sábado, 31 de março de 2012

"Tudo, aliás, é a ponta de um mistério." (JGR)


LIÇÃO 91

Vê-se milagres na luz.

1. É importante lembrar que milagres e visão necessariamente combinam. Isto exige repetição, e repetição frequente. É uma ideia fundamental em nosso novo sistema de pensamento e na percepção que ele apresenta. O milagre sempre existe. A presença dele não é motivada por tua visão; sua ausência não é resultado de teu fracasso em ver. É apenas tua consciência de milagres que fica prejudicada. Tu os verás na luz; não os verás no escuro.

2. A luz, então, é vital para ti. Enquanto permaneceres nas trevas, o milagre continua a ser invisível. Deste modo, ficas convencido de que ele não existe. Isto decorre das premissas a partir das quais a escuridão nasce. A negação da luz leva ao fracasso em percebê-la. O fracasso em perceber a luz é perceber a escuridão. A luz, então, apesar de existir, é inútil para ti. Tu não podes usá-la porque sua presença é desconhecida para ti. E a aparente realidade das trevas torna sem sentido a ideia da luz.

3. Ser informado de que aquilo que não vês existe soa como loucura. É muito difícil ser convencido de que loucura é não ver o que existe e, em seu lugar, ver o que não existe. Tu não duvidas de que os olhos do corpo podem ver. Tu não duvidas de que as imagens que eles te mostram são a realidade. Tua fé está nas trevas, não na luz. Como se pode inverter isto? É impossível para ti, mas não estás sozinho nisto.

4. Teus esforços, por menores que possam ser, têm um forte apoio. Se ao menos percebesses de forma clara quão grande é esta força, tuas dúvidas desapareceriam. Hoje nos dedicaremos à tentativa de permitir que sintas esta força. Quando sentires em ti a força que coloca facilmente todos os milagres ao teu alcance não duvidarás. Os milagres que tua sensação de fraqueza escondem irromperão em tua consciência quando sentires a força em ti.

5. Três vezes hoje, reserva cerca de dez minutos para um momento de paz no qual tentas ultrapassar tua fraqueza. Isto se realiza de forma muito simples, à medida que informas a ti mesmo que não és um corpo. A fé se transfere para aquilo que tu queres e tu instruis tua mente de forma consoante. Tua vontade continua a ser teu professor e tua vontade tem toda a força para fazer o que deseja. Tu podes escapar do corpo se escolheres. Podes experimentar a força em ti.

6. Começa os períodos de prática mais longos com esta declaração das relações verdadeiras entre causa e efeito:

Vê-se milagres na luz.
Os olhos do corpo não percebem a luz.
Mas eu não sou um corpo. O que sou?

A pergunta com que esta declaração termina é necessária para nossos exercícios hoje. O que pensas ser é uma crença a ser desfeita. Mas o que és verdadeiramente tem de ser revelado a ti. A crença de que és um corpo, por ser um erro, exige correção. A verdade do que és convoca a força em ti para trazer a tua consciência o que o erro esconde.

7. Se não és um corpo, o que és? Precisas ficar ciente do que o Espírito Santo usa para substituir a imagem de um corpo em tua mente. Precisas sentir algo em que colocar tua fé, quando a retiras do corpo. Precisas de uma experiência real de alguma outra coisa, alguma coisa mais consistente e mais segura; mais digna de tua fé e que exista verdadeiramente.

8. Se não és um corpo, o que és? Pergunta isto com sinceridade e, depois, dedica vários minutos a permitir que teus pensamentos equivocados sejam corrigidos, para que seus opostos tomem o lugar deles. Dize, por exemplo:

Eu não sou fraco, mas forte.
Eu não sou impotente, mas todo-poderoso.
Eu não sou limitado, mas ilimitado.
Eu não sou indeciso, mas seguro.
Eu não sou uma ilusão, mas uma realidade.
Eu não posso ver nas trevas, mas na luz.

9. Na segunda fase do período de exercício, tenta experimentar estas verdades a teu próprio respeito. Concentra-te particularmente na experiência da força. Lembra-te de que toda sensação de fraqueza está associada à crença segundo a qual tu és um corpo, uma crença equivocada e que não merece nenhum crédito. Tenta retirar dela tua fé, ainda que só por um instante. Vais te acostumar a manter a fé naquilo que é mais digno em ti, à medida que avançamos.

