segunda-feira, 18 de março de 2024

Tudo o que causa mágoas deve ser deixado de lado

 

LIÇÃO 78

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas.

1. Talvez ainda não esteja bem claro para ti que cada decisão que tomas é uma decisão entre uma mágoa e um milagre. Cada mágoa se ergue como um escudo sombrio de ódio diante do milagre que ela quer esconder. E, quando tu o ergues diante de teus olhos, não verás o milagre que está além. No entanto, ele espera por ti na luz o tempo todo, mas, em seu lugar, tu vês as tuas mágoas.

2. Hoje vamos além das mágoas, para ver de preferência o milagre em lugar delas. Vamos inverter o modo que vês não permitindo que a vista se detenha antes de ver. Não esperaremos diante do escudo de ódio, mas o deporemos e, em silêncio, ergueremos suavemente os olhos para ver o Filho de Deus.

3. Ele espera por ti atrás de tuas mágoas e, quando tu as abandonares, ele aparecerá na luz resplandecente no lugar em que cada uma estava antes. Pois cada mágoa é um obstáculo à visão e, quando ela é suspensa, vês o Filho de Deus aonde ele está sempre. Ele se encontra na luz, mas tu estavas nas trevas. Cada mágoa tornou as trevas mais profundas e não podias ver.

4. Hoje tentaremos ver o Filho de Deus. Não nos permitiremos ficar cegos a ele; não olharemos para nossas mágoas. Assim se inverte o modo de ver do mundo, quando, longe do medo, ficamos alertas em favor da verdade. Selecionaremos uma pessoa que usas como alvo de tuas mágoas e abandonaremos as mágoas, e olharemos para ela. Alguém a quem, talvez, temas e até odeies; alguém que pensas amar e que te irritou; alguém a quem chamas de amigo, mas que às vezes percebes como complicado ou difícil de agradar, exigente, irritante ou infiel ao ideal que deveria aceitar com seu, de acordo com o papel que escolheste para ele.

5. Tu sabes a quem escolher; seu nome já passou por tua cabeça. Ele será aquele em quem pediremos que o Filho de Deus te seja mostrado. Por vê-lo além das mágoas que guardas contra ele, aprenderás que aquilo que estava escondido enquanto não o vias existe em todos e pode ser visto. Ele, que era inimigo, é mais do que amigo quando é libertado para assumir o papel sagrado que o Espírito Santo estabelece para ele. Deixa que ele seja o salvador para ti hoje. É este o papel dele no plano de Deus, teu Pai.

6. Nossos períodos de prática mais longos, hoje, o verão neste papel. Tentarás conservá-lo em tua mente, primeiro tal como o consideras agora. Vais rever seus defeitos, as dificuldades que tiveste com ele, a dor que ele te causou, sua negligência e todas as pequenas e as maiores feridas que ele provocou em ti. Considerarás o corpo dele com seus defeitos e qualidades também e pensarás em seus erros e até mesmo em seus "pecados".

7. Em seguida, vamos pedir Àquele Que conhece este Filho de Deus em sua realidade e verdade que possamos olhar para ele de modo diferente e ver nosso salvador resplandecendo à luz do perdão verdadeiro, dado a nós. Pedimos a Ele pelo Nome santo de Deus e de Seu Filho, tão santo quanto Ele Mesmo:

Permite que eu veja meu salvador neste que Tu designaste
como aquele a quem devo pedir que me conduza à luz santa
em que ele se encontra, para que eu possa me unir a ele.

Os olhos do corpo estão fechados e enquanto pensas naquele que te magoou, deixa que se revele a tua mente a luz nele, que está além de tuas mágoas.

8. Aquilo que pedes não pode ser negado. Teu salvador espera por isto há muito tempo. Ele quer ser livre e tornar tua a liberdade dele. O Espírito Santo se inclina dele para ti, não vendo nenhuma separação no Filho de Deus. E aquilo que vês por intermédio d'Ele libertará ambos. Fica muito calmo agora e olha para teu salvador resplandecente. Nenhuma mágoa sombria esconde a vista dele. Tu permitiste que o Espírito Santo revelasse por meio dele o papel que Deus Lhe deu, para que possas ser salvo.

9. Deus te agradece hoje por estes momentos de serenidade, nos quais abandonaste tuas imagens e olhaste para o milagre do amor que o Espírito Santo te mostrou nos lugar delas. O mundo e o Céu se unem em agradecimento a ti, pois nem sequer um Pensamento de Deus deixa de se regozijar quando tu és salvo e o mundo inteiro contigo.

10. Nós nos lembraremos disto ao longo do dia e assumiremos o papel que nos foi designado como parte do plano de Deus para a salvação, e não o nosso. A tentação desaparece quando permitimos que cada um que encontramos nos salve e nos recusamos a esconder sua luz atrás de nossas mágoas. Permite que o papel de salvador seja oferecido a cada um que encontrares, e àqueles do passado em quem pensares ou de quem lembrares, para que possas compartilhá-lo com eles. Para ambos, e também para todos os que não veem, pedimos:

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 78

Caras, caros, 

Esta, abaixo, é a ideia para nossas práticas de hoje:

"Deixa os milagres substituírem todas as mágoas."

Eis aqui, mais uma vez, uma lição que nos dá a oportunidade de experimentarmos o direito que temos aos milagres. Ao mesmo tempo em que ela nos desafia a aceitarmos o milagre, o milagre que ela oferece é a substituição, pelos milagres, de todas as mágoas que nos impedem de ver a felicidade sem fim ao alcance de nossa decisão.

Esta lição ensina que sempre escolhemos entre uma mágoa e um milagre. De um podemos obter apenas a ilusão do mundo separado de Deus e mergulhado nas trevas. Do outro, abrem-se para nós as portas da alegria e da paz, que são a Vontade de Deus para seu filho.

A lição começa assim: 

Talvez ainda não esteja bem claro para ti que cada decisão que tomas é uma decisão entre uma mágoa e um milagre. Cada mágoa se ergue como um escudo sombrio de ódio diante do milagre que ela quer esconder. E, quando tu o ergues diante de teus olhos, não verás o milagre que está além. No entanto, ele espera por ti na luz o tempo todo, mas, em seu lugar, tu vês as tuas mágoas.

Hoje vamos além das mágoas, para ver de preferência o milagre em lugar delas. Vamos inverter o modo que vês não permitindo que a vista se detenha antes de ver. Não esperaremos diante do escudo de ódio, mas o deporemos e, em silêncio, ergueremos suavemente os olhos para ver o Filho de Deus.

Já aprendemos que as mágoas são ataques ao plano de Deus para a salvação. E já sabemos que a salvação é a alegria e a paz que os milagres nos oferecem. É preciso que pratiquemos para nos tornarmos capazes de abandonar as mágoas, que escondem o milagre e nos afastam do plano de Deus para a salvação.

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas.

Quem não trocaria uma mágoa por um milagre? É apenas o orgulho do ego que nos impede por vezes de reconhecer nosso direito aos milagres e que, por consequência, nos impede de vê-los e de recebê-los. Cada pessoa que se apresenta a nós a cada dia traz consigo a oportunidade de vermos o Filho de Deus, desde que estejamos abertos ao milagre que cada encontro reserva.

É isso que a lição nos quer ensinar, ela quer que saibamos ver o Filho de Deus, que se esconde por detrás de cada mágoa que guardamos.

