável a todos e a tudo o que vês" [LE-in.4].

Lembremo-nos também uma vez mais de uma frase de um filme a que assisti algum tempo atrás e que já compartilhei antes com vocês. Um dos personagens do filme, a certa altura, diz o seguinte: "A história de nossa vida, afinal, não é nossa vida. É apenas nossa história". 

Por que relembrar disto? Porque, se pensarmos bem, prestando bastante atenção ao fato de que cada um, ou cada uma, vê o mundo a partir de uma ótica muito particular e intransferível, seremos capazes de ver, de compreender até, de juntar a ideia das práticas de hoje à frase do filme. E mais, de aplicá-la a todas as pessoas e a tudo no mundo.

E por que aplicar a ideia a tudo e a todas as pessoas e a tudo no mundo? - podemos nos perguntar. Como uma amiga perguntava outro dia, de que me vale perdoar o outro, não reagir, buscar amá-lo apesar de tudo, independente do que ele faça, para o bem ou para o mal? 

Vale pelo seguinte, se lembrarmos de um comentário anterior feito a esta mesma lição: só precisamos fazer tudo isso porque, em última instância, tudo o que fazemos diz respeito tão-somente a nós mesmos e a nós mesmas e a Deus. Não fazemos nada para ninguém senão para nós mesmos, para nós mesmas. Nunca. Sempre que nos relacionamos com alguém, no fundo, no fundo, nosso relacionamento é apenas com Deus, isto é, com nós mesmos e nós mesmas, na medida em que somos o que Deus é. Isto é, nada nunca é entre nós e alguém, quem quer que seja. Tudo é sempre uma questão entre nós e Deus, seja como for que pensemos n'Ele/Ela. Percebem nisto a razão pela qual nos dedicamos a estas práticas? 

Se isto ainda não parecer suficiente, vale lembrar também que, em geral, nalgum momento de nossas vidas, nós - se não todos ou todas, quase todos ou quase todas - nos propusemos a fazer alguma mudança e não conseguimos levá-la a cabo. Ou começamos a mudar um impulso negativo durante algum tempo, poucas semanas ou meses, dias, às vezes, para logo depois voltarmos ao nosso velho modo de ser, ou de agir. Quer dizer, voltar aos hábitos antigos e arraigados, por não conseguirmos nos manter conscientes da necessidade de olhar para tudo e para todos de modo diferente. 

Então... A mudança duradoura é possível. Sempre. Desde que estejamos dispostos: a abandonar o passado e a abrir mão de nossas características compulsivas e destrutivas; a substituir os comportamentos que não funcionam por outros que funcionem; e a resistir ao desejo de obter a energia que gratifica o ego, quando nos sentimos em baixa, e substituí-la pela paz, pelo amor e pelo perdão, que têm a ver com o divino em nós, com o espírito.

Em resumo, é preciso que deixemos de olhar para trás.

Enfim, como diz Yehuda Berg, do mesmo modo que "um alcoólico tem sempre de buscar resistir a beber, temos de nos ver como 'egoólicos' em recuperação, que precisam desafiar incessantemente as tentações e armadilhas do nosso passado para não sucumbirmos e voltarmos ao nosso velho modo de ser".

O que, na verdade, não é nada muito simples, "porque o caminho mais fácil é muito mais sedutor e exerce uma atração enigmática e poderosa sobre nós", diz ele ainda. Esta atração é aquela a que o Curso chama de "a atração da culpa". Porém, é preciso termos presente que, se - e cada vez que - nos desviarmos do caminho, sempre podemos aprender com os erros [ou, melhor dizendo, aprender com as experiências, sejam elas de que natureza forem] e assumir um novo compromisso.

E o melhor momento para se assumir este compromisso é agora. Ou será que algum ou alguma de nós ainda acredita existir outro tempo além deste momento?

Berg aconselha:

Não olhe para trás. Seu velho ser ainda está lá.
Olhe para a frente, e você verá tudo o que está destinado a se tornar. 

Às práticas?

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Para resolver todos os problemas: só o perdão basta

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 288

Que eu esqueça o passado de meu irmão hoje.

