sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Reconhecer o ódio para poder escolher o amor


LIÇÃO 244

Eu não corro perigo em nenhum lugar do mundo.

1. Teu Filho está seguro em qualquer lugar que esteja, porque Tu estás lá com ele. Ele só precisa chamar Teu Nome e se lembrará de sua segurança e de Teu Amor, pois são uma coisa só. Como ele pode ter medo ou duvidar ou deixar de saber que não pode sofrer, ficar em perigo ou experimentar a infelicidade, quanto pertence a Ti, amado e amoroso, na segurança de Teu abraço Paterno?

2. E, na verdade, é aí que estamos. Nenhuma tempestade pode alcançar o abrigo bendido de nosso lar. Estamos seguros em Deus. Pois o que pode vir a ameaçar o Próprio Deus ou amedrontar aquilo que será uma parte d'Ele para sempre?

*

COMENTÁRIO:

A ideia para as práticas desta sexta-feira,  dia 31 de agosto, complementa e expande a ideia de que nos valemos na segunda-feira: O medo não se justifica de nenhuma forma [lição 240]. Ela convida a todos e a cada um de nós a um mergulho interior para buscar trazer à tona aquilo que ainda nos assusta, aquilo que, por alguma razão, reprimimos e que, agora, nos impede de viver a liberdade, a alegria e a paz completas que Deus quer para nós. 

Isto está diretamente relacionado a um texto que lemos em um dos grupos de estudo nesta última terça-feira. Diz o texto: "Tua tarefa não é buscar o amor, mas simplesmente buscar e achar todas as barreiras que construíste dentro de ti contra ele. Não é necessário buscar o que é verdadeiro, mas é necessários buscar o que é falso... [pois] a paz nunca virá da ilusão do amor, mas só de sua realidade".

É preciso, portanto, que não tenhamos medo de olhar para o relacionamento especial de ódio, pois a liberdade está em olhar para ele, ainda de acordo com o texto, pois sem isso é impossível conhecer o significado do amor. Uma vez que não nos é possível limitar o ódio, é preciso que o reconheçamos ao olhar para dentro, para podermos trazê-lo à consciência e lidar com ele de forma clara. Para podermos escolher o amor, que é o que queremos, porque é o que somos.

Para tanto, como eu disse no ano passado, é preciso que nos conscientizemos de que não corremos perigo em momento algum e em lugar nenhum, nem mesmo no ponto mais profundo de nossas mentes. Não há nada em nós mesmos e em nenhum lugar do mundo que ofereça riscos àquilo que somos em Deus, com Ele. E só podemos ser n'Ele, com Ele. Pois fora d'Ele não há nada. Assim como não há nada fora de nós, conforme o Curso nos ensina.

Nem mesmo este mundo, repetindo, em que aparentemente vivemos, e que se apresenta, por vezes, tão cheio de riscos, tão imperfeito e caótico, pode oferecer nenhum perigo, pois ele não passa de sonho. Um sonho que sonhamos, pensando estar acordados, diferente daquele que sonhamos quando estamos dormindo, mas, de qualquer modo um sonho. Ou há alguém que acredite que alguma coisa daquilo que lhe mostra sua percepção é duradoura e vai se estender até a eternidade?

Se pusermos um pouco de nossa atenção naquilo que pensamos, vamos perceber que não temos medo de nada daquilo que acontece em nossos sonhos dormindo, mesmo quando o que acontece se apresenta de forma terrível e assustadora. E por que não temos medo, então? Simplesmente porque, em algum ponto de nós, sabemos que tudo o que estamos vivendo faz parte de um sonho e que logo vamos acordar em casa, em nosso quarto, em nossa cama, seguros e protegidos.

Porém, pondo ainda mais atenção a nossos pensamentos, que se multiplicam de forma vertiginosa a todo momento, mudando e mudando, e mudando... Passando de um ponto a outro, de um assunto a outro, de uma questão a outra, de uma pessoa a outra, de uma visão a outra, de um modo de perceber a outro. Detendo-se, às vezes, em um julgamento de nós mesmos que nos deprime e nos afasta da alegria. Tira a nossa paz para, em seguida, alegrar-se com uma bobagem qualquer, com uma piada qualquer, com um dito espirituoso de alguém.

Lembram-se da crônica de Clarice Lispector de que falei algumas vezes já aqui? "Se eu fosse eu..." É para se pensar, será que se eu fosse eu, o mundo seria o que é? [Para quem não conhece a crônica, ela está no seguinte endereço:http://cirandadeestorias.blogspot.com/ e foi publicada em 25 de maio de 2009.]

Às práticas, pois. Para descobrir que não há perigo em lugar algum do mundo e nem mesmo fora dele!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Abandonar a brincadeira velha e aprender uma nova


LIÇÃO 243

Não julgarei nada do que acontecer hoje.

1. Serei honesto comigo mesmo hoje. Não pensarei que já sei aquilo que tem de permanecer além de minha compreensão atual. Não pensarei que compreendo o todo a partir de fragmentos de minha percepção, que são tudo o que posso ver. Reconheço hoje que isto é verdadeiro. E, por esta razão, fico desobrigado de julgamentos que não posso fazer. Deste modo, eu me liberto e liberto àquilo que vejo para ficar em paz tal como Deus nos criou.

