domingo, 30 de junho de 2013

O diabo, sem exceção, é o ego de cada um


Introdução às Lições 181-200

1. Nossas poucas lições seguintes fazem questão particular de fortalecer tua disposição para tornar forte teu frágil compromisso; fundir tuas metas dispersas em uma única intenção. Ainda não se pede de ti uma dedicação total e constante. Mas, agora, pede-se que pratiques a fim de obter a sensação de paz que este compromisso unificado dará, ainda que apenas de modo intermitente. É experimentar isto que assegura que darás tua total disposição para seguir o caminho que o curso apresenta.

2. Agora, nossas lições se ajustam especificamente à ampliação de horizontes e para orientar a aproximação às barreiras particulares que mantêm tua visão reduzida e limitada demais para permitir que percebas o valor de tua meta. Agora, tentamos erguer estas barreiras, ainda que por breves momentos. As palavras, por si só, não podem transmitir a sensação de alívio que o erguer destas barreiras traz. Mas a experiência de liberdade e de paz que surge quanto desistes de teu rígido controle daquilo que percebes fala por si mesma. Tua motivação será tão aumentada que as palavras se tornam de pouca importância. Terás certeza daquilo que queres e daquilo que não tem valor.

3. E, então, começamos nossa jornada para além das palavras concentrando-nos em primero lugar naquilo que ainda impede teu avanço. A experiência daquilo que há além da defensiva permanece fora do alcance enquanto ele for negado. Ele pode estar lá, mas não podes aceitar a presença dele. Por isto, agora, tentamos ir além de todas as defesas por alguns momentos a cada dia. Não se pede nada mais do que isto, porque não é necessário nada mais do que isto. Isto será suficiente para garantir que o restante virá.

*

LIÇÃO 181

Confio em meus irmãos, que são um comigo.

1. Confiar em teus irmãos é essencial para estabeleceres e manteres a fé em tua capacidade de transcender a dúvida e a falta de uma confiança inabalável em ti mesmo. Quando atacas um irmão, deixas claro que ele está limitado por aquilo que percebes nele. Tu não olhas para além dos erros dele. Em vez disto, eles são ampliados, tornando-se barreiras a tua consciência do Ser que está além de teus próprios equívocos e além dos pretensos pecados dele bem como dos teus.

2. A percepção tem um centro de interesse. É este centro que dá coerência ao que vês. Muda este centro apenas e o que vês mudará em conformidade. Agora, tua visão mudará para dar apoio à intenção que substituiu a que tinhas antes. Tira o centro de teu interesse dos pecados de teus irmãos e experimentarás a paz que vem da fé na inocência. Esta fé recebe seu único apoio seguro daquilo que vês nos outros além dos pecados deles. Pois seus equívocos, se focalizados, são testemunhas dos teus pecados. E não transcenderás a visão deles para ver a inocência que está além.

3. Por isto, ao praticarmos hoje, deixaremos primeiro que todos estes pequenos centros de interesse deem lugar a nossa enorme necessidade de permitir que nossa inocência se torne aparente. Informamos nossas mentes que é isto, e só isto, o que buscamos por apenas um momento. Não nos importamos com nossas metas futuras. E o que vimos no instante anterior não tem nenhum interesse para nós durante este intervalo de tempo em que exercitamos mudar nossa intenção. Buscamos a inocência e nada mais. Nós a buscamos sem nenhuma preocupação a não ser o agora.

4. Um risco muito grande para o sucesso é o envolvimente com tuas metas anteriores e futuras. Estás bastante preocupado com quão radicalmente diferentes daquelas que tinhas antes são as metas que este curso defende. E também estas desanimado com a ideia deprimente e limitante de que, mesmo que sejas bem-sucedido, vais perder teu caminho mais uma vez de forma inevitável.

5. Como isto poderia ter importância? Pois o passado se foi; o futuro é só imaginário. Estas preocupações são apenas defesas contra a mudança do centro de interesse atual da percepção. Nada mais. Abandonamos estas limitações inúteis por um momento. Não olhamos para crenças anteriores e aquilo em que acreditamos já não nos incomodará. Iniciamos o período de prática com uma única intenção: olhar para a inocência interior.

6. Reconheceremos que nos desviamos desta meta, se a raiva bloquear nosso caminho sob qualquer forma. E, se nos lembrarmos dos pecados de um irmão, nosso centro de interesse limitado restringirá nossa visão e voltaremos nossos olhos para nossos próprios erros, que ampliaremos e chamaremos de nossos "pecados". Por isto, por um breve momento, sem considerar passado ou futuro, caso estes bloqueios surjam, nós os transcenderemos com instruções a nossas mentes para mudarem o centro de interesse, dizendo:

Não é para isto que quero olhar.
Confio em meus irmãos, que são um comigo.

7. E também usaremos este pensamento para nos mantermos seguros ao longo do dia. Não buscamos metas a longo prazo. Quando cada obstrução parecer bloquear a visão de nossa inocência, buscaremos apenas, por um instante, a cessação do sofrimento que o centro de interesse no pecado trará e que permanecerá, caso não seja corrigido.

8. Tampouco pedimos fantasias. Pois o que buscamos ver existe de fato. E quando nosso centro de interesse ultrapassar os erros, veremos um mundo inteiramente puro. Quando ver isto for tudo o que quisermos ver, quando isto for tudo o que buscarmos em nome da percepção verdadeira, os olhos de Cristo serão nossos inevitavelmente. E o Amor que Ele sente por nós também será nosso. Isto virá a ser a única coisa que veremos refletida no mundo e em nós mesmos.