1. Este é o pensamento que mostra o caminho para Ti e me leva a minha meta. Eu não posso chegar a Ti sem meu irmão. E, para conhecer minha Fonte, tenho primeiro de reconhecer aquilo que Tu criaste uno comigo. A mão que me guia no caminho para Ti é a do meu irmão. Os pecados dele estão no passado junto com os meus e eu estou salvo porque o passado se foi. Que eu não o acalente em meu coração ou perderei o caminho para chegar a Ti. Meu irmão é meu salvador. Que eu não ataque o salvador que Tu me dás. Mas deixa-me render homenagem a ele que carrega Teu Nome e, assim, lembrar-me de que Ele é meu próprio nome.

2. Perdoa-me, então, hoje. E saberás que me perdoas se olhares para teu irmão na luz da santidade. Ele não pode ser menos santo do que eu e tu não podes ser mais santo do que ele.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 288

Caras, caros, 

Conforme eu já disse várias vezes antes e vou repetir uma vez mais hoje, eis aqui mais uma das ideias-chave que o Curso nos oferece para facilitar nossa caminhada em direção a nós mesmas, a nós mesmos, e a Deus, por consequência e extensão. Deus também em nós, como só pode ser. Uma ideia que, praticada, aprendida e aplicada, pode abrir os portões do Céu para todos, todas, para cada um e cada uma de nós. A ideia que pode nos ensinar que, como o Curso diz: "Perdoar é não ver". 

Que melhor professor do que o Espírito Santo podemos escolher para nos ensinar isso? Quem melhor do que Ele pode guiar cada um de nossos passos na direção do perdão? E o que é esquecer o passado de meu irmão, ou de minha irmã, a não ser perdoar? Perdoar-me e perdoá-lo, perdoá-la? 

Perdoar o passado de minha irmã, de meu irmão - de meu próximo, da(s) pessoa(s) com quem convivo diariamente - é perdoar meu próprio passado também, uma vez que tudo o que eu pensava que ele, ou ela, tinha feito era apenas ilusão, criada a partir da interpretação que fiz daquilo que penso que ele, ou ela, fez, de meu julgamento, a partir de minha percepção. Lembrando-me ainda de que só eu sou responsável por tudo aquilo que me acontece. Não importa qual instrumento, ou qual irmão, ou irmã, eu use para materializar a experiência que escolho viver.

Vou ilustrar isto mais uma vez com o que o texto diz:

"Os erros de teu irmão não são mais dele do que os teus são teus. Aceita os erros dele como reais e atacas a ti mesmo. Se quiseres achar o caminho e mantê-lo, vê apenas a verdade a teu lado porque vocês caminham juntos. O Espírito Santo em ti perdoa todas as coisas em ti e em teu irmão. Os erros dele são perdoados com os teus. A Expiação [que significa desfazer o erro] não é mais separada do que o amor. A Expiação não pode ser separada porque ela vem do amor. Qualquer tentativa que fazes de corrigir um irmão significa que acreditas que a correção é possível por teu intermédio, e isso só pode ser a arrogância do ego. A correção é de Deus, Que não conhece arrogância" [T-9.III.7].

Ou, então, quando o texto nos chama para a fé, ao nos dizer que não há "nenhum problema em nenhuma situação que a fé não resolva" [T-17.VII.2:1]. Ou que o perdão não resolva. Ou dito ainda de outra forma: o perdão pode resolver todo e qualquer problema. Ou, quando o Curso se refere à necessidade de que deixemos tudo a cargo do Espírito Santo, ao dizer que: "Se te falta fé em qualquer pessoa em relação ao papel que ela desempenhará e de forma perfeita em qualquer situação antecipadamente dedicada à verdade, a tua entrega está dividida" [T-17.VII.6:2]. 

Isto, parece-me, equivale a dizer que, em geral, os problemas que temos de enfrentar se devem apenas a nossa falta de fé em nossos irmãos e irmãs, que é o mesmo que dizer que não temos fé em nós mesmos, em nós mesmas e, por consequência e extensão, em Deus.

Por fim, para este comentário, o texto alerta para o fato de que enquanto acalentarmos o passado em nossos corações ainda estaremos equivocados, ou equivocadas, a respeito da causa para a falta de fé. Pois acreditar e manter alguma parte do passado em mente significa acreditar que "pensas ter contra teu irmão aquilo que ele fez contra ti. Mas, na verdade, tu o acusas pelo que tu fizeste a ele. Não é o passado dele, mas o teu, que tens contra ele. E te falta fé nele devido ao que tu foste. Entretanto, és tão inocente quanto ao que foste quanto ele" [T-17.VII.8:1-5].

