sexta-feira, 31 de março de 2017

Aonde o problema se apresenta? Aonde está você!


LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 90


Vamos encerrar hoje a segunda revisão com as práticas de duas ideias que dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nossos problemas, sejam eles quais forem, podem ser resolvidos por alguma coisa fora de nós mesmos. É esta percepção que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender, quando, na verdade, a sabedoria começa quando reconhecemos que não sabemos nada.

"Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido."

Eis aí a primeira das ideias para a revisão de hoje. É uma ideia que coloca em xeque a pretensa onipotência egoica, que nos pede para pensarmos que somos capazes, que sabemos de que forma resolver tudo o que se apresenta a nossa experiência. Como se em algum momento, a partir do sistema de pensamento do mundo e do ego, alguma das soluções que provemos para os problemas que aparecem tenha sido a melhor das soluções para todos. Como se as soluções que pensamos ter encontrado por nós mesmos sejam as mais satisfatórias para nos conduzir na direção da alegria que Deus quer para nós.

É por isso que a lição nos orienta a buscar um modo de perceber claramente o significado que está por trás do problema que temos de enfrentar e resolver. Assim 

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

É isso que vai nos permitir que perceber que estamos nos enganando ao pensar que um problema, que pode parecer ser de outro, não nos diz respeito e que podemos creditar o problema a ele [o outro] tão somente. Não podemos! Se vemos um problema, qualquer que seja, onde quer que ele esteja, pertença ele aparentemente a quem quer que seja, ele também é nosso. Pois somos, todos e cada um de nós, cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência.

Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

É a prática com esta ideia que vai nos fazer reconhecer a verdade eterna que a lição nos traz também a partir das práticas com a segunda das ideias que vamos revisar hoje:

"Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos." 

Na verdade, os problemas só parecem existir porque vivemos a ilusão de um tempo linear, durante o qual nascemos em um corpo, crescemos e nos desenvolvemos até começarmos a perder as forças, envelhecer e morrer. Mas esta não é a verdade a respeito do que somos. Somos espírito. E o espírito não morre. Jamais.

Quando, em algum momento de nossas vidas, conseguimos nos afastar da ilusão do tempo para viver o "agora", isto é, "o presente" - o único tempo que existe, observamos que aquilo que somos não depende de tempo, nem de espaço. Isto quer dizer que, na realidade, todos os problemas que pensamos enfrentar só existem porque nos iludimos com a percepção de que alguma coisa aconteceu - no tempo - em algum momento de nossa vida e precisa ser resolvida para que continuemos a explorar a ilusão do tempo, com um problema a menos. 

O que experimentamos, em geral, no "agora" é aquilo a que o Curso chama de instante santo. Isto é, um instante em que nos abandonamos por completo ao espírito em nós, unindo-nos ao divino e à alegria e à paz que são a Vontade d'Ele para todos e para cada um de nós. Nesse instante somos como que raptados pelo Ser, pelo Eu Sou o Que Sou que somos, na verdade. 

Vejam pois, mais uma vez, de que modo a poeta Adélia Prado se refere ao que reputo ser um instante como este no poema Rapto, de seu livro mais recente, Miserere

À hora em que nada parece estar errado,
nem os monturos com seus sacos plásticos,
o invisível te arrepia os pelos.
Uma vez, num bando de passarinhos
disputando sementes.
Hoje, na grama baixa onde cabras pastavam.
Quando a máxima atenção te deixa distraído,
o sequestrador te pega
e diferente daqui
conhecerás o lugar
onde quem desperta repousa.

Há, forçosamente, que se reconhecer que aí todos os problemas deixam de existir, como praticamos hoje, não?

Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Não nos damos conta de que todos os problemas são um só. Nem de que ele já foi resolvido. Até porque, na verdade, ele não existe.

É isso que praticamos com a lição. Deste modo:

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

Não é isto mesmo que pensamos acontecer? Ou alguém entre nós já percebeu que nenhum problema se apresenta sem que trazer consigo a solução? É só na ilusão do tempo que pensamos haver um começo do que é um problema para que depois a solução se apresente. 

E, aliás, como diz o dr. Hew Len, o problema só existe para quem acredita que problemas são possíveis, sem se dar conta de que todo e qualquer problema é criação própria. Tanto é que ele costuma perguntar em seus seminários: "Você já percebeu que, quando há um problema, você está lá"? 

