terça-feira, 31 de maio de 2016

Reconhecer-nos Filhos de Deus com direito a tudo


LIÇÃO 152

O poder de decisão é meu.

1. Ninguém pode sofrer perda a menos que ela seja sua própria decisão. Ninguém pode sentir dor a não ser que sua escolha determine este estado para si. Ninguém pode se afligir, nem ter medo, nem pensar que está doente a menos que estes sejam os resultados que queira. E ninguém morre sem sua própria permissão. Tudo o que acontece não representa nada senão teu desejo e não se omite nada do que escolhes. Eis aqui teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a realidade dele para ti. E é só nisto que a salvação está.

2. Podes acreditar que esta posição seja extrema e abrangente demais para ser verdadeira. Mas a verdade pode ter exceções? Se tens a dádiva de todas as coisas, a perda pode ser real? A dor pode ser parte da paz, ou a tristeza parte da alegria? O medo e a doença podem entrar em uma mente na qual habitem o amor e a santidade perfeita? A verdade tem de ser todo-abrangente, se é que é absolutamente a verdade. Não aceites nenhum oposto e nenhuma exceção, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

3. A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Ouviste isto antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não faz nenhum sentido. Mas sem a segunda, a primeira não é mais verdadeira. A verdade não pode ter um oposto. Nunca é demais dizer isto e pensar a este respeito. Pois se o que não é verdadeiro fosse tão verdadeiro quanto o que é verdadeiro, então, parte da verdade seria falsa. E a verdade perde seu sentido. Nada a não ser a verdade é verdadeiro, e o que é falso é falso.

4. Esta é a mais simples das distinções, embora a mais enigmática. Mas não em razão de que seja uma distinção difícil de perceber. Ela está escondida atrás de um vasto conjunto de escolhas que não parecem ser inteiramente tuas. E, deste modo, a verdade parece ter alguns aspectos que descaracterizam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições que tu inseriste.

5. Uma vez que Deus te criou, tu tens de permanecer imutável, com estados transitórios falsos por definição. E isso inclui todas as mudanças de sensações, alterações nas condições do corpo e da mente; em toda a consciência e em todas as reações. Esta é a abrangência total que separa a verdade do falso e pela qual o falso se mantém separado da verdade assim como ele é.

6. Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês seja arrogância? Deus não o fez. Podes ter certeza disto. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do medroso, do sofredor e do solitário, e da mente que vive em um corpo que tem de morrer? Tu apenas O acusas de loucura ao pensar que Ele fez um mundo onde tais coisas parecem ter realidade. Ele não é louco. Contudo, só a loucura faz um mundo como este.

7. Pensar que Deus fez o caos, contradisse Sua Vontade, inventou opostos para a verdade e permite que a morte triunfe sobre a vida, tudo isto é arrogância. A humildade veria imediatamente que estas coisas não vêm d'Ele. E tu podes ver aquilo que Deus não criou? Pensar que podes é apenas acreditar que podes perceber aquilo que Deus não quis que existisse. E o que pode ser mais arrogante do que isto?

8. Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que fazemos assim como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar teu lugar legítimo como co-criador do universo e tudo o que pensas que fizeste desaparecerá. O que surge na consciência, então, será tudo o que sempre existiu, eternamente tal como é agora. E isto tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o altar do Pai e do Filho.

9. Hoje praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa presunção a partir da qual o ego busca provar que ela é arrogante. Só o ego pode ser arrogante. A verdade, porém, é humilde ao reconhecer seu poder, sua imutabilidade e sua eterna integridade, sua abrangência total, a dádiva perfeita de Deus para Seu Filho amado. Abandonamos a arrogância que diz que somos pecadores, culpados e medrosos, envergonhados daquilo que somos e, em lugar disto, em verdadeira humildade, elevamos nossos corações Àquele Que nos criou imaculados, iguais a Si Mesmo em poder e em amor.

10. O poder de decisão é nosso. E aceitamos aquilo que somos e reconhecemos o Filho de Deus humildemente. Reconhecer o Filho de Deus também pressupõe que todos os auto-conceitos foram abandonados e reconhecidos como falsos. Percebeu-se a arrogância deles. E, na humildade, aceitamos alegremente como nossas a radiância do Filho de Deus, sua benevolência, sua completa inocência, o Amor de seu Pai, seu direito ao Céu e a libertação do inferno.

11. Agora nos unimos em alegre reconhecimento de que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao nos levantarmos e passarmos cinco minutos praticando seus caminhos, encorajando nossas mentes assustadas com isto:

O poder de decisão é meu. Neste dia, eu me aceitarei
como aquilo que a Vontade de meu Pai me criou para ser.

Esperaremos, então, em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos a nosso Ser que Ele Se revele a nós. E Aquele Que nunca partiu virá a nossa consciência mais uma vez, grato por devolver Seu lar a Deus, como ele se destinava a ser.

12. Espera por Ele com paciência ao longo do dia e, de hora em hora, convida-O com as palavras com as quais o dia começou, concluindo-o com o mesmo convite para teu Ser. A Voz de Deus responderá porque Ele fala por ti e por teu Pai. Ele substituirá todos os teus pensamentos desvairados pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

*

COMENTÁRIO:
Explorando a LIÇÃO 152

"O poder de decisão é meu."

Precisa dizer mais? Mas quem de nós, de verdade, acredita que pode decidir sua própria vida? Quem dentre nós não está certo de que o mundo é um tirano, um ditador cruel, que exerce um poder ferrenho sobre nossas vidas? Sobre a vida de todos e de cada um de nós. 