Isto, na prática, quer dizer que nós olhamos para nós mesmas, ou para nós mesmos, e para o/a(s) outro/a(s) a partir de informações e de interpretações que fizemos ou fazemos [do passado] que já não têm mais significado por serem e terem sido apenas interpretações feitas a partir do falso eu em nós. A pessoa que conhecíamos em nós no passado já não existe mais. Além disso, ao olhar para o mundo com os olhos voltados para o que aprendemos no passado, que já não existe, estamos abrindo mão do poder que temos quando agimos no mundo em sintonia com a força que temos no presente, agora, no único tempo que existe.


Daí a necessidade de praticarmos de forma honesta e sincera a ideia da lição de hoje. Não acham?

Às práticas?

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Além de Deus, haverá alguma coisa para se desejar?

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

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LIÇÃO 287

Tu és minha meta, meu Pai. Só Tu.

1. Para onde eu iria, a não ser para o Céu? O que poderia ser um substituto para a felicidade? Que dádiva eu poderia preferir à paz de Deus? Que tesouro eu buscaria, e acharia, e conservaria, que se pudesse comparar a minha Identidade? E será que eu preferiria viver com medo a viver com amor?

2. Tu és minha meta, meu Pai. O que, a não ser Tu, eu poderia desejar ter? Por que caminho, senão aquele que conduz a Ti, posso desejar andar? E o que, exceto e a lembrança de Ti, pode significar o fim dos sonhos e dos substitutos inúteis para a verdade? Tu és minha única meta. Teu Filho quer ser tal qual Tu o criaste. De que outra maneira a não ser esta eu poderia esperar reconhecer meu Ser e estar em harmonia com minha Identidade?


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 287

Caras, caros,

Estou repetindo de forma quase que integral o comentário feito em anos anteriores para esta lição. Assim, volto a lhes dizer que a ideia que vamos novamente praticar hoje, visa a nos lembrar da meta do ensinamento que o Curso nos propõe, qual seja: o autoconhecimento, ou a possibilidade de que aprendamos que conhecer-se ou buscar autoconhecer-se é sempre uma jornada na direção do que somos verdadeiramente, na unidade com o todo de que somos parte, e que muda a cada instante. Pois como o próprio texto afirma, a parte não é diferente do todo. Isto é, a parte é apenas uma das infinitas possibilidades de expressão do todo. E para se conhecer o todo basta que se conheça por inteiro uma de suas partes apenas, qualquer uma delas, uma de nós mesmas, por exemplo, ou um de nós mesmos. Mesmo que isso seja, aparentemente, uma impossibilidade. 

Isto é o mesmo que dizer que, no momento em que nos conhecermos por completo, conheceremos Deus. O todo de tudo. Teremos, então, alcançado a meta da verdade, a meta que nos propusemos alcançar, quando aceitamos caminhar na direção que o Curso nos orienta.

Para reforçar o que eu disse inúmeras vezes às pessoas que participaram nalgum momento dos grupos de estudos do Curso de que participei também, precisamos voltar nossa atenção para o que nos diz o texto, quando fala a respeito de estabelecer a meta. Vejam lá, no capítulo 17, os subcapítulos VI, VII e VIII. É preciso que tenhamos bem claro o que queremos aprender de determinada situação. É preciso que saibamos de antemão para que vai nos servir determinada experiência. Se não o soubermos, não valerá a pena vivê-la. Ela não servirá de nada.

E como se faz isto? Estabelecendo a meta de alinhar nosso propósito ao do Espírito Santo em nós. Para tanto, há que se tomar a decisão de vivermos nossa vida apenas para alcançar a verdade. Deus, em última instância. É só a partir desta decisão que toda e qualquer outra situação que escolhamos experimentar pode fazer sentido em nossa vida. E, se escolhemos perceber e alcançar a verdade com qualquer situação, ou a partir de toda e qualquer experiência, então é claro que tudo vai passar a fazer sentido. Todas as coisas, pessoas e situações hão de servir para nos levar na direção da meta que estabelecemos para nós mesmas, para nós mesmos.

Pensemos, mais uma vez por um instante só. Se para Deus não pode existir tempo, nem espaço, nem nenhum lugar específico, diferente de outro qualquer, então, tudo o que existe para Ele/Ela é o presente. Aqui e agora. Um presente, que não é um instante que se prolonga indefinidamente até o que chamamos eternidade. Mas um presente que se renova e que se abre a todas as possibilidades a todo momento. Um presente que nada mais é do que a Criação a cada instante. Um presente no qual tudo permanece exatamente como é, como sempre foi e como sempre será, porque imutável. Independente de quaisquer experiências que se apresentem à forma, aos nossos sentidos. Todas elas foram, no passado, são e serão apenas experiências que não afetam o que somos, nem o que Deus é, de forma alguma.