É para corrigir a percepção que nos diz que há problemas que praticamos. 

Às práticas?

quinta-feira, 30 de março de 2017

Abandonar todas as mágoas e todos os julgamentos


LIÇÃO 89

Estas são nossas ideias para revisão hoje:

1. (77) Eu tenho direito a milagres.

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

2. Poderias usar estas sugestões para aplicações específicas desta ideia:

Por trás disto existe um milagre ao qual tenho direito.
Que eu não guarde uma mágoa contra ti, [nome], mas te ofereça,
em lugar dela, o milagre que te pertence.
Visto de forma verdadeira, isto me oferece um milagre.

3. (78) Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

4. Formas específicas úteis para a aplicação desta ideia seriam:

Não quero guardar esta mágoa à parte de minha salvação.
Permite que nossas mágoas sejam substituídas por milagres, [nome].
Adiante disto está o milagre pelo qual todas as minhas mágoas são substituídas.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 89

"Eu tenho direito a milagres."

Vamos começar esta exploração, mais uma vez, como de costume, a partir da primeira ideia para as práticas de hoje, perguntando-nos se acreditamos mesmo em nosso direito a milagres. Façamos uma breve pausa na leitura para refletir por alguns instantes a respeito desta questão: Acredito mesmo que tenho direito a milagres? Quero acreditar nisto?

É claro que é necessário que nos acreditemos filhos de Deus, criados à imagem e semelhança d'Ele, de quem somos inseparáveis, para podermos viver a crença nos milagres; naturais por serem expressões de amor. Na verdade, como o Curso ensina em seu primeiro capítulo, o verdadeiro milagre é o amor que inspira os milagres e, neste sentido, "tudo o que vem do amor é um milagre".

Eu tenho direito a milagres.

A única lição que o Curso nos oferece mais de uma vez da mesma forma é a lição que diz: Eu sou como Deus me criou. É em razão disto que temos direito a milagres. Também em razão da segunda e última das ideias que praticamos ontem: Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. E é deste modo que a lição de hoje pede que nos posicionemos para as práticas com esta primeira ideia:

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

Nada mais lógico e natural então que sejamos capazes de reconhecer e de aceitar os milagres a que temos direito em função de sermos filhos de Deus, não é mesmo? Para tanto, porém, é preciso que estejamos também dispostos a abandonar toda e qualquer mágoa, todo e qualquer julgamento. Pois, como já aprendemos, as mágoas escondem a luz do mundo em nós. Isto é, as mágoas não nos permitem nos vermos como filhos de Deus, como a luz do mundo.

É isso que vamos praticar com a segunda ideia de nossa revisão de hoje:

"Permite que os milagres substituam todas as mágoas."

Mais uma vez é preciso que nos lembremos: são as práticas que podem nos levar à purificação necessária. A purificação que vai permitir que vejamos os milagres acontecerem em nossas vidas e permitir também que sejamos os instrumentos dos milagres que vão servir para iluminar o mundo, envolvendo-o na luz de nosso perdão.

É a partir de nossa tomada de decisão de ver o mundo e tudo o que há nele de modo diferente que poderemos ver os milagres se manifestando a todo instante em nossa caminhada. Ao tomarmos a decisão de abandonar o julgamento do mundo, e de perdoá-lo por inteiro, re-unimos nossa vontade à de Deus e abolimos a crença na separação, permitindo assim que todas as mágoas se vão e que sejam substituídas pelos milagres.

A lição nos traz isso do seguinte modo:

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

Permitir que os milagres substituam todas as mágoas é, pois, escolher o Céu. Tomar a decisão de viver o Céu na terra, independente das circunstâncias que se apresentem. Pois sabemos que somos nós que escolhemos as circunstâncias. E, mesmo quando elas parecem não ser fruto de nossa escolha, sabemo-nos capazes de escolher outra vez, porque temos direito aos milagres. Assim podemos usufruir de tudo aquilo que é nosso por direito, pois não estamos sujeitos a nenhuma lei a não ser às Deus. E Vontade d'Ele e a nossa são uma só e a mesma.

Às práticas?

quarta-feira, 29 de março de 2017

Apenas Deus existe, e não Deus e eu ou Deus e nós


LIÇÃO 88

Hoje revisaremos estas ideias:

1. (75) A luz veio.