Elio D'Anna, a certa altura de seu livro, A Escola dos Deuses, diz o seguinte: 

"O mundo, quando você o vê, já foi feito... é esta a razão pela qual se chama criado; vem depois! É efeito! Existe uma causa que vem antes. Somente poucos dentre poucos podem perceber que o mundo não tem uma direção, não tem uma vontade própria." 

É nossa própria vontade, o poder que trazemos em nós que dá direção ao mundo. Ou como o mesmo Elio D'Anna diz: "A vontade pertence somente ao indivíduo... Ela [a vontade do indívíduo, o poder que ele traz em si] governa o mundo. Se a vontade se ausenta, o mundo automaticamente toma a direção", quer dizer, assume o controle e o comando sobre o indivíduo. Neste caso, ele deixa de ser um indivíduo e passa a ser apenas mais um no rebanho.

É em razão disso que precisamos das práticas de hoje com esta ideia. Ela vão nos abrir os olhos para a vontade, que pensávamos esquecida,  vão nos devolver o poder que pensávamos perdido, ou que pensávamos nos tivesse sido tirado por Deus por não nos acreditarmos merecedores de tanto. Ela também vai nos ensinar que não é arrogância pensar que fazemos o mundo que pensamos ver. E que só a verdade é verdadeira. E que, por consequência, o falso é falso e não pode nunca ser verdadeiro.

Comecemos:

Ninguém pode sofrer perda a menos que ela seja sua própria decisão. Ninguém pode sentir dor a não ser que sua escolha determine este estado para si. Ninguém pode se afligir, nem ter medo, nem pensar que está doente a menos que estes sejam os resultados que queira. E ninguém morre sem sua própria permissão. Tudo o que acontece não representa nada senão teu desejo e não se omite nada do que escolhes. Eis aqui teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a realidade dele para ti. E é só nisto que a salvação está.


Isto equivale a dizer que é só por decisão própria que perdemos, e apenas na ilusão. Também é escolha de cada um de nós sentir dor, afligir-se, ter medo, ficar doente e morrer. Isto tem a ver com aquilo de que falamos há pouco, ou seja, do propósito que damos a nossa percepção. Lembrem-se de que só vemos o que queremos ver e não há como ser diferente. É também disso que trata a lição, ao dizer:

Podes acreditar que esta posição seja extrema e abrangente demais para ser verdadeira. Mas a verdade pode ter exceções? Se tens a dádiva de todas as coisas, a perda pode ser real? A dor pode ser parte da paz, ou a tristeza parte da alegria? O medo e a doença podem entrar em uma mente na qual habitem o amor e a santidade perfeita? A verdade tem de ser todo-abrangente, se é que é absolutamente a verdade. Não aceites nenhum oposto e nenhuma exceção, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

É só o reconhecimento disso que vai nos fazer ver e viver, de fato, a salvação, como a seguir:

A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Ouviste isto antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não faz nenhum sentido. Mas sem a segunda, a primeira não é mais verdadeira. A verdade não pode ter um oposto. Nunca é demais dizer isto e pensar a este respeito. Pois se o que não é verdadeiro fosse tão verdadeiro quanto o que é verdadeiro, então, parte da verdade seria falsa. E a verdade perde seu sentido. Nada a não ser a verdade é verdadeiro, e o que é falso é falso.

Esta é a mais simples das distinções, embora a mais enigmática. Mas não em razão de que seja uma distinção difícil de perceber. Ela está escondida atrás de um vasto conjunto de escolhas que não parecem ser inteiramente tuas. E, deste modo, a verdade parece ter alguns aspectos que descaracterizam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições que tu inseriste.


Atenção aqui, muita atenção: a verdade "está escondida atrás de um vasto conjunto de escolhas que não parecem ser inteiramente tuas... [e conter] alguns aspectos que descaracterizam a coerência", mas estes aspectos são apenas contradições que tu mesmo inseriste. Apesar de não parecerem.

A lição prossegue para nos mostrar a incoerência do sistema de pensamento do ego e para nos oferecer como contraponto a lógica e a coerência do sistema de pensamento do Espírito Santo. Assim:

Uma vez que Deus te criou, tu tens de permanecer imutável, com estados transitórios falsos por definição. E isso inclui todas as mudanças de sensações, alterações nas condições do corpo e da mente; em toda a consciência e em todas as reações. Esta é a abrangência total que separa a verdade do falso e pela qual o falso se mantém separado da verdade assim como ele é.

Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês seja arrogância? Deus não o fez. Podes ter certeza disto. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do medroso, do sofredor e do solitário, e da mente que vive em um corpo que tem de morrer? Tu apenas O acusas de loucura ao pensar que Ele fez um mundo onde tais coisas parecem ter realidade. Ele não é louco. Contudo, só a loucura faz um mundo como este.

Pensar que Deus fez o caos, contradisse Sua Vontade, inventou opostos para a verdade e permite que a morte triunfe sobre a vida, tudo isto é arrogância. A humildade veria imediatamente que estas coisas não vêm d'Ele. E tu podes ver aquilo que Deus não criou? Pensar que podes é apenas acreditar que podes perceber aquilo que Deus não quis que existisse. E o que pode ser mais arrogante do que isto?

A verdadeira humildade está em reconhecer o poder que temos em Deus, com Ele, e, a partir deste reconhecimento, em fazer de nossa presença no mundo uma manifestação amorosa do divino em nós. Deus dá o poder de decisão a cada um. E só diz sim a tudo o que pensarmos, a tudo o que quisermos do fundo de nossos corações. "Tu não precisas fazer nada", o Curso ensina. Basta te entregares ao poder que Deus te dá. Basta deixar, com alegria e gratidão, que Deus viva tua vida por ti, em ti. E só tu podes te decidir por isso.

