segunda-feira, 31 de outubro de 2016

É o perdão que nos dá a consciência crística e a paz


9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.

*

LIÇÃO 305


Há uma paz que Cristo nos concede.

1. Aquele que usa apenas a visão de Cristo encontra uma paz tão profunda e serena, tão imperturbável e tão totalmente imutável, para a qual o mundo não tem nenhum equivalente. As comparações silenciam diante dessa paz. E o mundo inteiro se afasta em silêncio quando essa paz o envolve e o traz suavemente à verdade, para não ser mais a morada do medo. Pois o amor chega e cura o mundo por dar a ele a paz de Cristo.

2. Pai, a paz de Cristo nos é dada porque é Tua Vontade que sejamos salvos. Ajuda-nos hoje a aceitar apenas Tua dádiva e não julgá-la. Pois ela veio para nos salvar de nosso julgamento de nós mesmos.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 305

Acho que também se poderia dizer e praticar com a ideia de hoje da seguinte forma: Há uma paz que  Cristo nos concede. E por que digo isto? Claro que porque é só o Cristo em nós, isto é, só vivendo nossa vida a partir do Cristo - o divino - em nós é que podemos viver a paz e a alegria completas e perfeitas que, segundo o que ensina o Curso, é a Vontade de Deus para todos e cada um de nós.

E o que é o Cristo? Voltemos à sexta das instruções-temas que deu unidade a uma série de nossas práticas anteriores [Vide lições 271 a 280]. Vamos achar lá, logo no início da instrução, a frase: Cristo é o Filho de Deus tal como Ele [Deus] O criou [o Filho]. Isto é, o Cristo é cada um de nós, ou cada um daqueles, que aceita a Expiação para si mesmo. Ao aceitar a Expiação [o desfazer do erro], posso compreender e viver a partir do entendimento de que ainda sou como Deus me criou.

Assim, se a paz, que aparentemente nos falta, falta-nos apenas porque ainda não somos capazes de viver a partir do Ser, do modo como fomos criados por Deus, só podemos, de fato, encontrá-la, quando encontrarmos em nós, no interior de nós mesmos, o Cristo, o Filho de Deus, tal qual Deus O criou. Isto é, quando reconhecermos e aceitarmos em nós, de fato, a verdade da afirmação do Curso de que ainda somos como Deus nos criou. Não há como ser diferente.

Em todo o caso, é bom também termos claro, que nem o Cristo nem outra coisa ou pessoa qualquer pode ser encontrada fora de nós. Reforçando: fora de nós não existe nada. Pois como tenho dito às pessoas todas com quem tenho contato nos grupos de estudos do Curso, todos os termos de que o Curso fala para se referir ao divino: Cristo, o Espírito Santo, o Filho de Deus, o Amigo, Deus, o Ser, a Filiação, o Companheiro, entre outros, não existem fora de nós.Tudo está dentro de nós. É preciso que tenhamos isto cada vez mais presente em nossa consciência a respeito de nós mesmos: tudo sempre esteve, sempre está e estará sempre dentro de cada um de nós. E qualquer mudança que tenha de ser feita no mundo em que cada um de nós vive, tem de, primeiro, ser feita dentro. É só o que mudamos dentro que aparece mudado à visão que olha para fora.

Portanto, como o Curso ensina, "se queres a paz, ensina a paz para aprendê-la". Isto é bem possível. Basta que olhemos para dentro de nós mesmos e encontremos a paz que vem do Ser, do Cristo, nossa verdadeira Identidade, e nos apropriemos do olhar crístico que olha para tudo e para todos sem nenhuma condenação, sem nenhum julgamento. A paz está a disposição de todos que se decidem pelo olhar crístico.

É o perdão, em primeiro lugar a nós mesmos, por nos julgarmos separados, uns dos outros e de Deus, e, depois ao mundo inteiro, a tudo e a todos, que nos oferece a possibilidade do contato com a consciência crística e com a paz que advém dessa consciência.  "O que provém do perdão pode ser um tipo diferente de milagre em relação àquele a respeito do qual ouvimos falar nos noticiários ou em um encontro religioso. Mas é o tipo de milagre com o qual nós mesmos podemos 'trabalhar', se estivermos dispostos" [Grifo meu], repetindo algo a que já me referi anteriormente.

É por isso que hoje damos continuidade a nossas práticas com a ideia de que "há uma paz que [só] Cristo concede". Pois as práticas, "com aplicações repetidas e eficácia crescente", nos oferecem "justamente o tipo de milagre que [pode] mudar nossa maneira de ver todas as coisas". É isso também que o Curso nos oferece quando traz para as práticas ideias como "O Céu é a decisão que tenho de tomar.", ou "Acima de tudo eu quero ver.", ou "Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente.", ou, ainda, para ficar em poucos exemplos, "Eu poderia ver paz em lugar disso".

Às práticas?


domingo, 30 de outubro de 2016

Viver no espírito exige empenho, atenção e esforço


9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.

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LIÇÃO 304


Que meu mundo não esconda a visão de Cristo.

1. Eu posso esconder minha visão sagrada, se impuser meu mundo a ela. E também não posso ver as cenas sagradas para as quais Cristo olha, a menos que utilize Sua visão. A percepção é um espelho, não um fato. E aquilo para que olho é meu estado de espírito projetado para fora. Eu quero abençoar o mundo olhando para ele com os olhos de Cristo. E olharei para os sinais infalíveis de que todos os meus pecados foram perdoados.