9. O mundo, que, antes, demonstrava nossos pecados, se torna a prova de que somos inocentes. E nosso amor por todos que vemos testemunha nossa lembrança do Ser sagrado que não conhece nenhum pecado e que nunca poderia pensar em nada fora de Sua inocência. Buscamos esta lembrança ao voltarmos nossas mentes para a prática de hoje. Não olhamos nem para frente, nem para trás. Olhamos diretamente para o presente. E damos nossa confiança à experiência pela qual pedimos agora. Nossa inocência é apenas a Vontade de Deus. Neste instante nossa vontade é una com A d'Ele.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 181


"Confio em meus irmãos, que são um comigo"

As vinte ideias que vamos praticar com as lições que começam hoje, e que vamos revisar logo em seguida, marcam o fim desta primeira etapa de exercícios, o fim da primeira parte do Livro de Exercícios. 

Nunca é demais repetir o significado do movimento que fazemos com as práticas das lições desta primeira parte do Livro de Exercícios. Chegar até aqui, seja pela primeira vez, ou seja mais uma vez, ou ainda seja esta a terceira, a quarta ou a décima primeira vez, significa, como eu já disse antes, que estamos de novo mais perto da metade do ano e da metade das práticas que visam nos levar ao autoconhecimento. 

De início, aprendemos a desaprender aquilo que o mundo ensina. Para, num segundo momento, num segundo passo, começarmos a lidar com aquilo que nos fala da verdade a respeito de nós mesmos. Uma verdade que o mundo e seu sistema de pensamento só faz esconder sob as mais variadas aparências e formas. 

Para mim, digo de novo, é uma grande alegria chegar até aqui com todos vocês. Espero que isto seja apenas mais um estímulo para que continuemos juntos em nossa caminhada. Como o Curso diz em determinado ponto, há muito a se aprender [ou lembrar] e o mundo e o ensinamento do mundo só nos atrasam. 

Lembremo-nos sempre de que as práticas, dia a dia, buscam nos ensinar a ficarmos atentos à Voz por Deus, que está no interior de cada um de nós. É preciso que apuremos, pois, nossos ouvidos e que não tenhamos medo de olhar para dentro. Pois, como diz meu amigo Rivaldo Andrade:

A felicidade que bate na porta vem de fora. Do jeito que ela vem, também se vai, deixando-nos como sempre fomos, simples ser, felicidade sem limite. Quem vive só olhando para fora fecha a porta para o Eu e a felicidade de fora vem e bate, mas nunca resolve efetivamente, porque os problemas decorrem de estarmos olhando pra fora e não pra dentro. Dentro não há problema, só realização, paz perfeita sem limite. A essa paz também se dá o nome de felicidade ou amor, mas é muito mais que amor e felicidade, é REALIZAÇÃO DA PAZ PERFEITA, além de qualquer conceito mental, por maravilhoso que esse seja.

A paz original do eu, em cada um, sem diferença, é o que está descrito na bíblia como "O Reino dos Céus está dentro de vós". Até o diabo a tem, a diferença é que ele vive com a atenção voltada para a mente, sonhando com o amor e a felicidade mentais. O diabo é diabo porque vive sonhando com possibilidades, deixando a paz perfeita da realidade infinita do SI MESMO fechada atrás da porta que ele faz quando olha para suas próprias projeções, fazendo o mundo que vê fora. Este diabo é o ego de cada um, sem exceção.
 

É para voltarmos a compartilhar deste conhecimento que praticamos a ideia de hoje, que quer que aprendamos a devolver as bênçãos que recebemos de cada um daqueles com quem dividimos nosso estar-no-mundo e que, como nós mesmos, são a manifestação do divino para nos iluminar e para nos mostrar aspectos de nós mesmos que não podemos ver sozinhos.

Às práticas?

OBSERVAÇÃO: 

Caros, caras, 

a partir de hoje vou estar fora de São Paulo, com acesso limitado à internet em vários dias de minha viagem.

Os comentários às lições foram programados para a publicação diária durante o período em que ficarei fora. Muitos deles são comentários requentados e alguns quase que repetições literais dos comentários feitos anteriormente.

Espero que lhes sirvam de estímulo para as práticas, mesmo lhes parecendo conhecidos e, talvez, até mesmo por isso. Pois nunca sabemos que palavra, que comentário, que texto ou que lição vai despertar em nós a centelha divida e fazer que o fogo interior arda de maneira permanente para aquecer nossos dias.

Caso alguém se sinta tentado a um comentário, a um depoimento ou a uma contribuição, por favor, fique à vontade. E se achar que é preciso receber alguma réplica ao que disse, fique tranquilo, que vou continuar a acessar o blogue e, tão logo seja conveniente e possível, hei de dar uma palavra a respeito.

A todos, paz e bem!

Moisés

sábado, 29 de junho de 2013

Para nos libertarmos das prisões do ego


LIÇÃO 180

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (169) Vivo pela graça. Pela graça me liberto.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (170) Não há nenhuma maldade em Deus e nenhuma em mim.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 180

"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Hoje encerramos esta nossa quinta revisão, com a prática das duas últimas ideias das vinte que praticamos há pouco: Vivo pela graça. Pela graça me liberto. E: Não há nenhuma maldade em Deus e nenhuma em mim. É com o pensamento: Deus é só Amor e, por isto, eu também, que envolvemos cada uma delas para as práticas.

Estas duas,que revisamos hoje, particularmente, são ideias que podem nos levar, e de fato nos levam, a questionar a lógica enviesada do ego, além de nos oferecerem a perspectiva de um caminho mais suave e tranquilo, para uma jornada sem sobressaltos na direção do autoconhecimento.

Uma jornada que vamos recomeçar amanhã. Uma jornada que vai nos levar aos últimos vinte exercícios, às últimas vinte lições desta primeira parte, em que praticamos para desaprender aquilo que o mundo nos ensinou a partir do sistema de pensamento do ego. E à última das revisões para, então, passarmos à segunda parte do Livro de Exercícios e às lições que vão nos oferecer a percepção correta, a partir da visão do Espírito Santo.