Façamos, pois, hoje o que nos pede a lição:

Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que fazemos assim como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar teu lugar legítimo como co-criador do universo e tudo o que pensas que fizeste desaparecerá. O que surge na consciência, então, será tudo o que sempre existiu, eternamente tal como é agora. E isto tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o altar do Pai e do Filho.

Hoje praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa presunção a partir da qual o ego busca provar que ela é arrogante. Só o ego pode ser arrogante. A verdade, porém, é humilde ao reconhecer seu poder, sua imutabilidade e sua eterna integridade, sua abrangência total, a dádiva perfeita de Deus para Seu Filho amado. Abandonamos a arrogância que diz que somos pecadores, culpados e medrosos, envergonhados daquilo que somos e, em lugar disto, em verdadeira humildade, elevamos nossos corações Àquele Que nos criou imaculados, iguais a Si Mesmo em poder e em amor.


Ao contrário do que o mundo busca nos ensinar, é humildade, sim, reconhecer que somos Filhos de Deus e que isso nos dá direito a tudo o que foi criado por Ele para Seu Filho. Isso também nos dá o poder de criar, ou co-criar, com Ele. Só vamos ser capazes de viver a verdadeira humildade aceitando o poder do divino em nós e não fazendo-nos fracos ou impotentes como o mundo ensina, e quer que pensemos que somos.

Finalizamos, assim:

Agora nos unimos em alegre reconhecimento de que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao nos levantarmos e passarmos cinco minutos praticando seus caminhos, encorajando nossas mentes assustadas com isto:

O poder de decisão é meu. Neste dia, eu me aceitarei
como aquilo que a Vontade de meu Pai me criou para ser.

Esperaremos, então, em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos a nosso Ser que Ele Se revele a nós. E Aquele Que nunca partiu virá a nossa consciência mais uma vez, grato por devolver Seu lar a Deus, como ele se destinava a ser.

Espera por Ele com paciência ao longo do dia e, de hora em hora, convida-O com as palavras com as quais o dia começou, concluindo-o com o mesmo convite para teu Ser. A Voz de Deus responderá porque Ele fala por ti e por teu Pai. Ele substituirá todos os teus pensamentos desvairados pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

 Às práticas?


segunda-feira, 30 de maio de 2016

A Mente Crística é que é a nossa mente verdadeira


LIÇÃO 151

Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.

1. Ninguém pode julgar com base em evidência tendenciosa. Isto não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. Sua aparente certeza é apenas um disfarce para a incerteza que ele quer esconder. Precisa de defesa irracional porque é irracional. E sua defesa parece forte , convincente e indubitável, em razão de todas as dúvidas subjacentes.

2. Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Tu não questionas realmente o que os olhos do corpo te mostram. E também não perguntas por que acreditas nele, muito embora tenhas aprendido há muito tempo que teus sentidos, de fato, enganam. Quando paras para te recordar com que frequência eles foram testemunhas falhas, de fato, é ainda mais estranho que acredites no que eles contam até o último detalhe. Por que acreditarias neles de forma tão irrestrita? Por que, a não ser em razão da dúvida subjacente, que queres esconder com uma demonstração de certeza?

3. Como podes julgar? Teu julgamento se baseia nos testemunhos que teus sentidos te oferecem. E nunca houve testemunho mais falso do que este. Mas de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé lamentável naquilo que teus olhos e ouvidos contam. Pensas que teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. É esta a consciência que compreendes e que pensas ser mais verdadeira do que aquilo que a Voz eterna pelo Próprio Deus testemunha.

4. Isto pode ser julgamento? Insiste-se muitas vezes contigo para que te abstenhas do julgamento, não porque ele seja um direito que se nega a ti. Tu não podes julgar. Tu podes apenas acreditar nos julgamentos do ego, que são todos falsos. Ele orienta teus sentidos com cuidado para provar quão fraco és, quão indefeso e amedrontado, quão receoso da punição merecida, quão imundo pelo pecado, quão desprezível em tua culpa.

5. Ele te diz que esta coisa, de que ele fala e ainda quer defender, és tu mesmo. E tu acreditas que isto é verdade com obstinada certeza. Porém, interiormente, permanece a dúvida oculta de que ele não acredita naquilo que te apresenta como realidade com tanta convicção. É só a si mesmo que ele condena. É dentro de si mesmo que ele vê a culpa. É seu próprio desespero que ele vê em ti.

6. Não dês ouvidos à voz dele. As testemunhas que ele te envia para te provar que o mal dele é teu próprio mal são falsas e falam com segurança daquilo que não conhecem. Tua fé nelas é irracional porque tu não compartilharias as dúvidas que o senhor delas não pode derrotar por completo. Tu acreditas que duvidar de seus vassalos é duvidar de ti mesmo.

7. No entanto, tens de aprender a duvidar de que o testemunho delas desobstruirá o caminho para te reconheceres e permitir que só a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno de tua própria crença. Ele não te dirá que teu irmão deve ser julgado por aquilo que teus olhos veem nele, nem por aquilo que sua boca diz a teus ouvidos, nem por aquilo que o toque de teus dedos te contam a respeito dele. Ele não toma conhecimento de tais evidências inúteis, que apenas levantam falso testemunho contra o Filho de Deus. Ele reconhece apenas aquilo que Deus ama e, na luz santa daquilo que Ele vê todos os sonhos do ego acerca do que és se desvanecem diante do esplendor que Ele vê.

8. Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem uma certeza na qual não há nenhuma dúvida, porque se baseia em tão grande Certeza que a dúvida fica sem significado diante de Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus pode apenas exaltá-Lo, regozijando-se na inocência total e eterna d'Ele. Aquele a Quem Ele julga só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com brinquedos de pecado, ignorando os testemunhos do corpo diante do arrebatamento que a face santa do Cristo provoca.

9. E Ele te julga deste modo. Aceita a Palavra d'Ele como o que tu és, pois Ele dá testemunho de tua bela criação e da Mente Cujo Pensamento criou tua realidade. O que o corpo pode significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? A que sussurros do ego Ele pode dar ouvidos? O que pode convencê-Lo de que teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de todas as coisas que parecem te acontecer neste mundo. As lições d'Ele vão te capacitar a construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

10. Ele eliminará toda a fé que colocaste na dor, na infelicidade, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode ver além destas aparências sombrias e que pode ver a bondosa face de Cristo em todas elas. Tu não duvidarás mais de que apenas o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e ensinará a única lição que todos eles contêm.

11. Ele escolherá neles os elementos que representam a verdade e desconsiderará aqueles aspectos que apenas refletem sonhos inúteis. E Ele reinterpretará tudo o que vês, e todas as ocorrências, cada circunstância e todos os acontecimentos que parecem te tocar de qualquer modo a partir de Seu único ponto de referência, totalmente unificado e certo. E tu verás o amor por trás do ódio, a constância na mudança, o puro no pecado e somente as bênçãos do Céu sobre o mundo.

12. Esta é a tua ressurreição, pois tua vida não é uma parte do nada que vês. Ela fica além do corpo e do mundo, depois de todo testemunho da maldade, no interior do Sagrado, santo como Ele Mesmo. Em tudo e em todos a Voz d'Ele não quer te falar de outra coisa senão de teu Ser e de teu Criador, Que é um com Ele. Deste modo verá a santa face do Cristo em tudo e não ouvirás em tudo nenhum som a não ser o eco da Voz de Deus.

13. Hoje praticamos sem palavras, exceto no início do período que passamos com Deus. Nós começamos estes períodos com apenas uma única e lenta repetição da ideia com a qual o dia começa. E, em seguida, observamos nossos pensamentos pedindo silenciosamente a intercessão d' Àquele Que vê os elementos da verdade neles. Deixa que Ele avalie cada pensamento que vem à mente, elimine os elementos de sonho e os devolva novamente como ideias puras que não contradizem a Vontade de Deus.

14. Dá teus pensamentos a Ele e Ele os devolverá como milagres que revelam de forma clara, alegremente, a totalidade e a felicidade que Deus deseja para Seu Filho, como prova de Seu Amor eterno. E à medida que cada pensamento é transformado desta maneira, ele assume o poder de cura da Mente que viu a verdade nele e deixou de ser enganada por aquilo que lhe foi acrescentado equivocadamente. Todos os fios da fantasia acabam. E o que permanece fica unificado em um Pensamento perfeito que oferece sua perfeição em todos os lugares.

15. Passa cinco minutos deste modo quando acordares e dá com alegria outros quinze mais antes de ires dormir. Teu ministério começa quando todos os pensamentos forem purificados. Assim se ensina a ti a ensinar ao Filho de Deus a lição sagrada de sua santidade. Ninguém pode deixar de ouvir, quando ouves a Voz por Deus prestar homenagem ao Filho de Deus. E todos compartilharão contigo os pensamentos que Ele retraduz em tua mente.

16. Esta é a tua Páscoa. E assim depositas a dádiva de lírios brancos sobre o mundo, substituindo as testemunhas do pecado e da morte. O mundo é redimido pela tua transfiguração e liberado da culpa alegremente. Agora, de fato, erguemos nossas mentes ressurrectas em alegria e gratidão Àquele Que nos devolve a sanidade.

17. E nos lembraremos a cada hora d'Aquele Que é salvação e liberdade. À medida que damos graças, o mundo se une a nós e aceita alegremente nossos pensamentos sagrados, que o Céu corrige e torna puros. Agora começa nosso ministério, enfim, para levar ao mundo a boa nova de que a verdade não tem nenhuma ilusão e de que a paz de Deus, por meio de nós, pertence a todos.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 151

"Todas as coisas são ecos da Voz por Deus."

Terminado mais uma vez um período de revisão, vamos praticar de novo mais uma das ideias que pode nos libertar do julgamento de uma vez por todas. E por que precisamos nos libertar do julgamento? Porque é ele que nos mantém prisioneiros de um mundo diferente daquele que queremos, daquele mundo em que temos consciência de que tudo o que fazemos fazemos a partir da Vontade de Deus, em nós, para nós, entendendo que a Vontade d'Ele e a nossa são a mesma. 

Há ainda várias razões para que busquemos nos libertar do julgamento. Entre elas a seguinte, de acordo com a lição:


Ninguém pode julgar com base em evidência tendenciosa. Isto não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. Sua aparente certeza é apenas um disfarce para a incerteza que ele quer esconder. Precisa de defesa irracional porque é irracional. E sua defesa parece forte , convincente e indubitável em razão de todas as dúvidas subjacentes. 