Por isso, como fiz também em anos passados, vale a pena nos perguntarmos mais uma vez: será que algum ou alguma de nós acredita que há alguma outra coisa para se conhecer ou desejar além de Deus? Existirá alguma outra meta além d'Ele/d'Ela? Na verdade, é preciso que pensemos muito seriamente a respeito do que queremos, pois qualquer coisa que nos afaste do estado natural de alegria e de paz completas, não pode ser senão um desejo ligado à ilusão. Um desejo que reforça a crença em uma separação que não existe.

Reconhecer que nossa meta é chegar a Deus, e conhecê-Lo, conhecê-La, é reconhecer, aceitar e tomar a decisão pela busca do autoconhecimento como o modo de conhecer Deus. É reconhecer também que não existem outras metas a que possamos dar valor. É também reconhecer que, uma vez estabelecida e aceita, esta meta nos oferece tudo aquilo de que precisamos. Pois é ela que nos permite compreender e aceitar que ainda somos como Deus nos criou e que, por mais que as aparências tentem nos levar a pensar que estamos em outro lugar, ainda estamos no Céu, de onde nunca saímos, e onde sempre estaremos. 


Como o Curso ensina também, o Céu não é um lugar, mas um estado de espírito que podemos alcançar sempre que estamos com toda a nossa atenção voltada para nós mesmas, para nós mesmos, para o que fazemos e para o que está acontecendo a nossa volta. Pode-se, pois, dizer que o Céu é só aqui e agora. Só nos afastamos dele quando nos dissociamos de nós mesmas, de nós mesmos, voltando nossa atenção e pensamentos, ou para o passado, ou para o futuro, que, como sabemos, não existem.

Por fim, repetindo o que disse também em anos anteriores, é sempre bom nos lembrarmos de que, como já citei outras vezes, de acordo com Mikhail Naimy, n'O Livro de Mirdad


Deus não vos dotou de nenhuma fração de Si - pois Ele é indivisível; mas de toda a sua divindade, indivisível, impronunciável, Ele vos dotou a todos. A que maior herança podeis aspirar? E quem ou o que vos impede de vos apossardes dela senão a vossa própria timidez e cegueira?

Às práticas?

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Quem de nós está preocupado com o livre arbítrio?

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

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LIÇÃO 286

O silêncio do Céu preenche meu coração hoje.

1. Pai, quão sereno é este dia! Com que tranquilidade todas as coisas encontram seu lugar. Este é o dia escolhido como o momento em que venho a compreender a lição de que não há necessidade de que eu faça nada. Todas as escolhas já estão feitas em Ti. Todos os conflitos já estão resolvidos em Ti. Em Ti, tudo o que espero achar já me foi dado. Tua paz é minha. Meu coração está em paz e minha mente descansa. Teu Amor é o Céu e Teu Amor é meu.

2. A serenidade deste dia vai nos dar a confiança de que achamos o caminho e de que já fomos longe nele em direção a uma meta inteiramente certa. Hoje não duvidaremos do final que o Próprio Deus nos assegura. Confiamos n'Ele e em nosso Ser, Que ainda é um com Ele.


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 286

Caras, caros,

Dentre todas as ideias que o Curso oferece para estes exercícios de treinamento mental, vamos praticar mais uma vez, hoje, com uma ideia que ensina de que forma podemos permitir que o silêncio do Céu preencha nosso coração. Para aprendermos que - se fizermos a única escolha que nos cabe fazer, a única que, de fato, queremos e podemos fazer -, podemos viver o Céu, que é o Amor de Deus e saber que o Amor d'Ele/Ela é nosso. Sempre foi e sempre será. Do mesmo modo que a Vontade d'Ele/Ela é a nossa. Ontem, hoje e por toda a eternidade. 


Esta é "A" escolha! A única que nos garante, sim, o livre arbítrio, pois ela é a escolha que estabelece Deus como a única meta que temos, a única que queremos. Ou alguém acha que depois de se escolher Deus haverá ainda mais alguma escolha a se fazer?