Assim:

Ele espera por ti atrás de tuas mágoas e, quando tu as abandonares, ele aparecerá na luz resplandecente no lugar em que cada uma estava antes. Pois cada mágoa é um obstáculo à visão e, quando ela é suspensa, vês o Filho de Deus aonde ele está sempre. Ele se encontra na luz, mas tu estavas nas trevas. Cada mágoa tornou as trevas mais profundas e não podias ver.

Hoje tentaremos ver o Filho de Deus. Não nos permitiremos ficar cegos a ele; não olharemos para nossas mágoas. Assim se inverte o modo de ver do mundo, quando, longe do medo, ficamos alertas em favor da verdade. Selecionaremos uma pessoa que usas como alvo de tuas mágoas e abandonaremos as mágoas, e olharemos para ela. Alguém a quem, talvez, temas e até odeies; alguém que pensas amar e que te irritou; alguém a quem chamas de amigo, mas que às vezes percebes como complicado ou difícil de agradar, exigente, irritante ou infiel ao ideal que deveria aceitar com seu, de acordo com o papel que escolheste para ele.

Não são sempre as mesmas pessoas que escolhemos para nos queixarmos da vida? Não é sempre de Fulano, Fulana, ou de Sicrano, Sicrana, que guardamos mágoas? Não são ele ou ela que precisam mudar alguma coisa para atender a nosso padrão de qualidade de relacionamento? Será que ele não poderia deixar de ser tão babaca? Ou ela não poderia deixar de ser tão metida?

De quem falamos exatamente? Sabemos? Será que não estamos falando de um filho ou de uma filha de Deus, criados a Sua imagem e semelhança? Puros, inocentes e perfeitos. Ou será que Deus se enganou quando criou alguns de nós? Alguns vieram com defeito de criação?

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas.

É a lição de hoje que vai nos permitir abandonar as mágoas de uma vez por todas. Ela vai nos permitir libertar todos aqueles que mantemos sob o jugo de nosso julgamento.

Este precisa melhorar em tal setor. Esta precisa melhorar naquele. Este precisa falar menos. Esta precisa aprender a falar apenas quando lhe pedem. Este precisa aprender a escutar. Esta precisa aprender a se vangloriar menos. De quem estamos falando?

A lição diz:

Tu sabes a quem escolher; seu nome já passou por tua cabeça. Ele será aquele em quem pediremos que o Filho de Deus te seja mostrado. Por vê-lo além das mágoas que guardas contra ele, aprenderás que aquilo que estava escondido enquanto não o vias existe em todos e pode ser visto. Ele, que era inimigo, é mais do que amigo, quando é libertado para assumir o papel sagrado que o Espírito Santo estabelece para ele. Deixa que ele seja o salvador para ti hoje. É este o papel dele no plano de Deus, teu Pai.

Nossos períodos de prática mais longos, hoje, o verão neste papel. Tentarás conservá-lo em tua mente, primeiro tal como o consideras agora. Vais rever seus defeitos, as dificuldades que tiveste com ele, a dor que ele te causou, sua negligência e todas as pequenas e as maiores feridas que ele provocou em ti. Considerarás o corpo dele com seus defeitos e qualidades também e pensarás em seus erros e até mesmo em seus "pecados".

Que tal sermos honestos e libertar da prisão em que encarceramos todas as pessoas que passaram por nossa vida? Eis aí a oportunidade. A lição nos pede para escolhermos um, mas podemos estender o alvará de soltura a todos que mantemos prisioneiros de nossas mágoas.

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas.

Quando aceitamos os milagres para substituir as mágoas que guardamos deste ou daquele irmão, nós os libertamos para serem o que são na Verdade: filhos de Deus. E, ao libertá-los, nós também nos libertamos para reconhecer e aceitar que ainda somos como Deus nos criou.

Haverá alegria maior do que receber o milagre da liberdade e de estendê-lo a tudo e a todos no mundo?

É o que faremos a seguir, continuando a ouvir a orientação do exercício:

Em seguida, vamos pedir Àquele Que conhece este Filho de Deus em sua realidade e verdade que possamos olhar para ele de modo diferente e ver nosso salvador resplandecendo à luz do perdão verdadeiro, dado a nós. Pedimos a Ele pelo Nome santo de Deus e de Seu Filho, tão santo quanto Ele Mesmo:

Permite que eu veja meu salvador neste que Tu designaste
como aquele a quem devo pedir que me conduza à luz santa
em que ele se encontra, para que eu possa me unir a ele.

Os olhos do corpo estão fechados e enquanto pensas naquele que te magoou, deixa que se revele a tua mente a luz nele, que está além de tuas mágoas.

Aquilo que pedes não pode ser negado. Teu salvador espera por isto há muito tempo. Ele quer ser livre e tornar tua a liberdade dele. O Espírito Santo se inclina dele para ti, não vendo nenhuma separação no Filho de Deus. E aquilo que vês por intermédio d'Ele libertará ambos. Fica muito calmo agora e olha para teu salvador resplandecente. Nenhuma mágoa sombria esconde a vista dele. Tu permitiste que o Espírito Santo revelasse por meio dele o papel que Deus Lhe deu, para que possas ser salvo.

As práticas da lição de hoje vão nos ensinar a ver o Filho de Deus, em nós mesmos e em todos aqueles para quem olharmos ao longo do dia, porque vão nos permitir escolher o milagre em lugar de quaisquer mágoas que ainda alimentemos. Pois nosso pedido não pode ser negado. Quando escolhemos mudar, a mudança já foi realizada para nós. 

Elas vão permitir também que abandonemos as imagens falsas - frutos do julgamento - que fazemos de nossos irmãos e de todos aqueles com quem convivemos neste mundo, permitindo que cada um deles seja visto como nosso salvador, mostrando-nos a luz que se esconde - em nós mesmos e em cada um daqueles em quem pensarmos ou encontrarmos - por detrás de nossas mágoas. 

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas.

É isto e apenas isto que precisamos fazer hoje. Abrir-nos à Voz por Deus e deixar que Ele nos ensine a deixar de lado tudo o que pode causar mágoas, por ser apenas instrumento da ilusão. E Deus nos será grato, do mesmo modo que somos agradecidos a Ele, pela alegria de experimentar a liberdade que oferecemos a todos os nossos irmãos. 

Eis o que nos diz, por fim, a lição, para ajudar em nossas práticas:

Deus te agradece hoje por estes momentos de serenidade, nos quais abandonaste tuas imagens e olhaste para o milagre do amor que o Espírito Santo te mostrou nos lugar delas. O mundo e o Céu se unem em agradecimento a ti, pois nem sequer um Pensamento de Deus deixa de se regozijar quando tu és salvo e o mundo inteiro contigo.

Nós nos lembraremos disto ao longo do dia e assumiremos o papel que nos foi designado como parte do plano de Deus para a salvação, e não o nosso. A tentação desaparece quando permitimos que cada um que encontramos nos salve e nos recusamos a esconder sua luz atrás de nossas mágoas. Permite que o papel de salvador seja oferecido a cada um que encontrares, e àqueles do passado em quem pensares ou de quem lembrares, para que possas compartilhá-lo com eles. Para ambos, e também para todos os que não veem, pedimos:

Deixa os milagres substituírem todas as mágoas. 

Às práticas?


ADENDO (Vejam, por favor, observação ao fim do adendo):

Caras, caros, 
Cida, querida, (você ainda está conosco?)