2. Tu me conduzes das trevas para a luz, do pecado à santidade. Permite que eu perdoe e, assim, receba a salvação para o mundo. A salvação é Tua dádiva, meu Pai, dada a mim para eu oferecer a Teu Filho santo, a fim de que eu possa encontrar novamente a memória de Ti e de Teu Filho tal qual Tu o criaste.


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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 304

A ideia que vamos praticar hoje nos oferece uma vez mais a possibilidade de nos permitirmos trazer à consciência - cada um a sua - o fato de que somos nós mesmos que escondemos a visão de Cristo em nós, e de que, ao fazer, isso nos escondemos dela também. E, talvez, seja esta exatamente a orientação do ego que seguimos, por medo do que vamos encontrar em nós, se olharmos para nós mesmos a partir da visão crística.

Eu perguntei, nos comentário desta lição em anos anteriores - e creio que vale manter a pergunta -, por que precisamos das práticas? Ora, a resposta, repetindo, não pode deixar de ser mais a óbvia. Aliás, em geral, nossas maiores dificuldades estão sempre relacionadas à aceitação do óbvio, não é mesmo?

Voltando, então, à pergunta e a sua resposta. Eu diria de novo - como já disse antes - que precisamos das práticas porque, a maior parte do tempo, estamos distraídos de nós mesmos. Acreditamos ser algo que não somos. Acreditamo-nos separados de Deus e, por consequência, do divino em nós mesmos. E, é claro, em função disto, também nos acreditamos separados uns dos outros e de tudo e de todos no mundo. Deixamo-nos enganar a maior parte do tempo pela percepção, considerando-a o instrumento adequado para olhar para o mundo. Para ver a realidade do, e no, mundo.

Ainda como parte da resposta, eu dizia - e continuo a dizer - que as as práticas são necessários para que possamos criar em nós a disposição de reaprender, ou de lembrar, que o que vemos fora de nós é apenas o reflexo daquilo que trazemos dentro. Pois, como a lição diz: "a percepção é um espelho, não um fato". O que vemos aparentemente fora não é nada mais nada menos do que a materialização daquilo que pensamos. Isto é, a materialização daquilo a que emprestamos nossa atenção, para o bem ou para o mal. 

Assim, se nossa atenção está a maior parte do tempo nas coisas de que não gostamos, quer em nós mesmos, quer no outro, ou nos outros, o que vamos ver se materializar é exatamente todas aquelas coisas de que não gostamos. Por outro lado, se nossa atenção se volta para as coisas que nos agradam, para as coisas que nos dão alegria, que nos põem em contato com a paz, com a serenidade, com a calma e com a tranquilidade, é isto também que vamos ver materializado em nossa experiência.

Ora, saber disso é que nos permite aprender, reconhecer e aceitar que, quando não gostamos do que vemos fora, a única coisa a se mudar é nossa maneira de olhar. Para tanto, precisamos recorrer ao que há de mais profundo e verdadeiro em nós, e que só podemos alcançar no silêncio. Aquietando a mente, para que o espírito possa se manifestar em nós. Abrindo-nos a ele para permitir que ele nos sirva de guia.

Por fim, é preciso dizer mais uma vez que as práticas são necessárias porque aprender qualquer coisa, seja dirigir um carro, seja tocar um instrumento, seja nadar, andar de bicicleta, ou falar uma língua estrangeira, exige atenção, dedicação ou empenho e uma vontade consciente. Nossa percepção é muito volúvel e se distrai facilmente. Passa de um objeto a outro em um tempo mais curto do que o tempo que leva um piscar de olhos.

Em meio a vários erros e acertos, o começo de qualquer aprendizado não parece muito divertido. Temos, pois, de levar em conta, principalmente, que o falso eu - o ego, para o Curso, que é uma imagem que temos de nós, que não é, na verdade, o que somos - vai tentar de todas as formas interferir para nos distrair e afastar daquilo que ele vê como uma ameaça a sua existência: a tomada de consciência de que não precisamos nos submeter a seus desejos baseados na percepção.


Uma vez vez dominada a técnica, no entanto, aprendidos os movimentos e princípios básicos, automatizados os procedimentos, podemos começar a relaxar e a perceber quão divertido pode ser - e é - o resultado do aprendizado. Quanta alegria, quanta paz e quanta serenidade podemos experimentar. Podemos começar a desfrutar do prazer e da alegria que resultaram de nossos esforços e de nossa atenção iniciais.

Uma vida espiritual, isto é, uma vida que inclua o contato com algo mais do que apenas o corpo e os órgãos dos sentidos, que inclua o contato com o Espírito Santo, com o divino em nós, também exige dedicação, empenho, esforço e atenção iniciais. E exige, como o próprio Curso sugere a respeito do que é necessário para o seu aprendizado:


Aprender este Curso exige disposição para questionar cada um dos valores que manténs. Nem um só deles pode ser mantido escondido ou deixado encoberto sem pôr em risco teu aprendizado. Nenhuma crença é neutra. Cada uma delas tem o poder de ditar cada decisão que tomas. Porque uma decisão é uma conclusão que se baseia em tudo o que acreditas. A decisão é o resultado da crença e decorre dela com tanta certeza quanto o sofrimento decorre da culpa e a liberdade decorre da inocência. Não há nenhum substituto para a paz...