10. Relaxa durante o restante do período de prática, confiante de que teus esforços, embora insuficientes, são plenamente apoiados pela força de Deus e de todos os Pensamentos d'Ele. É Deles que tua força virá. É por meio de Seu apoio vigoroso que sentirás a força em ti. Eles estão unidos a ti neste período de prática em que compartilhas um objetivo igual ao Deles Mesmos. É Deles a luz na qual verás milagres, porque a força Deles é tua. A força Deles vem a ser os teus olhos, para poderes ver.

11. Cinco ou seis vezes por hora, em intervalos razoavelmente regulares, lembra a ti mesmo de que é na luz que se vê milagres. Certifica-te também de combater a tentação com a ideia de hoje. Para esta finalidade particular, esta forma seria útil.

Vê-se milagres na luz.
Que eu não feche meus olhos por causa disto.

*

COMENTÁRIO:

Como eu disse no comentário feito no ano passado, já mais seguros do que queremos alcançar, já mais seguros de que vamos alcançar nada mais nada menos do que a salvação do mundo, uma vez que ela é decorrência natural de nossa própria salvação, retomamos nossa caminhada neste sábado, dia 31 de março, com as práticas de uma ideia de extrema importância para o aprendizado. E, sabendo que caminhamos na direção de nossa salvação seguimos com passos firmes, certos de que não vamos sozinhos.

A ideia que praticamos hoje vem nos trazer mais segurança ao nos ajudar a combinar a visão aos milagres. Se, presentemente, pensamos nos ver no escuro, não fazemos nada mais do que dar forma a ilusões a nosso próprio respeito. Ilusões que nem de longe representam o que somos de fato. Ilusões que não têm nada a ver com a visão e muito menos com a luz.

Repetindo o que eu já disse antes, como a própria lição diz, é vital que nos voltemos para a luz, pois só assim vamos poder ver os milagres. Eles são naturais. E quando não acontecem é porque alguma coisa deu errado. Ou porque não estamos olhando para o mundo a partir da luz. Lembram dos princípios dos milagres de que falamos há pouco?

Notem que até Guimarães Rosa, entre outros muitos, sabia disso de forma intuitiva, que, aliás, quer me parecer, é a forma pela qual sabemos que sabemos das coisas. Ou desconfiamos delas. De que outra forma ele poderia dizer, como diz, em um conto intitulado O espelho, no livro Primeiras Estórias, que já citei anteriormente: "Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo"?

Às práticas, pois!


OBSERVAÇÃO: Este comentário, inclusive o título, com pequenas alterações, é praticamente o mesmo feito a esta lição em 2011. Mas continua pertinente, em meu modo de ver.



sexta-feira, 30 de março de 2012

Para corrigir uma percepção ainda equivocada


LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:

Vamos encerrar nossa segunda revisão, nesta sexta-feira, dia 30 de março, com as ideias que dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nosso(s) problema(s), seja(m) ele(s) qual(is) for(em) pode(m) ser resolvido(s) por alguma coisa fora de nós mesmos. É esta percepção que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender, quando, na verdade, a sabedoria começa quando reconhecemos que não sabemos nada.

Assim, repetindo o que já disse antes, enganamo-nos ao pensar que o(s) problema(s) que vemos aparentemente fora de nós não nos diz(em) respeito e que podemos dar de ombros a qualquer um deles quando não nos sentimos dispostos a dedicar parte de nosso tempo à reflexão acerca das causas e consequências de nossa crença em uma separação, que não existe de fato e que é o único problema que precisamos resolver.

Enganamo-nos também ao pensar que eventualmente o(s) problema(s) do(s) outro(s) não nos diz(em) respeito e que podemos creditar o(s) problema(s) a ele(s) mesmo(s) tão somente. Não podemos! Se nós o(s) vemos com algum problema, ele -o problema - passa automaticamente a ser nosso também. Lembram-se de que somos cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência, de acordo com o Dr. Hew Len?

