quinta-feira, 30 de junho de 2011

Redobrar a atenção para se alcançar a meta

Introdução às Lições 181-200

1. Nossas poucas lições seguintes fazem questão particular de fortalecer tua disposição para tornar forte teu frágil compromisso; fundir tuas metas dispersas em uma única intenção. Ainda não se pede de ti uma dedicação total e constante. Mas, agora, pede-se que pratiques a fim de obter a sensação de paz que este compromisso unificado dará, ainda que apenas de modo intermitente. É experimentar isto que assegura que darás tua total disposição para seguir o caminho que o curso apresenta.

2. Agora, nossas lições se ajustam especificamente à ampliação de horizontes e para orientar a aproximação às barreiras particulares que mantêm tua visão reduzida e limitada demais para permitir que percebas o valor de tua meta. Agora, tentamos erguer estas barreiras, ainda que por breves momentos. As palavras, por si só, não podem transmitir a sensação de alívio que o erguer destas barreiras traz. Mas a experiência de liberdade e de paz que surge quanto desistes de teu rígido controle daquilo que percebes fala por si mesma. Tua motivação será tão aumentada que as palavras se tornam de pouca importância. Terás certeza daquilo que queres e daquilo que não tem valor.

3. E, então, começamos nossa jornada para além das palavras concentrando-nos em primero lugar naquilo que ainda impede teu avanço. A experiência daquilo que há além da defensiva permanece fora do alcance enquanto ele for negado. Ele pode estar lá, mas não podes aceitar a presença dele. Por isto, agora, tentamos ir além de todas as defesas por alguns momentos a cada dia. Não se pede nada mais do que isto, porque não é necessário nada mais do que isto. Isto será suficiente para garantir que o restante virá.

*

LIÇÃO 181

Confio em meus irmãos, que são um comigo.

1. Confiar em teus irmãos é essencial para estabeleceres e manteres a fé em tua capacidade de transcender a dúvida e a falta de uma confiança inabalável em ti mesmo. Quando atacas um irmão, deixas claro que ele está limitado por aquilo que percebes nele. Tu não olhas para além dos erros dele. Em vez disto, eles são ampliados, tornando-se barreiras a tua consciência do Ser que está além de teus próprios equívocos e além dos pretensos pecados dele bem como dos teus.

2. A percepção tem um centro de interesse. É este centro que dá coerência ao que vês. Muda este centro apenas e o que vês mudará em conformidade. Agora, tua visão mudará para dar apoio à intenção que substituiu a que tinhas antes. Tira o centro de teu interesse dos pecados de teus irmãos e experimentarás a paz que vem da fé na inocência. Esta fé recebe seu único apoio seguro daquilo que vês nos outros além dos pecados deles. Pois seus equívocos, se focalizados, são testemunhas dos teus pecados. E não transcenderás a visão deles para ver a inocência que está além.

3. Por isto, ao praticarmos hoje, deixaremos primeiro que todos estes pequenos centros de interesse deem lugar a nossa enorme necessidade de permitir que nossa inocência se torne aparente. Informamos nossas mentes que é isto, e só isto, o que buscamos por apenas um momento. Não nos importamos com nossas metas futuras. E o que vimos no instante anterior não tem nenhum interesse para nós durante este intervalo de tempo em que exercitamos mudar nossa intenção. Buscamos a inocência e nada mais. Nós a buscamos sem nenhuma preocupação a não ser o agora.

4. Um risco muito grande para o sucesso é o envolvimente com tuas metas anteriores e futuras. Estás bastante preocupado com quão radicalmente diferentes daquelas que tinhas antes são as metas que este curso defende. E também estas desanimado com a ideia deprimente e limitante de que, mesmo que sejas bem-sucedido, vais perder teu caminho mais uma vez de forma inevitável.

5. Como isto poderia ter importância? Pois o passado se foi; o futuro é só imaginário. Estas preocupações são apenas defesas contra a mudança do centro de interesse atual da percepção. Nada mais. Abandonamos estas limitações inúteis por um momento. Não olhamos para crenças anteriores e aquilo em que acreditamos já não nos incomodará. Iniciamos o período de prática com uma única intenção: olhar para a inocência interior.

6. Reconheceremos que nos desviamos desta meta, se a raiva bloquear nosso caminho sob qualquer forma. E, se nos lembrarmos dos pecados de um irmão, nosso centro de interesse limitado restringirá nossa visão e voltaremos nossos olhos para nossos próprios erros, que ampliaremos e chamaremos de nossos "pecados". Por isto, por um breve momento, sem considerar passado ou futuro, caso estes bloqueios surjam, nós os transcenderemos com instruções a nossas mentes para mudarem o centro de interesse, dizendo:

Não é para isto que quero olhar.
Confio em meus irmãos, que são um comigo.

7. E também usaremos este pensamento para nos mantermos seguros ao longo do dia. Não buscamos metas a longo prazo. Quando cada obstrução parecer bloquear a visão de nossa inocência, buscaremos apenas, por um instante, a cessação do sofrimento que o centro de interesse no pecado trará e que permanecerá, caso não seja corrigido.

8. Tampouco pedimos fantasias. Pois o que buscamos ver existe de fato. E quando nosso centro de interesse ultrapassar os erros, veremos um mundo inteiramente puro. Quando ver isto for tudo o que quisermos ver, quando isto for tudo o que buscarmos em nome da percepção verdadeira, os olhos de Cristo serão nossos inevitavelmente. E o Amor que Ele sente por nós também será nosso. Isto virá a ser a única coisa que veremos refletida no mundo e em nós mesmos.

9. O mundo, que, antes, demonstrava nossos pecados, se torna a prova de que somos inocentes. E nosso amor por todos que vemos testemunha nossa lembrança do Ser sagrado que não conhece nenhum pecado e que nunca poderia pensar em nada fora de Sua inocência. Buscamos esta lembrança ao voltarmos nossas mentes para a prática de hoje. Não olhamos nem para frente, nem para trás. Olhamos diretamente para o presente. E damos nossa confiança à experiência pela qual pedimos agora. Nossa inocência é apenas a Vontade de Deus. Neste instante nossa vontade é una com A d'Ele.

