sábado, 30 de novembro de 2013

Para irmos mais depressa ao encontro com o Ser


LIÇÃO 334

Reivindico, hoje, as dádivas que o perdão dá.

1. Não vou esperar outro dia para achar os tesouros que meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos desaparecem, mesmo porque se baseiam em percepções falsas. Permite que hoje eu não aceite dádivas tão mesquinhas novamente. A Voz de Deus oferece a paz de Deus a todos que ouvem e escolhem seguí-Lo. Esta é minha escolha hoje. E, assim, vou encontrar os tesouros que Deus me dá.

2. Busco apenas o eterno. Pois Teu Filho não pode se satisfazer com nada menos do que isso. O que, então, pode servir de consolo para ele, a não ser aquilo que Tu ofereces a sua mente confusa e coração amedrontado, para lhe dar segurança e lhe trazer paz? Quero ver meu irmão sem pecado hoje. Esta é Tua Vontade para mim, pois deste modo verei minha inocência.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 334

A ideia para as práticas de hoje tem a ver com nossa decisão de tomar posse da herança de filhos de Deus, a que temos direito natural, por ainda sermos tal qual Deus nos criou, conforme ensina o Curso de várias maneiras e em várias ocasiões ao longo do texto e dos exercícios. 

Tal decisão começa com a afirmação que cada um de nós vai fazer da ideia: 

Reivindico, hoje, as dádivas que o perdão dá.

Ela tem a ver com o perdão, porque é a forma de acessar essa herança. Pois perdoar o mundo é o mesmo que abandoná-lo, é o mesmo que abrir mão dele, para ganhá-lo por inteiro, à luz da percepção verdadeira, sabendo que ele não vai durar, que ele não é eterno e não tem senão o valor que lhe damos, que é sempre temporário e variável. Por dependente da percepção que temos e que, ora nos mostra algo como útil, ora como inútil. 

E é urgente que tomemos esta decisão, que pode nos salvar e salvar o mundo inteiro. Pois por que esperar para fazer em outro momento, se a decisão pode nos pôr em contato com a paz e a alegria perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós? Assim é que dizemos:

Não vou esperar outro dia para achar os tesouros que meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos desaparecem, mesmo porque se baseiam em percepções falsas. Permite que hoje eu não aceite dádivas tão mesquinhas novamente. A Voz de Deus oferece a paz de Deus a todos que ouvem e escolhem seguí-Lo. Esta é minha escolha hoje. E, assim, vou encontrar os tesouros que Deus me dá.

Vamos, pois, perdoar o mundo, em sintonia com o que o Curso ensina, para podermos encontrar e desfrutar dos tesouros que Deus nos dá. Perdoemos o mundo e tudo o que há nele e esqueçamos o passado. Pois perdoar o mundo é, como já disse outras vezes, entregá-lo a seu próprio destino, juntamente com seu futuro, sem sequer uma única intenção de controle, sem qualquer pretensão de saber ditar a ele "melhores" modos e maneiras.

Repetindo, perdoar o mundo é reconhecer que ele não tem nada que queiramos realmente. É dar a ele apenas o valor que lhe é devido por sua impermanência, por sabê-lo passageiro e mutável, reconhecendo a diversidade apenas como aspectos diferentes da mesma ilusão, que o cria e constrói a partir de pensamentos baseados na crença em uma ideia que valoriza a separação, como se ela fosse verdadeira, esquecendo-se da Unidade, de que todos somos partes. 

Não há nada no mundo que vá durar para sempre, para a eternidade; e o que buscamos, unindo-nos à orientação do Curso nesta lição é apenas o eterno. Por isso dizemos:

Busco apenas o eterno. Pois Teu Filho não pode se satisfazer com nada menos do que isso. O que, então, pode servir de consolo para ele, a não ser aquilo que Tu ofereces a sua mente confusa e coração amedrontado, para lhe dar segurança e lhe trazer paz? Quero ver meu irmão sem pecado hoje. Esta é Tua Vontade para mim, pois deste modo verei minha inocência.

Para nos lembrarmos de tudo isso, ofereço-lhes mais uma vez a passagem do livro Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, na qual ele nos apresenta a compreensão disto, a partir da percepção do Menino, em um trecho de uma das estórias:

"E, vindo outro dia, não no não-estar-mais-dormindo e não-estar-ainda-acordado, o Menino recebia uma claridade de juízo - feito um assopro - doce, solta. Quase como assistir às certezas lembradas por um outro; era que nem uma espécie de cinema de desconhecidos pensamentos; feito ele estivesse podendo copiar no espírito ideias de gente muito grande. Tanto, que, por aí, desapareciam, esfiapadas.

"Mas naquele raiar, ele sabia e achava: que a gente nunca podia apreciar, direito, mesmo as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Às vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando arrumado. Ou esperadas, e então não tinham gosto de tão boas, eram só um arremedo grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de lado e do outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas, acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com aquelas, para o completo. Ou porque, mesmo enquanto estavam acontecendo, a gente já sabia que elas já estavam caminhando para se acabar roídas pelas horas, desmanchadas..." 