Mais razões a lição vai nos dar, para que aprendamos que a percepção mostra apenas aquilo que queremos ver. E o que queremos ver depende do propósito que estabelecemos para nossa percepção. Se nosso propósito é o julgamento, então vamos perceber o mundo sob a ótica dos sentidos, sem duvidar por um instante só de que aquilo que vemos é a "realidade". 

Vejamos o que nos diz a lição:

Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Tu não questionas realmente o que os olhos do corpo te mostram. E também não perguntas por que acreditas nele, muito embora tenhas aprendido há muito tempo que teus sentidos, de fato, enganam. Quando paras para te recordar com que frequência eles foram testemunhas falhas, de fato, é ainda mais estranho que acredites no que eles contam até o último detalhe. Por que acreditarias neles de forma tão irrestrita? Por que, a não ser em razão da dúvida subjacente, que queres esconder com uma demonstração de certeza? 

A certa altura do texto o Curso ensina: 

"É essencial que se tenha em mente que toda percepção ainda está de cabeça para baixo enquanto seu propósito não for compreendido. A percepção não parece ser um meio. E é isto que torna difícil apreender até que ponto ela tem de depender do propósito que vês nela. A percepção parece te ensinar o que vês. Porém, ela apenas testemunha aquilo que ensinaste. Ela é a figura exterior de um desejo, uma imagem que querias que fosse verdadeira." 

Isto que dizer que, ao olharmos para algo, ou ao nomearmos alguma coisa ou alguém, já incorremos no julgamento, pois nosso olhar aprisona aquele algo, aquela coisa, aquela pessoa, numa imagem que fazemos e com a qual vamos nos relacionar a partir daí. A lição, porém, pede para refletirmos acerca do seguinte:

Como podes julgar? Teu julgamento se baseia nos testemunhos que teus sentidos te oferecem. E nunca houve testemunho mais falso do que este. Mas de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé lamentável naquilo que teus olhos e ouvidos contam. Pensas que teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. É esta a consciência que compreendes e que pensas ser mais verdadeira do que aquilo que a Voz eterna pelo Próprio Deus testemunha.


Isto pode ser julgamento? Insiste-se muitas vezes contigo para que te abstenhas do julgamento, não porque ele seja um direito que se nega a ti. Tu não podes julgar. Tu podes apenas acreditar nos julgamentos do ego, que são todos falsos. Ele orienta teus sentidos com cuidado para provar quão fraco és, quão indefeso e amedrontado, quão receoso da punição merecida, quão imundo pelo pecado, quão desprezível em tua culpa.

Ele te diz que esta coisa, de que ele fala e ainda quer defender, és tu mesmo. E tu acreditas que isto é verdade com obstinada certeza. Porém, interiormente, permanece a dúvida oculta de que ele não acredita naquilo que te apresenta como realidade com tanta convicção. É só a si mesmo que ele condena. É dentro de si mesmo que ele vê a culpa. É seu próprio desespero que ele vê em ti.
 
É em função disso que precisamos nos voltar para o interior de nós mesmos e deixar que a Voz por Deus nos oriente e ilumine nossa visão e todos os nossos sentidos, curando nossa percepção para que possamos ver apenas o reflexo da santidade em tudo aquilo sobre o que cair nosso olhar. É por isso que a lição nos orienta a não darmos ouvidos ao que nos diz o ego, a falsa imagem que fazemos de nós mesmos, o falso eu. Do seguinte modo:

Não dês ouvidos à voz dele. As testemunhas que ele te envia para te provar que o mal dele é teu próprio mal são falsas e falam com segurança daquilo que não conhecem. Tua fé nelas é irracional porque tu não compartilharias as dúvidas que o senhor delas não pode derrotar por completo. Tu acreditas que duvidar de seus vassalos é duvidar de ti mesmo. 

Ao contrário, a lição diz...

... tens de aprender a duvidar de que o testemunho delas desobstruirá o caminho para te reconheceres e permitir que só a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno de tua própria crença. Ele não te dirá que teu irmão deve ser julgado por aquilo que teus olhos veem nele, nem por aquilo que sua boca diz a teus ouvidos, nem por aquilo que o toque de teus dedos te contam a respeito dele. Ele não toma conhecimento de tais evidências inúteis, que apenas levantam falso testemunho contra o Filho de Deus. Ele reconhece apenas aquilo que Deus ama e, na luz santa daquilo que Ele vê todos os sonhos do ego acerca do que és se desvanecem diante do esplendor que Ele vê.

Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem uma certeza na qual não há nenhuma dúvida, porque se baseia em tão grande Certeza que a dúvida fica sem significado diante de Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus pode apenas exaltá-Lo, regozijando-se na inocência total e eterna d'Ele. Aquele a Quem Ele julga só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com brinquedos de pecado, ignorando os testemunhos do corpo diante do arrebatamento que a face santa do Cristo provoca.

E Ele te julga deste modo. Aceita a Palavra d'Ele como o que tu és, pois Ele dá testemunho de tua bela criação e da Mente Cujo Pensamento criou tua realidade. O que o corpo pode significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? A que sussurros do ego Ele pode dar ouvidos? O que pode convencê-Lo de que teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de todas as coisas que parecem te acontecer neste mundo. As lições d'Ele vão te capacitar a construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

Ele eliminará toda a fé que colocaste na dor, na infelicidade, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode ver além destas aparências sombrias e que pode ver a bondosa face de Cristo em todas elas. Tu não duvidarás mais de que apenas o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e ensinará a única lição que todos eles contêm.

Aí podemos voltar ao texto, no ponto em que ele diz: 

"Não pode ser difícil realizar a tarefa que Cristo [que é teu divino interior, Deus em ti, que é o que, na verdade, tu és] designou para ti, pois é Ele [em ti, a partir de ti, quando aceitas ser apenas a manifestação do divino] Quem a realiza."