*

COMENTÁRIO:

A lição desta quinta-feira, dia 30 de junho, marca o início das últimas 20 lições da primeira parte do Livro de Exercícios, que se encerrará exatamente com a revisão destas mesmas lições. Estamos quase chegando à metade do ano, o que significa que quase alcançamos a marca da prática de metade das lições nesta empreitada a que nos propusemos juntos.

Para mim, é mais uma vez uma grande alegria que tenhamos chegado até aqui de novo. Eu, como sempre, contando com o apoio de todos vocês, tanto o daqueles que se identificam como seguidores do blogue e, vez ou outra, oferecem seus comentários e contam alguma coisa de suas próprias experiências com os ensinamentos do Curso e de seu entendimento dele, quanto com daqueles que emprestam seu apoio eventual ao passarem por este espaço sem se identificar ou comentar.

Como vocês podem perceber, repetindo o que eu disse no ano passado, por uma introdução especial, estas próximas 20 lições são essenciais para que nos tornemos capazes de - pelo treino prático de todos os dias, até agora -  atingir o objetivo que o Curso propõe para esta primeira parte dos exercícios, isto é, o desaprender daquilo que o mundo baseado no sistema de pensamento do ego nos ensinou, ensina e vai continuar tentando nos ensinar, enquanto lhe dermos ouvidos.

Peço-lhes, então, novamente, atenção redobrada a cada uma das lições seguintes, pois todas elas, ainda que por breves instantes, vão lidar com o desfazer de algumas de nossas crenças mais arraigadas, que ainda impedem nosso avanço na direção da paz e da alegria completas, que são a Vontade de Deus para nós. Também não é menos verdade que apenas uma delas, praticada, reconhecida e comprendida e posta em prática é suficiente para nos dar a salvação e nos ensinar a levar a salvação ao mundo inteiro.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Para nos deixarmos envolver pela graça

LIÇÃO 180

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (169) Vivo pela graça. Pela graça me liberto.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (170) Não há nenhuma maldade em Deus e nenhuma em mim.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 29 de junho, estamos encerrando mais uma revisão, com a prática de mais duas das ideias que o Curso nos apresentou bem recentemente.  E estas, particularmente, são ideias que podem nos levar, e de fato nos levam, a questionar a lógica enviesada do ego, e nos oferecem a perspectiva de um caminho mais suave e tranquilo, para uma jornada sem sobressaltos.

Uma jornada que vamos recomeçar amanhã. Uma jornada que vai nos levar aos últimos vinte exercícios, às últimas vinte lições desta primeira parte, onde praticamos para desaprender aquilo que o mundo nos ensinou a partir do sistema de pensamento do ego.

Nossas práticas de hoje ensinam, ou nos relembram de que é pela graça que vivemos e de que é também por ela que podemos nos libertar das prisões que o ego inventou para um ser que não reconhecemos em nós, um ser que não tem nada a ver com o que, na verdade, somos.

Pratiquemos, pois, para alcançar a paz e a alegria, ao tempo em que envolvemos as ideias para revisão de hoje no pensamento que ilumina a verdade a nosso próprio respeito: "Deus é só Amor e, por isto, eu também". Alegremo-nos por reconhecer que esta ideia apaga para sempre toda e qualquer possibilidade de acreditarmos que há qualquer traço de maldade em Deus ou em nós mesmos.

Deixemo-nos, portanto, envolver pela graça e pelo Amor em nossas práticas de hoje. Não há nada a temer.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O amor encontra suas razões em si mesmo

LIÇÃO 179

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (167) Há uma só vida e é esta que compartilho com Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (168) Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que envolve todos os pensamentos das lições que revisamos é o que nos define. É ela que assegura nossa condição de Filhos de Deus, que é só Amor e, por esta razão, nos garante a condição de filhos do Amor que não finda nunca e que ultrapassa a lógica e a necessidade de se lhe atribuir uma razão. Ou razões outras quaisquer, ou quaisquer outros motivos e explicações, que não apenas o amor.

O Amor - o nosso, o que somos, e o de Deus, que é só o que Ele é e que é só o que nós somos - independe de qualquer coisa que façamos [Lembram do "tu não precisas fazer nada"?]. Ele não cresce de qualquer coisa que alguém nos dá ou dá a Deus. Se fosse assim, o Amor flutuaria ao sabor dos gestos de alguém. "Teria razões e explicações. Se um dia nos faltassem os gestos", ou se eles faltassem a Deus, o Amor morreria "como flor arrancada da terra", para utilizar uma fala de Rubem Alves.

Para ele, repetindo o que disse no ano passado, "nada mais falso do que o ditado popular": amor com amor se paga. Pois, diz ele, "amor é estado de graça e com amor não se paga. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa floresce porque floresce, eu te amo porque te amo". E Deus nos ama porque nos ama, porque "Deus é só Amor".

Ou, voltando mais uma vez ao comentário feito no ano passado, como diz o poeta Carlos Drummond de Andrade: "Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge e a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo...".

Estes são pensamentos que podem enriquecer nossa reflexão desta terça-feira, dia 28 de junho, levando-nos a olhar para as ideias que revisamos com a mente cheia de gratidão pela vida que compartilhamos com Deus e pela graça do Amor que Ele é e nos dá para sermos com Ele, n'Ele, sem pedir nada em troca.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O milagre que, em geral, não conseguimos ver

LIÇÃO 178

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (165) Que minha mente não negue os Pensamentos de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (166) Eu estou encarregado das dádivas de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Repetindo o que eu disse no ano passado: já comentei  uma lição, em algum lugar, há algum tempo, me valendo de uma fala de um conto, O espelho, de Guimarães Rosa, que está em seu livro Primeiras Estórias, até pouco tempo atrás uma das leituras preparatórias para o vestibular. A fala em questão é a seguinte: "Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo".