2. Pai, hoje deixo a criação livre para ser ela mesma. Aceito todas as suas partes, nas quais me incluo. Somos um só porque cada parte contém a memória de Ti e porque a verdade tem de brilhar em todos nós como um só.

*

COMENTÁRIO:

Voltando ao que disse nos comentários anteriores a esta mesma lição, a ideia para as práticas desta quinta-feira, dia 30 de agosto, remete imediatamente à lição de número 132: Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que ele fosse. Lembram? Uma lição de importância muito grande para a meta do desaprender aquilo que o mundo nos ensina, que praticamos durante os exercícios da primeira parte deste Livro de Exercícios.

Passadas, porém, as lições cujo objetivo era nos fazer desaprender o que o mundo ensina, voltamo-nos, desde o início desta segunda parte do livro de exercícios, para a possibilidade do aprendizado da percepção verdadeira, a percepção que nos dá o espírito em nós. 

Tratamos agora de buscar aprender verdadeiramente O que é o mundo? Aprender para que serve o mundo e qual é a nossa função nele, uma vez que escolhemos a experiência da forma e dos sentidos por algum tempo. É por isso que a pergunta que é tema desta terceira série de lições se justifica. Pois, de verdade, se formos bem honestos para com nós mesmos, não sabemos o que ele é ou para que serve. E temos sérias dúvidas acerca do que nós mesmos somos, não é?

Então, repetindo mais uma vez que o já disse antes, de que modo aprender ou apreender o significado do mundo, enquanto o mantemos preso a conceitos e pré-conceitos, porque baseados apenas na experiência de nossas percepções individuais, que mudam tantas vezes quantas mudam as posições de um ponteiro que marca os segundos em um relógio, se é que alguém ainda lembra como é um relógio com ponteiros?

A verdade é que, se, de fato, prestamos atenção às práticas da primeira parte, aprendemos que elas se destinavam a nos oferecer instrumentos e ideias para que desaprêndessemos os conceitos e pré-conceitos do sistema de pensamento que recebemos do e no mundo [do ego, do falso eu], que aprendemos ao longo do tempo. E que continuamos e continuaremos a aprender enquanto ainda influenciados por aquele sistema, vivendo esta experiência, no tempo, neste mundo.

Ora, repito, o desaprender de um sistema de pensamento por si só pode facilitar o aprendizado de outro [ou preparar para um salto a uma consciência mais abrangente]. É mais ou menos como aquela historinha zen, se vocês lembram, uma xícara cheia não pode receber mais chá do que sua capacidade, não importa o quanto continuemos a vertê-lo. Para colocar chá novo e quente é necessário esvaziá-la primeiro.

Lembremo-nos de que a ideia que praticamos hoje também tem a ver com a exortação de Jesus a que voltemos a ser como as criancinhas, não no sentido de uma regressão a um estado infantil, mas no sentido de se poder experimentar o mundo e as coisas do mundo sempre como se fora a primeira vez. 

As criancinhas não têm nenhum pré-conceito. Olham para o mundo com os olhos da inocência. E conseguem se maravilhar com as coisas mais simples, que nós já reputamos corriqueiras. A xícara de sua inteligência continua a se esvaziar depois de cada experiência. E as deixam prontas para receberem o chá da sabedoria e da informação que se lhes apresente. O tempo não tem significado para elas. Seu maravilhar-se com a vida e com as formas que a vida lhes revela é sempre novo. E se renova a cada instante, a cada experiência, a cada descoberta.

O segredo [se é que existe algum] de que nos esquecemos - por acumularmos conceitos e pré-conceitos ao longo de nossa jornada, sem os descartamos a cada passo na direção do novo - é a prontidão que as crianças têm para aprender. A capacidade que elas têm de se entregarem à experiência, à brincadeira presente, sem reservas. A capacidade de abandonar o que aprenderam anteriormente, a brincadeira anterior, para viverem apenas a do momento. E, como o Curso ensina, elas sabem naturalmente que não precisam fazer nada. Basta ser!

É a isso que as práticas de hoje, feitas de forma honesta e aberta, podem, mais uma vez, nos conduzir.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Deixando-nos guiar pelo espírito que nos anima


LIÇÃO 242

Este dia é de Deus. É meu presente a Ele.

1. Não conduzirei minha vida sozinho hoje. Eu não compreendo o mundo e, por isto, tentar conduzir minha vida sozinho só pode ser tolice. Mas há Alguém Que conhece tudo o que é melhor para mim. E Ele está contente em não fazer nenhuma escolha por mim, a não ser aquelas que levam a Deus. Dou este dia a Ele, pois não quero atrasar minha volta ao lar e é Ele Quem conhece o caminho para Deus.