Quer dizer, quando aceitamos abrir mão do controle que o ego quer que pensemos ter e quando conseguirmos entender que o corpo apenas parece ser o meio de que nos valemos para realizar qualquer tarefa, pois quando nos pomos em sintonia com o divino interior é a Mente Crística em nós que a realiza de fato. A Mente Crística é que é nossa mente verdadeira. Então, podemos seguir com as orientações da lição de hoje, que nos pede para que deixemos o julgamento de todos os acontecimentos para Cristo, pois

Ele escolherá neles os elementos que representam a verdade e desconsiderará aqueles aspectos que apenas refletem sonhos inúteis. E Ele reinterpretará tudo o que vês, e todas as ocorrências, cada circunstância e todos os acontecimentos que parecem te tocar de qualquer modo a partir de Seu único ponto de referência, totalmente unificado e certo. E tu verás o amor por trás do ódio, a constância na mudança, o puro no pecado e somente as bênçãos do Céu sobre o mundo. 

Isso será a nossa ressurreição, nosso despertar para um mundo novo, pois olharemos para ele com novos olhos, que serão capazes de perceber o Céu em tudo e em todos.

Fiquemos, pois, com o que nos trazem os parágrafos restantes da lição, tentando assimilar o que ela nos ensina. Praticando para compreender e vivenciar tudo o que existe, tudo aquilo que vemos e tudo o que percebemos, por mais estranho que nos possa parecer, como ecos da Voz por Deus. Isto é, daquela voz no interior de nós mesmos - de todos e de cada um de nós - que ainda traz em si a lembrança do Céu, a lembrança de sua divina condição de alegria e de paz completas e perfeitas, que é a única coisa que é real em nós.

Isso é tudo que precisamos lembrar. E é a isto que nossas práticas se destinam. 

Às práticas?


domingo, 29 de maio de 2016

Abandonar qualquer julgamento acerca do mundo


LIÇÃO 150

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(139) Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

(140) Pode-se dizer que só a salvação cura.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 150

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

Pode-se dizer que só a salvação cura.

Chegamos hoje, mais uma vez, à última das lições desta quarta revisão, com duas ideias vitais [Eu digo isso de todas, não? É porque é verdade. Todas e cada uma delas são vitais. E uma só delas aprendida, aceita e posta em prática seria o suficiente para a salvação, como o Curso ensina.] para facilitar o aprendizado e tornar mais suave a caminhada rumo ao conhecimento de nós mesmos, que é o caminho que este Curso oferece para que alcancemos a consciência do divino em nós. Pois, como diz a Bíblia: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (I Cor. 3:16)

A primeira das ideias é o ponto de partida para a limpeza da percepção equivocada que temos de nós mesmos, do mundo e de todas as coisas do, e no, mundo. Aceitar a Expiação é permitir que o erro se desfaça. Qualquer erro. Na verdade, precisamos aprender e manter em mente que não há erro. Só experiência. Só a percepção equivocada e o julgamento do ego é que podem classificar - e classificam - uma experiência como um erro. É por isso que só a atenção e as práticas podem nos libertar deste equívoco, por nos ajudarem a desaprender o que o mundo nos ensina e a aprender a respeito do que somos na verdade. Por isso e para isso também é que o Curso, com suas práticas, nos ajuda a abandonar todo e qualquer julgamento do ego sobre o mundo, sobre as coisas e pessoas do mundo. 

Para aqueles que em algum momento entraram em contato com a ideia das práticas do ho'oponopono [uma palavra da língua nativa dos havaianos, que denomina também um prática de cura], é preciso salientar que "ho'oponopono" e "Expiação" são sinônimos. Ambas significam desfazer o erro. As práticas, pois, com esta primeira ideia podem - e de fato o fazem - nos levar ao início do aprendizado de que o mundo - e tudo e todos que aparentemente estão nele - é neutro.

Aceitar a Expiação é começar a aprender que, na verdade, não existem erros, como já dito acima. Dizendo de outra forma, aceitar a Expiação, o que equivale a desfazer os erros, é retirar o julgamento de toda e qualquer experiência, permitindo que ela seja apenas o que é: uma experiência simplesmente, que vai nos oferecer um resultado, a partir de uma escolha que fizemos ou de uma decisão que tomamos. 

O resultado que a experiência mostra é que vai determinar se nossa escolha foi acertada ou equivocada, não no sentido de julgamento, mas apenas no sentido da constatação daquilo que a experiência nos trouxe, de seu resultado. Se o resultado dela nos afastar da alegria e da paz, então é preciso escolher outra vez. Lembrando-nos sempre de que, para escolher de novo, é necessário: 1 - assumir a responsabilidade total pela escolha; 2 - receber e acolher o resultado; 3 - aceitá-lo e reconhecer que ele era a única coisa que podia ter acontecido; e 4 - ser grato por ele e pela experiência. A partir daí, abre-se a possibilidade de uma nova escolha.

Aceitar a Expiação também significa começar a aprender a ser agradecido por toda e qualquer experiência que se apresente, entendendo que todas elas são apenas a materialização aparente de um desejo nosso, de uma escolha que fizemos nalgum momento, conscientes dela ou não. Se o resultado da experiência não é algo que nos põe em contato com a alegria, nem a amplia, se é algo que nos tira a paz de espírito e nos afasta de nós mesmos e dos envolvidos na experiência e se resistimos ao que se apresenta a nós, a sensação de se estar separado fica mais aguda. Daí a necessidade de acolher e agradecer por todas as experiências e por todos os resultados delas, sejam elas quais forem, sejam quais forem os resultados.