As práticas de hoje ensinam, ou buscam nos fazer relembram de que é pela graça que vivemos e de que é também por ela que podemos nos libertar das prisões que o ego inventou para um ser que não reconhecemos em nós, um ser que, na verdade, não tem nada a ver com o que somos. 

Pratiquemos, pois, para alcançar a paz e a alegria, para iluminar a verdade a nosso próprio respeito: Alegremo-nos por reconhecer que esta ideia apaga para sempre toda e qualquer possibilidade de acreditarmos que há qualquer traço de maldade em Deus, em nós mesmos ou no mundo.

Deixemo-nos, portanto, envolver pela graça e pelo Amor em nossas práticas de hoje. Não há nada a temer.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Amor independe de qualquer coisa que façamos


LIÇÃO 179

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (167) Há uma só vida e é esta que compartilho com Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (168) Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 179


"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Esta ideia que envolve todos os pensamentos das lições que revisamos é o que nos define. É ela que assegura nossa condição de Filhos de Deus, que é só Amor e, por esta razão, nos garante a condição de filhos do Amor que não finda nunca e que ultrapassa a lógica e a necessidade de se lhe atribuir uma razão. Ou razões outras quaisquer, ou quaisquer outros motivos e explicações, que não apenas o Amor pelo amor em si mesmo.

As ideias que revisamos hoje, envoltas na ideia que destacamos, são: Há uma só vida e é esta que compartilho com Deus. E: Tua Graça me é dada. Eu a reivindico agora. E a prática de ambas pode nos levar para mais perto de re-conhecer o que somos, na Verdade.

O Amor - o nosso, o que somos, e o de Deus, que é só o que Ele é e que é só o que nós somos - independe de qualquer coisa que façamos [Lembram do "tu não precisas fazer nada"?]. Ele não cresce de qualquer coisa que alguém nos dá ou dá a Deus. Se fosse assim, o Amor flutuaria ao sabor dos gestos de alguém. "Teria razões e explicações. Se um dia nos faltassem os gestos", ou se eles faltassem a Deus, o Amor morreria "como flor arrancada da terra", para me valer mais uma vez de uma fala de Rubem Alves.

Para ele, repetindo o que disse nos anos anteriores, "nada mais falso do que o ditado popular": amor com amor se paga. Pois, diz ele, "amor é estado de graça e com amor não se paga. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa floresce porque floresce, eu te amo porque te amo". E Deus nos ama porque nos ama, porque "Deus é só Amor".

Ou, voltando mais uma vez ao poeta Carlos Drummond de Andrade, como já fiz antes: "Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge e a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo...".

Estes são pensamentos que podem enriquecer nossa reflexão de hoje, levando-nos a olhar para as ideias que revisamos com a mente e os corações cheios de gratidão pela vida que compartilhamos com Deus e pela graça do Amor que Ele é e nos dá para sermos com Ele, n'Ele, sem pedir nada em troca. 

Às práticas?

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Desaprender e abandonar o ensinamento do mundo


LIÇÃO 178

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (165) Que minha mente não negue os Pensamentos de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (166) Eu estou encarregado das dádivas de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 178


"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

As ideias que revisamos hoje fazem parte daquelas que, de acordo com o Curso, têm por objetivo é ajudar-nos a desaprender e a abandonar os ensinamentos do mundo. São elas: Que minha mente não negue os Pensamentos de Deus. e Eu estou encarregado das dádivas de Deus. E praticamos envolvendo-as no pensamento: Deus é só Amor e, por isto, eu também.

O desaprender e abandonar os ensinamentos do mundo pede que deixemos de dar ouvidos ao ego, à falsa identidade que pensamos ter e que não tem nada a ver com aquilo que somos na verdade. Isto é, quando nos voltamos para o falso eu - o ego - acreditando no que ele diz e no pretenso poder que ele diz ter para nos ajudar a enfrentar o mundo e sair vencedores, o que fazemos, na realidade, é negar os Pensamentos de Deus. Pois o ego só existe quando acreditamos que nossa mente se pode dividir e existir separada da Mente de Deus.

Quando damos crédito à orientação do ego, reforçamos a crença na separação e nos sentimos perdidos, vítimas de um mundo imenso e ameaçador, onde o perigo, a doença e a morte se escondem em cada encruzilhada, em cada beco, em cada ponto dos caminhos pelos quais precisamos passar. Mais ainda. Os outros são todos nossos inimigos prontos a nos atacar e matar, para tirar proveito do pouco que temos, esquecidos de que somos nós - cada um de nós é - os encarregados de todas as dádivas de Deus e de que nada nos falta e que nada nem ninguém pode tirar proveito de nada que tenhamos. E esquecidos também de que só temos, de fato, aquilo que damos. 

Em nossa loucura chegamos ao ponto de rezar para que Deus nos dê algumas coisas, ou que afaste de nós os males que Ele nunca criou e nem sabe que existe, uma vez que ele apenas diz SIM a tudo o que escolhemos. 

Joel Goldsmith, sim, ele mais uma vez, diz que para se chegar à verdadeira oração precisamos nos perguntar: "dou crédito a meus olhos [ou a qualquer dos meus sentidos], ou dou crédito aos místicos do mundo [à Voz por Deus em meu interior], àqueles que, pelo contato intuitivo com Deus, tiveram a revelação de que o mal no mundo não existe como uma realidade, e [de] que não há nenhuma lei de pecado e [de] enfermidade"?

Para ele, a oração verdadeira, a única que podemos fazer e que é eficaz, consiste em buscarmos aumentar em nós o desejo de nos tornarmos conscientes da realidade da presença de Deus. A única realidade que existe. A única presença que conta.