Como eu disse antes, para se conhecer Deus, ou para se chegar ao autoconhecimento, é preciso investir o mesmo tempo e as mesmas táticas que empregamos quando queremos conhecer melhor uma pessoa por quem nos interessamos, com quem queremos passar mais tempo, depois de a termos conhecido em um encontro breve e superficial. E, como a lição nos leva a compreender, é preciso que estejamos dispostos a olhar para o mundo com a visão do Cristo. Isto é, precisamos descobrir o Cristo interior e olhar para o mundo com a visão d'Ele.

Às práticas? 


sábado, 29 de outubro de 2016

Como experimentar o Amor que dura para sempre?


9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.


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LIÇÃO 303


O Cristo santo nasce em mim hoje.

1. Vigiai comigo, anjos, vigiai comigo hoje. Fazei que todos os pensamentos sagrados de Deus me envolvam e se aquietem comigo enquanto nasce o Filho do Céu. Deixai que os sons terrenos silenciem e que as visões a que estou acostumado desapareçam. Deixai o Cristo ser acolhido no lugar em que Ele se sente em casa. E deixai que Ele ouça os sons que Ele entende e veja apenas as cenas que mostram o Amor de Seu Pai. Fazei que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasce novamente em mim.

2. Teu Filho é bem-vindo, Pai. Ele vem para me salvar do ser maligno que criei. Ele é o Ser que Tu me dás. Ele é apenas o que realmente sou na verdade. Ele é o Filho que Tu amas acima de todas as coisas. Ele é meu Ser tal qual Tu me criaste. Não é Cristo que pode ser crucificado. Em segurança nos Teus Braços, permite que eu receba Teu Filho.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 303

Duas ou três coisinhas estão, novamente, a me pedir atenção antes de começar o comentário de exploração da ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje.

A primeira delas é a noção que o Curso quer que aprendamos, segundo a qual "dar e receber são uma só e mesma coisa". 

E por que isto pede atenção? 

Talvez porque, como já disse outras vezes, precisamos reconhecer quão mal-agradecidos somos à vida, a Deus, ao espírito e a tudo e a todos de modo geral. Óbvio é que só uma profunda gratidão por tudo e por todos pode me levar a viver uma experiência diferente da que vivo hoje em dia, se o que vivo não é a expressão da mais pura alegria e não me deixa experimentar nem sequer um momento de paz. 

Ou, parafraseando Nikos Kazantzakis em uma passagem do livro Relatório ao Greco, que li há algum tempo: o sinal irrepreensível de que algo não está relacionado à Beleza, ao Divino, à alegria mais pura, que é a Vontade de Deus para todos e cada um de nós, é meu coração não pular como um cabrito ao ver esse algo.

A segunda está em uma fala de Ramana Maharshi publicada dia desses no facebook e que diz o seguinte, traduzindo de forma livre:

Torna-te invejoso de qualquer um inferior a ti.
Tu tens de te tornar muito pequeno.
De fato, tu tens de te tornar nada.
Só uma pessoa que não é ninguém pode habitar no Ser.


Parece-me que isto quer dizer que devemos aquietar o 'eu', o falso eu, o ego, abandonando toda e qualquer intenção de ser alguma coisa a partir do corpo, ou da mente que se vê separada, nesta experiência de forma e de sentidos que aparentemente vivemos. Parece-me que isto significa andar de acordo com o que diz Joel Goldsmith, que aconselha a que deixemos Deus viver a vida em nós, por nós. Isto é, que nos entreguemos por completo ao divino em nós e só deixemos vir à tona aquilo que se revela a manifestação do que somos na verdade, em Deus, na unidade com Ele.

Agora que estou postando diariamente a instrução do tema que dá unidade às práticas de cada série, não é preciso mais lembrá-los de que o Curso pede que voltemos a ele nosso olhar antes das práticas com a ideia para o dia, não é mesmo? 

Lembrando, por fim, do que nossa colega Cida postou como comentário à lição 301 num dos anos passados, temos de pôr nossa atenção no fato de que, como ela dizia, chegamos agora a um momento delicado, um momento em que precisamos aprender o que é a Segunda Vinda, na verdade, abandonando tudo o que nos foi ensinado a respeito de um Juízo Final assustador, em que os justos, destinados ao Céu, seriam separados dos ímpios, que, por sua vez, seriam condenados por toda eternidade a um castigo sem fim. Ao "mármore do inferno". 

Para o Curso, e verdadeiramente, a Segunda Vinda é apenas a volta do sentido, a correção dos erros e a volta da sanidade. É o convite [que nós fazemos] para Deus, para a Sua Realidade, tomar o lugar das ilusões. É a permissão que damos para que o Cristo, nossa Verdadeira Identidade, nasça em nós em todos os momentos. É nossa disposição para deixar que o perdão repouse sobre todas as coisas, em primeiro lugar sobre cada um de nós mesmos, sem exceção e sem reservas. Ou como diz o texto em outro ponto: A Segunda Vinda é a consciência da realidade, não o seu retorno.

Então, faz sentido o Curso dizer que não precisamos fazer nada. Basta que nos coloquemos à disposição do espírito em nós, para deixar que o Cristo nasça em cada um, hoje, e todos os dias a contar de hoje. Pois é esta disposição que pode nos dar o olhar crístico para ver um mundo perdoado, um mundo que não necessita de nenhuma das mudanças que o sistema de pensamento do ego, em sua pretensa onipotência, quer nos fazer crer necessárias.