Li seu comentário postado após o texto que explora a lição de 14 de março [Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.] e republicado no dia 15 de março, como comentário à lição: "A luz veio". Desculpe-me não ter dito nada a respeito antes, já que isso me parece ser uma questão crucial para você. Não foi possível fazê-lo antes de agora [na verdade o que você vai ler juntamente com as/os colegas que acompanham o blogue foi pensado e escrito ontem].

Pensei em lhe pedir seu endereço eletrônico - e-mail pessoal - para lhe responder, ou para tecer um comentário, ou compartilhar uma reflexão a respeito do que você diz de forma privada. Mas, como o Curso ensina que não existem pensamentos privados, resolvi comentar aqui mesmo. Até porque - quem sabe? - o que tenho para dizer pode ser útil a mais do que apenas a uma pessoa.

"Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus." e "A luz veio.". São as lições de que falamos. 

Concordo com o que você diz, seu posicionamento, acerca da palavra "Deus". Acho que está correto. À maneira do catolicismo, mormente o "apostólico romano", Deus é algo inatingível, algo exterior a nós. Um rei, um imperador, um césar, alguém, um ser que, criado/inventado à semelhança do homem, como o foram os deuses da mitologia greco-romana e de outras mitologias de que temos conhecimento, governa o Universo com mãos férreas, punindo-nos e nos castigando, e nos condenando ao fogo do inferno - ao mármore do inferno, se preferirem - ao menor deslize.

Assim como a palavra "Deus", o Curso emprega outras palavras retiradas do léxico cristão, da terminologia católica. Por isso há lá no final do livro aquele capítulo intitulado "Esclarecimento de Termos", para que não nos deixemos enganar pelas palavras, para que arejemos todos os conceitos que trazemos arraigados em nós, por conta da educação judaico-cristã, quando é o caso. E, claro, para facilitar que nos livremos de quaisquer pré-conceitos/preconceitos em relação à linguagem de que se vale o Curso. 

Portanto, quando tivermos qualquer dúvida ou qualquer dificuldade em relação a algo que o Curso diz, é importante buscarmos lá, nos esclarecimentos de termos, o sentido em que a palavra é utilizada pelo Curso, para que ela não entre em choque com o que aprendemos, ou para que não seja contaminada pelo aprendizado anterior que tivemos dela.

É claro já, acredito, para todos quantos passeiam por aqui que o Deus do catolicismo, exterior a nós, não existe. É uma ideia enganadora que as igrejas-instituições constituídas por homens e mulheres sedentos de poder e de riquezas materiais, dinheiro, quiseram - e ainda querem - nos vender.

Como eu disse também, no comentário a uma lição recente, se não me engano, não existe um deus, nenhum, separado de nós. Assim, não há como dizer, deus e eu, deus e tu, ou deus e nós. Só existe Deus. E o que Ele/Ela é, Ele/Ela é em nós, conosco. Fora de nós não há nada. Assim como também não há nada, nem eu, nem tu, nem nós, fora de Deus.

Na verdade, como o taoísmo ensina, tudo o que se disser a respeito do Tao não é o Tao. Isso também se aplica ao Deus do Curso, demos a ele o nome que dermos.

Talvez seja mais fácil pensar num deus, numa energia criadora e regeneradora, num ser todo-poderoso, onipresente e onisciente, e sem forma, pensando, por exemplo - mas não só -, no vento, algo que não se pode ver, mas cuja presença se faz sentir. Às vezes, calma e tranquilamente, como num sopro, uma brisa leve, outras, como uma rajada de força avassaladora que varre céus e terra e mares.

Podemos pensar em deus ainda como a luz que nos permite ver, e que está presente em nós, e em tudo e em todos, mesmo naqueles ou naquelas de nós que não têm consciência disso.

Óbvio é que, com um deus internalizado, fica mais fácil [ou não] para cada um, e cada uma, de nós assumir a total e completa responsabilidade por sua vida. E pela vida de todos, todas e os que povoam este mundo, inclusive o que pensamos ser inanimado. E por tudo o que acontece a cada um, e a cada uma, de nós em sua vida individual e também por tudo o que acontece neste mundo que inventamos de modo coletivo e compartilhado para viver a experiência da forma e as percepções dos sentidos.

Perfeito, não?

Agora tratemos daquilo em que você diz querer/precisar se aprofundar. Todos nós também.

O Curso trata em algumas lições da questão da mágoa, que podemos considerar sinônimo de ressentimento, raiva, ódio ou qualquer outra emoção que nos leve a nos afastarmos uns dos outros, ou umas das outras. Isto é, qualquer emoção que venha a reforçar a crença na separação, que não tem nada a ver com o EU SOU O QUE SOU, que somos em Deus, com Ele/Ela.

O tema das mágoas aparece nas lições 68 (O amor não guarda mágoas.), 69 (Minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim.), 72 (Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.) e nesta, 78 (Deixa que os milagres substituam todas as mágoas). Entre elas, há as lições 70 (Minha salvação vem de mim.), que traz consigo a forma de resolver as questões todas; as lições 71 (Só o plano de Deus para a salvação funcionará.), a 73 (Eu quero que haja luz.), a 74 (Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.), a 75 (A luz veio.) e as que seguem até esta e as seguintes, que tratam do reconhecimento do problema para ele poder resolvido e do reconhecimento de que, na verdade, todos os problemas já estão resolvidos. Todas elas nos oferecem instrumentos valiosos e poderosos para a cura de todas as mágoas. Para que nos libertemos da crença na separação, abandonando-a de uma vez por todas.

Bem, há uma frase atribuída a Shakespeare que penso já ter citado por aqui nalgum momento, que, de certa forma, resume a questão da mágoa, seja na forma de ressentimento, raiva, ódio ou de qualquer outra emoção que nos separe uns dos outros e do divino em nós mesmos.

Diz ele o seguinte, parafraseando, porque não tenho comigo a expressão original:

Ressentir-se de alguém é como tomar veneno e esperar que esse alguém morra.

Guimarães Rosa, em seu "Grande Sertão: Veredas", também fala de algo que aprendeu com Zé Bebelo a respeito de se ter raiva. O que ele diz é:

"... raiva mesmo nunca se deve tolerar de ter. Porque quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa [aquela de quem se sente raiva] passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente, e que isso era falta de soberania, e farta bobice e fato é."

O ponto crítico da mágoa, de qualquer forma que ela se apresente, seu ponto central está, como não poderia deixar de ser, no equívoco de pensarmos que alguma coisa, ou alguém, fora de nós pode nos magoar e ferir.

Mais, inadvertidamente, por equivocados, equivocadas, ou inconscientes momentaneamente de nossa absoluta e total responsabilidade por tudo o que vivemos, não fica claro muitas vezes que as mágoas ou o ressentimento que temos em relação a alguém, ou a alguma coisa, está de fato em acreditarmos que esse alguém, ou essa coisa, fez algo a nós com a intenção de nos prejudicar.

Escapa-nos à consciência, por uma das estratégias de defesa do ego, que o que estamos fazendo ao acusar alguém, ao culpar alguém, ao julgar alguém por alguma coisa que aconteceu a nós, estamos apenas acusando, culpando ou julgando a nós mesmos, a nós mesmas.

O primeiro tema da segunda parte do livro de exercícios do Curso trata do perdão. É: O que é o perdão?