Não lhes parece que as práticas podem nos levar mais depressa ao encontro de nós mesmos, no Ser, em Deus, com Ele? Não lhes parece que perdoar o mundo vai permitir que, de fato, reivindiquemos e recebamos as dádivas que o perdão oferece, e que, na verdade, já são nossas? 

Às práticas?

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Um Círculo de Perdão pode eliminar os conflitos


LIÇÃO 333

O perdão acaba com o sonho de conflito aqui.

1. O conflito tem de ser resolvido. Se quisermos nos livrar dele, não podemos evitá-lo, pô-lo de lado, negá-lo, disfarçá-lo, vê-lo em outro lugar, dar-lhe outro nome ou escondê-lo por meio de qualquer tipo de truque. Ele tem de ser visto exatamente como é, onde se pensa que ele está, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente conferiu a ele. Pois só assim suas defesas são suspensas e a verdade pode brilhar sobre ele à medida que ele desaparece.

2. Pai, o perdão é a luz que Tu escolheste para eliminar todo conflito e toda dúvida, e para iluminar o caminho de nossa volta a Ti. Nenhuma luz a não ser essa pode pôr fim a nosso sonho mau. Nenhuma luz a não ser essa pode salvar o mundo. Pois apenas essa não falhará em nada jamais, pois é Tua dádiva para Teu Filho amado.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 333

Creio que nunca é demais repetir as palavras, ou as histórias que buscam facilitar o contato e a sintonia com o que somos, na verdade e que podem nos fazer abandonar as ilusões e os conflitos por inteiro e de uma vez por todas. E isto que vamos fazer para explorar a ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje. 

É hoje que vamos reconhecer e aceitar o que a ideia nos diz e pô-la em prática. Para tanto, basta que digamos para nós mesmos de forma decidida:

O perdão acaba com o sonho de conflito aqui.

E, após esta tomada de consciência, vamos nos voltar para o interior de nós mesmos à procura da luz que pode perdoar a tudo e a todas as coisas, em nós, e em tudo o que está aparentemente fora de nós também.

Podemos, mais uma vez, no valer da história que repito abaixo como forma de exercitar o perdão, reconhecendo o divino no outro, oferecendo-lhe a paz e a alegria do reencontro com o divino, em si mesmo, por nosso intermédio.

Gerald Jampolsky, um dos estudantes de UCEM de primeira hora e fundador do primeiro Center for Attitudinal Healing [Centro para Cura das Atitudes - CCA], escreveu, a partir de suas interpretações dos ensinamentos do UCEM, entre outros, um livro inteiro a respeito do perdão.

O livro se chama Perdão e vale a pena ser lido, pois traz explicações para as muitas razões pelas quais achamos difícil perdoar e ilustra os motivos por que "apegar-se a sentimentos de revanche e de vingança é uma atitude que só pode causar sofrimento". Um livro que descreve de forma clara e simples, "os motivos pelos quais [muitas vezes] nos negamos a perdoar e como a nossa mente trabalha para justificar essa atitude". O que, é claro, tem a ver com a ideia para nossas práticas de hoje.

Além do mais, a fim de ajudar a nos decidirmos pelo perdão, o livro "aponta os efeitos colaterais tóxicos causados [pela] intolerância e os males que isso pode provocar no nosso corpo e na nossa vida em geral. Mas, acima de tudo, revela-nos os incomensuráveis benefícios do perdão".

Entre as várias histórias que Jampolsky conta, "que abrem nossos corações aos milagres que acontecem quando acreditamos verdadeiramente que todas as pessoas merecem o nosso amor", está a seguinte:

Na tribo Babemba, da África do Sul, quanto uma pessoa age de maneira injusta ou irresponsável, ela é colocada sozinha no centro da aldeia, mas não é de maneira alguma impedida de fugir.

Todos os habitantes da aldeia param de trabalhar e formam um círculo em volta da pessoa acusada. Em seguida, cada um, independentemente de sua idade, começa a lembrar o acusado de todas as boas ações que ele praticou ao longo da vida.

Tudo o que é lembrado sobre a pessoa em questão é descrito em pormenores. Todos os atributos positivos do acusado, suas boas ações, seus pontos fortes e generosidades são ressaltados em benefício dela. Cada pessoa do círculo faz isso de forma detalhada.

Todos os fatos da vida dessa pessoa são expostos com o máximo de sinceridade e amor. Ninguém pode exagerar os acontecimentos e todos sabem que não podem inventar histórias. Ninguém mente nem é irônico ao fazer esse relato.

Essa cerimônia prossegue até que todos os habitantes da aldeia tenham relembrado os feitos dessa pessoa como membro respeitado de sua comunidade. Esse procedimento pode prolongar-se por vários dias. No final, a tribo desfaz o círculo e começa uma celebração jubilosa em que a pessoa é recebida de volta à tribo.

Pelos olhos do amor, que essa cerimônia descreve de maneira tão bela, só a reconciliação e o perdão têm lugar. Cada pessoa no círculo, bem como a pessoa colocada em seu centro, é lembrada [de] que o perdão nos dá a oportunidade de abandonar o passado e os medos do futuro. A pessoa que está no centro não é considerada uma pessoa má nem é excluída da comunidade. Em vez disso, ela é lembrada do amor que existe em seu interior e é acolhida por todos à sua volta.