Como já sabemos, é um equívoco pensar que quaisquer mudanças que possamos fazer nas circunstâncias que nos cercam exerçam qualquer efeito sobre o Ser que verdadeiramente somos. As circunstâncias não são mais do que circunstâncias, se vistas corretamente a partir do olhar amoroso de Cristo. Além do mais, ver quaisquer necessidades de mudança no mundo é dar a ele um valor e um poder que ele não tem. Não é o mundo que precisa ser transformado, mas nossa percepção do mundo, conforme a meta que o Curso nos apresenta.

Ou, repetindo a parte final dos comentários de anos passados a esta mesma lição, as paixões que as coisas terrenas despertam dizem respeito apenas às circunstâncias que não vão durar, pois só existem na ilusão de tempo e de espaço, neste mundo em que aparentemente vivemos. Estas paixões fundam as leis que mantêm o amor no cativeiro. E, de acordo com Carol Gilligan, de quem já falei antes: "As leis que mantêm o amor em cativeiro mantêm este mundo no lugar".

Convido-os(as), pois, mais uma vez neste dia, a todos e a todas, a deixarmos nascer, ou renascer, pelas práticas, o divino em cada um de nós. Para aprendermos a experimentar o Amor que dura para sempre e que é a única coisa que existe realmente. A única coisa que, de fato, queremos. A única coisa que pode nos dar a alegria e a paz perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós. E a nossa própria vontade. 

Às práticas?


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Não há necessidade de se mudar nada no mundo


9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.


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LIÇÃO 302


Onde havia trevas eu vejo a luz.

1. Pai, nossos olhos se abrem enfim. Teu mundo sagrado nos espera, uma vez que nossa visão é devolvida finalmente e podemos ver. Pensávamos que sofríamos. Mas tínhamos nos esquecido do Filho que Tu criaste. Agora vemos que as trevas são a nossa própria imaginação, e que a luz existe para olharmos para ela. A visão de Cristo transforma as trevas em luz, pois o medo tem de desaparecer quando o amor chega. Permite que eu perdoe Teu mundo sagrado hoje, a fim de eu poder olhar para a santidade dele e compreender que ela apenas reflete minha própria santidade.

2. Nosso Amor nos espera enquanto seguimos em direção a Ele e anda ao nosso lado indicando o caminho. Ele não falha em nada. É Ele o Fim que buscamos e é Ele o Meio pelo qual vamos a Ele.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 302

Antes de fazer um comentário qualquer para a ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje, vou convidá-los, mais uma vez, a voltarem à ideia da lição de ontem, a primeira que praticamos à luz da nona instrução, que posto de novo: O que é a Segunda Vinda? 

Esta primeira ideia nos garante que ... o Próprio Deus enxugará todas as lágrimas. E diz que não podemos chorar a menos que embarquemos no julgamento do falso eu. Na verdade, em sintonia com o espírito em nós, não podemos sentir dor, nem nos sentirmos abandonados ou achar que não temos nenhuma utilidade neste mundo. 

É claro que para atingirmos o estado em que nos sabemos um com Deus, com o espírito em nós, e com tudo o que existe precisamos, sim, de muita prática. E para tanta prática precisamos também de muita disposição, muita perseverança, porque o mundo, a ilusão de mundo, vai nos cobrar um preço por não darmos a ele a atenção que o ego quer que demos. Mas, com certeza, a alegria, a serenidade e a paz de espírito que vamos obter em troca do esforço e da dedicação à prática valem muito a pena. E valem muito mais do que qualquer recompensa que o mundo nos possa oferecer.

A lição de ontem nos dizia ainda, ou melhor, orientava a não julgarmos o mundo de Deus. Pois, dizia, "O mundo de Deus é feliz" e se observarmos com atenção vamos perceber que tudo o que podemos fazer - e que conta - é adicionar a ele a nossa própria alegria. A alegria que nos é dada, quando abandonamos o julgamento do mundo e, em vez de julgá-lo, passamos a abençoá-lo.

Mais, ainda, dizia a lição. O mundo que vemos é falso. E, ao aprender isso, queremos olhar para ele de modo diferente. Queremos olhar com atenção para ver o mundo de Deus, em lugar daquele que fizemos, e fazemos. 

E é nosso desejo de ver de modo diferente, de ver o mundo de Deus, em lugar do nosso, que nos dá a possibilidade, que pode se tornar certeza, de vermos a luz aonde havia trevas, como nos diz a ideia para as práticas de hoje. 

Pois, como o Curso ensina, não há nada fora. Nada do que façamos ou deixemos de fazer pode modificar a verdade a nosso próprio respeito. Nada do que pensemos pode mudar o que Deus criou. Não existe nada fora. Nem o planeta, nem o universo.

O Curso ensina também que não precisamos fazer nada. Basta que deixemos tudo a cargo do espírito em nós e tudo ficará bem. Tudo seguirá o curso que tem de seguir. Ou, utilizando as palavras do Curso: "A realidade não necessita de tua cooperação para ser o que é". O que precisa de cooperação é nossa consciência da realidade, porque esta é nossa escolha.