É isto exatamente que o Curso nos diz, entre outros pontos, no capítulo oito, ao afirmar que:

"Quando encontrares alguém, lembra-te de que esse é um encontro santo. Tu verás a ti mesmo do mesmo modo que o vires. Tu tratarás a ti mesmo da mesma forma que tratares a ele. Pensarás de ti mesmo da mesma maneira que pensares dele. Nunca te esqueças disto, pois, nele, tu te encontrarás ou te perderás. Sempre que dois Filhos de Deus se encontram, dá-se a eles outra chance de salvação. Não abandones ninguém sem lhe dar a salvação e recebê-la para ti mesmo. Pois eu estou sempre aí contigo, em tua memória."

E mais:

"Sempre que estiveres com um irmão, estás aprendendo o que tu és porque estás ensinando o que tu és. Ele reagirá ou com dor, ou com alegria, dependendo do professor que estiveres seguindo. Ele será aprisionado ou libertado de acordo com tua decisão, e tu também. Nunca te esqueças de tua responsabilidade para com ele, porque ela é tua responsabilidade para contigo mesmo. Dá a ele o seu lugar no Reino e terás o teu."

Espero mais uma vez que esta revisão tenha sido proveitosa para todos, pois tudo o que uma revisão pode - e deve - fazer é dar a oportunidade de reforço do aprendizado, esclarecendo uma ou outra dúvida que possam ter surgido nas práticas anteriores. A partir de amanhã, reiniciaremos a caminhada, com fôlego novo, certos de que vamos chegar e de que as dificuldades que se apresentam, os problemas que surgem ao longo do caminho são apenas milagres ainda não revelados, se olharmos para tudo à luz da verdade.

Até amanhã.

quinta-feira, 29 de março de 2012

"Tudo o que não é amor é um pedido de amor."


LIÇÃO 89

Estas são nossas ideias para revisão hoje:

1. (77) Eu tenho direito a milagres.

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

2. Poderias usar estas sugestões para aplicações específicas desta ideia:

Por trás disto existe um milagre ao qual tenho direito.
Que eu não guarde uma mágoa contra ti, [nome], mas te ofereça,
em lugar dela, o milagre que te pertence.
Visto de forma verdadeira, isto me oferece um milagre.

3. (78) Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

4. Formas específicas úteis para a aplicação desta ideia seriam:

Não quero guardar esta mágoa à parte de minha salvação.
Permite que nossas mágoas sejam substituídas por milagres, [nome].
Adiante disto está o milagre pelo qual todas as minhas mágoas são substituídas.

*

COMENTÁRIO:

Vamos revisar, nesta quinta-feira, dia 29 de março, ideias que nos ensinam a acreditar que todos temos direito aos milagres ao mesmo tempo em que aprendemos de que forma substituir quaisquer mágoas pelos milagres.

Como diz o Curso em seu capítulo inicial, que trata dos princípios dos milagres: "Os milagres acontecem naturalmente como expressões de amor" e "O milagre verdadeiro é o amor que os inspira. Neste sentido tudo o que vem do amor é um milagre".

Nossas práticas podem nos levar a descobrir, ainda de acordo com os princípios do milagres, que: "Milagres são naturais. Quando não acontecem é porque alguma coisa deu errado". Ou que: "Os milagres são um direito de todos, mas primeiro é necessário purificação".

E a purificação pode ser feita a partir das práticas, quando escolhemos suspender todo e qualquer julgamento em qualquer tempo e lugar. Quando nos decidimos a olhar para tudo e para todos, escolhendo ver acima de tudo, ver de modo diferente, a partir do olhar amoroso do espírito em nós. Ou como eu disse em um comentário anterior, aprendendo a perceber em sintonia com o Espírito Santo, isto é, compreendendo que "tudo o que aparentemente não é amor é um pedido de amor".

Vejamos, pois, a partir disto, como fazem sentido as sugestões para as aplicações específicas de cada uma das ideias que revisamos.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Olhar para tudo e para todos e ver apenas luz


LIÇÃO 88

Hoje revisaremos estas ideias:

1. (75) A luz veio.

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

2. Estas formas vão se revelar úteis para aplicações específicas desta ideia:

Isto não pode me mostrar a escuridão pois a luz veio.
A luz em ti é tudo o que eu quero ver, [nome].
Quero ver nisto apenas o que existe.

3. (76) Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

4. Para formas específicas de aplicação desta ideia, estas seriam úteis:

Minha percepção disto me mostra que acredito em leis que não existem.
Eu vejo apenas as leis de Deus em ação nisto.
Que eu permita que as leis de Deus, e não as minhas, atuem nisto.