A forma utilizada pelos babembas para tratar o conflito é que vai resolvê-lo de forma definitiva. Pois, como diz a lição:

O conflito tem de ser resolvido. Se quisermos nos livrar dele, não podemos evitá-lo, pô-lo de lado, negá-lo, disfarçá-lo, vê-lo em outro lugar, dar-lhe outro nome ou escondê-lo por meio de qualquer tipo de truque. Ele tem de ser visto exatamente como é, onde se pensa que ele está, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente conferiu a ele. Pois só assim suas defesas são suspensas e a verdade pode brilhar sobre ele à medida que ele desaparece.

Podemos, então, perguntar-nos: é isto o que fazemos quando alguém à volta de nós age, para o nosso julgamento, nosso modo particular de ver, de maneira injusta e irresponsável? E se, mesmo que apenas na imaginação, adotássemos o hábito de criar na mente um Círculo de Perdão [o Curso nos oferece a ideia de um círculo de Expiação], no qual colocássemos todas as pessoas que, por qualquer razão, ainda nos parece difícil perdoar? 

É possível!  Podemos fazê-lo, valendo-nos das palavras finais da lição, repetindo-as para nós mesmos sempre que uma situação de conflito se apresentar, dizendo:

Pai, o perdão é a luz que Tu escolheste para eliminar todo conflito e toda dúvida, e para iluminar o caminho de nossa volta a Ti. Nenhuma luz a não ser essa pode pôr fim a nosso sonho mau. Nenhuma luz a não ser essa pode salvar o mundo. Pois apenas essa não falhará em nada jamais, pois é Tua dádiva para Teu Filho amado.

As práticas de hoje se destinam a nos ensinar a encontrar a alegria e a liberdade que só o perdão dá.

Às práticas, pois!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Ter fé em Deus e sentir medo são incompatíveis


LIÇÃO 332

O medo aprisiona. O perdão liberta.

1. O ego cria ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus, afastando-os com sua luz. A verdade nunca ataca. Ela é simplesmente. E a partir da presença dela a mente se lembra das fantasias e acorda para o real. O perdão convida esta presença a entrar e a tomar seu lugar legítimo na mente. Sem o perdão, a mente fica aprisionada, acreditando em sua própria inutilidade. Com o perdão, entretanto, a luz brilha, de fato, por entre as trevas, oferecendo-lhe esperança e lhe dá o meio para perceber claramente a liberdade que é sua herança.

2. Não queremos aprisionar o mundo novamente hoje. O medo o mantém prisioneiro. E, não obstante, Teu Amor nos dá o meio de libertá-lo. Pai, queremos libertar o mundo agora. Pois na medida em que oferecemos a liberdade ela nos é dada. E não queremos continuar a ser prisioneiros, quanto Tu nos ofereces a liberdade.

*

COMENTÁRIO


Explorando a LIÇÃO 332

O Curso oferece hoje, mais uma vez, a oportunidade de aprendermos a perdoar o mundo inteiro. A oportunidade de abraçarmos, também para nós mesmos, a liberdade. A de deixarmos de lado, de uma vez por todas, qualquer ideia de medo que nos aprisione. Daí o convite-pergunta: vamos aprender a libertar o mundo e, por consequência, aprender a liberdade para nós mesmos, libertando-nos de toda e qualquer ideia de medo, que, por manter o mundo todo em um prisão, faz de todos nós prisioneiros ao mesmo tempo? 

Pois:

O medo aprisiona. O perdão liberta.

E como diz Joel Goldsmith, não podes sentir medo e ter fé em Deus. Uma coisa exclui a outra. E, para se chegar à liberdade, é preciso que nos libertemos de todo e qualquer medo. E que outra coisa além do perdão pode nos libertar?

O perdão vai nos ensinar que o medo não é real. Tudo o que não é amor não é real. A única realidade com a qual podemos ter contato é o amor, que é sinônimo de alegria e de liberdade. Ou como diz Julian de Norwich:

A plenitude da alegria
é
contemplar 
Deus
em tudo.

Enquanto não formos capazes de olhar para tudo e para todas as coisas e perceber em tudo e em todas as coisas a manifestação de Deus, ainda estaremos olhando para as ilusões que nos oferece o ego. É disto que a lição fala, ao dizer:

O ego cria ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus, afastando-os com sua luz. A verdade nunca ataca. Ela é simplesmente. E a partir da presença dela a mente se lembra das fantasias e acorda para o real. O perdão convida esta presença a entrar e a tomar seu lugar legítimo na mente. Sem o perdão, a mente fica aprisionada, acreditando em sua própria inutilidade. Com o perdão, entretanto, a luz brilha, de fato, por entre as trevas, oferecendo-lhe esperança e lhe dá o meio para perceber claramente a liberdade que é sua herança.

É a possibilidade da plenitude de que fala Julian que as práticas com o perdão da ideia de hoje nos oferece. As práticas vão nos trazer , de fato, a grande oportunidade para aprendermos a viver o que é real, a única coisa que é real em nós mesmos. De que modo?