Ele começa por dizer que:

"O perdão reconhece que o que pensaste que teu irmão fez a ti não ocorreu."

E basta!

Sei que o tema do abuso sexual é penoso para todas as pessoas que passaram por ele, mas se trouxermos à consciência a neutralidade do mundo e, por extensão, a do corpo, talvez fique mais fácil, mais leve, quem sabe?, entender que aquilo que o irmão fez a alguém, de fato, não aconteceu na realidade, apenas na ilusão, por um acordo que levou a "vítima" e o "carrasco" a partilharem a experiência que escolheram viver juntamente.

Dizer a uma pessoa que passou pela experiência de abuso sexual que ela "escolheu" passar por tal experiência sempre pode soar como acusação, o que em absoluto não é o que estou fazendo. Mas, quando realmente assumimos de forma consciente a responsabilidade por tudo o que acontece em nossas vidas, podemos voltar a episódios passados de nossa vida e perceber que, em função de crenças e medos que mantínhamos à época em que se desenrolou algum acontecimento traumático em nossa experiência, "aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido", como ensina a segunda das quatro leis espirituais que se aprende na Índia, tanto a respeito da experiência individual de cada um e de cada uma seu próprio mundo, qualquer que seja ele, quanto acerca da experiência coletiva que compartilhamos.

A mágoa - assim como a dor, o ressentimento, a raiva, a culpa, o ódio e o medo - só pode durar enquanto, de modo equivocado, julgamos as escolhas que fazemos ou fizemos, ou enquanto nos negarmos a aceitar a parte da responsabilidade que temos naquilo que se apresentou, ou se apresenta, a nossa vida.

Em função de tudo o que o ensinamento do Curso nos oferece, trazendo dia a dia uma lição a nossas práticas, se seguirmos ao pé da letra as orientações que ele dá, vamos ver o mundo cada dia mais se transformar em Céu.

É extremamente importante "não guardar mágoas", de acordo com as lições do Curso, porque são elas que nos tornam prisioneiros do passado, do mundo, do sistema de pensamento do ego.

Aquilo tudo que acontece em nossa vida, queiramos ou não, tenhamos consciência disso ou não, é sempre fruto de uma escolha que fizemos [por medo, por crenças equivocadas ou por quaisquer outros motivos] nalgum momento. Por isso quase nunca importa tanto o que aparentemente acontece, ou aconteceu, mas quase sempre importa mais o que o acontecido tem a nos revelar a respeito de nossas escolhas, de nosso sistema de crenças. O que o acontecido revela ser preciso mudar em nossa forma de pensar e de ver o mundo.

Um último ponto para finalizar este adendo extensíssimo - desculpem-me. A certa altura do texto, o Curso nos pede para respondermos à pergunta: quem é mais prisioneiro, aquele que está atrás das grades, ou seu carcereiro, que tem a missão de vigiar o prisioneiro pelo tempo que durar sua prisão?

Guardar mágoas, parece-me, nos torna carcereiros de nós mesmos, ou carcereiras de nós mesmas, aprisiona-nos à culpa que dá existência ao ego, ao julgamento que fazemos, via ego, de nossas escolhas, que resultam em experiências que, conscientemente, pensamos que não escolheríamos.

Mas, se elas se apresentam, o que fazer?

Até quando vamos manter o Ser em nós aprisionado por uma experiência ilusória vivida pelo corpo, que só tem valor para o ego?

Espero que esta longa reflexão possa ser útil para esclarecer alguma coisa com respeito ao que o Curso ensina sob as ideias que nos trazem as lições que tratam da questão das mágoas.

Abraço-as/os a todas/os amorosamente.

Paz e bem!

OBSERVAÇÃO:

Para os comentários das lições deste ano bissexto, estou me valendo, desde o dia 29 de fevereiro, de alguns dos comentários feitos em 2020, também bissexto. Assim, este adendo foi motivado pelo comentário feito pela nossa colega Cida, provavelmente em 2020. Reproduzo-o aqui por acreditar que ele ainda tem algo de novo a dizer, tanto para a Cida quanto para cada um e cada uma de nós. Obviamente vocês podem pular sua leitura se acharem que ele não é pertinente, ou não lhes diz nada a respeito de como praticar as lições do Curso. 

domingo, 17 de março de 2024

Nada há a pedir, se conscientes de nossa identidade

 

LIÇÃO 77

Eu tenho direito a milagres.

1. Tu tens direito a milagres em razão do que és. Receberás milagres em razão do que Deus é. E oferecerás milagres porque és um com Deus. Mais uma vez, quão simples é a salvação! Ela é simplesmente uma afirmação de tua Identidade verdadeira. É isto que celebraremos hoje.

2. Teu direito a milagres não está em tuas ilusões acerca de ti mesmo. Ele não depende de quaisquer poderes mágicos que atribuis a ti mesmo, nem de quaisquer rituais que inventas. Ele é inseparável da verdade daquilo que tu és. E inabalável naquilo que Deus, teu Pai, é. Ele foi assegurado em tua criação e garantido pelas leis de Deus.

3. Hoje, reivindicaremos os milagres que são teu direito, uma vez que te pertencem. Recebeste a promessa de plena liberação do mundo que fizeste. Recebeste a garantia de que o Reino de Deus está em ti e não pode ser perdido jamais. Não pedimos nada além daquilo que, na verdade, nos pertence. Hoje, porém, nós também nos certificaremos de que não vamos nos satisfazer com menos.

4. Começa os períodos de prática mais longos dizendo a ti mesmo de modo bem confiante que tens direito a milagres. Fechando os olhos, lembra-te de que pedes apenas aquilo que é legitimamente teu. Recorda-te também de que os milagres nunca são tirados de um e dados a outro e de que, ao reclamares teus direitos, estás defendendo os direitos de todos. Os milagres não obedecem às leis deste mundo. Eles decorrem simplesmente das leis de Deus.

5. Depois desta breve fase introdutória, espera tranquilamente pela certeza de que teu pedido é aceito como verdadeiro. Pedes a salvação do mundo e a tua própria. Pedes que te seja dado o meio pelo qual isto se realiza. Não podes deixar de ficar seguro disto. Pedes apenas que a Vontade de Deus seja feita.

6. Ao fazeres isto, de fato, não pedes nada. Declaras uma verdade que não pode ser negada. O Espírito Santo só pode garantir que teu pedido seja concedido. O fato de teres aceitado tem de ser verdade. Não há espaço para a dúvida e para a incerteza hoje. Estamos finalmente fazendo a pergunta verdadeira. A resposta é uma afirmação de uma verdade simples. Receberás a garantia que buscas.

7. Nossos períodos de prática mais breves serão frequentes e também serão dedicados a um lembrete de uma verdade simples. Dize a ti mesmo com frequência hoje: 

Eu tenho direito a milagres.

Pede-os sempre que surgir uma situação em que eles forem necessários. Vais reconhecer estas situações. E, uma vez que não estás contando contigo mesmo para achar o milagre, tens pleno direito de recebê-lo sempre que pedires.


8. Lembra-te, também, de não te satisfazeres com menos do que a resposta perfeita. Sê rápido para dizer a ti mesmo, caso sejas tentado:

Não trocarei milagres por mágoas. Quero só o que me pertence.
Deus estabelece os milagres como meu direito.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 77

Caras, caros,

A ideia que vamos praticar hoje trata de nos fazer lembrar da verdade do que somos, além das ilusões todas que o ego e seu sistema de pensamento buscam nos vender neste mundo. É ela:

"Eu tenho direito a milagres."