Alguma coisa pode revelar mais sintonia com os ensinamentos do Curso, se refletirmos um pouquinho só a respeito dos significados subjacentes ao texto de Rosa? Pois não é isto justamente o que o Curso nos revela, que por trás de tudo o que vemos, fatos ou ausência deles, está o milagre do que verdadeiramente somos? Para vê-lo, ou experimentá-lo, basta mudar a forma de olhar para tudo.

E vejam que, ainda no mesmo conto, há algo mais em harmonia com os ensinamentos do UCEM a respeito do tempo e das maneiras pelas quais o mundo [do ego] quer nos ensinar a ver de forma equivocada, para nos afastar da visão que pode nos revelar o que existe além das imagens do espelho.

Diz Rosa: "Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Por começo, a criancinha vê os objetos invertidos, daí seu desajeitado tactear; só a pouco e pouco é que consegue retificar, sobre a postura dos volumes externos, uma precária visão. Subsistem, porém, outras pechas, e mais graves. Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles... (...) a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente...".

É para esta reflexão que as ideias que revisamos nesta segunda-feira, dia 27 de junho, devem se dirigir.

domingo, 26 de junho de 2011

Aprendendo a descartar a crença na morte

LIÇÃO 177

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (163) Não há morte. O Filho de Deus é livre.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (164) Agora somos um com Aquele Que é nossa Fonte.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, 26 de junho, vamos revisar as ideias das lições 163 e 164. Revendo o comentário feito no ano passado para as práticas desta lição, podemos voltar à ideia do quanto é interessante pensar que uma ideia complementa a outra e lhe dá sentido, mesmo raciocinando nos termos da lógica do ego. Pois toda a nossa prisão depende do fato de acreditarmos no ego quando ele nos diz que nossa liberdade só é possível na morte.

Logo, a se acreditar que a morte não existe, conforme diz Curso, contrariando a crença do ego, podemos ser livres. Mais ainda, lembrando de uma das ideias que revisamos ontem, se ainda somos como Deus nos criou, e se as ideias não deixam sua fonte, é bem possível acreditar que "agora somos um com Aquele Que é nossa Fonte". Não lhes parece?

E, repetindo a pergunta feita anteriormente, quem é o Filho de Deus se não cada um de nós mesmos, na verdade?

Ora, o Curso, como já disse, sem sombra de dúvida, nos oferece tudo aquilo de que precisamos para viver o que somos, sem medo. Mormente se nos deixarmos envolver pelas ideias que ele nos oferece, sem resistências, certos de que a Voz por Deus, que sabe qual é a Vontade de Deus para nós, nos garante que a Vontade d'Ele e a nossa são a mesma.

Envolvendo, então, as ideias para as práticas de hoje no pensamento de que "Deus é só Amor" e que, por isto, é só Amor que somos também, vamos também aproveitar para refletir acerca de algumas das ideias que podem mais facilmente nos libertar de tudo aquilo que a crença na separação gera. Entre elas: acima de tudo eu quero ver [as coisas de modo diferente], Deus vai comigo aonde eu for, não há nada a temer e eu sou como Deus me criou.

sábado, 25 de junho de 2011

Para ver o Filho de Deus em todas as pessoas

LIÇÃO 176

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (161) Dá-me tua bênção, Filho santo de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (162) Eu sou como Deus me criou.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 25 de junho, o Curso apresenta mais duas ideias importantes para nossa revisão. E vamos fazê-la utilizando mais uma vez o comentário feito no ano passado, com algumas poucas modificações. Vocês se incomodam?

 A quem podemos imaginar que pedimos a bêncão? A quem senão a cada uma das pessoas que povoam nosso mundo? Mas acreditamos que elas nos podem abençoar? Somos capazes de vê-las como o Filho santo de Deus, depois de todas as características, qualidades e defeitos, que lhes atribuímos, acreditando equivocadamente no ego e em seus conselhos baseados na crença na separação?

A segunda ideia que revisamos talvez se revele o melhor caminho para voltarmos a ver cada uma das pessoas que povoam nosso mundo como o Filho santo de Deus. Pois, se acreditarmos que ainda somos como Deus nos criou, vai ser impossível vê-las de modo diferente.

Rubem Alves, em uma de suas crônicas, diz que, no ego, nosso desejo é sempre o de "engaiolar o outro e levá-lo pelos caminhos que são nossos. Isso vale para tudo: marido-mulher, pai-filha, mãe-filho, patrão-empregado, professor-aluno...". Mas há uma saída, ainda de acordo com ele, "que sugere a possibilidade de uma relação sem gaiolas", está em "um pequeno poema de Pearls":

Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender
às suas expectativas.
E você não está neste mundo para atender
às minhas expectativas.
Eu faço a minha coisa.
Você faz a sua.
E quando nos encontramos.
É muito bom.

As práticas das ideias que revisamos hoje, envoltas na ideia de que também somos amor porque Deus é só Amor, podem nos levar à compreensão de que, de fato, ainda somos como Deus nos criou e de que todas as pessoas que se apresentam a nós em qualquer ocasião de nossas vidas são o Filho santo de Deus que veio para nos abençoar. Mesmo que de uma forma que ainda não somos capazes de compreender.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A necessidade de se assumir o compromisso

LIÇÃO 175

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (159) Dou os milagres que recebo.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (160) Estou em casa. O medo é o estranho aqui.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, 24 de junho, vamos revisar mais dois pensamentos das lições recentes com o intuito de nos aproximarmos cada vez mais da nova fase da compreensão que está logo adiante, a nossa espera, na segunda parte do Livro de Exercícios.