Pela alegria e pelo perdão. O perdão, que é o meio de "remover os bloqueios à consciência da presença do amor" e da verdade, que "nunca ataca" e simplesmente "é". É o perdão que vai nos permitir libertar o mundo e nos libertarmos com ele, pois da mesma forma que não nos queremos prisioneiros da ilusão,

Não queremos aprisionar o mundo novamente hoje. O medo o mantém prisioneiro. E, não obstante, Teu Amor nos dá o meio de libertá-lo. Pai, queremos libertar o mundo agora. Pois na medida em que oferecemos a liberdade ela nos é dada. E não queremos continuar a ser prisioneiros, quanto Tu nos ofereces a liberdade.

E o perdão é o meio de que precisamos nos valer para chegar à alegria e à liberdade, a nossa própria e a da mundo. Para tanto, é preciso, primeiro, que deixemos a verdade tomar seu lugar legítimo em nossa mente, para desfazer as trevas que nos impedem de ver a luz.

E é só a luz que vai permitir que cheguemos ao perdão, que abandonemos toda e qualquer condenação, de nós mesmos de quem quer que seja, e que nos libertemos, oferecendo o perdão ao mundo todo que, deste modo, se libertará conosco.

Às práticas?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Não é possível conflito entre tua vontade e a de Deus


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 331

Não há nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

1. Quão tolo, Pai, acreditar que Teu Filho pudesse causar sofrimento a si mesmo! Ele poderia fazer um plano para sua própria maldição e ser deixado sem uma forma segura de liberação? Tu me amas, Pai. Tu nunca poderias me deixar abandonado, para morrer em um mundo de dor e de crueldade. Como pude pensar que o Amor abandona a Si Mesmo? Não existe nenhuma vontade a não ser a Vontade do Amor. O medo é um sonho, e não existe nenhuma vontade que possa entrar em conflito com a Tua. Conflito é sono, e paz despertar. Morte é ilusão; vida, verdade eterna. Não existe nenhuma oposição a Tua Vontade. Não existe nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

2. O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é Uma Só, e que nós a compartilhamos. Vamos olhar para as imagens sagradas que o perdão nos mostra hoje, a fim de podermos encontrar a paz de Deus. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 331

Chegamos hoje à décima segunda das quatorze instruções que o Curso nos oferece para acompanhar e dar unidade às práticas das lições desta segunda parte do Livro de Exercícios.
Esta parte que, como eu já disse várias vezes antes, de acordo com o Curso, quer nos oferecer os meios para que alcancemos a percepção verdadeira. 

O tema da instrução para a qual voltamos nossa atenção é: O que é o ego? E é necessário que voltemos a ele diariamente nos próximos dez dias. Ao menos uma vez antes das práticas com a ideia para o dia.

Conforme vocês já devem ter percebido, em particular aqueles que já estão passando por este ponto pela segunda, terceira ou mais vezes, esta instrução traz informações preciosas a respeito do ego [o falso eu que quer usurpar o lugar de Deus, como nos ensina o Curso] e de seu sistema de pensamento. Ao mesmo tempo ela nos ensina a olhar para além dele, para nos auxiliar a entrarmos em contato com a verdade do que somos, para nos colocarmos na posição e no lugar em que a Vontade de Deus, em Seu Amor infinito, quer que estejamos. E que é o único lugar em que podemos estar.

Vamos, pois, às práticas com a primeira das dez ideias que as lições deste período nos oferece. Uma ideia que mais uma vez busca nos ensinar o caminho para a liberdade de todos os conflitos que o sistema de pensamento do ego quer que acreditemos verdadeiros. Uma ideia que assegura não ser possível qualquer conflito entre a minha, a tua e a nossa vontades e a Vontade de Deus. É por esta razão, pois, que a ideia que praticamos para iniciar este bloco de dez lições diz: 

Não há nenhum conflito, pois minha vontade é Tua. 

É claro que já aprendemos que a Vontade de Deus e a nossa são a mesma e uma só. Por isso não deve haver nenhuma dificuldade a esta altura para nos alinharmos à ideia que praticamos. 

Por isso, podemos dizer em uníssono com a lição: 

Quão tolo, Pai, acreditar que Teu Filho pudesse causar sofrimento a si mesmo! Ele poderia fazer um plano para sua própria maldição e ser deixado sem uma forma segura de liberação? Tu me amas, Pai. Tu nunca poderias me deixar abandonado, para morrer em um mundo de dor e de crueldade. Como pude pensar que o Amor abandona a Si Mesmo? Não existe nenhuma vontade a não ser a Vontade do Amor. O medo é um sonho, e não existe nenhuma vontade que possa entrar em conflito com a Tua. Conflito é sono, e paz despertar. Morte é ilusão; vida, verdade eterna. Não existe nenhuma oposição a Tua Vontade. Não existe nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

Aproveitemos, pois, mais uma vez, a fim de facilitar a compreensão - e lembremos que compreender é aceitar - da ideia e estender a reflexão, para acompanhar a reflexão de Julian de Norwich, mística do século XIV, que também mostra não haver nenhum conflito entre o que Deus quer para nós e aquilo que queremos. Vejamos o que ela diz:

Temos o poder de pedir a nosso Amado,
reverentemente,
tudo o que desejamos.