A lição deste dia nos convida mais uma vez à celebração do reconhecimento de nossa identidade verdadeira. É ela, nossa identidade verdadeira, que nos dá direito a milagres. E é dela que os milagres vêm.

Como diz Joel Goldsmith, "conhecer nossa verdadeira identidade é resolver todo o problema da, assim chamada, existência humana. Na verdade, não vivemos uma existência humana. Nossa existência é espiritual e divina, mas, por não conhecermos nossa verdadeira identidade, ela é preenchida com conflito e desarmonia", as características mais evidentes do humano.

É para voltarmos à harmonia e termos um vislumbre de uma vida sem conflitos que praticamos o que a lição nos pede para reconhecermos hoje:

Tu tens direito a milagres em razão do que és. Receberás milagres em razão do que Deus é. E oferecerás milagres porque és um com Deus. Mais uma vez, quão simples é a salvação! Ela é simplesmente uma afirmação de tua Identidade verdadeira. É isto que celebraremos hoje.

É o que somos verdadeiramente que nos dá direito a milagres. É do que Deus é, que é também o que somos, que os receberemos. E, assim como os recebemos, vamos poder oferecê-los. A partir de nossa unidade com Deus. A salvação é, portanto, apenas isto: o reconhecimento de nossa verdadeira identidade. 

Simples, não? 

Eu tenho direito a milagres.

Apesar de ser simples, parece não ser fácil. Pois, ao pensarmos viver uma existência humana, uma ilusão, criamos uma dualidade. Um modo de ver que nos separa daquilo que somos na verdade e que, aparentemente, nos separa de Deus e da unidade.

É disso que a lição trata ao dizer:

Teu direito a milagres não está em tuas ilusões acerca de ti mesmo. Ele não depende de quaisquer poderes mágicos que atribuis a ti mesmo, nem de quaisquer rituais que inventas. Ele é inseparável da verdade daquilo que tu és. E inabalável naquilo que Deus, teu Pai, é. Ele foi assegurado em tua criação e garantido pelas leis de Deus.

Nosso direito a milagres não tem nada a ver com a imagem que fazemos de nós mesmos e de nós mesmas. Não tem nada a ver também com magia, com bruxaria, com feitiçaria e tudo mais que lide com o que se costuma chamar de "o oculto". Deus não tem segredos. Tudo o que Ele tem nos pertence. Por isso também não há nada que tenhamos de esconder d'Ele. 

Eu tenho direito a milagres.

O desafio desta vez está em buscarmos reconhecer e reivindicar aquilo que é nosso direito em razão de nossa identidade verdadeira. A lição ensina como fazê-lo:

Hoje, reivindicaremos os milagres que são teu direito, uma vez que te pertencem. Recebeste a promessa de plena liberação do mundo que fizeste. Recebeste a garantia de que o Reino de Deus está em ti e não pode ser perdido jamais. Não pedimos nada além daquilo que, na verdade, nos pertence. Hoje, porém, nós também nos certificaremos de que não vamos nos satisfazer com menos.

O Curso, em seu texto, diz a certa altura que a questão não é a de que pedimos demais, ou que queiramos demais. Ao contrário, por não conhecermos nossa verdadeira identidade, pedimos muito pouco. Ou há alguém entre nós que acha que menos do que tudo não está bom? Este alguém está certo. Podemos querer tudo, e nada menos do que isso. Por ser nosso direito como extensões, pensamentos, de Deus.

Pois Deus é o tudo de tudo. E tudo pertence a Ele. E tudo o que pertence a Ele também nos pertence. É nosso direito de filhos. Por que nos satisfazermos com menos do que tudo? Aprendamos, com a lição, de que forma chegar àquilo que é nosso por direito:

Começa os períodos de prática mais longos dizendo a ti mesmo de modo bem confiante que tens direito a milagres. Fechando os olhos, lembra-te de que pedes apenas aquilo que é legitimamente teu. Recorda-te também de que os milagres nunca são tirados de um e dados a outro e de que, ao reclamares teus direitos, estás defendendo os direitos de todos. Os milagres não obedecem às leis deste mundo. Eles decorrem simplesmente das leis de Deus.

É isto! É esta ideia que pode nos devolver a alegria, a paz e a felicidade. É nela que podemos encontrar e realizar o plano de Deus para a salvação. É no reconhecimento de que temos direito a milagres, que reconhecemos e aceitamos nossa condição de filhos de Deus. É este reconhecimento que nos devolve à unidade com Deus e com tudo o que existe. 


Eu tenho direito a milagres. 

Voltando a Joel Goldsmith:

"Se eu sei que eu sou Eu e que esse Eu é um Ser infinito, nunca pode existir um pensamento de falta, de limitação, de conflito, de desarmonia, de ciúmes, de despeito ou de ânsia. Quando eu sei que eu sou Eu e que este Eu é a infinitude, a totalidade do ser de Deus manifestado, a Palavra transformada em carne [pelo menos enquanto vivo a ilusão da forma e dos sentidos], só então posso perceber que o que mantém e anima o Eu que sou é o mesmo Eu que é Deus." 

Continuemos a ouvir o que a lição diz:

Depois desta breve fase introdutória, espera tranquilamente pela certeza de que teu pedido é aceito como verdadeiro. Pedes a salvação do mundo e a tua própria. Pedes que te seja dado o meio pelo qual isto se realiza. Não podes deixar de ficar seguro disto. Pedes apenas que a Vontade de Deus seja feita.

Ao fazeres isto, de fato, não pedes nada. Declaras uma verdade que não pode ser negada. O Espírito Santo só pode garantir que teu pedido seja concedido. O fato de teres aceitado tem de ser verdade. Não há espaço para a dúvida e para a incerteza hoje. Estamos finalmente fazendo a pergunta verdadeira. A resposta é uma afirmação de uma verdade simples. Receberás a garantia que buscas.

Na verdade, com a consciência de nossa verdadeira identidade, não há nada a pedir. Até porque Deus realiza desde sempre todos os nossos desejos antes mesmos de os manifestarmos, quando temos consciência de Sua Presença e quando ansiamos pela unidade com Ele.

Nossa consciência da unidade com Deus e de Sua Presença é a garantia dos milagres. É a garantia de nosso direito a eles. 

Assim, a lição orienta para as práticas:

Nossos períodos de prática mais breves serão frequentes e também serão dedicados a um lembrete de uma verdade simples. Dize a ti mesmo com frequência hoje: 

Eu tenho direito a milagres.

Pede-os sempre que surgir uma situação em que eles forem necessários. Vais reconhecer estas situações. E, uma vez que não estás contando contigo mesmo para achar o milagre, tens pleno direito de recebê-lo sempre que pedires.

Lembra-te, também, de não te satisfazeres com menos do que a resposta perfeita. Sê rápido para dizer a ti mesmo, caso sejas tentado:

Não trocarei milagres por mágoas. Quero só o que me pertence.
Deus estabelece os milagres como meu direito.