Da mesma forma que no ano passado, vou convidá-los às práticas de hoje, tendo em mente dois pontos do último capítulo do livro texto, que têm muito a ver com as ideias que revisamos, e dizem o seguinte:

Não penses que por acaso se encontra a felicidade seguindo uma estrada que se afaste dela. Isto não faz nenhum sentido e não pode ser o caminho. Para ti, que pareces achar este curso difícil demais para aprender, deixa-me repetir que para atingires uma meta tens de ir na sua direção, não na direção contrária. E toda estrada que conduz a outra direção não beneficiará o objetivo a ser alcançado. Se isto é difícil de entender, então é ímpossível compreender este curso. Mas apenas neste caso. Pois, caso contrário, ele é apenas um ensinamento básico do óbvio [T-31.IV.7].


Trago aos teus olhos cansados a visão de um mundo diferente; tão novo, luminoso e fresco, que tu te esquecerás da dor e do sofrimento que viste antes. No entanto, essa é uma visão que deves compartilhar com todos que vires, pois do contrário não a contemplarás. Dar essa dádiva é o modo de torná-la tua [T-31.VIII.8:4-6].

Uma última observação a respeito da necessidade do compromisso com os exercícios e da razão pela qual o Curso nos oferece as lições para as práticas, valendo-me das palavras de Bhagwan Shree Rajneesh: "Um compromisso é um ponto sem retorno... tudo o que é lindo na vida vem através de um compromisso." Ou ainda, "o comprometimento [nos] leva ao próprio centro das coisas".

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Nossa infelicidade não vem dos fatos da vida

LIÇÃO 174

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (157) Quero entrar na Sua Presença agora.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (158) Hoje aprendo a dar como recebo.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Repriso aqui o comentário feito a esta mesma lição no ano passado. Acho que continua pertinente e pode levar ao aprofundamento da reflexão:

As ideias que revisamos nesta quinta-feira, dia 23 de junho, nos levam a refletir a respeito das escolhas que fazemos a todo instante, a maior parte das vezes de forma inconsciente, porque os efeitos delas fazem que nos perguntemos com frequência, como Paulo, em uma das cartas nos Evangelhos, se não estou enganado, "por que faço o mal que não quero, e não o bem que quero"?

Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Silêncio, diz o seguinte: "O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por que, apesar de você querer, paz, alegria e amor, não consegue suportar a paz, a alegria e o amor por muito tempo. Você diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz".

Eis aí a questão! Estamos viciados no ego. E, embora digamos a nós mesmos muitas vezes que queremos algo diferente, dizemo-lo apenas da boca para fora, de forma irrefletida e inconsciente, porque ainda não sabemos, de fato, o que queremos. E temos muito medo de escolher errado. E mais medo ainda de escolher certo.

O que nos resta fazer, então? Aprender mais a respeito de nosso vício, para trazê-lo à consciência e reconhecer todos os efeitos de sua presença em nossa vida. Pois, ainda de acordo com Tolle, no mesmo livro, nossa infelicidade não vem dos fatos da vida, mas do condicionamento de nossas mentes.

As práticas diárias das ideias que o Curso nos oferece, bem como outras práticas que busquem nos pôr em contato com nós mesmos, com o Ser, com o divino em nós, são um remédio milagroso para eliminar o vício que aprendemos com o mundo, eliminando também, por consequência, todos os seus efeitos e permitindo que experimentemos a paz de Deus.

Duvidam? Todos nós já passamos por uma situação na qual "perdemos as estribeiras", isto é, uma situação em que reagimos de uma forma que nos surpreende por completo. Ao relatá-la, depois de passado algum tempo, costumamos dizer: "aquilo me deixou completamente fora de mim". Na verdade, salvo alguns "instantes santos" é assim que vivemos no ego a maior parte do tempo. E dizemos também: "quando caí em mim" percebi o estrago, mas já era tarde demais.

O que significa "estar fora de si", senão inconsciência, não estar no agora, não estar presente por inteiro na situação, não estar em Deus? E "cair em si" não é a mesma coisa que recobrar a consciência, estar presente, estar em Deus, na Sua Presença?

Aproveitemos, pois, as ideias das práticas da revisão de hoje para "entrar na Sua Presença", aprender a ficar Nela e a compartilhá-la com todos aqueles a quem vamos encontrar neste dia, oferecendo-lhes a Presença, da mesma forma que A recebemos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eliminando ilusões para dar lugar à Verdade

LIÇÃO 173

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (155) Recuarei e permitirei que Ele mostre o caminho.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (156) Caminho com Deus em perfeita santidade.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

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COMENTÁRIO:

Continuamos nossas práticas de revisão nesta quarta-feira, dia 22 de junho, dedicando nossa atenção a mais dois dos pensamentos das lições recentes e envolvendo-os na ideia de que "Deus é só Amor".

Queremos passar logo à nova fase da compreensão que a segunda parte do livro de exercícios nos reserva. Já estamos muito perto. Precisamos, pois, trabalhar com afinco para libertar nossas mentes daquelas ideias equivocadas com as quais o ego tenta nos convencer da realidade deste mundo.

Precisamos. para tanto, cada vez mais, aprender a abrir nossas mentes à Verdade. Para deixá-las vazias de ilusões, isto é, para abrir nelas um espaço no qual a Verdade possa penetrar, preenchendo-as mais uma vez e eliminando as fantasias de uma vez por todas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Nunca houve um tempo em que Deus não existia

LIÇÃO 172

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (153) Minha segurança está em ser sem defesas.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (154) Eu estou entre os ministros de Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Nesta terça-feira, dia 21 de junho, estamos revisando duas ideias com as quais praticamos recentemente, envolvendo-as com o pensamento que vai permear todas as práticas durante este nosso novo período de revisão.

Estas duas ideias são da maior importância para a nova fase de compreensão que nos espera, da qual o Curso fala na introdução a este período.

É claro que, como todos nós sabemos e como eu disse anterioremente, no tempo em que aparentemente vivemos, o aprendizado parece se desenrolar ao longo de uma linha imaginária com começo, meio e fim, de modo linear.

Na verdade, não é bem assim. O que o Curso ensina é que nunca houve um tempo em que Deus não existia e nem um tempo em que Ele passou a existir. Da mesma forma, não há um tempo em Ele vai deixar de existir, morrer, acabar.