Lembremo-nos, então, novamente de Guimarães Rosa que, citado outras vezes, diz: "Os olhos [e os sentidos todos, de forma geral] são a porta do engano; duvide deles..."

É para isso que praticamos. 

Às práticas?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A liberdade está em abandonar a crença na morte


LIÇÃO 177

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (163) Não há morte. O Filho de Deus é livre.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (164) Agora somos um com Aquele Que é nossa Fonte.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 177



"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Revisamos hoje as seguintes ideias: 1) Não há morte. O Filho de Deus é livre. 2) Agora somos um com Aquele que é nossa Fonte. Envolvemos ambas com o pensamento que as ilumina e enriquece: Deus é só Amor e, por isto, eu também.

Lembrando de algo a respeito do que já falamos outras vezes, muitas, é interessante pensar, mais uma vez, que uma ideia complementa a outra e lhe dá sentido, mesmo raciocinando nos termos da lógica do ego. Pois toda a nossa prisão depende do fato de acreditarmos no ego, quando ele nos diz que nossa liberdade só é possível na morte. Para sermos livres é preciso que abandonemos a crença na morte.

Logo, a se acreditar que a morte não existe, conforme diz Curso, contrariando a crença do ego, podemos ser livres. Mais ainda, lembrando de uma das ideias que revisamos ontem, se ainda somos como Deus nos criou, e se as ideias não deixam sua fonte, é bem possível acreditar que agora somos um com Aquele Que é nossa Fonte. Não lhes parece? 

Só a ilusão pode morrer. Isto é, o corpo, a casa do ego, que é o que o falso eu quer que acreditemos que somos.

E, repetindo uma pergunta já feita antes, quem é o Filho de Deus a não ser cada um de nós mesmos, na verdade?

Ora, o Curso, como já sabemos - ou deveríamos saber -, sem sombra de dúvida, nos oferece toda a orientação de que precisamos para passarmos a viver o que somos, sem medo. Mormente se nos deixarmos envolver pelas ideias que ele nos oferece, sem resistências, certos de que a Voz por Deus [a que só podemos ter acesso, voltando-nos para o interior de nós mesmos] - que sabe qual é a Vontade d'Ele para nós -, nos garante que a Vontade de Deus e a nossa são uma única e mesma vontade.

Envolvendo, então, as ideias para as práticas de hoje no pensamento de que Deus é só Amor e que, por isto, é só Amor que somos também, vamos aproveitar ainda para incluir em nossa reflexão algumas das ideias que já praticamos e que podem mais facilmente nos libertar de tudo aquilo que a crença na separação gera. Entre elas: Acima de tudo eu quero ver [as coisas de modo diferente], Deus vai comigo aonde eu for, Não há nada a temer e Eu sou como Deus me criou.

Às práticas?

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quem acredita que o outro pode nos abençoar?


LIÇÃO 176

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (161) Dá-me tua bênção, Filho santo de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (162) Eu sou como Deus me criou.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 176



"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Esta ideia é a que deve envolver, em nossas práticas de hoje, as ideias que revisamos: Dá-me tua bênção, Filho santo de Deus e Eu sou como Deus me criou. Duas ideias de grande importância para chegarmos ao aprendizado da percepção correta: a do Espírito Santo em nós. 

A quem podemos imaginar que pedimos a bênção  A quem, senão a cada uma das pessoas que povoam nosso mundo? Mas acreditamos que elas nos podem abençoar? Somos capazes de vê-las como o Filho santo de Deus, depois de todas as características, qualidades e defeitos, que lhes atribuímos, acreditando de maneira equivocada no falso eu - o ego do Curso - e em seus conselhos baseados na crença em uma separação que, na verdade, nunca existiu?

A segunda ideia que revisamos talvez se revele o melhor caminho para voltarmos a ver cada uma das pessoas que povoam nosso mundo como o Filho santo de Deus. Pois, se acreditarmos que ainda somos como Deus nos criou, vai ser impossível vê-las de modo diferente. Não acham?

Rubem Alves, em uma de suas crônicas, diz que, no ego, nosso desejo é sempre o de "engaiolar o outro e levá-lo pelos caminhos que são nossos. Isso vale para tudo: marido-mulher, pai-filha, mãe-filho, patrão-empregado, professor-aluno...". Mas há uma saída, ainda de acordo com ele, "que sugere a possibilidade de uma relação sem gaiolas", está em "um pequeno poema de [Fritz] Perls":

Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender
às suas expectativas.
E você não está neste mundo para atender
às minhas expectativas.
Eu faço a minha coisa.
Você faz a sua.
E quando nos encontramos.
É muito bom.


As práticas das ideias que revisamos hoje, envoltas na ideia de que também somos amor porque Deus é só Amor, podem nos levar à compreensão de que, de fato, ainda somos como Deus nos criou e de que todas as pessoas que se apresentam a nós em qualquer ocasião de nossas vidas são o Filho santo de Deus que veio para nos abençoar. Mesmo que de uma forma que ainda não somos capazes de compreender. 

Lembram-se da primeira lei espiritual que se ensina na Índia: "a pessoa que vem [sempre, em qualquer circunstância, em qualquer situação] é a certa"?

Este comentário, até aqui, há de lembrar os que seguem o blogue há algum tempo, é praticamente o mesmo que fiz para esta mesma lição nos últimos anos.

Vou acrescentar apenas uma observação a respeito da necessidade de abandonarmos qualquer impressão que tenhamos de conhecer alguém, se o conhecemos somente a partir da aparências, se não formos capazes de olhar para o que está além do corpo, como ensina o Curso.