As práticas com a segunda ideia tratam de nos devolver a liberdade e o poder para experimentar o mundo sem susto, sem medo, ao nos ensinarem a perceber claramente que tudo o que pensamos a respeito da cura e das doenças, neste mundo, é apenas ilusão, sonho. 

A segunda ideia, ao devolver nossa condição original de Filhos de Deus, nos restitui a santidade, a pureza e a inocência em que fomos criados, das quais nunca nos separamos, a não ser na percepção equivocada do sistema de pensamento do ego, o falso eu, a imagem de nós mesmos que construímos para viver a experiência deste mundo. 

Às práticas?

sábado, 28 de maio de 2016

Quando mudamos, o mundo inteiro muda conosco


LIÇÃO 149

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(137) Quando sou curado, não sou curado sozinho.

(138) O Céu é a decisão que tenho de tomar.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 149

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Quando sou curado, não sou curado sozinho.

O Céu é a decisão que tenho de tomar.

Repriso por completo, com pequeninas alterações, por pertinente, o comentário feito a esta lição no ano passado. Inclusive o título da postagem. 

Voltemos, mais uma vez, toda a atenção de que somos capazes às ideias que vamos revisar neste dia.

A primeira delas nos remete a dois princípios - mas não só a eles evidentemente, como também a todo o ensinamento - muito importantes dos milagres. Estes dois princípios estão lá no início do livro texto. São eles o trigésimo quinto, que diz: "os milagres são expressões do amor, mas podem não ter sempre efeitos observáveis", e o quadragésimo quinto: "Um milagre nunca se perde. Pode tocar muitas pessoas que nem mesmo encontraste e produzir mudanças não sonhadas em situações das quais nem mesmo estás ciente".

A ideia da lição 137, que revisamos agora, afirma de forma muito clara que, ao nos curarmos, não curamos apenas a nós mesmos. Isto significa dizer - para que o reconheçamos de forma definitiva - que tudo o que fazemos traz consequências, para nós mesmos, para quem está próximo de nós, para  quem está distante de nós, de quem nos lembramos, de quem nos esquecemos, para os que ainda estão aqui, vivendo conosco esta experiência ilusória de mundo e para os que já não se fazem presente em forma e aparência e nossos dias, e também para o mundo inteiro, mesmo que essas consequências não sejam visíveis para nós. 

A ideia segundo a qual "quando sou curado, não sou curado sozinho" ensina, de forma absolutamente clara, que temos cem por cento de responsabilidade, se não por tudo o que acontece no mundo, por tudo aquilo que nos chega à consciência, bem como por tudo o que nos acontece diretamente como resultados de nossas escolhas, por tudo o que construímos em nossas experiências, e, ainda, por tudo aquilo que de algum modo nos chegue à consciência. Quer estejamos dispostos a reconhecer isto, quer não.

É importante ter em mente, porém, que nossa responsabilidade não é em relação ao que aconteceu, e sim à cura daquilo que nos parece ser um equívoco. Aquilo que, no entanto, só pode ser equívoco a partir de nossa percepção, que é absolutamente incapaz de ver o quadro todo, em momento algum. 

A segunda ideia que revisamos põe em nossas mãos todo o poder de que necessitamos para transformar o mundo, este mundo mesmo, no Céu que queremos viver, a partir do momento em que assumimos completa e total responsabilidade por ele, por sua cura, a partir do compromisso que assumimos em relação à cura de nossa percepção. Para tanto, basta apenas nossa tomada de decisão. Pois o mundo muda conosco, quando mudamos. E é muito fácil experimentar isto na prática, conforme já sugeri nas práticas dos anos anteriores e repito aqui, agora. Vale a pena fazer o teste. Faça-o.

Alguma coisa ou alguém o(a) incomoda em seu dia a dia? Experimente mudar sua forma de pensar a respeito de tal coisa ou de tal alguém. Faça-o de forma decidida pensando em curar-se da percepção equivocada (primeira ideia) e em criar uma experiência de Céu, de paz, de alegria e de felicidade (segunda ideia). Em pouco tempo, a coisa, ou a pessoa, que parecia ser um problema vai certamente deixar de sê-lo. E você vai poder passar a curar outras coisas que sua percepção lhe mostra de forma equivocada.

Como sugeri também em anos anteriores, pode compartilhar aqui os resultados, mais tarde, e apenas se quiser, é claro, depois de experimentar. Estou certo de que todos vão se beneficiar de sua experiência e de seu compartilhamento. 

Às práticas?

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Aprendendo que não há necessidade de defesas


LIÇÃO 148

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(135) Se eu me defendo, sou atacado.

(136) A doença é uma defesa contra a verdade.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 148

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

 Se me defendo, sou atacado.


 A doença é uma defesa contra a verdade.


De que forma podemos explorar as duas ideias que o Curso oferece para as práticas de hoje? O que podemos pensar ou dizer a respeito desta ideia: "Se me defendo, sou atacado."? Será que algum de nós já parou para pensar a respeito? Será que algum de nós já se deu conta da verdade e do milagre que estão por trás desta ideia aparentemente tão simples, tão lógica? Já percebemos que quando estamos esperando ser atacados por alguém, por alguma coisa que fizemos, ou por algo que deixamos de fazer e que nos pesa na consciência, nossa posição é sempre defensiva? Parece-nos que tudo o que o outro diz é um ataque, mesmo que a pessoa com quem conversamos não tenha a menor ideia da razão pela qual estamos nos defendendo. Mesmo que o que ela diga não tenha a menor intenção de nos atacar. 