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

2. Estas formas vão se revelar úteis para aplicações específicas desta ideia:

Isto não pode me mostrar a escuridão pois a luz veio.
A luz em ti é tudo o que eu quero ver, [nome].
Quero ver nisto apenas o que existe.

3. (76) Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

4. Para formas específicas de aplicação desta ideia, estas seriam úteis:

Minha percepção disto me mostra que acredito em leis que não existem.
Eu vejo apenas as leis de Deus em ação nisto.
Que eu permita que as leis de Deus, e não as minhas, atuem nisto.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 88

"A luz veio."

Reprisando mais uma vez o comentário dos anos anteriores, eis aí a primeira da ideias que revisamos com a lição de hoje. 

E eis um pensamento para nos ajudar a refletir a respeito do que é estar ciente da necessidade da Presença da Luz: 

"Um dia, para merecer [e para viver] o Paraíso, e para poder mantê-lo, tu deverás saber protegê-lo de toda mediocridade, de qualquer desatenção... de tuas mortes internas. Um homem [ou uma mulher] solar projeta a própria luminosidade, um mundo feliz, íntegro, e não permite que nada o ofusque (Elio D'Anna)."

Assim, quantos de nós podem de fato dizer que "a luz veio" a esta altura das práticas? Já a vimos? Estamos cientes da presença da luz em nossos dias?

Quantos de nós de fato queremos, desejamos de forma ardente, que a luz esteja presente? Quantos de nós não nos satisfazemos com o estado ora luminoso, ora de escuridão, que parece ser a vida do modo com que a levamos, vivendo a maior parte do julgamento, acreditando que é possível curar-nos e curar o mundo sem antes nos perdoarmos e perdoarmos o mundo inteiro? Ou simplesmente abandonando de vez as culpas, os medos e, por extensão, todo e qualquer julgamento. 


A luz veio.

O que significa perceber a presença da luz?

Significa que já não temos mais nada a ver com este mundo dos sentidos e das formas. Não no sentido de que o deixamos de perceber ou de que deixamos de viver nossa vida aqui, mas no sentido de que nada nele nos prende. Nada nele nos limita. Nada nele nos impede de viver a liberdade, a alegria e a paz infinitas. Já não queremos nada do mundo porque o sabemos transitório, porque o sabemos construído apenas a partir da ilusão de separação daquilo que, na verdade, somos: luz.

Não foi isso que praticamos há pouco: eu sou a luz do mundo?

É isso que somos. É da consciência de que somos a luz do mundo que reconhecemos e aceitamos nosso papel no plano de Deus para a salvação do mundo. E é isso o que nos diz esta primeira ideia hoje:

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

Conforme já sabemos, as ideias que praticamos hoje são complementares. Pois a aceitação da segunda:

"Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus."

depende de nossa aceitação da primeira. Isto é, só quando recebo, acolho e aceito a luz é que posso reconhecer e aceitar que não estou sujeito a nenhuma lei senão às de Deus, uma vez que não existe algo como Deus e eu, mas, sim, apenas Deus.

Deus, como o Curso ensina, é uma ideia. E, assim como a ideia que tenho de mim não é o que de fato sou, a ideia de Deus é apenas uma ideia, enquanto este eu que sou não estiver na unidade total e absoluta com Deus.

Ou, para aproveitar o que nos diz Joel Goldsmith em um de seus livros:

"Nada do que você possa saber sobre Deus é Deus, já que o conhecedor da verdade é Deus. No entanto, vamos direto ao ensinamento do que Deus é, embora seja realmente impossível ensinar o que Deus é, já que eu sou. Mas, este mesmo eu sou é você quando está dizendo 'eu sou'. Em última análise, tudo o que se pode conhecer sempre sobre Deus é que eu sou Ele. Esta é a verdade básica. Sempre o conhecedor, aquele que está conhecendo a verdade, é a verdade que está sendo conhecida." 