Não nos iludamos mais acreditando que há alguma coisa que precisemos mudar no mundo, ou que podemos fazer qualquer coisa para mudá-lo. Não podemos e nem há necessidade disso. Tudo o que precisamos fazer é mudar nossa percepção do mundo e de nós mesmos. 


Assim, e só assim, vamos poder praticar a ideia de hoje com serenidade e com a certeza de que estamos venda luz, onde víamos trevas.

Às práticas?


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tudo é sempre uma questão entre nós e Deus


9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.

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LIÇÃO 301

E o Próprio Deus enxugará todas as lágrimas.

1. Pai, não posso chorar a não ser que eu julgue. Tampouco posso sentir dor, ou sentir que estou abandonado ou que sou desnecessário no mundo. Este é meu lar porque não o julgo e, por isso, ele é apenas aquilo que Tu queres. Permite-me, hoje, vê-lo sem condenação, pelos olhos felizes que o perdão libera de qualquer distorção. Deixa-me ver Teu mundo em lugar do meu. E todas as lágrimas que derramei serão esquecidas, pois sua fonte desapareceu. Pai, não julgarei Teu mundo hoje.

2. O mundo de Deus é feliz. Aqueles que o observam com atenção só podem adicionar a ele a alegria que sentem e abençoá-lo por ser motivo de mais alegria em si mesmos. Chorávamos porque não compreendíamos. Mas aprendemos que o mundo que víamos era falso e, hoje, olharemos para o mundo de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 301

Convido-os hoje, mais uma vez - a oitava, para quem está aqui desde o começo -, a abrirem corações e mentes comigo para recebermos mais uma das instruções especiais a que o Curso se refere na Introdução desta segunda parte do Livro de Exercícios. A nona delas. Uma instrução com o tema: O que é a Segunda Vinda?, que vai dar unidade a nossas práticas nos próximos dez dias.

E, apesar de achar desnecessário lembrar que a orientação do Curso é que voltemos nossa atenção para ela pelo menos uma vez a cada dia, antes das práticas, neste ano, para facilitar as práticas e esta lembrança, estou postando diariamente, antes de cada lição em cada série a instrução com o tema. Fica mais fácil?

A instrução, O que é a Segunda Vinda?, fala por si mesma. Por isso, uma vez que a ideia para as práticas de hoje trata de nos ensinar a olhar para o mundo de forma diferente, para que vejamos nele apenas o mundo de Deus, repetindo o que fiz nos últimos anos, ofereço-lhes, mais uma vez, a tradução livre de um poema de e. e. cummings, que pode servir para que nos lembremos de uma das lições da primeira parte, que é uma das mais importantes para facilitar nosso aprendizado da necessidade de que mudemos nosso modo de olhar para tudo e para todos: Deus vai comigo aonde eu for

O poema diz o seguinte:

Carrego teu coração comigo (carrego-o em
meu coração) nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que vou, tu vais comigo, meu amado; e qualquer coisa que seja feita
apenas por mim é teu fazer, meu querido)
                                                             não temo
nenhum destino (pois tu és meu destino, meu amor) não quero
nenhum mundo (pois, belo, tu és meu mundo, minha verdade)
e és tu que estás no que quer que seja que uma lua sempre queira dizer
e no que quer que seja que um sol cante sempre és tu

aqui está o segredo mais profundo que ninguém conhece
(aqui está a raiz da raiz e o broto do broto
e o céu do céu da árvore dita vida; que cresce
mais alto até do que a alma pode esperar ou do que a mente pode esconder)
e esta é a maravilha que mantém as estrelas separadas

Carrego teu coração (eu o carrego em meu coração)

Isto, viver isto, é viver a experiência da Presença de Deus, constante e permanentemente em nossos caminhos. Ou pode-se pensar que o "tu" a quem se refere o poema não é Deus? Tudo o que pensamos existir, e todos as questões que pensamos pensar enfrentar, porque inventadas por cada um de nós mesmos, não são questões entre nós e os outros, ou entre nós e o mundo. Tudo é sempre uma questão entre nós e Deus: entre nós e o divino interior, que não podemos aquietar, por mais que tentemos.

Às práticas?

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vamos nos dedicar por inteiro ao Reino em nós?


8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.

*

LIÇÃO 300

Este mundo dura só um instante.

1. Este é um pensamento que pode ser usado para dizer que a morte e a dor são o destino inevitável de todos os que vêm aqui, pois suas alegrias desaparecem antes de serem possuídas ou mesmo apreendidas. No entanto, ele também é a ideia que não permite que nenhuma percepção falsa nos mantenha sob seu controle, nem represente mais do que uma nuvem passageira em um céu eternamente sereno. E é esta serenidade, sem nuvens, inegável e segura, que buscamos hoje.

2. Buscamos Teu mundo sagrado hoje. Pois nós, Teus Filhos amados, perdemos o rumo por algum tempo. Mas ouvimos Tua Voz e aprendemos exatamente o que fazer para sermos devolvidos ao Céu e a nossa Identidade verdadeira. E hoje damos graças porque o mundo dura só instante. Queremos ir além deste diminuto instante para a eternidade.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 300

Vamos mais uma vez ao comentário para a lição de hoje? Trezentos dias prática, é isso, não? E claro que isso não é pouco. E são muito mais dias para aqueles que estão e continuam por aqui desde o início, em 2009. Quem serão estes? Quantos serão? Espero que todos comemorem muito estes trezentos dias. Tanto os que chegam aqui pela vez primeira, quanto os que já estão aqui há mais tempo. É motivo para comemoração, sim. Com certeza.