2. E, então, Te damos o dia de hoje. Vimos com mentes inteiramente abertas. Não pedimos nada do que podemos pensar querer. Dá-nos aquilo que Tu queres que recebamos. Tu conheces todos os nossos desejos e todas as nossas necessidades. E Tu nos darás tudo aquilo de que precisamos para nos ajudar a encontrar o caminho para Ti.

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COMENTÁRIO:

Tudo que dou é a mim mesmo que dou. Tudo o que faço é a mim mesmo que faço. "Para ter, dá tudo a todos." "Para ter paz, ensina a paz para aprendê-la." Na verdade, todas estas frases iniciais deste comentário têm a ver com as ideias essenciais do ensinamento e também com a ideia para as práticas desta quarta-feira, dia 29 de agosto. De que modo?

Vejamos. Como diz um amigo meu, é porque Deus é onipotente que ele nos faz nem mesmo precisar dele. Ou, dizendo de outro modo, independente do que fizermos, somos e vivemos na unidade com Deus. Vivemos nele e ele em nós. Nós não existimos sem ele, mas, em contrapartida, ele também não existe sem nós.

É só quando aprendermos isso que, de fato, começaremos a compreender a grandeza que nos é própria, porque própria do próprio Deus. Assim, quando damos este dia a Deus, fazemos um presente a ele, mas também damos um presente a nós mesmos, pelo reconhecimento de que é a ele que nos dirigimos, quando nos voltamos para o interior de nós mesmos, à procura de nossa verdadeira identidade, uma vez que este voltar-se para dentro de nós mesmos significa que entendemos, reconhecemos e aceitamos que não há nada fora de nós.

Não precisamos fazer nada, como o Curso ensina, a não ser nos deixarmos guiar pelo espírito que nos anima, que é o que somos, na verdade e em Deus.

Às práticas?

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Para se libertar o mundo da percepção equivocada


 3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.

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LIÇÃO 241

A salvação chegou neste instante santo.

1. Quanta alegria há hoje! É um momento de celebração especial. Pois o dia de hoje oferece ao mundo sombrio o instante em que se dá sua liberação. Chegou o dia em que a tristeza acaba e a dor desaparece. Hoje a glória da salvação desponta sobre um mundo liberto. Este é o momento da esperança para incontáveis milhões. Eles serão reunidos agora à medida que os perdoas a todos. Pois hoje serei perdoado por ti.

2. Nós nos perdoamos uns aos outros agora e, por isto, chegamos finalmente a Ti mais uma vez. Pai, Teu Filho, que nunca partiu, volta ao Céu e a seu lar. Quão alegres estamos por ter de volta nossa sanidade e por lembrar que somos todos um só.

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COMENTÁRIO:

Nesta terça-feira, dia 28 de agosto, recebemos a terceira das instruçôes desta segunda parte do livro de exercícios, dada para orientar as práticas das próximas dez lições. O tema desta vez é: O que é o mundo?

E o que lhes parece que é o mundo, assim como o veem? Da forma com que o vemos? Será que cada um de nós o vê da mesma forma? E, se não, isto é indicador de quê? Que lhes parece? Será que se o mundo que vemos fosse, de fato, real não o deveríamos ver do mesmo modo? E, se ele não é real, o que é então?

Ilusão?

É para podermos responder a estas questões que precisamos das práticas. Pois, se o mundo é apenas uma ilusão, por que nos importamos tanto com ele? Por que há milhões de pessoas buscando vender a ideia que sustenta a necessidade de se mudar o mundo? A necessidade de torná-lo melhor, mais justo, pacífico e equilibrado?

Não será isso apenas mais uma das infinitas artimanhas do ego - o falso eu - buscando nos convencer de que o mundo traz em si algo que queremos de fato? Algo de valor, que pode nos levar na direção da alegria e da paz completas e perfeitas, que são a Vontade de Deus para nós?

Li outro dia, em algum lugar, uma frase de um mestre que dizia algo como nem mesmo um rei poderoso ou um imperador soberano pode qualquer coisa contra aquele que não deseja nada do mundo. Isto é muito significativo, eu diria, uma vez que a maior parte dos problemas que enfrentamos está relacionada a coisas que queremos do mundo, no mundo, acreditando que podemos mudá-lo, sem pensar que a mudança primeira tem de ser interior. 

Às práticas? 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Limpar as memórias de um mundo de separação


LIÇÃO 240

O medo não se justifica de nenhuma forma.

1. Medo é engano. Ele revela que tu te vês de uma forma que nunca poderias ser e, por esta razão, olhas para um mundo que é impossível. Nem sequer uma única coisa neste mundo é verdadeira. Não importa a forma com que ela possa se apresentar. Ela apenas testemunha tuas próprias ilusões acerca de ti mesmo. Não nos deixemos enganar hoje. Nós somos os Filhos de Deus. Não há nenhum medo em nós, pois cada um de nós é uma parte do Próprio Amor. 

2. Quão tolos são nossos medos! Tu permitirias que Teu Filho sofresse? Dá-nos fé hoje para reconhecermos Teu Filho e para libertá-lo. Vamos perdoá-lo em Teu Nome, para podermos compreender a santidade dele e sentir por ele o amor que é também Teu Próprio Amor.