Tudo o que existe, na verdade, existe e se move n'Ele. Agora. E na eternidade, que é um agora que dura para sempre. E é na direção desta compreensão que caminhamos com as práticas diárias.

Às práticas, pois.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Abrir-se à possibilidade de conhecer a Deus

REVISÃO V

Introdução

1. Agora revisamos mais uma vez. Deta vez estamos porntos para oferecer mais esforço e mais tempo àquilo que empreendemos. Reconhecemos que nos preparamos para outra fase da compreensão. Queremos dar este passo por completo, para podermos ir adiante de novo mais seguros, com mais sinceridade, com a fé mantida de forma mais convicta. Nossos passos não foram firmes e as dúvidas nos fizeram caminhar de modo insegura e lento pela estrada que este curso apresenta. Mas agora nos apressamos, pois nos aproximamos de uma certeza maior, de um propósito mais firme e de uma meta mais garantida.

2. Pai, firma nossos pés. Perminte que nossas dúvidas se calrem e nossas mentes santas silenciem e fala conosco. Não temos nenhuma palavra para Te oferecer. Queremos apenas escutar Tua Palavra e fazê-la nossa. Orienta nossa prática tal qual um pai guia uma criancinha ao longo de um caminho que ela não compreende. Mas que ela segue, certa de que está a salvo porque seu pai lhe mostra o caminho.

3. Por isto trazemos nossa prática a Ti. E, se tropeçarmos, Tu nos erguerás. Se esquecermos o caminho, contamos com Tua lembrança certa. Nós nos desviamos, mas Tu não esquecerás de nos chamar de volta. Apressa nossos passos agora, para podermos mudar de modo mais seguro e rápido em Tua direção. E aceitamos a Palavra que Tu nos ofereces para unificar nossa prática, enquanto revisamos as ideias que Tu nos deste.

4. É esta a ideia que deve preceder os pensamentos que revisamos. Cada um apenas esclarece algum aspecto desta ideia ou a ajuda a ser mais significativa, mais pessoal e verdadeira e descreve melhor o Ser santo que compartilhamos e que agora nos preparamos para conhecer mais uma vez:

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

Só este Ser conhece o Amor. Só este Ser é completamente coerente em Seus Pensamentos; conhece Seu Criador, compreende a Si Mesmo, é perfeito em Seu conhecimento e em Seu Amor e não muda nunca de Seu estado permanente de união com Seu Pai e Consigo Mesmo.

5. E é isto que espera para nos encontrar ao final da jornada. Cada passo que damos nos leva um pouco mais perto. Esta revisão vai reduzir o tempo de forma imensurável, se conservarmos em mente que esta continua a ser nossa meta e que, enquanto praticamos, é disto que nos aproximamos. Elevemos nossos corações do pó à vida, ao nos lembrarmos de que isto nos foi prometido e de este curso foi enviado para abrir o caminho da luz para nós e para nos ensinar, passo a passo, como voltar ao Ser eterno que pensávamos ter perdido.

6. Eu faço a jornada contigo. Pois compartilho de tuas dúvidas e medos por algum tempo, para poderes vir a mim que reconheço a estrada pela qual todos os medos e dúvidas são vencidos. Nós caminhamos juntos. Eu tenho de compreender incerteza e dor, embora saiba que elas não têm nenhum significado. Porém, um salvador tem de permanecer com aqueles que ensina, vendo o que veem, mas conservando ainda em sua mente o caminho que o conduziu para fora e que, agora, vai te conduzir para fora com ele. O Filho de Deus é crucificado até caminhares ao longo da estrada comigo.

7. Minha ressurreição vem novamente toda vez que conduzo um irmão em segurança até o lugar em que a jornada termina e é esquecida. Eu me renovo toda vez que um irmão aprende que há uma saída para a infelicidade e para a dor. Eu renasço toda vez que a mente de um irmão se volta para a luz em si mesmo e me procura. Eu não esqueço ninguém. Ajuda-me agora a te conduzir de volta para onde a jornada começou, para fazeres outra escolha comigo.

8. Libera-me enquanto praticas mais uma vez as ideias que eu trouxe para ti, d'Aquele Que vê tua amarga necessidade e conhece a resposta que Deus Lhe deu. Revisamos juntos estas ideias. Juntos dedicamos nosso tempo e esforço a elas. E, juntos, as ensinaremos a nossos irmãos. Deus não quer ter o Céu incompleto. O Céu espera por ti do mesmo modo que eu. Eu sou incompleto sem tua parte em mim. E, quando me torno íntegro, vamos juntos ao nosso antigo lar, preparado para nós antes do tempo existir e mantido inalterado pelo tempo, imaculado e seguro, tal como será quando, enfim, o tempo acabar.

9. Deixa, então, que esta revisão seja a tua dádiva para mim. Pois é só isto que eu preciso; que ouças as palavras que digo e as ofereças ao mundo. Tu és minha voz, meus olhos, meus pés, minhas mãos, pelas quais eu salvo o mundo. O Ser do qual te chamo é apenas o teu próprio Ser. Vamos a Ele juntos. Toma a mão de teu irmão, pois este não é um caminho que percorremos sozinhos. Eu caminho contigo nele e tu comigo. Nosso Pai quer que Seu Filho seja um com Ele. Que vidas, então, não têm apenas de ser unas contigo?