Pois nosso desejo natural é possuir a Deus
e o bom desejo de Deus é nos possuir.

Não deixaremos nunca de ter esse desejo e 
anseio,
enquanto não possuirmos nosso Amado
na plenitude da alegria.

Então, não teremos mais nenhum outro
desejo. 

Então, quando não houver "mais nenhum outro desejo", há de ser porque reconhecemos, aprendemos e aceitamos o que o perdão nos mostra. Como diz a lição:

O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é Uma Só, e que nós a compartilhamos. Vamos olhar para as imagens sagradas que o perdão nos mostra hoje, a fim de podermos encontrar a paz de Deus. Amém. 

Às práticas?

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sentir-se bem equivale a sentir Deus em nossa vida


LIÇÃO 330

Não vou me ferir novamente hoje.

1. Vamos aceitar o perdão como nossa única função neste dia. Por que deveríamos atacar nossas mentes e lhes dar imagens de dor? Por que deveríamos ensinar-lhes que são impotentes, se Deus oferece Seu poder e Seu Amor e as convida a aceitarem aquilo que já é delas? A mente que se torna disposta a aceitar a dádivas de Deus é devolvida ao espírito e estende sua liberdade e sua alegria, uma vez que a Vontade de Deus está unida à vontade dela mesma. O Ser que Deus criou não pode pecar e, por isso, não pode sofrer. Vamos escolher que Ele seja nossa Identidade hoje e, deste modo, escapar para sempre de todas as coisas que o sonho de medo parece nos oferecer.

2. Pai, Teu Filho não pode ser ferido. E, se pensamos sofrer, nós apenas deixamos de conhecer nossa Identidade una, que compartilhamos Contigo. Queremos voltar para Ela hoje, para nos tornarmos livres de todos os nossos erros e para sermos salvos daquilo que pensávamos ser.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 330

No livro de Wayne Dyer que leio no momento, ele se refere a Swami Muktananda, que costumava perguntar aos que se aproximavam dele se sabiam qual a diferença entre sentir-se bem e sentir Deus. E, quando as pessoas respondiam, balançando a cabeça negativamente, ele fazia o sinal de zero com os dedos. Indicando com o sinal que não há diferença entre sentir-se bem e sentir Deus.

Esta historinha está em perfeita sintonia com a ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje:

Não vou me ferir novamente.

Pois só o ego pode querer sentir dor, sentir medo, sentir raiva, angústia; sentir-se mal, isto é, separado de Deus. É só o ego em nós que acredita ser capaz de fazer coisas imperdoáveis e que usa o perdão como forma de se sentir superior ao outro a quem perdoou. Isto, na verdade, não é o perdão a que se refere o Curso, a lição.

Vejamos:

Vamos aceitar o perdão como nossa única função neste dia. Por que deveríamos atacar nossas mentes e lhes dar imagens de dor? Por que deveríamos ensinar-lhes que são impotentes, se Deus oferece Seu poder e Seu Amor e as convida a aceitarem aquilo que já é delas? A mente que se torna disposta a aceitar a dádivas de Deus é devolvida ao espírito e estende sua liberdade e sua alegria, uma vez que a Vontade de Deus está unida à vontade dela mesma. O Ser que Deus criou não pode pecar e, por isso, não pode sofrer. Vamos escolher que Ele seja nossa Identidade hoje. 

É isso, então, que as práticas vão trazer a todos os que praticarem e aceitarem as dádivas de Deus: a volta ao espírito e à liberdade e à alegria do espírito, que levam a nos sentirmos bem, a sentirmos Deus. É esta a única escolha que precisamos fazer. Escolher de modo diferente é separar-se de Deus, da alegria, que é o estado natural do Filho de Deus, como ensina o Curso. 

Aquele que perdoa ama e "quem ama permanece em Deus e Deus nele". Em Deus não há como sermos feridos, magoados, abandonados ou mortos. Em Deus, podemos dizer, fazendo eco à lição:

Pai, Teu Filho não pode ser ferido. E, se pensamos sofrer, nós apenas deixamos de conhecer nossa Identidade una, que compartilhamos Contigo. Queremos voltar para Ela hoje, para nos tornarmos livres de todos os nossos erros e para sermos salvos daquilo que pensávamos ser.

É, pois, a prática com esta ideia, hoje, que vai nos ensinar - a todos que desejarem e decidirem assim - a nos livrarmos para sempre da dor e do sofrimento e de todos os sentimentos e sensações que reforçam a crença do ego na separação.

Se não acreditarmos na separação a ideia de que ainda somos como Deus nos criou só pode ser verdadeira. Só assim podemos voltar a nossa Identidade una com Deus. 

Às práticas? 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Nada do que vemos fora pode dar certeza de nada


LIÇÃO 329

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

1. Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

2. Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 329

Hoje vamos afirmar que queremos - e que acreditamos - estar em sintonia com a Vontade de Deus para nós. com a ideia:

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

Vamos nos abrir à ideia de que nossa vontade e a d'Ele são a mesma e uma só, assim como ensina o Curso e conforme já vimos muitas vezes antes. Já escolhemos o que queremos e queremos apenas aquilo que Deus quer, mesmo que durante a maior parte do tempo não tenhamos consciência disso. 