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COMENTÁRIO:

Nossas práticas nesta segunda-feira, dia 27 de agosto, vão nos pôr em contato mais uma vez, de maneira um pouco diferente, repetindo o que eu disse também no anos passado, com uma ideia que já praticamos na primeira parte do livro de exercícios. Uma das que considero das mais importantes dentre todas as que já aprendemos, se é que se pode dizer que uma é mais importante do que outra qualquer: a ideia da lição 48, lembram?, Não há nada a temer.

Da mesma forma que precisamos limpar as memórias que nos oferecem apenas a opção de uma experiência de um mundo de separação, onde todos lutam acirradamente para encontrar seu lugar, sem se importarem com o efeito de suas ações, o que visavam as práticas da primeira parte do livro de exercícios, esta lição, neste momento vem nos dar nova perspectiva do mundo, oferecendo-nos a possibilidade de uma percepção corrigida, a partir da visão do Espírito Santo, que sabe que o medo não se justifica em nenhuma circunstância e por razão nenhuma, a menos que ainda não tenhamos aprendido que a separação é só ilusória.

Para nos libertarmos desta crença é que precisamos das práticas. São elas que vão nos dar a possibilidade de reconhecer e aceitar a responsabilidade por tudo o que se apresentar a nossa experiência. São também as práticas que vão nos permitir acolher as experiências que se apresentarem, sejam quais forem. E  ainda são as práticas que vão nos ensinar a agradecer por tudo que se apresentar e nos oferecer a possibilidade de escolher outra vez, se, e quando, for o caso. 

Às práticas?

domingo, 26 de agosto de 2012

Somos, cada um, uma das muitas pétalas da flor


LIÇÃO 239

A glória de meu Pai é minha própria glória.

1. Não deixemos que a verdade acerca de nós mesmo fique escondida hoje por uma humildade falsa. Sejamos gratos, em vez disto, pelas dádivas que nosso Pai nos concedeu. Podemos ver qualquer sinal de pecado ou culpa naqueles com quem Ele compartilha Sua glória? E é possível que não estejamos entre eles, se Ele ama Seu Filho para sempre total fidelidade, sabendo que ele é como Ele o criou?

2. Nós Te agradecemos, Pai, pela luz que brilha em nós para sempre. E nós a exaltamos porque Tu a compartilhas conosco. Somos um só, unidos nesta luz Contigo, em paz com toda a criação e com nós mesmos.

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COMENTÁRIO:

Neste domingo, dia 26 de agosto, vamos praticar o reconhecimento de que somos portadores da glória e da luz de Deus, nosso Pai, conforme já falamos antes, aproximando-nos das práticas com a verdadeira humildade, que é consentir a presença divina a toda realidade.

Vamos também, humildemente, buscar reconhecer que todos aqueles que andam pelo mundo conosco são igualmente portadores desta glória e desta luz, pois sabemos que Deus compartilha tudo de Si com todos e com cada um de Seus Filhos, na unidade de que somos parte.

Observemos, para tanto, que a "cola" natural que deve unir os membros de um grupo (seja ele de que natureza for), em meio a diversidade de dons de cada um, tem de ser "o amor de Cristo e o amor de um pelo outro. Quanto mais profunda for a unidade tanto maior o pluralismo que a comunidade [o grupo] pode absorver. A variedade dos pontos de vista e dos dons são experimentados não como ameaças às práticas e às visões de cada um, mas como enriquecimento", conforme nos ensina Thomas Keating em seu livro Um Convite ao Amor, que citei também nos comentários anteriores. 

Isso também lembra, repetindo, o que diz Mia Couto, escritor moçambicano, a respeito de Guimarães Rosa e dos motivos que o levaram [a ele, Mia] a receber uma grande influência do escritor brasileiro. Diz ele, em seu livro mais recente, E se Obama fosse africano?, que Rosa, como autor, oferece uma alternativa à "hegemonia da lógica racionalista como modo único e exclusivo de nos apropriarmos do real. A realidade é tão múltipla e dinâmica que pede o concurso de inúmeras visões. Em resposta ao to or not to be [ser ou não ser] de Hamlet o brasileiro avança outra postura: 'Tudo é e não é'. O que ele sugere é a aceitação da possibilidade de todas as possibilidades: o desabrochar das muitas pétalas, cada uma sendo o todo da flor".

Ora, o posicionamento que, tanto Keating - para se ir na direção de um raciocínio conclusivo parecido ou igual ao oferecido em comentário anterior -, quanto Mia Couto nos oferecem, só pode ser alcançado se aceitarmos como verdade a ideia que o Curso traz para as práticas de hoje, reconhecendo ao mesmo tempo, como eu disse acima, que todos aqueles que vivem no mundo conosco são igualmente portadores da glória do Pai. Isto é, somos todos e cada um "uma das muitas pétalas" e todos contemos em nós "o todo da flor".

sábado, 25 de agosto de 2012

É preciso desfazer o erro no lugar onde ele está


LIÇÃO 238

A salvação inteira depende de minha decisão.