E há também, para ilustrar melhor, talvez, uma historinha de dois rabinos, contada no livro "Contos Filosóficos do Mundo Inteiro", de Jean-Claude Carrière. Diz ela: 

... determinada noite, dois rabinos iniciaram ... uma discussão sobre a existência de Deus. 
Eles trocaram os argumentos conhecidos sobre este assunto e, finalmente, lá pelas quatro ou cinco horas da madrugada, concluíram que Deus não existe. Sobre isso estavam totalmente de acordo. 
No dia seguinte, pela manhã, um dos rabinos - que havia convidado o outro, de passagem pela cidade, a pernoitar em sua própria casa - procura o colega e o encontra num canto do jardim recitando suas preces habituais. 
Ele se espanta e pergunta: 
- Mas o que você está fazendo? 
- Bem, como você vê, estou recitando minhas preces matinais. 
- Mas, lembre-se: discutimos a noite inteira e chegamos à conclusão de que Deus não existe. E então? Pode me dizer por que está fazendo as suas preces. 
O outro rabino lhe diz, muito simplesmente: 
- Mas o que Deus tem a ver com isso? **

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Esta a segunda das ideias que praticamos hoje. Uma ideia que nos oferece o desafio de reconhecermos nela a liberdade de que precisamos para viver nossas vidas neste mundo a partir do que somos, e não a partir de uma falsa imagem que fazemos de nós, que não retrata nossa realidade. 

É assim que vamos entender de que forma praticar o que a lição pede:

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

É também por isso que podemos ter certeza de que, como já lhes disse, mesmo vagando pelas trevas que construímos a partir de uma crença em algo que não existe; mesmo não sabendo que podemos escolher de modo diferente; mesmo optando por fazer nossas escolhas a partir da percepção equivocada e experimentando todo tipo de dor, de sofrimento, de mágoa, de angústia, de raiva, de decepção e fracasso, mais dia, menos dia, vamos compreender que para o "eu sou" em nós não há outras leis que não as de Deus e que, por isso, só podemos escolher a luz, só podemos existir na luz, pois Ele é o que somos e é luz. Nós também.

Às práticas?

** Ou se entende esta historinha internamente, de forma clara. Ou não se a entende em absoluto. Eu diria que ela é quase como um koan dos zen-budista. Quer dizer, para aquele que compreende, como já se disse antes muitas vezes, as coisas são como são. Da mesma forma para aquele que não compreende. Percebem?

terça-feira, 28 de março de 2017

É preciso aprendermos a aceitar as diferenças


LIÇÃO 87

Hoje nossa revisão abrangerá estas ideias:

1. (73) Eu quero que haja luz.

Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

2. Para aplicações específicas, estas formas desta ideia seriam úteis:

Isto não pode esconder a luz que quero ver.
Tu estás na luz comigo, [nome].
Isto parecerá diferente na luz.

3. (74) Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus.

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

4. Estas são algumas formas úteis desta ideia para aplicações específicas:

Que eu perceba isto na harmonia com a Vontade de Deus.
É Vontade de Deus que tu sejas Seu Filho, [nome], e minha também.
Isto é parte da Vontade de Deus para mim, não importa como eu o veja.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 87

"Eu quero que haja luz."

Esta é a primeira das duas ideias que revisamos com a lição de hoje. Uma ideia que nos oferece o desafio de buscarmos no mais íntimo de nós mesmos responder à pergunta: Tu queres que a luz se faça em tua vida?

A existência da luz pressupõe o fim das trevas e da escuridão. Quando nos encontramos mergulhados na dor e no sofrimento, por quaisquer razões que se tenham apresentado a nossa experiência, tudo o que parece que vemos é uma treva densa, que nos envolve e quer nos engolir. Parece que nunca mais vamos ser capazes de experimentar a alegria, não é mesmo?

Eu quero que haja luz.

A alegria, no entanto, tem de estar escondida em nós mesmos. O que acontece é que em tais momentos não conseguimos achá-la. Às vezes, parece até que não queremos, de verdade, achá-la. Ou como diz uma amiga minha. Às vezes, o pior é saber que a dor vai passar. Ou ainda, pensando no que dizem a respeito do tempo: que cura tudo, que é um grande professor, quiçá o melhor de todos. O problema é justamente que, de acordo com o que diz Hector Berlioz: O tempo é um grande professor, mas, infelizmente, ele mata todos os seus discípulos

Apesar e/ou em função de tudo o que podemos pensar, o que nos traz esta primeira ideia que praticamos hoje, como parte do exercício de revisão, é a oportunidade de vivermos o milagre de reencontrar a luz em nós mesmos, seja qual for a situação que vivemos que a tenha feito se esconder de nós. É a partir de nossa vontade que podemos achá-la, reencontrá-la em nós, e experimentá-la, como a lição diz:

Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

A luz é o que somos no amor. E a alegria é a Vontade d"Ele para nós. É isso que vamos praticar com a segunda das ideias que revisamos hoje.

"Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus."

Faz uma enorme diferença em nossa vida, no dia-a-dia, perceber, reconhecer, entender e aceitar e ficar grato por nossa vontade e a de Deus serem uma só, pois a partir desta aceitação, podemos passar a ver o mundo de forma diferente, com olhos amorosos que incluem e acolhem a tudo e a todos em sua visão.  

O milagre que as práticas das ideias que revisamos hoje é que elas são capazes de juntar mais uma vez nossa vontade à Vontade de Deus, uma vez que elas são a mesma, uma vez não existe nem nunca poderá existir nenhuma vontade separada da Vontade de Deus.

Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus.

É assim que a lição pede que pratiquemos esta segunda ideia:

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Lembremo-nos do que diz Ramana Maharshi a respeito de Deus, em sintonia com as ideias que praticamos:

"Deus não apenas é o coração de tudo, ele é o propósito de tudo, ele é a fonte de tudo, a morada e o fim de tudo. Tudo vem dele, tem seu lugar nele e, por fim, se resolve nele." 

É ao entendimento disto que as práticas nos levam, se feitas com atenção, obedecendo às instruções que o Curso nos dá para cada uma delas. É para nos ajudar a descobrir que existe, de fato, uma forma diferente de olhar para tudo, uma forma que podemos aprender da aceitação da Vontade de Deus para nós, da aceitação de que a única vontade que existe é a d'Ele, e de que a Vontade d'Ele é a mesma que a nossa. 

É esta forma diferente de olhar para tudo e para todos, que nos ensina a envolver o mundo todo e tudo o que ele contém em um abraço amoroso, que cura todos os males e todas as dores que pensamos existir, pois não julga e não condena. Ao contrário, aceita as diferenças amorosamente por entender que as diferenças não separam. Na verdade é o contrário, são nossas diferenças que nos unem. 

São as diferenças que nos permitem conhecer formas outras de viver e de ver o mundo, enriquecendo toda a vida. Elas nos permitem conhecer partes de nós mesmos com as quais não tínhamos tido contato enquanto isolados, fechados, ilhados em nós mesmos. 

O diferente, quando o vejo, reconheço e aceito, sou eu mesmo. É uma parte de mim que se mostra para me fazer completo, para me tornar inteiro, se ainda não sou, se ainda não abarquei o mundo inteiro, perdoando-o dentro de mim. E isso não tem nada a ver com a forma pela qual o diferente se aproxima de mim. A forma, seja ela qual for, é sempre tão-somente um reflexo de mim mesmo, daquilo que trago dentro de mim. 

Em um determinado momento do texto, o Curso chama a atenção para a forma com que olhamos para o irmão, para o próximo. Isto é, podemos nos perguntar a cada instante, a cada novo encontro com as pessoas que povoam nosso mundo: como eu te vejo? De que modo devo olhar para o próximo para ver a santidade em mim? E o que vai me trazer a experiência de ver a santidade em mim? 

Eis o que o Curso diz, parafraseando-o: 

O mundo ficaria imóvel e a paz desceria sobre ele em benignidade e com uma bênção tão completa que nenhum vestígio de conflito continuaria a existir para assombrar-te na escuridão da noite, se apenas visses a santidade do teu irmão. 

E mais: 

Teu irmão é teu salvador dos sonhos feitos de medo. É a cura de tua noção de sacrifício e de teu medo de que o que tens poderia se dispersar no vento e se converter em pó. Em teu irmão está a garantia de que Deus está aqui e de que está contigo agora. 

E ainda: 

Enquanto teu irmão for o que ele é [ele é como Deus o criou], podes estar certo de que é possível conhecer a Deus e de que Ele será conhecido por ti. Pois Deus jamais poderia abandonar Sua própria criação. O sinal de que isso é verdadeiro está no teu irmão, que te é oferecido de forma que todas as tuas dúvidas a teu próprio respeito possam desaparecer diante da santidade dele [que, reconhecida, revela tua própria santidade]. Olha para teu irmão e vê nele a criação de Deus. Pois é nele que o Pai espera pelo teu reconhecimento de que Ele o criou [assim como a ti] como parte de Si Mesmo.