Talvez, enquanto parecer que podemos ter por base o sistema de pensamento do ego, ainda possamos nos perguntar: se "todas as escolhas já estão feitas" em Deus, o que é de fato o livre arbítrio? Se, até certa medida, tivermos sido estudantes aplicados e aplicadas, durante este ano de práticas [e em todos os anos anteriores para aqueles e aquelas que já estão por aqui há algum tempo], havemos de nos lembrar de algumas lições lá do início que tratam de nossa função neste mundo e da relação dela com o plano de Deus para a salvação. E, lembrando disto, vamos nos lembrar também daquela lição que diz: Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Ora, tudo o que pensamos a respeito do mundo, a respeito do que somos, a respeito do que Deus é, e acerca de nosso relacionamento com o mundo, com nós mesmos, com nós mesmas e com Deus, é apenas uma interpretação que toma por base a percepção dos sentidos. Esta percepção varia tanto quanto muda a direção para que voltamos nosso olhar, ou quanto mudam os objetos aos quais dirigimos nossa atenção, ou quanto varia a tábua de marés ou a direção e a força dos ventos, para repetir em parte o que eu disse a este respeito outras vezes no passado. 


Quem está, então, de verdade, preocupado com o livre arbítrio? Quem se sente ameaçado com a informação de que "todas as escolhas já estão feitas"? É o Ser que somos na unidade com Deus? Ou será o ego, o falso eu, que treme de medo ante a possibilidade de que compreendamos a fragilidade de sua posição, ao descobrirmos que não temos necessidade dele? Ao descobrirmos que ele é só uma ideia equivocada?

Conforme já apontei aqui anteriormente, Jung disse que "livre arbítrio é a capacidade de fazer com alegria aquilo que eu devo fazer". Isto é o mesmo que dizer, de acordo com o ensinamento do Curso, que nós só podemos escolher na ilusão de que somos capazes fazer escolhas. Não somos! Nem precisamos fazê-las. Aliás, a se ouvir o que o Curso diz, não precisamos fazer nada. 


É sempre o ego que quer nos levar a pensar que temos de escolher, que podemos escolher, e que podemos confiar em sua orientação. E, se pensarmos bem, sendo o mais honestos possível para com nós mesmos e para com nós mesmas, vamos reconhecer que quase todas, se não todas, as vezes que escolhemos a partir da orientação do ego, os resultados foram desastrosos. No sentido de que quase nunca nos levaram à alegria ou à paz de espírito. Ao contrário, sempre nos afastaram delas, fazendo-nos mergulhar no medo, na dor, na culpa e no sofrimento.

Treinemos, pois, aceitar que todas as nossas escolhas só podem ser feitas em Deus, com Ele. 


Às práticas?

domingo, 12 de outubro de 2025

O nosso estado natural é a santidade, com/em Deus

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

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LIÇÃO 285

Hoje minha santidade brilha luminosa e pura.

1. Desperto com alegria hoje, esperando que apenas as coisas benditas de Deus venham a mim. Peço que só elas venham, e percebo claramente que meu convite será aceito pelos pensamentos ao quais ele foi enviado por mim. E pedirei somente coisas alegres no momento em que aceitar minha santidade. Pois qual seria a utilidade da dor para mim, a que propósito serviria meu sofrimento e de que forma a tristeza e a perda me beneficiariam, se hoje a insanidade se afastar de mim e eu aceitar minha santidade em lugar dela?

2. Pai, minha santidade é Tua. Que eu me alegre nela e seja devolvido à sanidade por seu intermédio. Teu Filho ainda é tal como Tu o criaste. Minha santidade é parte de mim e parte de Ti também. E o que pode mudar a Própria Santidade?


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COMENTÁRIO:



Explorando a LIÇÃO 285

Caras, caros,

Hoje minha santidade brilha luminosa e pura

Esta a ideia para as práticas de hoje. Uma ideia que nos leva mais uma vez ao contato direto com a verdade acerca do que somos no mundo real, na realidade, e que não tem nada a ver com o que aparentemente vemos neste mundo. O que somos, na verdade, é o Ser cuja santidade brilha luminosa e pura. E não apenas hoje, e não apenas para quem já despertou do sonho. Ou mesmo para aqueles e aquelas que já perceberam que este mundo, um aparente pesadelo em que vivemos, é apenas um sonho ruim que o falso eu tenta nos convencer de que é real. Há, no entanto, entre nós, aqueles e aquelas que já escolheram o "sonho feliz". Graças a Deus!