Quem, além do Curso, chama a atenção para isso é Joel Goldsmith, que diz:

"Até agora conheceste a teus amigos, parentes, pacientes e alunos como seres humanos, alguns bons e outros maus. De hoje em diante não deverás mais conhecê-los como bons nem maus; deverás conhecê-los como seres espirituais. É tão errado conhecer um homem como sendo bom, quanto conhecê-lo como sendo mau. É tão errado considerar um homem rico, quanto considerá-lo pobre. Não deves conhecer a nenhuma pessoa como boa ou má, segundo a carne [a forma, o corpo]. Doravante deves conhecê-la como a Cristo."

Às práticas?


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Chegar à felicidade exige que se vá na direção dela


LIÇÃO 175

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (159) Dou os milagres que recebo.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (160) Estou em casa. O medo é o estranho aqui.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 175


"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Hoje, vamos revisar mais dois pensamentos das lições recentes com o intuito de nos aproximarmos cada vez mais da nova fase da compreensão que está logo adiante, a nossa espera, na segunda parte do Livro de Exercícios. São eles: Dou os milagres que recebo. e Estou em casa. O medo é estranho aqui. Envolvemos a ambos na ideia: Deus é só Amor e, por isto, eu também.

Da mesma forma que em anos anteriores, vou convidá-los a explorar a lição de hoje, para que cheguemos às práticas tendo em mente dois pontos do último capítulo do livro texto, que têm muito a ver com o que revisamos e dizem o seguinte:

Não penses que por acaso se encontra a felicidade seguindo uma estrada que se afaste dela. Isto não faz nenhum sentido e não pode ser o caminho. Para ti, que pareces achar este curso difícil demais para aprender, deixa-me repetir que para atingires uma meta tens de ir na sua direção, não na direção contrária. E toda estrada que conduz a outra direção não beneficiará o objetivo a ser alcançado. Se isto é difícil de entender, então é impossível compreender este curso. Mas apenas neste caso. Pois, caso contrário, ele é apenas um ensinamento básico do óbvio [T-31.IV.7].

Trago aos teus olhos cansados a visão de um mundo diferente; tão novo, luminoso e fresco, que tu te esquecerás da dor e do sofrimento que viste antes. No entanto, essa é uma visão que deves compartilhar com todos que vires, pois do contrário não a contemplarás. Dar essa dádiva é o modo de torná-la tua [T-31.VIII.8:4-6]. 

Uma última observação a respeito da necessidade do compromisso com os exercícios e da razão pela qual o Curso nos oferece as lições para as práticas, valendo-me das palavras de Bhagwan Shree Rajneesh: "Um compromisso é um ponto sem retorno... tudo o que é lindo na vida vem através de um compromisso." Ou ainda, "o comprometimento [nos] leva ao próprio centro das coisas". 

Às práticas?

domingo, 23 de junho de 2013

Conhecer o vício permite que nos livremos dele


LIÇÃO 174

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (157) Quero entrar na Sua Presença agora.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (158) Hoje aprendo a dar como recebo.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 174


"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Posso repetir o comentário que fiz para esta lição nos últimos anos? Alguém se incomoda de lê-lo mais uma vez? Acho que sempre é possível olhar de modo diferente e aprender coisas novas, mesmo com a leitura de algo que já lemos anteriormente. E depois quem, de fato, lembra o que eu disse?

Então, vejamos a razão por que acho que vala a pena republicá-lo. Ao relê-lo, hoje, mantenho a impressão de que ele continua a ser pertinente e a de que pode nos levar a aprofundar a reflexão a respeito das duas ideias que revisamos hoje.

As ideias que revisamos neste dia: Quero entrar na Sua Presença agora. e Hoje aprendo a dar como recebo. - ambas envolvidas pela ideia de que Deus é só Amor e, por isto, eu também. levam-nos a refletir acerca das escolhas que fazemos a todo instante, a maior parte das vezes de forma inconsciente, porque os efeitos delas fazem que nos perguntemos com frequência, como Paulo, em uma das cartas nos Evangelhos, se não estou enganado, "por que faço o mal que não quero, e não o bem que quero"?

Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Silêncio, diz o seguinte: "O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por que, apesar de você querer, paz, alegria e amor, não consegue suportar a paz, a alegria e o amor por muito tempo. Você diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz".

Eis aí a questão! Estamos viciados no ego. E, embora digamos a nós mesmos muitas vezes que queremos algo diferente,  nós o dizemos apenas da boca para fora, de forma irrefletida e inconsciente, porque ainda não sabemos, de fato, o que queremos. E temos muito medo de escolher errado. E mais medo ainda de escolher certo.

O que nos resta fazer, então? Aprender mais a respeito de nosso vício, para trazê-lo à consciência e reconhecer todos os efeitos de sua presença em nossa vida. Conhecê-lo é que vai permitir que nos livremos dele. Pois, ainda de acordo com Tolle, no mesmo livro, nossa infelicidade não vem dos fatos da vida, mas do condicionamento de nossas mentes.

As práticas diárias das ideias que o Curso nos oferece, bem como outras práticas que busquem nos pôr em contato com nós mesmos, com o Ser, com o divino em nós, são um remédio milagroso para eliminar o vício que aprendemos com o mundo, eliminando também, por consequência, todos os seus efeitos e permitindo que experimentemos a paz de Deus.

Duvidam? Todos nós já passamos por uma situação na qual "perdemos as estribeiras", isto é, uma situação em que reagimos de uma forma que nos surpreende por completo. Ao relatá-la, depois de passado algum tempo, costumamos dizer: "aquilo me deixou completamente fora de mim". Na verdade, salvo alguns "instantes santos" é assim que vivemos no ego a maior parte do tempo. E dizemos também: "quando caí em mim" percebi o estrago, mas já era tarde demais.

O que significa "estar fora de si", senão inconsciência, não estar no agora, não estar presente por inteiro na situação, não estar em Deus? E "cair em si" não é a mesma coisa que recobrar a consciência, estar presente, estar em Deus, na Sua Presença?