A lição de hoje, praticada com atenção e honestidade mais uma vez, pode nos dar certeza suficiente para dizer, como Goldsmith:

A consciência [da Presença de Deus em mim] é minha provisão. Minha verdadeira vida, meu verdadeiro ser, [Deus] é minha provisão. Onde quer que eu esteja, é este Princípio que mantém o Eu, que sustenta o Eu [que sou e que é um com Deus]; e onde quer que eu esteja, tudo o que Deus é deve ser. Esta consciência de que Eu sou, esta Consciência do meu ser é a minha provisão, e Ela aparece exteriormente" sob a forma que for necessária à realização de minha experiência de vida.

Às práticas?

sábado, 16 de março de 2024

O Curso toma seu fundamento no poder do perdão

 

LIÇÃO 76

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

1. Comentamos antes quantas coisas sem sentido te parecem ser a salvação. Cada uma delas te aprisiona com leis tão sem sentido quanto elas mesmas. Tu não estás preso a elas. Mas para compreender que isto é verdade, tens primeiro que perceber claramente que a salvação não está aí. Enquanto quiseres buscá-la em coisas que não têm significado, tu te prendes a leis que não fazem nenhum sentido. Deste modo, buscas provar que a salvação está aonde ela não existe.

2. Hoje nos alegraremos por não poderes prová-lo. Pois, se pudesses, buscarias a salvação eternamente aonde ela não está e jamais a acharias. A ideia para hoje te diz mais uma vez quão simples é a salvação. Procura-a aonde ela te espera e ela será achada lá. Não procures em nenhum outro lugar, pois ela não está em nenhum outro lugar.

3. Pensa na liberdade no reconhecimento de que não estás preso por todas as leis estranhas e distorcidas que estabeleceste para te salvar. Tu pensas, de fato, que morrerias a menos que tivesses montes de tiras de papel verde e pilhas de discos de metal*. Tu pensas, de fato, que uma pequena pílula redonda ou algum tipo de líquido injetado em tuas veias por uma agulha pontiaguda afastará a doença e a morte. Tu pensas, de fato, que estás sozinho a menos que outro corpo esteja contigo.

4. É a loucura que pensa estas coisas. Tu as chamas de leis e as colocas sob nomes diferentes em um catálogo de rituais que não têm nenhuma utilidade e não servem a nenhum objetivo. Pensas que tens de obedecer às "leis" da medicina, da economia e da saúde. Protege o corpo e estarás salvo.

5. Estas não são leis, mas loucura. O corpo está comprometido pela mente que fere a si mesma. O corpo sofre apenas para que a mente deixe de ver que ela é vítima de si mesma. O sofrimento do corpo é uma máscara que a mente segura para esconder o que sofre realmente. Ela não quer compreender que é sua própria inimiga, que ataca a si mesma e que quer morrer. É disto que tuas "leis" querem salvar o corpo. É por esta razão que pensas que és um corpo.

6. Não há nenhuma lei exceto as leis de Deus. Isto precisa ser repetido muitas e muitas vezes, até perceberes claramente que se aplica a todas as coisas que fizeste em oposição à Vontade de Deus. Tua magia não tem nenhum significado. Aquilo que ela pretende salvar não existe. Só aquilo que ela pretende esconder te salvará.

7. As leis de Deus não podem ser substituídas nunca. Dedicaremos o dia de hoje a nos regozijarmos por isto ser verdade. Já não é mais uma verdade que queremos esconder. Em vez disso, percebemos claramente que é uma verdade que nos mantém livres para sempre. A magia aprisiona, mas as leis de Deus libertam. A luz veio porque não há nenhuma lei a não ser as d'Ele.

8. Começaremos os períodos de prática mais longos hoje com uma pequena revisão dos diferentes tipos de "leis" que acreditamos ter de obedecer. Elas incluiriam  por exemplo, as "leis" da nutrição, da imunização, da medicação e da proteção do corpo de inúmeras maneiras. Pensa ainda mais, acreditas na "leis" da amizade, dos "bons" relacionamentos e na reciprocidade. Talvez penses até mesmo que existem leis que estabelecem o que é de Deus e o que é teu. Muitas "religiões" se baseiam nisto. Elas não querem salvar, mas condenar em nome do Céu. Contudo, elas não são mais estranhas do que outras "leis" que afirmas que têm de ser obedecidas para ficares seguro.

9. Não há nenhuma lei a não ser as de Deus. Afasta todas as crenças mágicas hoje e deixa tua mente em prontidão silenciosa para ouvir a Voz que fala a verdade para ti. Vais ouvir Aquele Que diz que não existem perdas sob as leis de Deus. Não se faz nem se recebe nenhum pagamento. Não se pode fazer troca; não há substitutos; e não se põe nada no lugar de alguma outra coisa. As leis de Deus dão eternamente e nunca tiram.

10. Ouve Aquele Que te diz isto e percebe claramente quão tolas são as leis que pensavas que sustentassem o mundo que pensavas ver. Escuta mais, então. Ele te dirá mais. Acerca do Amor que teu Pai tem para ti. Acerca da alegria infinita que Ele te oferece. Acerca do anseio d'Ele por Seu Filho único, criado como Seu canal para a criação; negado a Ele por sua crença no inferno.

11. Vamos abrir os canais de Deus para Ele hoje e deixar que Sua Vontade se estenda por nosso intermédio até Ele. Deste modo, a criação é ampliada de forma infinita. A Voz d'Ele falará disto para nós, assim como falará também das alegrias do Céu que Suas leis mantém ilimitadas para sempre. Repetiremos a ideia de hoje até ouvirmos e compreendermos que não há nenhuma lei a não ser as de Deus. Em seguida, diremos a nós mesmos, como uma oferenda com a qual o período de prática termina:

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

12. Vamos repetir esta oferenda tantas vezes quantas possíveis hoje; pelo menos quatro ou cinco vezes por hora, bem como a repetiremos em resposta a qualquer tentação de nos experimentarmos como sujeitos a outras leis ao longo do dia. Ela é nossa declaração de independência de todo perigo e de toda opressão. Ela é nosso reconhecimento de que Deus é nosso Pai e de que Seu Filho está salvo.

* Nota de tradução: "You really think that you would starve unless you have stacks of green paper and piles of metal discs." O "papel verde" [green paper] e os "discos de metal" [metal discs] se referem à moeda dos Estados Unidos da América.


*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 76

Caras, caros,

Para as nossas práticas de hoje, a ideia que o Curso traz é a seguinte:

"Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus."

Não existe nenhuma vontade que não a de Deus. Não há nenhum Poder a não ser o de Deus. Não existe um eu separado de Deus, isto é, não existe Deus e tu, ou Deus e eu, ou Deus e nós,  existe Deus.

Estas afirmações revelam o que vamos praticar hoje com a ideia da lição que o Curso nos oferece. Não existe nada fora de Deus, nem nada fora de mim ou fora de ti, portanto, não existem outras leis que não sejam as de Deus. E nós não estamos sujeitos a nenhuma lei que não venha d'Ele.

Comecemos:

Comentamos antes quantas coisas sem sentido te parecem ser a salvação. Cada uma delas te aprisiona com leis tão sem sentido quanto elas mesmas. Tu não estás preso a elas. Mas para compreender que isto é verdade, tens primeiro que perceber claramente que a salvação não está aí. Enquanto quiseres buscá-la em coisas que não têm significado, tu te prendes a leis que não fazem nenhum sentido. Deste modo, buscas provar que a salvação está aonde ela não existe.