As práticas de hoje, são, de novo, a oportunidade de aprendermos com uma ideia que pode nos fazer redescobrir ou relembrar, na santidade, nosso estado natural. Isto é, a descobrir, ou redescobrir, ou lembrar, que, conforme o Curso afirma, a condição natural do Filho de Deus é a alegria perfeita, a completa inocência e a pureza absoluta. 

Não importa o que nos pensemos capazes de fazer para macular, manchar ou perder, qualquer uma destas características, é só na ilusão que pensamos poder fazê-lo. E, mesmo que o façamos no sonho-pesadelo que pensamos ser a vida que vivemos, nada do que fizermos vai alterar ou modificar o Ser em nós, que Deus criou eterno, a Sua imagem e semelhança.

Valendo-me novamente, pela enésima vez, quem sabe, do livro Normose, de Pierre Weil, Jean-Yves Leloup e Roberto Crema, apresento-lhes, como já fiz antes algumas vezes, uma definição de santidade, uma definição do que é ser santo, bem diferente daquela à qual fomos - e ainda somos muitas vezes - levados e levadas a aceitar. 

O que aprendemos como característica da santidade nos ensina a pensar no santo como um ser eleito por Deus, um entre poucos, um ser divinamente perfeito com auréola e, quem sabe?, asas ocultas que lhe permitam até flutuar acima dos "mortais" comuns como nós. E, se não asas, uma capacidade particular para levitar, para desafiar a lei natural da gravidade, entre outras.

Para Roberto Crema, como vocês verão em seguida, o conceito de santidade está alinhado ao que nos ensina o Curso, que é, em meu modo de ver, a mesma santidade à qual Jesus, conforme relatos que chegaram até nós, se referia quando disse: "Sede santos, assim como vosso Pai no Céu é santo". A santidade é nosso estado natural em Deus, com Ele/Ela. Vejam, então, o que diz Crema:

"... a santidade [sinônimo de plenitude] não é um privilégio de poucos; é uma responsabilidade de todos nós. Ser santo é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente. É ser tudo aquilo que realmente somos. É uma conquista do processo de individuação, da travessia das sombras rumo ao ser, processo que jamais termina e que começa com o primeiro passo neste labirinto de nós mesmos."

É por isso que, diferentemente do que costumamos pensar, santidade não tem nada a ver com "carolice" e nem tem de ser motivo de zombaria, como eu já disse aqui, nem sofrer a pressão da sociedade [do ego] que faz força para o indivíduo [dito "santo" ou "santinho", em tom de pouco caso ou ironia] contrariar a si mesmo e àquilo em que acredita, fazendo alguma coisa da qual ele tem consciência de que os resultados só vão afastá-lo da alegria, tirar-lhe a paz de espírito e separá-lo do amor, mergulhando-o no medo.

Ser santo, em síntese, é apenas aceitar que somos o que somos. E que ainda somos como Deus nos criou, não nos deixando iludir ou enganar por quaisquer características que o falso eu nos queira atribuir para nos convencer de que estamos ou podemos estar separados ou separadas de Deus, de nossa Fonte. Não faz parte da sabedoria comum dizer que é pelos frutos que se conhece a árvore? Ora, se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, como acreditar que podemos ser diferentes d'Ele/Ela de alguma forma? 


O santo em nós aparece, se manifesta quando nos damos o direito de ser quem somos, naturalmente, sem medos, sem sustos, sem qualquer preocupação com "o que os outros vão pensar" se eu resolver ser eu, como vimos no texto de Clarice Lispector, no comentário à lição de ontem. E você, o que faria se fosse você, se resolvesse ser você mesmo, você mesma?

Às práticas?

sábado, 11 de outubro de 2025

É possível, fácil e natural controlar nossas emoções

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

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LIÇÃO 284

Posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem.

1. A perda não é perda quando percebida de forma correta. A dor é impossível. Não há absolutamente nenhuma aflição que tenha algum motivo. E qualquer tipo de sofrimento não é nada a não ser um sonho. Esta é a verdade, primeiro para ser dita apenas e, em seguida, repetida muitas vezes; e depois para ser aceita apenas como parcialmente verdadeira, com muitas reservas. Para, mais tarde, ser refletida mais e mais seriamente e para ser, finalmente, aceita como a verdade. Eu posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem. E quero ir além destas palavras hoje, e além de todas as reservas, para chegar à aceitação plena da verdade nelas.