Assim, mais ou menos como tenho dito até agora, desde que começamos, todas as vezes em que chegamos aqui, tanto para os que vêm pela primeira vez quanto para os que já estão aqui há algum tempo, a partir do início das postagens deste blogue: Parabéns mais uma vez a todos nós, que chegamos a esta lição de número trezentos, quer pela primeira, pela segunda, terceira ou mais vezes. 

Este é um marco importante. E, como eu disse outras vezes também, não é pouco pensar que passamos trezentos dias deste ano buscando nos manter na mesma sintonia, mantendo-nos em contato com a energia do espírito em nós mesmos. Buscando lembrar-nos no dia a dia - uma, duas, três, quantas vezes mais for possível a cada um -, de voltar à presença do divino em nós mesmos com frequência. Com o passar do tempo, e a partir da familiarização com as práticas, as lições diárias passam a ser imprescindíveis, porque passam a fazer parte da ação concreta da decisão tomada como compromisso pessoal, de cada um com o divino em si.

Talvez, possamos, este ano também, aproveitando a ideia para nossas práticas de hoje, nos perguntar de novo: Quanto tempo dura um instante?, que é o tempo que dura o mundo de acordo com a ideia que praticamos hoje. Será que esta ideia não serve para que cheguemos, de uma vez por todas, à conclusão de que o único tempo que existe é o presente, o agora?

Será que não vamos ser capazes, ao praticar esta ideia, de voltar nossa atenção por completo ao uso que fazemos do tempo - do presente, do "único tempo que existe"? Será que estamos vivendo a vida que nos dá a alegria e a paz completas e perfeitas, que são a Vontade de Deus para nós, de acordo com o que o Curso ensina?

Ou será que continuamos a adiar a tomada de decisão, acreditando que ainda há muito tempo para isso? Ainda é muito cedo para eu tomar a decisão de voltar para Deus? Será que o mundo pode me oferecer alguma coisa que Deus não tem? Por que razão acho tão difícil tomar a decisão de fazer o que o Curso me pede para fazer? Por que razão o contato com o espírito, com o divino interior, me assusta?

"Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto vos será dado por acréscimo", esta é uma das mensagens atribuídas a Jesus, no tempo em que se diz e acredita que ele viveu. Uma mensagem que continua a valer neste tempo em que ele vive em nós, pois o que quer que tenha vivido em algum momento e nos tenha chegado à consciência continua a viver em nós. Pois, por mais que não entendamos, por maior que seja a dificuldade que tenhamos para aceitar e reconhecer, a verdade é que o único tempo que existe é este, o momento presente que vivemos. E neste exato momento seja em que tempo for tudo o que vive vive em nós, por nós e para nós. 

Tudo o que Deus tem é meu, é teu e é de todos nós. Por isso basta que nos dediquemos por inteiro ao Reino, como eu já disse antes, para que tudo aquilo de que precisamos se apresente em nossa vida. É também por esta razão que Joel Goldsmith, ao se referir a esta mensagem, alerta para o fato de que quando nos decidimos por Deus, temos de tomar a decisão sem pensar no "resto". Isto é, o "resto", certamente será o suficiente e até mais do que o suficiente para que vivamos a abundância, a alegria e a paz neste instante que o mundo dura. 

Quem de nós vai ter coragem de se arriscar? 

Às práticas?


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cada um de nós foi, é já e sempre aquilo que busca


8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.


*


LIÇÃO 299


A santidade eterna habita em mim.

1. Minha santidade está muito além de minha própria capacidade de entender ou conhecer. No entanto, Deus, meu Pai, Que a criou, reconhece minha santidade como a d'Ele. Nossa Vontade conjunta a compreende. E Nossa Vontade conjunta sabe que isso é verdade.

2. Pai, minha santidade não vem de mim. Ela não é minha para ser destruída pelo pecado. Ela não é minha para sofrer ataques. Ilusões podem escondê-la, mas não podem extinguir sua radiância nem turvar sua luz. Ela continua a ser perfeita e intocada para sempre. Todas as coisas são curadas nela, pois continuam a ser tal qual Tu as criaste. E eu posso conhecer minha santidade. Pois a Própria Santidade me criou, e eu posso conhecer minha Fonte porque é Tua Vontade que Tu sejas conhecido.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 299

Repetindo, uma vez mais ainda, o que eu disse em anos anteriores, a ideia que vamos praticar hoje busca nos devolver à condição natural do Filho de Deus. É a prática desta ideia que pode nos pôr em contato com aquilo que verdadeiramente somos. 

Aquilo em que acreditamos nos ter transformado a partir das experiências que vivemos neste mundo não tem importância, pois só existe naquela parte de nossa mente que imagina de modo equivocado ser possível uma existência separada da Deus. 

A imagem que fazemos de nós mesmos, que cria e constrói este mundo em que aparentemente vivemos, é falsa. É apenas uma parte da ilusão. E toda a ideia de busca e todos os esforços que fazemos nos vários caminhos que trilhamos servem apenas para confirmar aquilo que o Curso diz, que é a mesma coisa que nos dizem todos os mestres de todos os tempos. Nós já somos aquilo que buscamos. 