Hoje nos alegraremos por não poderes prová-lo. Pois, se pudesses, buscarias a salvação eternamente aonde ela não está e jamais a acharias. A ideia para hoje te diz mais uma vez quão simples é a salvação. Procura-a aonde ela te espera e ela será achada lá. Não procures em nenhum outro lugar, pois ela não está em nenhum outro lugar.

Eu já disse antes, em sintonia com o que o Curso ensina, pelo menos do modo que eu o entendo, que jamais vamos encontrar a alegria e a paz de espírito, enquanto não aceitarmos como nossa a Vontade de Deus. O mesmo acontece em relação à salvação. Se vivemos e nos movemos n'Ele, como podemos esperar encontrar salvação - ou qualquer outra coisa que seja - fora d'Ele.

As coisas do mundo não têm nenhum valor em si mesmas. São neutras conforme já aprendemos. Por que, então, teimamos em acreditar que elas podem exercer algum poder sobre nós? Não podem! Assim são as leis do mundo. Elas só podem valer quando damos a elas o poder de regularem nosso modo de viver. Mas há que mudá-las sempre que as condições mudam. Sempre que elas parecerem beneficiar algo diferente da verdade há que se rever com que espírito e intenção elas estão sendo aplicadas.

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

É por isso que acima de tudo as leis têm de fazer valer nosso direito à liberdade, à alegria e à paz. É por isso que não estamos sujeitos a quaisquer leis que não venham de Deus. Quando alguma coisa nos deixa indignados ou indignadas não é porque a coisa não é verdadeira, ou porque ela merece nossa indignação. Não! Na verdade, o que estamos olhando é nossa interpretação da coisa. E nos indignamos porque demos poder à coisa contra nós mesmos e contra nós mesmas, contra aquilo em que acreditamos. 

O que precisamos fazer, então, neste caso? É claro que só podemos/devemos nos voltar para dentro de nós e buscar lá, na fonte da indignação, a razão pela qual estamos tão incomodados, ou incomodadas, a ponto de quereremos mudar o mundo, condenando a uns e outros e a umas e outras por isso ou por aquilo. Não há mundo, o Curso ensina. O que há para mudar, então? Óbvio que apenas nossa forma de olhar para o mundo, e para tudo, e para todos. Afinal, se vemos o que vemos e não gostamos do que vemos, o local que precisa ser curado está dentro. Não há nada fora. O fora é apenas a projeção do que há dentro.

Vejamos, então, como a lição continua:

Pensa na liberdade no reconhecimento de que não estás preso por todas as leis estranhas e distorcidas que estabeleceste para te salvar. Tu pensas, de fato, que morrerias a menos que tivesses montes de tiras de papel verde e pilhas de discos de metal. Tu pensas, de fato, que uma pequena pílula redonda ou algum tipo de líquido injetado em tuas veias por uma agulha pontiaguda afastará a doença e a morte. Tu pensas, de fato, que estás sozinho a menos que outro corpo esteja contigo.

É a loucura que pensa estas coisas. Tu as chamas de leis e as colocas sob nomes diferentes em um catálogo de rituais que não têm nenhuma utilidade e não servem a nenhum objetivo. Pensas que tens de obedecer às "leis" da medicina, da economia e da saúde. Protege o corpo e estarás salvo.

Estas não são leis, mas loucura. O corpo está comprometido pela mente que fere a si mesma. O corpo sofre apenas para que a mente deixe de ver que ela é vítima de si mesma. O sofrimento do corpo é uma máscara que a mente segura para esconder o que sofre realmente. Ela não quer compreender que é sua própria inimiga, que ataca a si mesma e que quer morrer. É disto que tuas "leis" querem salvar o corpo. É por esta razão que pensas que és um corpo.

Mas não somos um corpo. E o objetivo de nossas práticas está relacionado aos objetivos do Curso, que não têm nada a ver com melhorar os aspectos humanos e mundanos de nossas vidas. Ele não se refere à busca de cura para uma doença, para os problemas do dia-a-dia, para a falta de emprego, para a punição das pessoas corruptas, ou para o linchamento de autoridades de um governo passado, ou deste sob o qual nos achamos, ou mesmo para as dificuldades materiais que muitos e muitas de nós encontramos.

O que buscamos é o conhecimento de nossa realidade como espírito, o vislumbre da unidade, chegar à verdade do que somos - seja qual for a forma que tenhamos escolhido para ver a nós mesmos e a nós mesmas e as outras pessoas todas do mundo -, isto é, a verdade que afirma que somos a manifestação de Deus como vida que se expressa em tudo e em todos de modo individual, com harmonia e perfeição.

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

O que pode acontecer - e acontece, de fato -, quando nos decidimos a ver de modo diferente, é que todas as condições de nossa vida cotidiana mudam. E para melhor, melhor aqui não no sentido do julgamento que separa uma coisa de outra, mas no sentido de que nos leva na direção da verdade, do que é real. Esta mudança para melhor, muitas vezes, se mostra com a aparência de uma piora - também sem julgamento -  ou de uma estagnação em alguns momentos. Esses momentos são, em geral, aqueles em que ainda mantemos dúvidas a respeito de nossa verdadeira identidade em Deus.

Uma vez tomada a decisão de seguir em frente, não importa o que aconteça, porém, tudo se encaminha na direção da harmonia, da alegria e da paz.

Isto significa, sem sombra de dúvida, reconhecer e aceitar que:

Não há nenhuma lei exceto as leis de Deus. Isto precisa ser repetido muitas e muitas vezes, até perceberes claramente que se aplica a todas as coisas que fizeste em oposição à Vontade de Deus. Tua magia não tem nenhum significado. Aquilo que ela pretende salvar não existe. Só aquilo que ela pretende esconder te salvará.

As leis de Deus não podem ser substituídas nunca. Dedicaremos o dia de hoje a nos regozijarmos por isto ser verdade. Já não é mais uma verdade que queremos esconder. Em vez disso, percebemos claramente que é uma verdade que nos mantém livres para sempre. A magia aprisiona, mas as leis de Deus libertam. A luz veio porque não há nenhuma lei a não ser as d'Ele.

Quando vemos a luz, entendemos que a melhoria de todas as nossas condições de vida são apenas um sinal de que caminhamos na direção correta. É consequência e resultado de nos mantermos firmes na decisão de continuar a jornada, elevando-nos cada vez mais em espírito, abandonando de vez, ou dando cada vez menos importância às coisas do mundo.

Entendemos que:

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Entendemos que é preciso renunciar ao mundo para ganhá-lo inteiro. Mas como é difícil entender o significado das palavras "renunciar ao mundo", não é mesmo? O ego, equivocado, é claro, acredita que se perde tudo aquilo a que se renuncia, do mesmo modo que acredita estar perdido tudo aquilo que se dá. Mas no reino do espírito a lei é outra. É aquela que o Curso ensina: "tu só tens verdadeiramente aquilo que dás".

Nada do que o mundo nos oferece pode substituir a alegria e a paz de espírito que obedecer às leis de Deus pode oferecer. Só as leis d'Ele podem nos dar a mais completa liberdade e fazer com que não nos deixemos enganar pelas leis do ego, pelas leis do mundo, que praticamos desaprender como a lição nos orienta:

Começaremos os períodos de prática mais longos hoje com uma pequena revisão dos diferentes tipos de "leis" que acreditamos ter de obedecer. Elas incluiriam  por exemplo, as "leis" da nutrição, da imunização, da medicação e da proteção do corpo de inúmeras maneiras. Pensa ainda mais, acreditas na "leis" da amizade, dos "bons" relacionamentos e na reciprocidade. Talvez penses até mesmo que existem leis que estabelecem o que é de Deus e o que é teu. Muitas "religiões" se baseiam nisto. Elas não querem salvar, mas condenar em nome do Céu. Contudo, elas não são mais estranhas do que outras "leis" que afirmas que têm de ser obedecidas para ficares seguro.