*

COMENTÁRIO:

As ideias para a revisão nesta terça-feira, dia 29 de março, são complementares. Isto é, a segunda - a da lição 76 - não pode existir sem a primeira - a da lição 75. Pois é só quando recebo, acolho e aceito a luz que posso reconhecer e aceitar que não estou sujeitos a nenhuma lei senão às de Deus, conforme já disse a este respeito no ano passado.

Ambas as ideias têm a ver com a liberdade. Pois só posso declarar minha liberdade, conforme a segunda, se aceito que a luz de Deus está em mim, comigo permanentemente. Mas não a luz de um deus exterior a mim, e sim a luz do divino em mim. Uma vez que Deus, como o Curso ensina, é uma ideia, assim como a ideia que tenho de mim, e que não é, de forma alguma, o que sou. Lembram-se do episódio bíblico em que Moisés perguntava a Deus como se referir a Ele para seu povo e a resposta dizia: "Eu Sou o Que Sou" e orientava Moisés a dizer "Eu Sou" me enviou a vós"? 


Mesmo vagando pelas trevas que construo a partir da crença em uma separação que não existe, mesmo sem saber que posso escolher de modo diferente, mesmo optando por fazer minhas escolhas a partir da percepção equivocada e experimentando todo tipo de dor, de sofrimento, de mágoa, de angústia, de raiva, de decepção e fracasso, mais dia, menos dia vou compreender que o "Eu Sou" em mim só pode escolher a luz, só pode existir na luz, pois ele é que sou e é a luz.

Aí, então, vou aprender a olhar para tudo e para todos e ver apenas luz!

Para tanto, às práticas!

terça-feira, 27 de março de 2012

Deus é o coração de tudo, a fonte e o fim de tudo


LIÇÃO 87

Hoje nossa revisão abrangerá estas ideias:

1. (73) Eu quero que haja luz.

Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

2. Para aplicações específicas, estas formas desta ideia seriam úteis:

Isto não pode esconder a luz que quero ver.
Tu estás na luz comigo, [nome].
Isto parecerá diferente na luz.

3. (74) Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

4. Estas são algumas formas úteis desta ideia para aplicações específicas:

Que eu perceba isto na harmonia com a Vontade de Deus.
É Vontade de Deus que tu sejas Seu Filho, [nome], e minha também.
Isto é parte da Vontade de Deus para mim, não importa como eu o veja.

*

COMENTÁRIO:

Nesta terça-feira, dia 27 de março, as ideias que vamos revisar com as prática são capazes de juntar mais uma vez nossa vontade à Vontade de Deus, uma vez que elas são a mesma e uma vez que a Vontade de Deus nunca se separou da nossa.

Faz uma enorme diferença em nossa vida, no dia-a-dia, perceber, reconhecer, entender e aceitar e ficar grato por nossa vontade e a de Deus serem uma só, pois a partir desta aceitação, podemos passar a ver o mundo de forma diferente, com olhos amorosos que incluem tudo e todos em sua visão. 


Um texto de Ramana Maharshi, compartilhado outro dia no facebook diz o seguinte: 


Deus não apenas é o coração de tudo, ele é o propósito de tudo, ele é a fonte de tudo, a morada e o fim de tudo. Tudo vem dele, tem seu lugar nele e, por fim, se resolve nele. 

É ao entendimento disto que as práticas nos levam, se feitas com atenção, obedecendo as instruções que o Curso nos dá para cada uma delas. É para nos ajudar a descobrir que existe, de fato, uma forma diferente de olhar para tudo, uma forma que podemos aprender da aceitação da Vontade de Deus para nós, da aceitação de que a única vontade que existe é a d'Ele, que a mesma que a nossa. 


É esta forma diferente de olhar para tudo e para todos, que nos ensina a envolver o mundo todo e tudo o que ele contém em um abraço amoroso, que cura todos os males e todas as dores que pensamos existir, pois não julga e não condena. Ao contrário, aceita as diferenças amorosamente por entender que elas não separam, de fato.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Vamos escolher empunhar a bandeira da paz?