E que dizer da segunda ideia, então? Aparentemente, antes de entrar em contato com o Curso, nunca ouvimos dizer coisa parecida. Uma doença sempre nos pareceu algo que acontece, algo que vem por conta do tempo, de maus cuidados em relação a nossos corpos, de acidentes, de maus tratos na infância ou de quaisquer outras causas que justifiquem que alguém desenvolva algum tipo de doença. Mas, acredito, jamais passou pela cabeça de ninguém que não tenha tido contato com o Curso a ideia de que a doença é uma defesa contra a verdade. 

Que verdade?  Vejamos, pois. Paremos para refletir. Para descobrir a verdade e o milagre por detrás desta segunda ideia também.

Por que ficamos doentes? Porque acreditamos que podemos ser atacados pela verdade. É daí que vem nossa crença na necessidade de defesas. Mas, se ainda somos como Deus nos criou, o que poderia nos atacar? Ou não acreditamos que ainda somos tal qual Deus nos criou?

O Curso ensina que nunca houve um tempo em que nos separamos de Deus. Isto quer dizer que a ideia de uma existência separada d'Ele é apenas ilusão. Aliás, podemos pensar até que acreditar na ilusão de uma vida à parte de Deus é que é, sim, um ataque a Ele. Mas é também um ataque que só pode ser feito pelo ego, pelo falso eu, pela imagem equivocada que construímos de nós mesmos. Isto é, um ataque da ilusão à verdade, que não pode ter nenhum efeito.

Como já lhes disse antes, é esta percepção equivocada que temos de nós mesmos e, por consequência, do mundo inteiro e de tudo o que aparentemente existe nele, que nos põe permanentemente na defensiva, pois faz que nos vejamos como criaturas frágeis, destinadas a voltar ao pó, de onde se diz que viemos. Mas o que volta ao pó é apenas aquela parte ilusória de nós, que é feita de pó. O que somos, na verdade, não pode morrer, nem virar pó.

No entanto, ao nos identificarmos com um corpo perecível - a forma que temos na ilusão da percepção -, que está sujeito ao ataque de parte de nós mesmos, de outros de nós mesmos, da passagem do tempo, das condições climáticas e de todas as coisas que povoam o mundo amedrontador que construímos a partir desta percepção distorcida, damos à ilusão um poder sobre nós que ela não tem e nos deixamos enganar pelo ego, que se vale do poder que atribuímos a algo que não existe.

O fato de vivermos na defensiva, identificador do julgamento que fazemos de nós mesmos, e que projetamos em tudo o que vemos, abre espaço para o ataque, melhor dizendo, autoriza a que nos sintamos atacados pelas outras pessoas e por outras coisas vivas, vírus, bactérias, animais, grandes e pequenos, visíveis e invisíveis; e por coisas aparentemente inanimadas, utensílios, plantas, líquidos e alimentos. 

É para nos libertarmos da crença na separação, que gera a ideia da necessidade de defesa, que revisamos hoje. A primeira das ideias para as práticas deste dia ensina de forma clara como deslocar o ataque de qualquer coisa aparentemente externa a nós, atribuindo-o à única fonte de onde ele pode surgir: de nossa posição de defesa. 

É claro que isto contraria aquele pensamento do mundo segundo o qual "a melhor defesa é o ataque" e ensina que não há necessidade de defesas, que não podemos ser atacados por nada nem por ninguém, a não ser por nossa própria percepção equivocada de nós mesmos, que constrói todo este mundo de ilusões em que pensamos habitar. Na verdade, a melhor defesa não é o ataque. A melhor defesa é acreditar que ainda somos como Deus nos criou, na inocência e na pureza e na alegria, que permitem o olhar amoroso para tudo e para todos porque não percebe nenhum ataque, porque não cogita a possibilidade de atacar a nada nem a ninguém.

A segunda informa a razão pela qual inventamos a doença, que consegue ser, ao mesmo tempo, uma forma de defesa e de ataque. Contra a verdade e contra nós mesmos. Sempre. Por mais que queiramos nos auto-enganar atribuindo uma doença qualquer a alguma coisa exterior a nós, todas as doenças são escolhas que fazemos - claro que na maior parte das vezes de forma inconsciente - e das quais nos valemos para atacar a verdade, ou para fazê-la calar, quando não queremos aceitar a completa e total responsabilidade por tudo aquilo que nos acontece na vida. 

Quem quer de forma consciente assumir que cria para si mesmo todas as experiências e situações por que passa? Quem quer assumir conscientemente que as pessoas que o/a cercam são as pessoas que ele/ela mesmo escolheu para o bem ou para o mal? E reconhecer e aceitar que elas cumprem um papel que ele/ela mesmo atribuiu a elas e que ele/ela deve ser grato/a por isso? 

Que se dirá, então, da possibilidade de encontrar alguém capaz de aceitar a responsabilidade por tudo o que vê no mundo, isto é, por tudo aquilo que lhe chega à consciência, sabendo que cabe apenas a si mesmo mudar o que vê, perdoando-se pela percepção equivocada para perdoar o mundo inteiro?

Pratiquemos, portanto, hoje, para aprendermos a abandonar tanto a defensiva quanto o ataque, entregando-nos por inteiro à verdade cujo conhecimento, segundo o que nos disseram que Jesus disse, nos libertará. 

Às práticas?