1. Pai, Tua confiança em mim é tão grande que eu tenho de ser digno dela. Tu me criaste e me conheces com sou. E, mesmo assim, Tu puseste a salvação de Teu Filho em minhas mãos e permitiste que ela dependa de minha decisão. Tenho de ser, de fato, amado por Ti. E tenho também de permanecer imperturbável na santidade para que Tu queiras, na certeza de que ele está seguro, me entregar Teu Filho, Que ainda é parte de Ti e, ao mesmo tempo parte de mim, porque Ele é meu Ser.

2. E, por isto, mais uma vez hoje, paramos para pensar o quanto nosso Pai nos ama. E quão caro Seu Filho, criado por Seu Amor, continua sendo para Aquele Cujo Amor se torna completo nele.

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COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 25 de agosto, vamos lembrar juntamente com as práticas que o Curso nos reserva para este dia, aquilo de que falamos também no comentário feito para esta lição em anos passados: a responsabilidade total e completa que temos para com o mundo inteiro e para com tudo o que vemos e colocamos nele.Tudo aquilo que vemos aparentemente no mundo é apenas aquilo que colocamos nele. Lembram-se do livro Limite Zero, sobre o qual falamos várias vezes, e suas práticas de ho'oponopono?

Pois, como já vimos e falamos, a palavra havaiana ho'oponopono significa exatamente o que significa expiação, conforme a aprendemos no UCEM. Isto é, desfazer o erro. E desfazê-lo onde ele está: na percepção que nos diz que podemos cometer erros. No julgamento que fazemos de tudo e de todos pelos sentidos. E, aqui, podemos aproveitar para lembrar também que a mensagem central do ensinamento é o perdão. Lembrando-nos ainda de que "uma das acepções de perdoar é des-culpar: eliminar a culpa"...

Conscientes, pois, de que tudo, tudo, absolutamente tudo que vemos no mundo é fruto apenas de nossos próprios pensamentos, como eu disse outras vezes, torna-se óbvio o fato de que, se quisermos que qualquer coisa mude nele - seja ela na aparência - isto é, na percepção - a mais insignificante ou a mais deslumbrante que for, é preciso, primeiro, que a mudemos em nós mesmos, no interior de nós mesmos, em nossa forma de pensar a respeito dela e do mundo.

É isto que praticamos, na tentativa de aprender e de integrar a nossa experiência a ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje, atentos para o fato de que ela é a mesma do ho'oponopono dita de modo diferente, usando outras palavras.

Ou, repito a pergunta feita anteriormente, dizer que "a salvação inteira depende de minha decisão" não lhes parece o mesmo que dizer que eu tenho total e completa responsabilidade por tudo o que acontece no mundo, inclusive por sua salvação, que está diretamente ligada a minha salvação?

Às práticas?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Para aprender a reconhecer que só há um poder


LIÇÃO 237

Agora quero ser como Deus me criou.

1. Hoje aceitarei a verdade acerca de mim mesmo. Eu me elevarei em glória e deixarei que a luz em mim brilhe sobre o mundo ao longo de todo o dia. Trago ao mundo as boas novas da salvação que ouço quando Deus, meu Pai, fala comigo. E vejo o mundo que Cristo quer que eu veja, ciente de que põe fim ao sonho amargo de morte, ciente de que ele é o Chamado de meu Pai para mim.

2. Cristo é os meus olhos hoje e Ele é os ouvidos que ouvem a Voz por Deus hoje. Pai, venho a Ti por meio d'Ele, Que é Teu Filho e também meu Ser verdadeiro. Amém.

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COMENTÁRIO:

"Agora quero ser com Deus me criou". Podemos querer mais do que isto? Mais do que a ideia que o Curso nos oferece para as práticas desta sexta-feira, dia 24 de agosto? Como eu já disse em anos passados, nós nos esquecemos de que isto é tudo, e é a única coisa que podemos querer de verdade no mais íntimo de nós mesmos. Ou dizendo de outra forma, tudo o que precisamos aprender a fazer - e que é o que vai nos colocar em contato com a alegria e com a paz perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós - é reconhecer que só existe um poder, e que este único poder é Deus. E que somos um com Ele, hoje e sempre. 

Quando nos decidimos a dar ouvidos ao mundo da ilusão, e às coisas do mundo da ilusão, perdemos, aparentemente, nossa Identidade verdadeira. Afastamo-nos do Ser. Com isto pensamos estar separados de Deus, da Fonte. Isto não é verdade. É só uma ilusão passageira da qual podemos nos libertar num piscar de olhos. Basta, repito, como já disse tantas vezes, que tomemos a decisão a que nos convida a ideia que praticamos hoje. A decisão de ser. A decisão de ser [ou de trazer de volta à consciência o fato que só podemos ser] como Deus nos criou. Pois não pode existir outra forma. Não há como ser diferente, a não ser nos delírios do ego, que acredita numa separação que nunca aconteceu.

Volto, portanto, a lhes oferecer a visão de Bernardo Soares, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, em seu Livro do Desassossego:

"A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe é ainda pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais do que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas veem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida".