LIÇÃO 86

São estas as ideias para a revisão de hoje:

1. (71) Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Para mim, não faz sentido procurar a salvação de forma descontrolada. Eu a vi em muitas pessoas e em muitas coisas, mas, quando quis alcançá-la, ela não estava lá. Eu estava errado a respeito de onde ela está. Eu estava errado a respeito do que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca inútil. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o plano d'Ele não pode fracassar nunca.

2. Estas são algumas formas sugeridas para a aplicação desta ideia de modo específico:

O plano de Deus para a salvação me salvará de minha percepção disto.
Isto não é nenhuma exceção no plano de Deus para a minha salvação.
Que eu só perceba isto à luz do plano de Deus para a salvação.

3. (72) Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só plano d'Ele funcionará. Por esta razão, ao guardar mágoas estou jogando para fora de minha consciência minha única esperança de salvação. Não quero mais frustrar meus maiores interesses deste modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz.

4. Aplicações específicas desta ideia poderiam ter estas formas:

Quando olho para isto estou escolhendo entre uma percepção equivocada e a salvação.
Se eu perceber razão para mágoas nisto, não verei razão para minha salvação.
Isto pede salvação, não ataque.

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 26 de março, vamos revisar duas ideias que vão nos ensinar a olhar para tudo e para todos com o olhar do Espírito Santo. Para aprendermos, lembrarmos ou relembrarmos, que, segundo o Curso "tudo o que não é amor é um pedido de amor".

Como eu disse também no ano passado, as práticas de hoje devem servir para que cada um de nós aprenda a escolher a empunhar a bandeira da paz, abandonando de uma vez por todas o julgamento. Para reconhecer que praticamente todos os planos que fazemos por nós mesmos, pensando-nos separados uns dos outros e de Deus, quase sempre nos levam até a beira de um abismo do qual temos muita dificuldade de voltar depois que chegamos lá, ao fundo do poço. 


Em geral, é só depois de chegarmos ao fundo do poço que, então,  vamos pensar na possibilidade - porque não vemos nenhuma outra saída nas sugestões do falso eu - de nos rendermos à ideia de voltar o olhar para dentro, para entrar em contato com o espírito em nós, para entregar a Deus aquilo que nos aflige, seja qual for o nome que damos àquela instância "espiritual" a que recorremos quando não temos mais para onde ir.

Conforme já comentei outras vezes anteriormente, quase todos nós temos a tendência a fincar pé em uma opinião, mesmo sem saber muitas vezes ao certo por que pensamos deste ou daquele modo. E outras tantas vezes também nos recusamos a ouvir o outro lado de uma questão apenas em razão de um sentimento de orgulho ferido, por medo de termos de reconhecer que o outro lado faz sentido e - caso não faça sentido -, sirva para explicar a razão para o acontecido, para o fato que nos magoou ou feriu nosso orgulho.

Ora, pois, como Deus ousa não obedecer ao meu plano, rsrsrsrsrsrsrsrs? Como Ele ousa acreditar que o plano d'Ele é melhor do que o meu, rsrsrsrsrsrs? Eu sei o que quero. Sei o que é melhor para mim. E sei também o que é melhor para o mundo todo. Por que as pessoas não me dão ouvidos e resolvem se comportar de um modo que não tem nada a ver com o que seria melhor para mim - e obviamente melhor para elas, a partir de minha forma de ver as coisas, rsrsrsrsrsrs? 


Não é assim que agimos, quando optamos por não dar ouvidos ao que a Voz por Deus nos sussurra aos ouvidos? 
Não é isso que estamos dizendo, quando contestamos um acontecimento, uma experiência, uma pessoa, uma situação que se nos apresenta? Um fato, um desastre, um acidente que nos chega ao conhecimento? Uma pessoa que não corresponde a nossas expectativas? Precisamos voltar às quatro leis espirituais que se aprende na Índia, tê-las em mente e buscar pô-las em prática, apelar a elas, em todos os momentos. 


Lembram-se de quais são elas:


1. A pessoa que vem é a certa.
2. Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.
3. Quando você começa algo, é o momento certo.
4. Quando uma coisa termina, acaba realmente. 