Para chegarmos a tal consciência é que precisamos dizer:

Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

Como eu já disse muitas vezes antes, nossa maior dificuldade, quando se trata de escolher entre ilusão e realidade está em achar que alguma das formas da ilusão tem valor [vejam de novo, por favor, o texto O amigo indicado, no capítulo 26 do livro]. Isto nos leva a tentar dar realidade às ilusões. Essa tentativa está fadada ao fracasso, uma vez que nada pode dar realidade àquilo que não tem realidade. Esta ideia, aliás, foi tema de um dos exercícios da primeira parte. Lembram?

O Curso ensina, entre outras coisas, que não podemos ter certeza de nada daquilo que vemos fora de nós, mas podemos ficar certos de que, ao nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, pelo divino em nós, oferecendo-Lhe um lugar de descanso, é n'Ele que vamos descansar.

Dizendo de outra forma, para nos valermos também das ideias de duas lições recentes, tudo o que o Espírito Santo nos pede é que nos deixemos conduzir, que escolhamos ser o segundo, colocando Deus está em primeiro, sempre, pois, de verdade, não sabemos o que é melhor para nós em praticamente nenhuma circunstância. Será competir pelo primeiro lugar? Lembremo-nos de que tudo é sempre entre nós e Deus. Daí, muitas vezes, nós mesmos questionarmos as decisões que acabáramos de tomar. Ou de termos dúvidas quanto à decisão a ser tomada. 

Para abandonarmos quaisquer dúvidas, é preciso que nos comprometamos com as práticas diárias, aceitando que é possível viver em sintonia com Deus e uns com os outros, como nos orienta a lição:

Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.

Pois os sentidos do corpo, de que nos valemos para traçar os caminhos que vamos trilhar neste mundo, não conseguem ver, tocar, cheirar, saborear ou ouvir a realidade. A lógica do sistema de pensamento do ego [o falso eu] não é suficiente para abarcar todos os aspectos de um fato qualquer. Racionalizar serve para nos dar uma indicação de um caminho provável em função dos dados que determinada situação nos mostra, mas apenas para isso. Quando nos entregamos ao Ser, voltando-nos para o divino dentro de nós mesmos, só o melhor pode acontecer. 

Às práticas?

domingo, 24 de novembro de 2013

Abandonar a necessidade de controle do falso eu


LIÇÃO 328

Escolho o segundo lugar para ganhar o primeiro.

1. Aquilo que parece ser o segundo lugar é o primeiro, porque todas as coisas que percebemos estão de cabeça para baixo até escutarmos a Voz por Deus. Parece que só ganharemos autonomia pela nossa luta para sermos separados, e que nossa independência do restante da criação de Deus é o modo pelo qual se alcança a salvação. Porém, tudo o que encontramos é doença, sofrimento e perda e morte. Isso não é o que nosso Pai quer para nós, e nem existe nenhum segundo para a Vontade de d'Ele. Unir-nos à Vontade d'Ele é apenas achar nossa própria vontade. E, uma vez que nossa vontade é a d'Ele, é a Ele que temos de recorrer para reconhecer nossa vontade.

2. Não existe nenhuma vontade senão a Tua. E fico contente de que nada do que imagino contradiga aquilo que Tu queres que eu seja. É Tua Vontade que eu esteja completamente seguro, eternamente em paz. E compartilho com alegria esta Vontade que Tu, meu Pai, me deste como parte de mim.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 328

Nossas práticas de hoje vão se dar com uma ideia que, de certo modo, complementa e amplia a que praticamos na última quarta-feira: Eu apenas sigo, pois não quero conduzir. Uma ideia que nos oferece a fórmula para fazer calar o falso eu - o ego do Curso -, deixando em nossas mãos a decisão de entregar ao Espírito Santo, ao divino em nós, a responsabilidade por toda e qualquer escolha que fizermos. E, se aprendermos a sempre escolher em sintonia com o Espírito Santo, quais serão as chances de que alguma coisa saia errado? 

O que pode, pois, significar: 

Escolho o segundo lugar para ganhar o primeiro?

Creio, como penso já lhes ter dito, que tanto esta ideia quanto a da lição anterior que citei se referem e ratificam o "tu não precisas fazer nada" que o Curso ensina. Para aprender a "apenas seguir", precisamos abrir mão do "conduzir", isto é, da necessidade obsessiva de controle do falso eu. É apenas esta necessidade aparentemente absoluta de controle do ego, que pensamos ser o que somos, que nos impede de ver e de viver o que somos na verdade. Pois como o Curso não cansa de repetir sempre fomos, continuamos a ser e seremos eternamente aquilo que pensamos buscar. Ou, dito em outras palavras, como o próprio Curso repete em suas lições, ainda somos como Deus nos criou, por mais que o ego tente nos fazer acreditar que não. 