E, mais uma vez, volto a Ken Wilber, repetindo o texto que anexei a este comentário no ano passado, que sempre é bom lembrar daquilo que pode nos auxiliar na caminhada do autoconhecimento, objetivo que nos propõe o ensinamento.

Diz Ken Wilber a respeito da Mente, ou Deus, ou o nível mais profundo do espectro da consciência, em um capítulo intitulado "Aquilo que é sempre já", em seu livro O Espectro da Consciência:

"Embora por conveniência falemos da Mente como o "nível mais profundo" do espectro, ela não é, de fato, um nível particular, que dirá "profundo". O "nível" da Mente não está de forma alguma enterrado ou escondido nas profundezas ocultas de nossa psique - ao contrário, o nível da Mente é nosso estado de consciência atual e comum, pois, sendo infinito e todo-abrangente de forma absoluta, ele é compatível com cada nível ou estado de consciência imaginável. Isto é, o "não-nível" da Mente não pode ser um nível particular separado de outros níveis, pois isso imporia uma limitação espacial à Mente. A Mente é, antes, a realidade todo-abrangente, embora sem dimensão, da qual cada nível representa um desvio ilusório.Por esta razão deve-se enfatizar isto - nosso estado de consciência atual, do dia-a-dia, seja ele qual for, triste, alegre, deprimido, em êxtase, agitado, calmo, preocupado ou com medo - justamente este, tal qual ele é, é o Nível da Mente. Brahman [Deus, O Divino] não é uma experiência particular, um nível de consciência ou estado de alma - em vez disso ele é precisamente qualquer nível de consciência que tenhamos agora, e perceber isto claramente dá-nos um vívido centro de paz, que se sustenta e subsiste ao longo das piores depressões, ansiedades e medos".

E lhes pergunto mais uma vez: aprender isto não será parte de aprender: O que é a salvação?. O tema que orienta as práticas desta segunda série de lições.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Controlar o mecanismo da tomada de decisões


LIÇÃO 236

Eu controlo minha mente, que só eu tenho de controlar.

1. Possuo um reino que tenho de governar. Às vezes não parece absolutamente que sou seu rei. Ele parece triunfar sobre mim e me dizer o que fazer e o que sentir. E, não obstante, ele me foi dado para servir a qualquer propósito que eu perceba nele. Minha mente só pode servir. Hoje ofereço os préstimos dela para que o Espírito Santo os utilize como achar melhor. Deste modo, controlo minha mente, que só eu tenho de controlar. E, assim, eu a liberto para fazer a Vontade de Deus.

2. Pai, hoje minha mente está aberta para Teus Pensamentos e fechada para qualquer pensamento que não os Teus. Eu controlo minha mente e a ofereço a Ti. Aceita minha dádiva, pois ela é Tua para mim.

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COMENTÁRIO:

Desculpem-me os que já se cansaram de me ouvir falar a respeito de uma das primeiras coisas que aprendi em meus contatos iniciais com o UCEM. Mas devido à importância do tema, e para que nos apercebamos de forma muito clara, que cabe apenas a nós - a cada um de nós - a escolha do mundo em que queremos viver, vou repetir, com algumas pequenas modificações, o que disse no ano passado a título de comentário para a lição que vamos praticar nesta quinta-feira, dia 23 de agosto. 

Quero dizer, uma das primeiras coisas que aprendi, se não a primeira, foi a ideia que as práticas de hoje nos orientam a exercitar. A ideia que, em certa medida, talvez seja a mais importante que podemos aprender, pois de seu aprendizado dependem e resultam todos, ou quase todos, os outros aprendizados. Até mesmo o aprender o que é a salvação.

A ideia para as práticas de hoje traz em si o aprendizado de que tudo o que aparentemente existe é fruto de meu pensamento e me ensina e assegura que meus pensamentos são só meus e que só eu os posso e devo controlar. A lição primeira, de onde extraí este conhecimento, foi, é e continua sendo a mais importante, pois ela revela que todas as transformações por que passa meu corpo são resultado de alterações químicas provocadas na biologia pelas mudanças nas emoções, pelas mudanças em meu estado de consciência.

Hoje, é claro para mim, como deveria ser para todos nós, que estas alterações nas emoções só podem ser - e são - provocadas, desencadeadas, por meus pensamentos. Ou seja, toda a gama de emoções que experimento pode ser modificada, se eu decidir mudar meu modo de pensar, em qualquer momento ou em qualquer situação que se apresente a minha experiência.

Assim, por exemplo, quando sou tomado de uma raiva incontrolável por alguém, por acreditar que este alguém tenha feito alguma coisa que me prejudicou, envergonhou ou humilhou, tudo o que faço na verdade é entregar o controle de minha mente, de meus pensamentos, à emoção. Isto é, à raiva e, por consequência, entregar o controle de minha vida, naquele momento, à pessoa a quem responsabilizei por minha raiva aparentemente incontrolável, mas, na verdade, controlável, desde que eu o queira.