Por fim, para não me estender muito, voltando ao final do comentário do ano passado, como Karen Armstrong diz, em seu livro Em defesa de Deus, "... o ser humano é misterioso para si mesmo e para os outros e... tentar manipulá-lo ou esperar que aja de determinada maneira é desastroso e contraproducente". Agora imaginem querer manipular Deus.


domingo, 25 de março de 2012

A salvação depende sempre apenas de nós mesmos


LIÇÃO 85

A revisão de hoje abrangerá estas ideias:

1. (69) Minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim.

Minhas mágoas me mostram o que não existe e escondem de mim o que quero ver. Reconhecendo isto, para que quero minhas mágoas? Elas me mantêm nas trevas e escondem a luz. Mágoas e luz não podem combinar, mas luz e visão têm de estar unidas para eu ver. Para ver, tenho de abandonar as mágoas. Eu quero ver, e este será o meio pelo qual serei bem-sucedido.

2. Formas específicas para esta ideia poderiam ser feitas destas maneiras:

Que eu não use isto como uma barreira à visão.
A luz do mundo limpará tudo isto com seu brilho.
Não tenho nenhuma necessidade disto. Eu quero ver.

3. (70) Minha salvação vem de mim.

Hoje reconhecerei onde está minha salvação. Ela está em mim porque aí está sua Fonte. Ela não deixa sua Fonte e por isto não pode deixar minha mente. Não procurarei por ela fora de mim mesmo. Ela não é encontrada fora e, em seguida, trazida para dentreo. Mas, de dentro de mim, ela alcançará o que está além, e tudo o que vejo refletirá apenas a luz que brilha em mim e em si mesma.

4. Estas formas da ideia são adequadas para aplicações mais específicas:

Que isto não tente a procurar minha salvação fora de mim.
Eu não deixarei que isto se intrometa com minha consciência da Fonte de minha salvação.
Isto não tem nenhum poder para afastar de mim a salvação.

*

COMENTÁRIO:

As ideias que vamos revisar nas práticas deste domingo, dia 25 de março, estão entre as mais importantes se, como já comentei anteriormente, se puder dizer ou pensar que há, ou pode haver, uma escala de importância para se aproximar  das ideias que as lições nos oferecem. De fato, não há! É por isso que o Curso afirma também que não há ordem de dificuldades em milagres, uma vez que todos são o mesmo. O que pode acontecer é que uma ideia apela mais para a nossa sensibilidade nalgum momento e nos leva na direção de nós mesmos de forma mais fácil do que outra. Entretanto, como já disse outras vezes, em geral, cada vez que praticamos uma ideia, se o fazemos do modo como o Curso orienta, é como se nos aproximássemos dela pela primeira vez. Não lhes parece? E isso é verdadeiro.

O que penso, porém, ao dizer que estas ideias em particular estão entre as mais importantes, é apenas para mais uma vez chamar a atenção para o fato de que qualquer uma delas - assim como o livro afirma que qualquer uma das outras todas também -, se reconhecida, entendida e posta em prática sem reservas pode ser o veículo de nossa salvação. Pode nos levar à verdade, que é simplesmente e que está dentro de cada um de nós.

Repisando no que o texto diz: "a procura da verdade não é senão a busca honesta de tudo aquilo que obstrui a verdade", que "não pode ser perdida, nem buscada, nem achada". Por estar dentro de nós, ela está presente aonde quer que estejamos. Como se fora uma sombra. Nossa própria sombra. A sombra de cada um de nós. Pois a verdade de cada um, parafraseando o que Alan Watts diz em seu livro The Spirit of Zen a respeito da sombra do homem, vai com ele aonde ele for. 

Buscando, então, como fizemos no ano passado, trazer isto para as práticas de hoje, eu diria que, se seguirmos a orientação do Curso, vamos poder perceber de forma clara e cristalina que as mágoas são, sem sombra de dúvida, algo - uma ilusão que construímos em nossa mente - que busca obstruir a verdade, porque as mágoas não nos deixam ver a verdade que está por detrás de qualquer situação com que estejamos lidando. Elas, na verdade, escondem a luz do mundo em nós [a primeira ideia] e a impedem de iluminar a situação, pondo fim à separação que aparentemente vemos.

Quanto à segunda ideia - e estou me repetindo -, também é fácil perceber que, diferentemente do que o mundo nos ensina, a salvação depende sempre apenas de nós mesmos, quer dizer, cada um de nós é responsável por sua própria salvação e pela salvação do mundo inteiro, uma vez que não há nada fora de nós, de acordo com o ensinamento. 