Pensa bem! Reflete acerca do que a lição está dizendo aqui. O grande desafio que a lição nos traz hoje é este: abandonar a crença nas leis feitas pelo ego. Mesmo aquelas que nos parecem [ao ego em nós] justas. Viver não tem nada a ver com justiça. Não existe na verdade nada que não seja teu e nada que não seja de Deus. Melhor dizendo, tudo é de Deus e tudo vem de Deus, mas tudo o que é de Deus é teu também. Não há limites para o que Ele quer te dar. Só os que tu mesmo, ou tu mesma, te impões.

Como dizia uma professora de milagres há algum tempo: "Deus só diz sim". É por isso que tudo aquilo que acreditas merecer vem para ti. Mas é também por isso que tudo aquilo que pensas não merecer não vem. Isto também é parte das leis de Deus. É a lei do livre arbítrio. Tens o direito a escolher tudo o que queres viver. Deus não tem nada a ver com o que escolhes, quando tua escolha de afasta da alegria e da paz.

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Isto é sinal de que, em Deus, com Ele, podemos tudo. Podemos inverter as leis que regem o mundo da forma e desfazer aquilo que o ego inventa, como o objetivo de nos convencer de sua existência. Assim, como a lição diz:

Não há nenhuma lei a não ser as de Deus. Afasta todas as crenças mágicas hoje e deixa tua mente em prontidão silenciosa para ouvir a Voz que fala a verdade para ti. Vais ouvir Aquele Que diz que não existem perdas sob as leis de Deus. Não se faz nem se recebe nenhum pagamento. Não se pode fazer troca; não há substitutos; e não se põe nada no lugar de alguma outra coisa. As leis de Deus dão eternamente e nunca tiram.

Ouve Aquele Que te diz isto e percebe claramente quão tolas são as leis que pensavas que sustentassem o mundo que pensavas ver. Escuta mais, então. Ele te dirá mais. Acerca do Amor que teu Pai tem para ti. Acerca da alegria infinita que Ele te oferece. Acerca do anseio d'Ele por Seu Filho único, criado como Seu canal para a criação; negado a Ele por sua crença no inferno. 

Não é mesmo uma loucura pensar que acreditamos em tanta bobagem que nos limita e impede de alcançar e de viver a felicidade constante e permanente, alegria que não tem fim e a paz que não acaba nunca?

A quem vamos escolher ouvir hoje? Ao ego, que nos diz que somos pecadores e não merecemos viver o Céu na terra. E que isso nem é possível. Ou ao Espírito Santo, Que nos diz que ainda somos como Deus nos criou e que nada do que fazemos pode manchar ou macular nossa inocência eterna?

Vamos seguir a orientação que a lição nos dá em seguida e abrir-nos a Deus, à Voz por Deus, para confirmar que estamos dispostos e dispostas a viver a confiança em que não estamos sujeitos a nenhuma lei a não ser às de Deus?

Vamos abrir os canais de Deus para Ele hoje e deixar que Sua Vontade se estenda por nosso intermédio até Ele. Deste modo, a criação é ampliada de forma infinita. A Voz d'Ele falará disto para nós, assim como falará também das alegrias do Céu que Suas leis mantém ilimitadas para sempre. Repetiremos a ideia de hoje até ouvirmos e compreendermos que não há nenhuma lei a não ser as de Deus. Em seguida, diremos a nós mesmos, como uma oferenda com a qual o período de prática termina:

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Vamos repetir esta oferenda tantas vezes quantas possíveis hoje; pelo menos quatro ou cinco vezes por hora, bem como a repetiremos em resposta a qualquer tentação de nos experimentarmos como sujeitos a outras leis ao longo do dia. Ela é nossa declaração de independência de todo perigo e de toda opressão. Ela é nosso reconhecimento de que Deus é nosso Pai e de que Seu Filho está salvo.

Abrir os canais de Deus para Ele é colocar-se em estado de oração. Segundo Joel Goldsmith: "A oração é a palavra de Deus que chega até nós. A oração não é algo que fazemos. A oração não é a enunciação de algo para Deus ouvir. A oração não é uma súplica nem uma afirmação. A oração é realmente a palavra de Deus chegando até nós".

É, na verdade, o que a lição nos pede para fazermos, um abrir-se para a Presença de Deus no interior de nós mesmos e de nós mesmas. Naquele ponto interior onde está Deus. É claro que isso não significa dentro do corpo. Pois não é possível encontrarmos Deus dentro de um corpo físico. Deus só está dentro no sentido de que Ele é o verdadeiro Ser em nós.

Chegando aí podemos praticar com tranquilidade e com a alegria a ideia que lição apresenta hoje, confiantes de que, de verdade:

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Antes, no entanto, de eu os convidar às práticas, gostaria de acrescentar, uma vez mais, como o fiz em anos passados, uma observação no que diz respeito a esta lição específica.

David R. Hawkins, em livro que li recentemente, conta uma pequena história a respeito de seu trabalho com a cinesiologia e um grupo de pessoas que visitou sua clínica para aprender com suas experiências e com seu grupo de estudos.

Diz ele que, normalmente, para se fazer o teste em grandes grupos, é comum colocar os sujeitos sob uma luz fluorescente ou fazer as pessoas segurarem um pesticida em seu plexo solar. Estes estímulos fazem com que todos na audiência se tornem mais fracos. Olhar para uma maçã contaminada por pesticida em frente ao saguão dos locais de palestra também serve para tornar as pessoas da audiência mais fracas. Ao contrário, imaginar uma figura divina faz com que todos fiquem mais fortes.

Hawkins diz que, certa ocasião, um grupo de pessoas foi até a clínica para aprender acerca da cinesiologia e, de forma surpreendente, nenhum dos estímulos negativos confiáveis teve qualquer efeito sobre qualquer uma das pessoas daquele grupo. Todas elas, testadas, se mostraram imunes à negatividade exterior.

Quando questionadas, revelou-se que todas elas eram estudantes de Um Curso em Milagres, o que o levou a uma investigação ainda maior, na qual os estudantes que tencionavam fazer as práticas do livro de exercícios foram testados antes de começarem as lições e consecutivamente depois disso.

Os testes revelaram que, no momento em que os estudantes chegavam na altura da Lição 75, eles tinham perdido sua vulnerabilidade aos estímulos negativos, isto é, eles deixavam de sofrer quaisquer influências daquilo a que chamamos de impulsos negativos. Uma vez que o Curso se baseia no poder do perdão, as práticas capacitam seus estudantes a substituírem a percepção do ego e de seu posicionamento dualístico pela verdade, que substitui a falsidade. A lição crítica, de acordo com Hawkins, na qual os estudantes mostravam esta mudança é exatamente esta:

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Ou dito, de outro modo, só estou sujeito àquilo que mantenho em minha mente. No entanto, ele termina, para que esta lição seja absorvida, as setenta e cinco lições anteriores tinham de ter sido praticadas diariamente e em sequência como prescrito. 

Às práticas?