10. Deixa que esta revisão venha a ser um momento em que compartilhamos uma experiência nova para ti, uma experiência, porém, tão velha quanto o tempo e ainda mais velha. Santificado o teu Nome. Tua glória imaculada para sempre. E tua totalidade agora completa do modo que Deus a criou. Tu és Seu Filho, que completa Seu estender-Se em ti mesmo. Nós praticamos apenas uma verdade antiga que conhecíamos antes que a ilusão parecesse reivindicar o mundo. E lembramos ao mundo que ele fica livre de todas as ilusões cada vez que dissermos:

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

11. Com isto começamos cada dia de nossa revisão. Com isto começamos e terminamos cada período do momento da prática. E com esta ideia adormecemos, para despertar mais uma vez com estas mesmas palavras em nossos lábios para saudar mais um dia. Não deixaremos de envolver com ela nenhum dos pensamentos que revisamos e usaremos o pensamento para mantê-la diante de nossas mentes e para mantê-la claramente em nossa lembrança ao longo de todo o dia. E, assim, quando terminarmos esta revisão, reconheceremos que as palavras que dizemos são verdadeiras.

12. As palavras, contudo, são apenas recursos e devem ser usadas, exceto no início e no fim dos períodos de prática, apenas para lembrar à mente de seu propósito, caso necessário. Colocamos fé na experiência que vem da prática, não no meio que utilizamos. Esperamos a experiência e reconhecemos que só nela está a convicção. Usamos as palavras e tentamos várias vezes ir além delas, até seu significado, que está muito além de seu som. O som se torna indistinto e desaparece, quando nos aproximamos da Fonte do significado. É Aí que achamos descanso.

*

LIÇÃO 171

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (151) Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (152) O poder de decisão é meu.
Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Neste segunda-feira, dia 20 de junho, começamos nossa quinta revisão. Perdoem-me, por favor, os que procuraram esta postagem mais cedo e não a encontraram. O que aconteceu é que por pequeno equívoco, pensei tê-la programado antes de sair em viagem.

Entretanto, hoje, ao entrar no Blogger, e não a encontrar também, lembrei-me de que tinha programado apenas a lições até o dia 19, que seria o dia de minha volta, porque, pensei, uma vez que minha chegada seria cedo, às 6 horas da manhã de domingo, como foi de fato, teria tempo durante o dia de entrar no site e preparar a postagem de hoje. Não contava, porém, com o cansaço e a ressaca da viagem, depois de mais de 15 dias fora e um voo de quase doze horas. Desculpem-me portanto, por favor. E vamos à lição.

Conforme nos orienta a introdução a este período de revisão em que entramos e, como veremos, ao longo dos próximos dez dias, vamos revisar, a cada dia, duas das ideias praticamos recentemente. E vamos, com isso, torná-las mais significativas para nós e para a nossa experiência com as práticas que o Curso nos oferece ao envolvê-las na ideia que expressa a verdade a respeito de Deus e de nós mesmos.

A ideia cuja lembrança constitui a meta do aprendizado e que dá unidade às práticas deste período de revisão. Isto é, a ideia que vai nos permitir que, ao reconhecermos que "Deus é só Amor" e que, por esta razão, nós também só podemos ser ["só"] amor, teremos alcançado o auto-conhecimento e, com isso, teremos nos aberto inteiramente à possibilidade de conhecer a Deus.

domingo, 19 de junho de 2011

Quantos pensam que se pode tirar férias de Deus?

LIÇÃO 170

Não há nenhuma maldade em Deus e nenhuma em mim.

1. Ninguém ataca sem intenção de ferir. Não pode haver nenhuma exceção a isto. Quando pensas atacar em defesa própria, pressupões que ser mau é proteção; estás a salvo em razão da maldade. Tu queres acreditar que ferir outro te traz liberdade. E pressupões que atacar é trocar o estado em que te encontras por alguma coisa melhor, mais fora de perigo, mais segura contra invasões perigosas e contra o medo.

2. Quão inteiramente insana é a ideia de que defender-se do medo é atacar! Pois nisto se produz e se alimenta o medo com sangue, para fazê-lo crescer e inchar e se enraivecer. E, deste modo, protege-se o medo, não se fica livre dele. Hoje aprendemos uma lição que pode te poupar de mais atraso e de mais amargura desnecessária do que podes talvez imaginar. A lição é esta:

Tu fazes aquilo de que te defendes e por tua
própria defesa ele se torna real e inevitável. Depõe
tuas armas e só então perceberás que ele é falso.

3. Parece que atacas o inimigo externo. Contudo, tua defesa instala um inimigo interno; uma estranha ideia em guerra contigo, privando-te da paz, dividindo tua mente em dois campos que parecem ser totalmente inconciliáveis. Pois agora o amor tem um "inimigo", um opositor; e o medo, o estranho, precisa agora de tua defesa contra a ameaça daquilo que realmente és.

4. Se refletires com cuidado acerca dos meios pelos quais tua defesa própria imaginária segue em frente do modo que imaginou, perceberás as premissas nas quais a ideia se baseia. Primeiro, é evidente que as ideias têm de deixar sua fonte, pois és tu que inventas o ataque e que tem de tê-lo concebido em primeiro lugar. Mas atacas fora de ti mesmo e separas tua mente daquele que deve ser atacado, com absoluta fé em que a divisão que fizeste é real.

5. Depois, confere-se as características do amor a seu "inimigo". Pois o mundo se torna tua segurança e o protetor de tua paz, a quem te voltas buscando consolo e saída para as dúvidas acerca de tua força e esperança de repouso na paz sem sonhos. E quando se despoja o amor daquilo que pertence a ele, e só a ele, dota-se o amor das características do medo. Pois o amor te pediria que depusesses qualquer defesa como simples tolice. E tuas armas, de fato, se desintegrariam em pó. Pois é isto que são.

6. Com o amor como inimigo, a maldade tem de se tornar um deus. E deuses exigem que aqueles que os adoram obedeçam a seus ditames e se recusem a questioná-los. Distribui-se punição severa de forma implacável àqueles que questionam se as exigências são ajuizadas ou mesmo sãs. Seus inimigos é que são insensatos e loucos, enquanto eles são sempre misericordiosos e justos.

7. Hoje olhamos para este deus malvado de forma imparcial. E observamos que embora seus lábios estejam manchados de sangue e ele pareça lançar labaredas de fogo, ele é feito de pedra apenas. Ele não pode fazer nada. Não precisamos desafiar seu poder. Ele não tem nenhum. E aqueles que veem nele sua segurança não têm nenhum protetor, nenhuma força a invocar em caso de perigo e nenhum guerreiro poderoso para lutar por eles.