Às práticas?

segunda-feira, 27 de março de 2017

O ego crê que seu plano é melhor do que o de Deus


LIÇÃO 86

São estas as ideias para a revisão de hoje:

1. (71) Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Não faz sentido, para mim, procurar a salvação de forma descontrolada. Eu a vi em muitas pessoas e em muitas coisas, mas, quando quis alcançá-la, ela não estava lá. Eu estava errado a respeito de onde ela está. Eu estava errado a respeito do que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca inútil. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o plano d'Ele não pode fracassar nunca.

2. Estas são algumas formas sugeridas para a aplicação desta ideia de modo específico:

O plano de Deus para a salvação me salvará de minha percepção disto.
Isto não é nenhuma exceção no plano de Deus para a minha salvação.
Que eu só perceba isto à luz do plano de Deus para a salvação.

3. (72) Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só plano d'Ele funcionará. Por esta razão, ao guardar mágoas estou jogando para fora de minha consciência minha única esperança de salvação. Não quero mais frustrar meus maiores interesses deste modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz.

4. Aplicações específicas desta ideia poderiam ter estas formas:

Quando olho para isto estou escolhendo entre uma percepção equivocada e a salvação.
Se eu perceber razão para mágoas nisto, não verei razão para minha salvação.
Isto pede salvação, não ataque.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 86

Continuamos, neste segundo período de revisão que o Curso nos oferece, a voltar nosso olhar, dia a dia, para duas lições dentre as que praticamos recentemente. 

E como eu já disse antes, isto é sempre, a cada dia, uma nova oportunidade para que aceitemos os desafios que elas nos oferecem, se já não o fizemos no primeiro momento em que elas se apresentaram ou ainda na primeira vez em que entramos em contato com a ideia, e para que aceitemos também o milagre que cada uma traz, se nos dispusermos a praticá-las com toda a atenção de que somos capazes.

As que vamos explorar hoje são: 


"Só o plano de Deus para a salvação funcionará."

e

"Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação."

Comecemos por reconhecer e aceitar a verdade eterna que há por detrás da primeira das ideias que revisamos. Isto é, é só o plano de Deus para a salvação que pode funcionar, pois nada do que fazemos a partir da crença de que podemos estar ou ficar separados d'Ele dá certo. Nada do que fazemos, ou pensamos poder fazer, separados de Deus pode nos levar a experimentar a alegria e a paz de espírito que Ele quer para nós.

É em função disso que a lição pede para praticarmos assim: 

Não faz sentido, para mim, procurar a salvação de forma descontrolada. Eu a vi em muitas pessoas e em muitas coisas, mas, quando quis alcançá-la, ela não estava lá. Eu estava errado a respeito de onde ela está. Eu estava errado a respeito do que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca inútil. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o plano d'Ele não pode fracassar nunca.

Em geral, acreditamos que alguma coisa fora de nós pode nos salvar ou nos ferir e matar. Uma pessoa, um emprego, uma posição social, um cargo "importante", ganhar na loteria, encontrar a pessoa certa no lugar certo, uma atividade, um governo e tantas outras coisas. 

Nada disso funciona de verdade, pois tudo aquilo que esperamos encontrar no mundo nos escapa pelos dedos quando o alcançamos. Todo o objetivo que estabelecemos, uma vez alcançado, pede que estabeleçamos outro, pede que busquemos ir além. 

Nada no mundo pode, de fato, nos dar a paz duradoura, a alegria sem fim, a não ser o divino e a sintonia com ele no interior de nós mesmos. Nenhum plano que façamos acerca de nada neste mundo pode nos salvar. 

É por isso que praticamos: 


Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

E como ele pode funcionar de forma fácil, rápida e eficiente? 

Pelo nosso reconhecimento da verdade, pela nossa decisão de abandonar todo e qualquer ataque e de nos livrarmos de toda e qualquer mágoa que possas sentir em relação a qualquer pessoa ou coisa no mundo.