2. Pai, aquilo que Tu dás não pode ferir, por isso tristeza e dor têm de ser impossíveis. Permite que eu não deixe de confiar em Ti hojeaceitando apenas o que é alegre como Tuas dádivas, aceitando apenas o que é alegre como a verdade.


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COMENTÁRIO: 


Explorando a LIÇÃO 284

Caras, caros,

Hoje, uma vez mais, vamos trabalhar, praticar, treinar, com uma ideia que oferece a todas e a todos nós uma nova  oportunidade de aprendermos a primeira lição que aprendi - ou penso ter aprendido -, há anos, a partir de meus primeiros contatos com o Curso, a qual já contei algumas vezes antes aqui. 

Qual é esta lição? 

É a que me diz que, em qualquer situação, em qualquer circunstância, sou sempre eu, e apenas eu, que comando minhas emoções. Todas elas, absolutamente todas, quer eu queira reconhecer isso, quer não, são frutos de meus pensamentos. E sempre, a qualquer momento, posso escolher mudar meus pensamentos, se assim o decidir. Por isso, é possível, natural e fácil comandar nossas emoções. Basta assumirmos o controle de nossos pensamentos. E escolher o que queremos pensar. A qualquer instante. Em qualquer situação.

É importante saber também, como muitas e muitos de nós já sabemos, que, se eu escolher mudar meus pensamentos, mudo o mundo inteiro. Quer dizer, mudo minha experiência de mundo, porque mudo minha forma de vê-lo, de interpretá-lo. O mesmo se dá com tudo e todos que vemos a nossa volta.

É por isso que se pode dizer que a busca pelo sentido da vida é uma busca fadada ao fracasso, porque não há sentido a se encontrar. A vida se basta a si mesma e, assim como a verdade, apenas é. Ponto final. 

Não há como falar de um sentido para a vida a partir da percepção do mundo que nos é dada pelos sentidos, que é o único instrumento de que nos podemos valer nesta condição ilusória de seres da forma em que pensamos viver. Muito embora sejam evidentes os indícios de que a vida não acaba nunca, que ela não se esgota nesta ou naquela forma, a visão dos olhos do corpo - e os sentidos de modo geral -, não a conseguem apreender. Ela foge ao intelecto, à razão. Não há palavras que lhe possam desvendar e aprisionar o sentido.

Assim é que, no dizer de Joel S. Goldsmith, só é possível se abandonar o "falso sentido" da vida, que julgamos e vemos material - isto é, na matéria -, quando consideramos que a verdadeira existência, que o existir verdadeiro da vida está no espírito. Aliás, é por isso que uma das lições da primeira parte deste livro de exercícios nos leva a praticar com a ideia: Eu sou espírito. Lembram?

Aprendemos, então, a partir daí, que "a vida física, do homem, do animal e da planta, não passa de um sentido enganoso" que se dá à existência, à vida. Aí podemos concluir também que, da mesma forma, é desnecessário que nos ocupemos de suprir "as chamadas necessidades da vida material", com as quais nos preocupamos tanto, a ponto de quase não deixarmos espaço nenhum para o espírito em nós. 

E quando nos afastamos do espírito é quase certo que vamos passar por situações e experiências de dor, de sofrimento e de carência, porque nos afastamos da Fonte de tudo. O "fracasso" acontece quando deixamos de acreditar que somos expressões vivas de Deus, ou da Vida e da Verdade, ou da Inteligência das qualidades divinas, ou do Espírito, ou de qualquer outro nome que queiramos dar Àquilo que sentimos ter relação com o que somos e que ultrapassa todas as nossas tentativas de definição, por limitante. 

Isto nunca é verdade. Deus, ou a Consciência, expressa a Si Mesmo e a Suas qualidades eternamente. A Consciência, a Vida, o Espírito, Deus, não pode falhar nunca. É por isto que podemos escolher mudar os pensamentos, para nos mantermos ligados ao Espírito [em nós] e deixarmos de dar qualquer reforço à crença na separação. 

É por isso que podemos escolher ser nós mesmos e ser nós mesmas e abandonar a mentira em que nos acomodamos como nos mostra a crônica, Se eu fosse eu, de Clarice Lispector, publicada no livro A Descoberta do Mundo, que mais uma vez compartilho com vocês abaixo e que diz o seguinte: 

Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir. 

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como? não sei. 

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo o que é meu, e confiaria o futuro ao futuro. 

"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeira chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor também, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais... 

Às práticas?