Às práticas?

sábado, 24 de março de 2012

A verdadeira religião é uma disciplina prática


LIÇÃO 84

Estas são as ideias para a revisão de hoje:

1. (67) O amor me criou igual a si mesmo.

Eu existo na semelhança de meu Criador. Não posso sofrer, não posso experimentar perda e não posso morrer. Eu não sou um corpo. Quero reconhecer minha realidade hoje. Não vou adorar nenhum ídolo nem fortalecerei meu próprio auto-conceito para substituir meu Ser. Eu existo na semelhança de meu Criador. O amor me criou igual a si mesmo.

2. Talvez aches estas formas específicas úteis para a aplicação da ideia:

Que eu não veja uma ilusão de mim mesmo nisto.
Ao olhar para isto, que eu me lembre de meu Criador.
Meu Criador não criou isto da forma como o vejo.

3. (68) O amor não guarda mágoas.

Mágoas são completamente estranhas ao amor. Mágoas atacam o amor e mantêm sua luz escondida. Se eu guardo mágoas, estou atacando o amor e, por isto, atacando meu Ser. Meu Ser, deste modo, se torna estranho para mim. Estou decidido a não atacar meu Ser hoje, para poder me lembrar de Quem sou.

4. Estas formas específicas para a aplicação desta ideia seriam úteis:

Isto não é razão para negar meu Ser.
Eu não usarei isto para atacar o amor.
Que isto não me tente a atacar a mim mesmo.

*

COMENTÁRIO:

Para aproveitar parte do comentário que fiz à lição de hoje, no ano passado, acho que posso me valer da citação que do final do livro Em defesa de Deus, em que Karen Armstrong busca mostrar "o que a religião realmente significa". Diz ela que "a religião [verdadeira] não funciona automaticamente; [ela] requer muito esforço e não leva a nada se é fácil, falsa, idólatra ou autocomplacente". Diz ainda que "a religião é uma disciplina prática, e [que] seu insights não se devem à especulação abstrata, mas a exercícios espirituais e a uma vida de dedicação".

É isso que o UCEM  nos oferece e propõe com seu livro de exercícios. É por isso que ele afirma não ser "um curso de especulação filosófica" e nem estar preocupado com "uma terminologia precisa". E é também por isso que ele salienta a necessidade de que pratiquemos os exercícios de acordo com as orientações específicas. O "autor" do Curso sabe que é só na prática que podemos ser a mudança que gostaríamos de ver no mundo. 

De nada adianta alguém se empenhar em "entender" os conceitos abstratos de que o livro fala, se não for capaz de lidar com eles de forma prática, aplicando no dia-a-dia o ensinamento de não julgar, de ser compassivo e amoroso, para as situações e experiências que se apresentam a todo instante. E isto, de certo modo, é mais uma repetição do que já disse antes. 


Uma experiência recente com os grupos de estudos me pôs a pensar o quanto a maioria de nós se aproxima do Curso pronto para resistir ao ensinamento. Raros são os que vêm de peito aberto, de cabeça e mente abertas, para ouvir o que o Curso tem a dizer, a ensinar, a oferecer. Parece-me que, na verdade, não queremos aprender, porque não queremos fazer o esforço necessário, não queremos abrir mão da complacência. E os conceitos e preconceitos que trazemos prontos, servem de defesa para que busquemos adequar o Curso a nossas necessidades, sem pensar que talvez seja o contrário que pode nos levar ao autoconhecimento, à alegria e à paz completas. 


Insistimos em não ver, e não em ver de modo diferente. Esquecemo-nos de que a decisão tem de ser tomada a cada segundo, a cada minuto, a cada hora, todos os dias. Acomodamos nosso olhar ao julgamento e, muitas vezes, sem considerar que o que fazemos nos afasta cada vez mais da alegria e nos mergulha de maneira mais profunda na escuridão da crença em que estamos separados, uns dos outros e de Deus, optamos por reforçar o desamor em lugar de olhar amorosamente para tudo e para todos que se apresentam.

As práticas deste sábado, 24 de março, oferecem nova oportunidade para pensarmos acerca do que queremos. E vão ajudar a quem quiser a fazer a escolha de novo. A escolha de ver de modo diferente, acima de tudo.