Aproveitemos, pois, as ideias das práticas da revisão de hoje para "entrar na Sua Presença", aprender a ficar Nela e a compartilhá-la com todos aqueles a quem vamos encontrar neste dia, oferecendo-lhes a Presença, da mesma forma que A recebemos. 

sábado, 22 de junho de 2013

Se não consentirmos, nem Deus pode nos ajudar.


LIÇÃO 173

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (155) Recuarei e permitirei que Ele mostre o caminho.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (156) Caminho com Deus em perfeita santidade.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 173


"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

As ideias: Recuarei e permitirei que Ele mostre o caminho. e Caminho com Deus em perfeita santidade. são as que revisamos nesta prática, envolvendo-as na ideia de que Deus é só Amor e, por isto, eu também.

Na prática, o que estas ideias podem fazer por nós é mostrar-nos a importância da entrega. Isto é, como o Curso ensina, não precisamos fazer nada. Mais do que não fazer nada, precisamos aprender a não atrapalhar o plano de Deus.

Não sabemos nada, não temos capacidade de decidir nada com base em nossa percepção e em nossos sentidos. Daí a necessidade de recuarmos e de permitir que Deus faça o que há para ser feito. Do mesmo modo, mesmo quando não estamos cientes disso, caminhamos com Deus em perfeita santidade.

É interessante, importante, porém, imperativo, até, eu diria, que busquemos nos tornar conscientes da Presença de Deus em nossa vida, em nossos dias, em nossos caminhos. Caso contrário Ela não pode nos valer de nada. Sem nossa permissão, Deus não pode fazer nada por nós, uma vez que temos o mesmo poder que Ele. O poder que nos foi dado com o livre arbítrio e que nem Deus nem ninguém pode desafiar. Mas este poder não pertence à falsa imagem que fazemos de nós mesmos. Ele só se apresenta quando alinhado à Vontade de Deus para nós, que, via de regra, é a nossa própria vontade também.

Podemos pensar que sabemos o que fazer, aonde ir e o que queremos, a partir do que nos diz o falso eu - o ego do Curso. Entretanto, tudo o que alcançamos até agora não nos trouxe, nem de longe a satisfação, a paz que julgávamos que alcançaríamos ao conseguir determinada realização. Isso se dá porque, na verdade, ainda funcionamos no mundo pensando que estamos separados de Deus. Preocupados com o passado, um tempo que já não existe, ou com o futuro, que ainda não existe.

Precisamos aprender, e ter sempre em mente, na medida do possível, que tudo o que podemos fazer é apenas o que fazemos agora, neste momento, no presente. Do mesmo modo, Goldsmith, falando da natureza de Deus afirma que "o que Deus não está fazendo agora mesmo não o poderá fazer nunca e ninguém o pode levar a fazê-lo". 

Ele diz que "nunca houve um tempo em que Deus não existisse e, mesmo da limitada perspectiva do olhar humano, isso significa que também nunca haverá um tempo que Deus vai deixar de existir. Desta convicção nasce a consciência de que Deus é eterno. Da mesma forma não há nenhum lugar em que Deus não exista".

Em sintonia com a primeira das ideias que revisamos, Goldsmith diz que "quem compreende a natureza de Deus não pode nunca lhe pedir coisa alguma. Sabe que Deus só pode doar a Si Mesmo e este dom é suficiente para todas as nossas necessidades. Um Deus diferente deste é uma fábula inventada pelos homens".

Assim é que podemos pensar e praticar também a segunda das ideias para a revisão de hoje, com a convicção de que tudo o que podemos fazer é nos permitirmos caminhar com Deus "em perfeita santidade", uma vez que, como já vimos em lição anterior, Deus vai conosco aonde formos. Entretanto, é preciso que autorizemos, que queiramos sentir e viver a experiência da Presença. Se não manifestarmos nossa concordância, recuando em nosso desejos baseados no sistema de pensamento do ego, nem Deus pode nos ajudar. 

Ás práticas?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

É apenas nossa percepção que precisa de cura



LIÇÃO 172

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (153) Minha segurança está em ser sem defesas.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (154) Eu estou entre os ministros de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 172

"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Revisamos hoje mais duas ideias das práticas recentes, envolvendo-as na frase: Deus é só Amor e, por isto, eu também, que, de certa forma, espelha também o significado das outras que são: Minha segurança está em ser sem defesas e Eu estou entre os ministros de Deus.

Como sabemos, estas duas ideias são da maior importância para a nova fase de compreensão que nos espera, da qual o Curso fala na introdução a este período. Uma fase a que podemos chamar de fase da percepção curada, ou a percepção correta, baseada na forma de olhar do Espírito Santo em nós.

Vamos, pois, nos valer de mais um exemplo do livro A Arte de Curar pelo Espírito, de Joel Goldsmith, que trata também de nos ensinar o modo de curar nossa percepção, contaminada pelo sistema de pensamento do mundo, por se basear na crença em que estamos todos separados de Deus.

Para ele, o tratamento espiritual, ou a cura espiritual, não envolve nada mais do que a cura de nossa própria percepção. Isto é, o curador tem apenas de curar sua percepção individual para perceber claramente que nada do que está aparentemente "errado" em seu mundo existe de fato. 

Ao praticar para a cura da própria percepção, o curador aprende que, à medida que sua percepção muda, o mundo também muda, o que é sinal de que o mundo só existe a partir do que pensamos dele. E que existem tantos mundos quantas são as pessoas que pensam em um mundo. Ora, é claro que um número infinito de mundo é inconciliável com qualquer desejo que qualquer um tenha de afirmar que apenas seu mundo é verdadeiro.