Atenção! Atenção! 

Nós, todos e cada um de nós, sempre fomos, já somos e seremos eternamente aquilo que buscamos.

É por isso, pois, que as ideias da alegria e da paz, perfeitas e completas, bem como a da santidade são, como já disse anteriormente, recorrentes no Curso, por serem elas a condição natural do Filho de Deus. Aprender a reconhecer e a internalizar a santidade em nós é o que vai nos permitir viver na alegria e na paz perfeitas. É o que vai nos devolver à Graça, ao Eu, de que fala Ramana Maharshi, quando diz, conforme já vimos antes, que:

"As pessoas não entendem a verdade nua e crua e - a verdade de sua consciência de cada dia, sempre presente e eterna. Essa é a verdade do Eu. Existe alguém que não esteja consciente do Eu? Embora não gostem de ouvir falar disso, as pessoas estão ávidas por saber o que vai além [de suas vidas momentâneas] - céu, inferno, reencarnação. Exatamente porque elas amam o mistério e não a verdade pura, as religiões as mimam - para, finalmente, trazê-las de volta ao Eu. Por mais que possam vagar, vocês devem retornar em última instância ao Eu; portanto, por que não subsistir no Eu [na santidade] aqui e agora?

"... a Graça está sempre presente desde o princípio. A Graça é o Eu. Não é algo para ser conseguido. Basta reconhecer sua existência.

"Se a realização não fosse eterna, não valeria a pena. Assim, o que buscamos [a santidade, a Graça, o Eu] não é algo que deve ter começado a existir, mas algo que é eterno e está presente agora mesmo, presente em sua própria consciência [algo que habita em nós].

"[Na verdade], passamos [aparentemente e na ilusão apenas] por todo tipo de práticas e princípios vigorosos para nos tornarmos o que já somos agora [o que sempre fomos e seremos eternamente]. Todo [o] esforço serve simplesmente para nos livrarmos da impressão errada de que estamos limitados pelas aflições desta vida.

"Inicialmente, é impossível para você não fazer esforço. Quando você vai mais fundo, é impossível para você fazer esforço."

O aparente esforço que precisamos fazer inicialmente só é necessário porque "no estado do viver, as coisas vão enqueridas [amarradas] com muita astúcia: um dia é todo para a esperança, o seguinte para a desconsolação", como nos ensina o jagunço Riobaldo.

Porém, ele mesmo nos alerta para o fato de que: "Somente com a alegria é que a gente realiza bem - mesmo até as tristes ações".


E novamente Nikos Kazantzakis:

"O rosto mais iluminado da desesperança é Deus; o rosto mais iluminado de esperança é Deus..."  


Entretanto, esperança e medo são duas faces da mesma moeda. A esperança não existe sem o medo e vice-versa. Daí, a necessidade de transcendermos essa aparente divisão, que é o que constrói este mundo ilusório, onde a separação é a tônica. Precisamos aprender a amar a impermanência neste mundo, porque é ela que nos oferece a visão da intemporalidade. Só ela pode nos mostrar quão pouco importante é o apego que temos às coisas mundanas, que duram tão somente o breve espaço de nossa respiração, para no momento seguinte já se transformarem em outra coisa.

Às práticas?


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Eu me reconheço como expressão do divino?


8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.

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LIÇÃO 298

Eu Te amo, Pai, e amo Teu Filho.

1. Minha gratidão permite que meu amor seja aceito sem medo. E, dessa forma, sou, afinal, devolvido a minha realidade. O perdão retira tudo o que se intrometia com minha vista sagrada. E eu chego perto do fim da jornada sem sentido, de carreiras loucas e de valores artificiais. Em lugar disso, aceito o que Deus estabeleceu como meu, certo de que só nisso serei salvo; certo de que atravesso o medo para encontrar meu amor.

2. Pai, venho a Ti hoje porque não quero seguir nenhum caminho a não ser o Teu. Tu estás a meu lado. Teu caminho é seguro. E eu estou grato por Tuas dádivas de refúgio garantido e de saída para tudo o que quer esconder meu amor por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 298

Hoje, como sempre, e sempre e cada vez mais, é necessário que fiquemos de olhos bem abertos a tudo e a todos. A atenção é sempre vital. É preciso que voltemos toda a atenção de que somos capazes para a ideia que o Curso nos oferece para as práticas, uma vez que, em geral, como eu já disse antes, não estamos acostumados a declarar nosso amor a Deus. Muito menos, de forma honesta e sincera, a qualquer um de seus filhos, a quem, às vezes, dizemos amar, mas com um amor condicionado ao atendimento de certas exigências do falso eu que pensamos ser. 


Assim como diz a monja budista, Pema Chödrön, em seu livro quando tudo se desfaz, "as pessoas sempre dizem que é isso que desejam: querem amar e ser amadas incondicionalmente. Achamos que seria ótimo ter um relacionamento desse tipo, mas apenas se pudermos estabelecer nossas próprias regras" [grifo meu]. Para onde foi o "incondicional"?

Também não estamos acostumados a pensar que amamos a nós mesmos - muito menos de maneira incondicional -, ou que é preciso que nos amemos. Em geral, somos os juízes mais cruéis de nós mesmos. Que dirá, então, confessar que nos amamos, a não ser de forma jocosa como uma música tempo atrás, que declarava: "Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim"?