Pois,

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

É esta a segunda ideia que vamos praticar. É este o desafio que temos de aceitar: o desafio de mudar nosso modo de olhar para o mundo e para as coisas do mundo para sermos capazes de perceber que tudo aqui é neutro. Nada nos pode magoar, a não ser nossos próprios pensamentos equivocados. Mesmo neste momento de aparente tensão social e política que se apresenta aos cidadãos e cidadãs deste lugar chamado Brasil.

E as práticas nos pedem para reconhecer que:

Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só plano d'Ele funcionará. Por esta razão, ao guardar mágoas estou jogando para fora de minha consciência minha única esperança de salvação. Não quero mais frustrar meus maiores interesses deste modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz.

Tudo o que vemos nas pessoas que se manifestam, em primeiro lugar, nas enraivecidas, nas que carregam e disseminam o ódio e pregam ou exercem a violência contra uns e outros não é nada mais nada menos do que mágoa. Uma ou mais mágoas que o ego esconde dos manifestantes todos estejam do lado em que estiverem, quando pregam a partir da crença na separação.

É o reconhecimento disto que pode nos levar à decisão de passarmos a empunhar apenas as bandeira da paz, da alegria e do amor, e a abandonar de uma vez por todas o julgamento. Por reconhecermos que praticamente todos os planos que fazemos por nós mesmos, pensando-nos separados uns dos outros e de Deus, quase sempre nos levam até a beira de um abismo do qual temos muita dificuldade de voltar depois que chegamos lá, ao fundo do poço. 

Em geral, então, é só depois de chegarmos ao fundo do poço que vamos pensar na possibilidade - porque não vemos nenhuma outra saída nas sugestões do falso eu - de nos rendermos à ideia de voltar o olhar para dentro, para entrar em contato com o espírito em nós, para entregar a Deus aquilo que nos aflige, seja qual for o nome que damos àquela instância "espiritual" a que recorremos quando não temos mais para onde ir.

É aí que somos capazes de começar a perceber a verdade eterna que há por trás das palavras que nos traz a ideia das práticas:

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Antes de chegarmos ao fundo do poço e de nos dispormos a aceitar como verdadeiras as ideias que o Curso nos oferece, quase todos tendemos a fincar pé em uma opinião, mesmo sem saber muitas vezes ao certo por que pensamos deste ou daquele modo. 

Outras tantas vezes também nos recusamos a ouvir o outro lado de uma questão apenas em razão de um sentimento de orgulho ferido, por medo de termos de reconhecer que o outro lado faz sentido e - caso não faça sentido -, sirva para explicar a razão para o acontecido, para o fato que nos magoou ou feriu nosso orgulho. Ou até mesmo para nos mostrar apenas outro modo de ver, um modo que pode apenas complementar a visão limitada que temos de tudo e de todos.

Em nossa ânsia por ter razão, guiados pelo ego, pensamos que sabemos o que é melhor para nós. O que é melhor para os que dividem suas vidas conosco e, num lance desenfreado de onipotência, pensamos saber o que é melhor para o mundo todo. Ah, Deus! Ora, pois, como Deus ousa não obedecer ao meu plano? Como Ele ousa acreditar que o plano d'Ele é melhor do que o meu? 

Eu sei o que quero. Sei o que é melhor para mim. E sei também o que é melhor para o mundo todo. Por que as pessoas não me dão ouvidos e resolvem se comportar de um modo que não tem nada a ver com o que seria melhor para mim - e obviamente melhor para elas, a partir de minha forma de ver as coisas? 

Não é assim que agimos, quando optamos por não dar ouvidos ao que a Voz por Deus nos sussurra aos ouvidos? Não é isso que estamos dizendo, quando contestamos um acontecimento, uma experiência, uma pessoa, uma situação que se nos apresenta? Um fato, um desastre, um acidente que chega ao nosso conhecimento? Uma pessoa que não corresponde a nossas expectativas? 

Precisamos, uma vez mais, porque nunca é demais, voltar às quatro leis espirituais que se aprende na Índia, tê-las em mente e buscar pô-las em prática, apelar a elas, em todos os momentos. 

Lembram-se de quais são elas?

1. A pessoa que vem é a certa.
2. Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.
3. Quando você começa algo, é o momento certo.
4. Quando uma coisa termina, acaba realmente. 

Manter isto em mente e aplicar as situações que surgem em nosso dia-a-dia é, sem dúvida, praticar, reconhecer e aceitar as duas ideias da lição de hoje:

Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Às práticas?