E isto funciona para tudo, para todas as situações, para todas as emoções e para quaisquer experiências que se apresentem em minha vida. Sou eu quem as cria. Só eu. E se não tenho consciência disto e não aceito a responsabilidade total pelo mundo que vejo e faço, ainda não aprendi, como a lição de hoje ensina, que sou eu quem controla minha mente e que só eu tenho de controlá-la. 


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Só existe um poder e este poder único é Deus


LIÇÃO 235

Deus, em Sua misericórdia, quer que eu seja salvo.

1. Eu só preciso olhar para todas as coisas que parecem me ferir e assegurar a mim mesmo com perfeita certeza: "Deus quer que eu seja salvo disto", para vê-las desaparecerem simplesmente. Eu só preciso ter em mente que a Vontade de meu Pai para mim é só a felicidade para descobrir que só a felicidade veio a mim. E eu só preciso lembrar que o Amor de Deus envolve Seu Filho e conserva sua inocência perfeita para sempre, para ter certeza de que estou salvo e seguro para sempre nos Braços d'Ele. Eu sou o Filho que Ele ama. E estou salvo porque Deus, em Sua misericórdia, quer assim.

2. Pai, Tua Santidade é minha. Teu Amor me criou e tornou minha inocência parte de Ti para sempre. Não tenho nenhuma culpa nem pecado em mim, porque não há nenhum em Ti.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 22 de agosto, vamos praticar uma ideia que pode nos libertar de uma vez por todas de quaisquer problemas e dificuldades que estejamos encontrando. A ideia que praticamos hoje, se transformada em crença, vai resolver o único problema que precisamos seja resolvido, conforme ensina o Curso, que é a crença na separação. Ora, se acreditarmos de fato que Deus quer que sejamos salvos, vamos entender que já estamos salvos, pois a Vontade de Deus e a nossa são a mesma.

Uma historinha retirado do livro A Arte de Curar pelo Espírito, de Joel Goldsmith, de que já falei anteriormente, talvez sirva para ilustrar um pouco melhor o porquê da necessidade de buscarmos ter sempre em mente a ideia que praticamos e de forma ela pode atuar para nos livrar da crença na separação. Vou contar a historinha de um modo um pouco diferente do que está no livro, para reduzi-la um pouco, adequando-a a este espaço e ao tempo que cada um reserva para a leitura deste comentário. É o seguinte:

Um negociante próspero, que procurava a verdade no caminho espiritual, resolveu viajar com a família em um fim de semana. No feriado de 4 de julho, sexta-feira, levantou-se às cinco da manhã e passou uma hora inteira em oração pedindo proteção na viagem, para si e para sua família. 

Partiram depois disso e a próxima coisa de que ele se recordava era seu despertar em um hospital, na manhã da terça-feira seguinte. Seu automóvel fora destruído e só depois de semanas e meses de hospital a família voltou para casa, restabelecida do desastre.

Durante o longo período de convalescença, o principal problema que ele revolvia na mente estava relacionado ao porquê do acontecimento, do desastre. Mas nenhuma de suas indagações teve resposta satisfatória. Por isto, após a convalescença, foi procurar ajuda de alguém mais adiantado no caminho espiritual, a fim de encontrar explicações para o acontecido.

- O que aconteceu? Eu sou um homem que procura sinceramente a verdade e, ao que sei, não há em minha consciência nada que não esteja em ordem. Até levantei uma hora antes para orar intensamente por proteção. Como pôde, então, me acontecer isto?

O amigo lhe respondeu: "Inventaste um acidente - criaste um desastre".

- Não te compreendo. Julgava ser importante orar para ter proteção.

- Isto, sim, é importante, contanto que... Se tivesses compreendido a natureza da tua oração, tudo estaria certo. Mas agora, dize-me: contra que querias te proteger?

- Ora, contra maus motoristas na estrada, contra acidentes e álcool.

- Exatamente! Querias proteger a ti e a tua família contra um poder e contra uma presença separada de Deus, querias te embalar e a tua família em um chumaço fofo de algodão de onde nada daquilo pudesse atingir-vos. E que fizeste? Criaste uma imagem mental de maus motoristas, de álcool e acidentes - como poderias esperar que tais coisas te protegessem?

Após contar a historinha, Goldmith diz que com esta única lição, o homem aprendeu o princípio fundamental da cura pelo espírito - a lição de que só existe um poder e que este poder único é Deus. E que Deus, como nossa ideia diz quer que sejamos salvos. E, assim, basta-nos saber disso e já estamos salvos.

Às práticas?


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Quando vamos tomar a decisão pela verdade?


LIÇÃO 234

Pai, hoje sou de novo o Teu Filho.

1. Hoje experimentaremos de antemão o momento em que os sonhos de pecado e de culpa desaparecem e no qual alcançamos a santa paz que nunca deixamos. Passou-se apenas um instante muito pequeno entre a eternidade e a intemporalidade. O intervalo foi tão breve que não houve lapso na continuidade nem interrupção nos pensamentos que estão unificados como um só para sempre. Nada jamais acontece para perturbar a paz de Deus Pai e Filho. Hoje aceitamos isto como inteiramente verdadeiro.