Tanto Goldsmith, quanto o Curso, com o conceito de Expiação - ou o desfazer do erro -, ou o ho'oponopono percebem que, se a necessidade de cura ou o pedido de cura se apresentou à consciência do curador, do doente, ou de qualquer pessoa que seja, tudo o que se pode fazer é buscar limpar aquela parte da consciência, da mente, que inventou ou deu realidade ao engano, acreditando estar separada de Deus. Assim, é Goldsmith que diz:

Se não te dirigires a Deus por uma razão única - unicamente por causa de Deus - então admites a existência de dois poderes, o Bem e o Mal, e esperas que Deus, o grande Poder benéfico, empreenda algo contra o outro Poder, o maléfico. Não terás paz nem sossego enquanto viveres na expectativa de um Deus, grande e poderoso, que deva fazer algo contra o erro.

Uma expectativa desse tipo tão-somente reforça a ideia de dualidade, a crença na separação. Como eu já disse outras vezes, há uns poucos passos simples, que precisamos dar para nos livrarmos de qualquer aparente mal que se nos apresente. O primeiro é reconhecer que nós o inventamos. O segundo é acolher o que se apresenta. Por fim, precisamos apenas agradecer por ele ter se apresentado da forma com que se apresentou para, se for o caso, podermos fazer uma nova escolha, em sintonia com o divino em nós. Aí encontraremos a paz. 

Às práticas?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Qual é tua disposição para dar o que o Curso pede?


REVISÃO V

Introdução

1. Agora revisamos mais uma vez. Desta vez estamos prontos para oferecer mais esforço e mais tempo àquilo que empreendemos. Reconhecemos que nos preparamos para outra fase da compreensão. Queremos dar este passo por completo, para podermos ir adiante de novo mais seguros, com mais sinceridade, com a fé mantida de forma mais convicta. Nossos passos não foram firmes e as dúvidas nos fizeram caminhar de modo insegura e lento pela estrada que este curso apresenta. Mas agora nos apressamos, pois nos aproximamos de uma certeza maior, de um propósito mais firme e de uma meta mais garantida.

2. Pai, firma nossos pés. Permite que nossas dúvidas se calem e que nossas mentes santas silenciem e fala conosco. Não temos nenhuma palavra para Te oferecer. Queremos apenas escutar Tua Palavra e fazê-la nossa. Orienta nossa prática tal qual um pai guia uma criancinha ao longo de um caminho que ela não compreende. Mas que segue, certa de que está a salvo porque seu pai lhe mostra o caminho.

3. Por isto trazemos nossa prática a Ti. E, se tropeçarmos, Tu nos erguerás. Se esquecermos o caminho, contamos com Tua lembrança certa. Nós nos desviamos, mas Tu não esquecerás de nos chamar de volta. Apressa nossos passos agora, para podermos mudar de modo mais seguro e rápido em Tua direção. E aceitamos a Palavra que Tu nos ofereces para unificar nossa prática, enquanto revisamos as ideias que Tu nos deste.

4. É esta a ideia que deve preceder os pensamentos que revisamos. Cada um apenas esclarece algum aspecto desta ideia ou a ajuda a ser mais significativa, mais pessoal e verdadeira e descreve melhor o Ser santo que compartilhamos e que agora nos preparamos para conhecer mais uma vez:

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

Só este Ser conhece o Amor. Só este Ser é completamente coerente em Seus Pensamentos; conhece Seu Criador, compreende a Si Mesmo, é perfeito em Seu conhecimento e em Seu Amor e não muda nunca de Seu estado permanente de união com Seu Pai e Consigo Mesmo.

5. E é isto que espera para nos encontrar ao final da jornada. Cada passo que damos nos leva um pouco mais perto. Esta revisão vai reduzir o tempo de forma imensurável, se conservarmos em mente que esta continua a ser nossa meta e que, enquanto praticamos, é disto que nos aproximamos. Elevemos nossos corações do pó à vida, ao nos lembrarmos de que isto nos foi prometido e de que este curso foi enviado para abrir o caminho da luz para nós e para nos ensinar, passo a passo, como voltar ao Ser eterno que pensávamos ter perdido.

6. Eu faço a jornada contigo. Pois compartilho de tuas dúvidas e medos por algum tempo, para poderes vir a mim que reconheço a estrada pela qual todos os medos e dúvidas são vencidos. Nós caminhamos juntos. Eu tenho de compreender incerteza e dor, embora saiba que elas não têm nenhum significado. Porém, um salvador tem de permanecer com aqueles que ensina, vendo o que veem, mas conservando ainda em sua mente o caminho que o conduziu para fora e que, agora, vai te conduzir para fora com ele. O Filho de Deus é crucificado até caminhares ao longo da estrada comigo.

7. Minha ressurreição vem novamente toda vez que conduzo um irmão em segurança até o lugar em que a jornada termina e é esquecida. Eu me renovo toda vez que um irmão aprende que há uma saída para a infelicidade e para a dor. Eu renasço toda vez que a mente de um irmão se volta para a luz em si mesmo e me procura. Eu não esqueço ninguém. Ajuda-me agora a te conduzir de volta para onde a jornada começou, para fazeres outra escolha comigo.

8. Libera-me enquanto praticas mais uma vez as ideias que eu trouxe para ti, d'Aquele Que vê tua amarga necessidade e conhece a resposta que Deus Lhe deu. Revisamos juntos estas ideias. Juntos dedicamos nosso tempo e esforço a elas. E, juntos, as ensinaremos a nossos irmãos. Deus não quer ter o Céu incompleto. O Céu espera por ti do mesmo modo que eu. Eu sou incompleto sem tua parte em mim. E, quando me torno íntegro, vamos juntos ao nosso antigo lar, preparado para nós antes do tempo existir e mantido inalterado pelo tempo, imaculado e seguro, tal como será quando, enfim, o tempo acabar.