No entanto, isto não deve ser levado em conta de brincadeira. Pois só quando formos capazes de reconhecer em nós mesmos a expressão do divino, e nos amarmos, de fato, sendo, inclusive, capazes de declarar - ainda que apenas para nós mesmos, que é o que importa - que nos amamos, é que estaremos declarando nosso amor a Deus.

Por esta razão, eu os convido mais uma vez a que voltemos nossa atenção para aquilo que é necessário aprendermos para alcançar o reino de Deus em nós, de acordo com o que nos instrui Joel Goldsmith em um de seus livros: O Despertar da Consciência Mística. Consciência a que também poderíamos chamar de "consciência espiritual". 

Para entendermos melhor o que significa atenção, voltar-se para o espírito, ou voltar-se para si, ou para Deus, a partir do que diz Joel, precisamos estar dispostos a sentar, sozinhos, duas ou três vezes por dia, para lembrarmos a nós mesmos de toda a verdade que pudermos lembrar a respeito de Deus, do reino divino, do universo divino e da criação de Deus, para depois descansarmos. N'Ele.


Quem pode nos dar esta disposição é o desejo muito grande, o desejo ardente, de conhecer o Reino de Deus e de vivê-lo. Ou como diz o Curso em texto que já lemos em grupo algumas vezes: Estar no Reino é simplesmente focalizar tua completa atenção nele. Enquanto acreditares que podes te dedicar àquilo que não é verdadeiro, estás aceitando o conflito como tua escolha [e, é óbvio vais te sentir separado do Reino]. 

Um livro que li há já algum tempo, e de que falei outras vezes, Dying to be me [literalmente: "morrer - ou morrendo - para ser eu"], ainda sem tradução para o Português, trata da experiência de quase-morte da autora, Anita Moorjani. A certa altura, falando acerca dos motivos que a levaram a viver tal experiência - uma das perguntas mais frequente das pessoas em suas palestras - ela diz o seguinte, resumindo a resposta em uma única palavra: medo. Isto é, falta de amor a si mesma. Pois como já vimos é impossível amar a Deus [e a si mesmo] e sentir medo. 

Em compensação, no estado a que ela teve acesso quando passou pela experiência, o que ela vivenciou foi a consciência do quanto ela mesma se julgou e do quanto se tratou de forma muito severa ao longo de toda a vida. E ela diz:

Não havia ninguém me castigando. Compreendi finalmente que era a mim mesma que eu não tinha perdoado, não a outras pessoas. Eu era a única que me julgava, a quem tinha desamparado e a quem eu não amava o bastante. Não tinha nada a ver com ninguém. Eu me vi como uma linda criança do universo. Só o fato de eu existir me fazia merecer o amor incondicional. Percebi que eu não tinha de fazer nada para merecer isso - nem rezar, nem pedir qualquer outra coisa. Vi que eu nunca tinha me amado, me valorizado ou visto a beleza de minha própria alma.

Nem Deus pode nos amar, se nós não nos amarmos.

Precisamos aprender, reaprender, lembrar de sentir e viver como vivíamos enquanto criancinhas. Lembram-se da exortação atribuída a Jesus dizendo a seus discípulos que eles deviam ser como criancinhas. Vejam como isto tem de ser entendido a partir do que nos diz Nikos Kazantzakis, em livro que li recentemente:

Lembro-me que frequentemente me sentava na entrada de nossa casa, o sol brilhava, o vento queimava, em um casarão vizinho amassavam-se uvas para o preparo do vinho, o mundo cheirava a bagaço de uva, e eu fechava os olhos feliz da vida, estendia as mãos e esperava; e Deus vinha; durante minha infância, ele nunca me enganou, ele vinha criança como eu, e me colocava nas mãos os seus brinquedinhos - o sol, a lua, o vento. "É um presente para você", dizia-me, "um presente, brinque com eles; eu tenho outros brinquedos". Eu abria os olhos, Deus desaparecia, mas seus brinquedinhos ficavam em minhas mãos.

Eu possuía, embora não o soubesse e não sabia porque a vivia, a onipotência de Deus; eu criava o mundo como o queria. Eu era uma massa moldável, o mundo também era uma massa moldável... 


Continua a ser para todos nós como sempre o foi, hoje e como será até o fim dos tempos. Afinal, o mundo só existe como representação materializada aparentemente dos desejos e crenças e medos que trazemos dentro de nó.

A seguir, dou-lhes novamente aquela pequena oração/meditação de Goldsmith, para que exercitemos manifestar nosso desejo pelo Reino. Um desejo que tem necessariamente de reconhecer como verdadeira a declaração que nos pede para fazer a ideia para as práticas de hoje:

Pai, agora, fala. Estou pronto para ouvir Tua Voz. Estou receptivo a Tua Presença. Tenho só um desejo - não é daqui de fora. Não estou interessado em conseguir emprego, posição, riqueza, fama, fortuna ou felicidade - nem mesmo paz, nem mesmo segurança. Meu único desejo nesta vida é Te conhecer. Este é meu único desejo. Entrego a Ti, Pai, este mundo inteiro. Devolvo-Te todos e todas as coisas que estão nele. Deixa-me apenas Te ter em mim. Já não peço graças para mim mesmo ou para qualquer outra pessoa. Deixa-me apenas Te conhecer. 

Às práticas?