A ideia de que há um primeiro lugar a ser conquistado a qualquer preço só pode ser do ego. Pois é apenas o falso eu que quer ter o controle, que quer conduzir e que não suporta a ideia de ficar em segundo lugar. Na verdade, como a lição ensina:

Aquilo que parece ser o segundo lugar é o primeiro, porque todas as coisas que percebemos estão de cabeça para baixo até escutarmos a Voz por Deus. Parece que só ganharemos autonomia pela nossa luta para sermos separados, e que nossa independência do restante da criação de Deus é o modo pelo qual se alcança a salvação. Porém, tudo o que encontramos é doença, sofrimento e perda e morte. Isso não é o que nosso Pai quer para nós, e nem existe nenhum segundo para a Vontade de d'Ele. Unir-nos à Vontade d'Ele é apenas achar nossa própria vontade. E, uma vez que nossa vontade é a d'Ele, é a Ele que temos de recorrer para reconhecer nossa vontade.  

A ideia de que nalgum momento houve uma separação, ou a crença de que estamos de algum modo separados de Deus e uns dos outros é tão somente um equívoco. Pois nunca houve um tempo em que Deus Se separou de nós ou que nós tenhamos nos separado d'Ele. Ele não nos abandonou a uma sorte que não sabemos qual será. O contrário é a verdade. Ele está, sempre esteve e sempre estará conosco, em nós. E nós n'Ele.

Na verdade, reconhecer, acolher, aceitar e ser grato por poder pôr em prática a ideia que o Curso nos oferece para hoje é tudo o que precisamos fazer para aprender que não precisamos, de fato, fazer nada. Até porque, conforme eu já disse várias, de acordo com o que o Curso ensina, não há nada fora de nós. E ser o segundo em Deus elimina qualquer necessidade de competir por qualquer outra posição. Aliás, aceitar ser o segundo, praticar para ser o segundo em e com Deus nos põe diretamente na posição de primeiro, pois nos coloca direto na unidade. 

Praticar, reconhecer e aceitar a ideia que o Curso propõe é reconhecer e aceitar a Vontade de Deus para nós como sendo a nossa própria vontade, para podermos dizer com a lição:

Não existe nenhuma vontade senão a Tua. E fico contente de que nada do que imagino contradiga aquilo que Tu queres que eu seja. É Tua Vontade que eu esteja completamente seguro, eternamente em paz. E compartilho com alegria esta Vontade que Tu, meu Pai, me deste como parte de mim.

Às práticas?

sábado, 23 de novembro de 2013

Nossa santidade, e divindade, é a mesma de Deus.


LIÇÃO 327

Só preciso chamar e Tu me responderás.

1. Não se pede de mim que aceite a salvação com base em uma fé insustentável. Pois Deus garante que Ele ouvirá meu chamado e que Ele Mesmo responderá. Deixa apenas que eu aprenda de minha experiência que isso é verdadeiro e a fé n'Ele tem de vir a mim com certeza. Essa é a fé que irá durar e que me levará cada vez mais adiante pela estrada que conduz a Ele. Pois, deste modo, ficarei certo de que Ele não vai me abandonar e de que ainda me ama, e de que espera apenas meu chamado para me dar toda a ajuda de que preciso para chegar até Ele.

2. Pai, eu Te agradeço porque Tuas promessas nunca falharão em minha experiência, se eu apenas testá-las. Permite, portanto, que eu tente testá-las e que não as julgue. Tua Palavra é uma só Contigo. Tu dás o meio a partir do qual a convicção vem, e a certeza da qual se ganha, enfim, Teu Amor duradouro.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 327

Só preciso chamar e Tu me responderás.

Quem tem tal certeza? Quem de nós vive a partir de tal certeza? E, no entanto, não há, na verdade, ninguém a quem chamar fora de nós. O que precisamos de fato é começar a acreditar no divino interior como a verdade do que somos. Pois aí eliminaremos toda e qualquer dúvida.

E o que a lição pede de nós? 

Vejamos:

Não se pede de mim que aceite a salvação com base em uma fé insustentável. Pois Deus garante que Ele ouvirá meu chamado e que Ele Mesmo responderá. Deixa apenas que eu aprenda de minha experiência que isso é verdadeiro e a fé n'Ele tem de vir a mim com certeza. Essa é a fé que irá durar e que me levará cada vez mais adiante pela estrada que conduz a Ele. Pois, deste modo, ficarei certo de que Ele não vai me abandonar e de que ainda me ama, e de que espera apenas meu chamado para me dar toda a ajuda de que preciso para chegar até Ele.

Como tenho dito pessoalmente a todos que frequentam algum dos grupos de estudo, não há que se ter uma fé que não se sustente. Todos os termos que o Curso usa para se referir "Àquilo Que Sabe" em nós se referem a Algo que está dentro de nós, porque não há nada fora. Por isso os termos Tu, Deus, o Espírito Santo, o Guia, o Irmão, Cristo, o Consolador, Pai, o Filho de Deus se referem ao divino EM nós. Dentro. Não-separado. O Todo e a Unidade de que somos parte.

Sabendo disso não fica mais fácil praticar a ideia de hoje?