9. Deixa, então, que esta revisão seja a tua dádiva para mim. Pois é só isto que eu preciso; que ouças as palavras que digo e as ofereças ao mundo. Tu és minha voz, meus olhos, meus pés, minhas mãos, pelas quais eu salvo o mundo. O Ser do qual te chamo é apenas o teu próprio Ser. Vamos a Ele juntos. Toma a mão de teu irmão, pois este não é um caminho que percorremos sozinhos. Eu caminho contigo nele e tu comigo. Nosso Pai quer que Seu Filho seja um com Ele. Que vidas, então, não têm apenas de ser unas contigo?

10. Deixa que esta revisão venha a ser um momento em que compartilhamos uma experiência nova para ti, uma experiência, porém, tão velha quanto o tempo e ainda mais velha. Santificado o teu Nome. Tua glória imaculada para sempre. E tua totalidade agora completa do modo que Deus a criou. Tu és Seu Filho, que completa Seu estender-Se em ti mesmo. Nós praticamos apenas uma verdade antiga que conhecíamos antes que a ilusão parecesse reivindicar o mundo. E lembramos ao mundo que ele fica livre de todas as ilusões cada vez que dissermos:

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

11. Com isto começamos cada dia de nossa revisão. Com isto começamos e terminamos cada período do momento da prática. E com esta ideia adormecemos, para despertar mais uma vez com estas mesmas palavras em nossos lábios para saudar mais um dia. Não deixaremos de envolver com ela nenhum dos pensamentos que revisamos e usaremos o pensamento para mantê-la diante de nossas mentes e para mantê-la claramente em nossa lembrança ao longo de todo o dia. E, assim, quando terminarmos esta revisão, reconheceremos que as palavras que dizemos são verdadeiras.

12. As palavras, contudo, são apenas recursos e devem ser usadas, exceto no início e no fim dos períodos de prática, apenas para lembrar à mente de seu propósito, caso necessário. Colocamos fé na experiência que vem da prática, não no meio que utilizamos. Esperamos a experiência e reconhecemos que só nela está a convicção. Usamos as palavras e tentamos várias vezes ir além delas, até seu significado, que está muito além de seu som. O som se torna indistinto e desaparece, quando nos aproximamos da Fonte do significado. É Aí que achamos descanso.

*

LIÇÃO 171

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (151) Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (152) O poder de decisão é meu.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 171


"Deus é só Amor e, por isto, eu também."

Como é normal fazer quando se está em algum Curso, neste também paramos a cada período para revisar. É o que fazemos, a partir de hoje, pelos próximos dez dias. 

Voltamos nossa atenção a cada dia para duas das últimas vinte ideias que praticamos, envolvendo cada uma delas com o pensamento: Deus é só Amor e, por isto, eu também.

Aproveito para compartilhar com vocês, a partir do livro A Arte de Curar pelo Espírito, de Joel S. Goldsmith, uma  forma talvez um pouco mais fácil de se entender, todo o ensinamento do Curso que frequentamos. 

É claro que vamos revisar durante dez dias apenas as últimas vinte lições que praticamos. Porém, ao revisá-las, temos de ter em mente todas as lições praticadas antes. Mesmo quando não nos lembramos delas, podemos ter certeza de que, se as praticamos do modo que o Curso orienta, elas estão conosco.

Apenas por isso gostaria de fazer uma observação a respeito dos primeiros exercícios do Curso. Alguém se lembra? Os primeiros são aqueles mais "chatinhos", aparentemente mais "sem sentido" e mais "aborrecidos". Na verdade, eles têm uma importâncias descomunal, pois servem para revelar [a quem estiver disposto a ver] quão forte é nosso apego à hipnose coletiva do mundo.

Quanto mais forte é nossa resistência a eles, tanto mais isso é revelador de nossa falta de disposição para seguir o caminho na direção do qual nos orienta o Curso. A resistência que se apresenta aos primeiros exercícios é, de fato, motivada por aquilo que o ego identifica como a primeira ameaça a sua soberania no interior de nossa mente dual, dividida, estilhaçada por milhares de interesses que não têm nada a ver com aquilo que realmente somos.

E é só por esta razão que nos recusamos ou resistimos a praticar as primeiras ideias do livro de exercícios, que nos ensinam a perceber que nada daquilo que vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos ou provamos via sentidos, neste ou deste mundo, tem nenhum valor em si mesmo, a não ser aquele que nós mesmos damos. Na maior parte do tempo equivocados por acreditar em alguma das coisas que o mundo nos ensina.

À medida que avançamos pelas lições e nos entregamos às práticas conforme o Curso orienta, fica mais fácil perceber, ou ao menos ter um vislumbre daqueles ensinamentos do mundo de que o Curso tenta nos libertar. Para que possamos, como diz Goldsmith em seu livro, saber, em relação às limitações que aceitamos como imposições do mundo, que:

"Nenhuma dessas limitações existe realmente. São simples imagens da minha mente, meras aparências; a verdade, porém, é que o reino de Deus, o reino da vida eterna e da harmonia universal está dentro de mim. Nada tenho de alcançar: tudo já está presente em mim. Por isso posso voltar-me para dentro de mim e gozar a realidade do reino, aqui e agora." 

Que lhes parece começar um novo período de revisão com esta perspectiva: a de que quaisquer limitações que o mundo aparentemente nos impõe, ou que nós mesmos, sob influência do falso eu, nos impomos não existem de fato, a não ser como ideias equivocadas em nossa mente?

Isto pode verdadeiramente revelar que todas as coisas são ecos da Voz por Deus e que todo o poder de decisão é nosso, de cada um de nós. E nos fazer ver que Deus é só Amor e, por isto, nós também.

Às práticas?