2. Pai, nós Te agradecemos porque não podemos perder a lembrança de Ti e do Teu Amor. Reconhecemos nossa segurança e damos graças por todas as dádivas que Tu nos dás, por toda a ajuda amorosa que recebemos, por Tua paciência e pela Palavra que Tu nos dás, que garante que estamos salvos.

*

COMENTÁRIO:

Gosto muito de uma parte do capítulo 17 do texto, do qual já falei aqui várias vezes. Em particular há nele um subtítulo, o sexto, sob o nome de Estabelecer a meta, onde lemos que tudo o que precisamos fazer é tomar uma decisão inequívoca de alinhar nossos objetivos aos do Espírito Santo, isto é, aos objetivos do divino em nós mesmos.

É interessante notar que a meta do Espírito Santo é a verdade, e tomar a decisão pela verdade, em sintonia com o divino em nós dá sentido a tudo o que fazemos, a tudo o que fizemos e a tudo o que viremos a fazer a partir da tomada de decisão. Tudo e todas as coisas, pessoas e situações, por mais estranho que possa parecer, vão estar a serviço da meta que estabelecemos.

Mais interessante ainda é ter a comprovação disso na prática, a partir de um texto que, aparentemente, não tem nada a ver com isso que estudamos e praticamos. Um texto destinado a dar orientações aos que acreditam em horóscopo como forma de orientar sua vida. Mas vejam o que dizia Oscar Quiroga no jornal de ontem:

"Tudo pode ser deixado para depois sem grandes consequências. Tudo pode ser deixado para depois, menos a verdade, pois protelá-la significa aumentar o sofrimento e, ainda mais, tornar mais densa a ignorância e confusão, pois ao longo do tempo da protelação se perde o fio da meada e os raciocínios, para ocultar o que infalivelmente virá à tona, se tornam mais obscuros. Está explicado agora o estado atual de nossa civilização? Há quanto tempo a verdade vem sendo protelada? Esse tempo se mede pela miséria disseminada com generosidade pela mesquinharia prevalecente. A verdade é infalível enquanto a mentira é o próprio espírito da indecência." 

A pior mentira de que somos capazes é a que contamos para nós mesmos. Acreditando em uma separação que, na verdade, não existe, deixamo-nos enganar pelo falso eu, buscando viver a mentira que nos oferece a ilusão do mundo, por medo apenas de entregar nossa vida à orientação do divino como nos pedia a prática de ontem. Com medo de nos reconhecermos filhos e de voltarmos à casa do Pai, de onde nunca nos afastamos.

Quem sabe, a partir da ideia que o Curso nos oferece para as práticas desta terça-feira, dia 21 de agosto, vamos ser capazes de tomar hoje a decisão pela verdade?

Às práticas?

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O falso eu resiste à ideia de abrir mão do controle


LIÇÃO 233

Dou minha vida a Deus para que Ele a guie hoje.

1. Pai, hoje Te dou todos os meus pensamentos. Não quero ter nenhum. Dá-me Teus Próprios Pensamentos em lugar deles. Também Te dou todas as minhas ações para eu poder fazer Tua Vontade em vez de buscar objetivos que não podem ser alcançados e perder tempo com fantasias inúteis. Venho a Ti hoje. Recuarei e simplesmente Te seguirei. Sê, Tu, o Guia e eu o seguidor que não questiona a sabedoria infinita, nem o Amor cuja ternura não posso compreender, mas que é, não obstante, Tua dádiva perfeita para mim.

2. Hoje temos um único Guia para nos conduzir adiante. E, enquanto caminhamos juntos, daremos este dia a Ele sem nenhuma reserva sequer. Este é o dia d'Ele. E, por esta razão, é um dia de inúmeras dádivas e graças para nós.

*

COMENTÁRIO:

Uma das maiores dificuldades que enfrentamos à aproximação do ensinamento do UCEM se refere à entrega. O falso eu, a quem o Curso chama de ego, é absolutamente resistente à ideia de abrir mão do controle, querendo nos convencer que tem, de fato, algum controle sobre alguma coisa neste mundo de ilusão. Ora, ninguém, de verdade, tem nenhum controle sobre a ilusão, daí o insucesso se repetir para todos aqueles que tentam, de um modo ou de outro, controlar suas vidas e, muitas vezes, a vida dos que lhe são próximos.

Tudo o que o Curso nos ensina e pede é que nos deixemos guiar pelo divino em nós mesmos, pelo Espírito Santo, que é aquela parte de nós que está em contato permanente com Deus, e que sabe quem ou o que de fato somos. Isto é, Aquele que conhece nossa Identidade verdadeira, que não tem absolutamente nada a ver com aquilo que o falso nos diz.

E é apenas isto que vamos exercitar com a ideia para as práticas de hoje, porque, na verdade, conforme o Curso ensina, não precisamos fazer nada, desde que saibamos deixar a cargo de Deus - do divino em nós mesmos, que é nossa Identidade verdadeira -, tudo o que vamos viver a cada dia, a cada instante.

É isto, pois, que o Curso nos pede nesta segunda-feira, dia 20 de agosto.

Às práticas?