Uell Stanley Andersen, citado por Wayne Dyer, em um de seus livros, diz o seguinte, para que fiquemos atentos ao que pensamos acerca do que somos, para que busquemos corrigir os equívocos que nos levam a pensar que, de algum modo, podemos estar separados da divindade que somos. Nossa santidade, e divindade, é a mesma de Deus. É o que temos em comum com Ele e com todos os outros seres que povoam nosso universo:

Tudo aquilo que podes conceber e aceitar é teu! Não alimentes nenhuma dúvida! Recusa-te a aceitar preocupação ou pressa ou medo. Aquilo que sabe e faz todas as coisas está dentro de ti e escuta o mais leve sussurro. 

É por esta razão que podemos nos dar ao direito de testar o contato com o divino em nós, de chamá-lo, na certeza de que ele está em nós e vai nos responder. É também por esta razão que podemos desde já agradecer como nos convida a fazer a lição:

Pai, eu Te agradeço porque Tuas promessas nunca falharão em minha experiência, se eu apenas testá-las. Permite, portanto, que eu tente testá-las e que não as julgue. Tua Palavra é uma só Contigo. Tu dás o meio a partir do qual a convicção vem, e a certeza da qual se ganha, enfim, Teu Amor duradouro. 

Às práticas?

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Eis aí resposta à pergunta: O que eu sou?


LIÇÃO 326

Sou um Efeito de Deus para sempre.

1. Pai, fui criado em Tua Mente, um Pensamento santo que nunca deixou seu lar. Sou Teu Efeito para sempre e Tu és minha Causa para todo o sempre. Continuo a ser tal qual Tu me criaste. Ainda habito o lugar em que Tu me puseste. E todos os Teus atributos moram em mim, porque é Tua Vontade ter um Filho tão semelhante a sua Causa, que a Causa e Seu Efeito são indistinguíveis. Deixa-me saber que sou um Efeito de Deus e que, por isso, tenho o poder de criar do mesmo modo que Tu. E que é assim tanto no Céu quanto na terra. Sigo Teu plano aqui e sei que no fim Tu reunirás Teus efeitos no Céu sossegado de Teu Amor, onde a terra se desvanecerá e todos os pensamentos separados se unirão na glória na condição de Filho de Deus.

2. Vejamos a terra desaparecer hoje, primeiramente transformada e, em seguida, perdoada, inteiramente desvanecida na Vontade santa de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 326

A ideia para as práticas de hoje oferece a resposta à pergunta: "O que eu sou?". Uma pergunta extremamente necessária que cada um de nós tem de se fazer, uma vez que tudo o que vivemos e experimentamos está diretamente relacionado àquilo que pensamos ser. Vejamos a resposta da lição:

Sou um Efeito de Deus para sempre.

Como fazer que esta ideia penetre em nossa mente, se instale e permaneça de modo a não ser jamais abalada por quaisquer crenças que nos ofereça o falso eu e seu sistema de pensamento que "cria" e constrói um mundo com base em uma separação que não existe.

Praticando, talvez, como um mantra, uma oração, uma prece aquilo que nos oferece a lição? Assim:

Pai, fui criado em Tua Mente, um Pensamento santo que nunca deixou seu lar. Sou Teu Efeito para sempre e Tu és minha Causa para todo o sempre. Continuo a ser tal qual Tu me criaste. Ainda habito o lugar em que Tu me puseste. E todos os Teus atributos moram em mim, porque é Tua Vontade ter um Filho tão semelhante a sua Causa, que a Causa e Seu Efeito são indistinguíveis. Deixa-me saber que sou um Efeito de Deus e que, por isso, tenho o poder de criar do mesmo modo que Tu. E que é assim tanto no Céu quanto na terra. Sigo Teu plano aqui e sei que no fim Tu reunirás Teus efeitos no Céu sossegado de Teu Amor, onde a terra se desvanecerá e todos os pensamentos separados se unirão na glória na condição de Filho de Deus.

Esta ideia, como eu disse antes, passa ao largo das questões da ciência e das religiões, ou de quaisquer questões mundanas. Ela ensina a nos considerarmos efeitos da Causa Primeira, efeitos de Deus, Pensamentos d'Ele, que criam da mesma forma que Ele. Isto é, que criam para a eternidade e não têm absolutamente nada ver com qualquer coisa que seja temporária ou perecível. 

Por isso, podemos dizer tranquilamente:

Vejamos a terra desaparecer hoje, primeiramente transformada e, em seguida, perdoada, inteiramente desvanecida na Vontade santa de Deus.

Pois não há razão alguma para sentirmos qualquer receio com o desaparecimento da terra que vemos a partir dos sentidos do corpo e dos pensamentos daquela parte da mente que se acredita separada de tudo e de todos. Tudo o que vai desaparecer é tão somente a ilusão e todas as coisas que advêm dela. 

Vejam bem o que diz Neville, citado por Wayne Dyer em livro que leio no momento, e que tem tudo a ver com a ideia que praticamos:

É o próprio conceito de EU SOU que decide a forma e o cenário de sua existência. Tudo depende de sua atitude em relação a si mesmo; aquilo que ele não afirma como verdadeiro de si mesmo não pode despertar em seu mundo.

Assim é que, como nos diz poema de Elizabeth Barret Browning:

A terra está transbordante de céu,
E todo arbusto comum arde com Deus;
Mas só aquele que vê retira suas sandálias,
Os demais sentam a seu redor e colhem amoras. 

Às práticas?