8. Este momento pode ser terrível. Mas ele também pode ser o momento de tua libertação de uma escravidão abjeta. Fazes uma escolha, pondo-te diante deste ídolo, vendo-o exatamente como ele é. Devolverás ao amor aquilo que buscaste tirar dele à força para depositar diante deste pedaço de pedra estúpido? Ou farás outro ídolo para substituí-lo? Pois o deus da maldade toma muitas formas. Pode-se achar outra.

9. Contudo, não penses que o medo é a saída para o medo. Lembremo-nos do que o texto enfatiza a respeito dos obstáculos à paz. O último deles, o mais difícil de se acreditar que não seja nada, um pretenso obstáculo com a aparência de uma barreira sólida, impenetrável, assustadora e além do conquistável, é o medo do Próprio Deus. Eis aqui a premissa básica que entroniza a ideia do medo como deus. Pois o medo é amado por aqueles que o adoram e, agora, o amor parece se revestir de maldade.

10. De onde vem a crença totalmente insana em deuses de vingança? O amor não confunde suas características com as do medo. No entanto, os adoradores do medo têm de perceber sua própria confusão no "inimigo" do medo; a maldade dele agora como parte do amor. E o que se torna mais amedrontador do que o Próprio Coração do Amor? O sangue parece estar em Seus lábios; o fogo vem d'Ele. E Ele é mais terrível que tudo, inconcebivelmente mau, abatendo a todos que O reconhecem como seu Deus.

11. A escolha que fazes hoje é segura. Pois olhas pela última vez para este pedaço de escultura de pedra que fizeste e não mais o chamas de deus. Tu alcançaste este lugar antes, mas escolheste que este deus mau ainda permanecesse contigo sob outra forma. E, por isto, o medo de Deus voltou contigo. Desta vez tu o deixas aí. E voltas para um mundo novo, sem o fardo de seu peso; visto, não pelos olhos cegos do medo, mas pela visão que tua escolha te devolveu.

12. Agora sim teus olhos pertencem a Cristo e Ele olha através deles. Agora tua voz pertence a Deus e repete a d'Ele. E, agora, teu coração permanece em paz para sempre. Tu O escolhes em lugar de ídolos e tuas características, dadas a ti por teu Criador, te são, enfim, devolvidas. O Chamado a Deus foi ouvido e atendido. Agora o medo dá lugar ao amor, e o Próprio Deus substitui a maldade.

13. Pai, somos como Tu. Não habita em nós nenhuma maldade, pois não há nenhuma em Ti. E nós abençoamos o mundo só com aquilo que recebemos de Ti. Escolhemos outra vez e fazemos nossa escolha por todos os nossos irmãos, sabendo que eles são um conosco. Nós trazemos Tua salvação a eles, assim como a recebemos agora. E damos graças por eles que nos tornam completos. Vemos Tua glória neles e encontramos neles nossa paz. Somos santos porque Tua Santidade nos liberta. E damos graças. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Quando os primeiros de vocês começarem a ler este comentário eu já estarei voando de volta para o Brasil, onde está prevista a chegada para as 06h05, após quinze dias de férias. Mas não tirei férias das práticas. Lembram-se do mote daquele grupo de estudos de que falei outro dia? "Todo dia é dia de treino". As férias são sempre bem-vindas e são necessárias para mudarmos a rotina e aprendermos a nos ocupar de nós mesmos, sem quaisquer pre-ocupações e/ou compromissos que exijam uma atenção que, às vezes, não estamos dispostos a dar, mas sem esquecer de que Deus está sempre conosco e que nos movemos n'Ele e em Sua graça.

A lição deste domingo, dia 19 de julho, trata de algo parecido em nossas vidas, algo a respeito do qual é bom refletirmos com as práticas da ideia que o Curso nos oferece neste dia. Será que podemos tirar férias de Deus? Ou será que não nos encontramos em um estado em que aparentemente deixamos Deus de lado e nos voltamos para as atividades diárias e para as necessidades que exigem nossa atenção no dia-a-dia, sem deixar sobrar um minuto sequer para voltar nossos pensamentos a Ele?

 Repetindo, de certa forma, a pergunta que fiz no ano passado: quantas roram as vezes em que nos voltamos para Deus apenas como uma última tentativa para resolver questões mais urgentes, cuja solução nos parecia quase impossível, e, uma vez resolvidas, para nossa alegria, O deixamos de lado? Isto é, voltamo-nos para o mundo da ilusão renovados, cheios de novas ideias, prontos para enfrentar o mundo, mais uma vez, "sozinhos". Ou melhor dizendo, esquecidos de que ao nos afastarmos outra vez d'Ele, escolhíamos de novo um "deus mau", sob a forma da auto-suficiência e da onipotência egóicas.

É claro que, num primeiro momento, agradecidos a Ele pelo conforto, pela paz e pela solução para o problema - ou problemas - que nos afligia. Mas esta gratidão não dura muito, porque o ego não quer ficar devendo favores ou obrigações, nem a Deus, nem a ninguém.
É por esta razão que devemos pôr toda a atenção possível às práticas de hoje, preparando-nos já para o próximo período de revisão que começa amanhã.

Às práticas, pois!

sábado, 18 de junho de 2011

Só a graça de Deus pode, de fato, nos libertar

LIÇÃO 169

Vivo pela graça. Pela graça me liberto.

1. A graça é um aspecto do Amor de Deus que é o mais parecido ao estado predominante na unidade da verdade. É a aspiração mais elevada do mundo, pois conduz para além do mundo inteiramente. Está além do aprendizado embora seja a meta do aprendizado, pois a graça não pode vir até que a mente se prepare para a aceitação verdadeira. A graça vem a ser imediatamente inevitável naqueles que preparam uma mesa em que ele possa ser disposta de forma benigna e aceita com boa vontade; um altar puro e sagrado para a dádiva.

2. A graça é a aceitação do Amor de Deus em um mundo de ódio e medo aparentes. Apenas pela graça o ódio e o medo acabam, pois a graça representa um estado tão contrário a tudo o que o mundo contém que aqueles cujas mentes são iluminadas pela dádiva da graça não podem acreditar que o mundo do medo seja real.

3. Não se aprende a graça. O último passo deve ir além de todo o aprendizado. A graça não é a meta que este curso aspira alcançar. No entanto, nós nos preparamos para a graça, uma vez que uma mente aberta pode ouvir o Chamado para despertar. Ela não está hermeticamente fechada à Voz de Deus. Ela se torna consciente de que há coisas que não conhece e, desta forma, fica pronta para aceitar um estado completamente diferente da experiência com a qual está habitualmente familiarizada.

4. Talvez pareça que contradizemos a afirmação de que a revelação do Pai e do Filho como um só já está estabelecida. Mas dissemos também que a mente decide quando será este momento e que já o decidiu. E, não obstante, insistimos para que tu dês testemunho da Palavra de Deus para apressar a experiência da verdade e acelerar seu advento em cada mente que reconhecer os efeitos da verdade em ti.

5. A unidade é apenas a ideia de que Deus é. E, em Seu Ser, Ele abrange todas as coisas. Nenhuma mente contém nada a não ser Ele. Dizemos "Deus é" e, então, paramos de falar, pois neste conhecimento as palavras não têm sentido. Não há lábios para pronunciá-las e nenhuma parte da mente suficientemente distinta para perceber que agora ela está consciente de alguma coisa que não seja ela mesma. Ela se uniu a sua Fonte. E, como sua Própria Fonte, ela simplesmente é.

6. Não podemos em absoluto falar, nem escrever e nem mesmo pensar a respeito disto. Ele vem a cada mente quando o total reconhecimento de que sua vontade é a Vontade de Deus se der por completo e for recebido de forma completa. Ele devolve a mente ao presente infinito, no qual não se pode conceber passado e futuro. Ele está adiante da salvação; depois de qualquer ideia de tempo, de perdão e da face sagrada do Cristo. O Filho de Deus simplesmente desaparece em seu Pai, assim como seu Pai nele. O mundo absolutamente nunca existiu. A eternidade continua a ser um estado permanente.

7. Isto está além da experiência que tentamos apressar. Entretanto, o perdão, ensinado e aprendido, traz consigo as experiências que dão testemunho de que está próximo o momento que a própria mente estabeleceu para abandonar tudo, menos isto. Nós não a apressamos porque o que vais oferecer estava escondido d'Aquele Que ensina o que o perdão significa.

8. Todo o aprendizado estava na Mente d'Ele, realizado e completo. Ele reconheceu tudo o que o tempo contém e o deu a todas as mentes a fim de que cada uma pudesse decidir, a partir de um ponto de vista no qual o tempo acabara, quando ela seria liberada para a revelação e para a eternidade. Repetimos várias vezes antes que tu apenas fazes uma jornada que já terminou.

9. Pois a unidade tem de estar aqui. Qualquer que seja o momento que a mente estabelece para a revelação, ele é inteiramente alheio àquilo que tem de ser um estado permanente, que é eternamente como sempre foi e que deve permanecer para sempre como é agora. Nós apenas assumimos o papel há muito tempo atribuído e reconhecido plenamente como realizado por completo por Aquele Que escreveu o roteido da salvação em Nome de Seu Criador e em Nome do Filho de Seu Criador.

10. Não há mais nenhuma necessidade de esclarecer o que ninguém no mundo pode compreender. Quando a revelação de tua unidade vier, ela será conhecida e compreendida plenamente. Agora temos trabalho a fazer, pois os que estão no tempo podem falar de coisas distantes e ouvir as palavras que explicam que o que está por vir já está vindo. Porém, que significado as palavras podem transmitir para aqueles que ainda contam as horas e se levantam e trabalham e vão dormir obedecendo ao ritmo delas?

11. Basta, então, que tenhas trabalho para fazer para, de fato, cumprires teu papel. O fim deve permanecer oculto para ti até que se cumpra teu papel. Não importa. Pois teu papel ainda é aquele do qual todos os outros dependem. Quando assumes o papel que te foi designado, a salvação chega um pouco mais perto de cada coração inseguro que ainda não pulsa em sintonia com Deus.

12. O perdão é o tema principal que perpassa toda a salvação, mantendo todas as suas parte em ligações significativas, seu curso orientado e seu resultado seguro. E agora pedimos a graça, a última dádiva que a salvação pode conceder. A experiência que a graça oferece terá fim no tempo, pois a graça prenuncia o Ceú, embora não substitua a ideia do tempo senão por um breve instante.

13. O intervalo é suficiente. É aqui que se depositam os milagres para te serem devolvidos a partir dos instantes santos que recebes, por meio da graça em tua experiência, para todos aqueles que veem a luz que se prende a teu rosto. O que é o rosto de Cristo a não ser o daquele que esteve por um instante na intemporalidade e trouxe um reflexo claro da unidade que sentiu um instante atrás para abençoar o mundo? Como poderias, enfim, alcançá-la para sempre, enquanto uma parte de ti permanece fora, sem saber, adormecida e necessitanto de ti como testemunha da verdade?

14. Sê grato por voltar, tal como ficaste contente em ir por um instante, e aceita as dádivas que a graça te ofereceu. Tu as trazes de volta para ti mesmo. E a revelação não está muito atrás. Sua vinda está garantida. Pedimos a graça e a experiência que vem da graça. Acolhemos a liberação que ela oferece a todos. Não pedimos o que não se pode perdi. Não olhamos adiante daquilo que a graça pode dar. Pois podemos dar isso na graça que nos foi dada.

15. A meta de nosso aprendizado hoje não vai além desta prece. Porém, no mundo, o que poderia ser mais do que aquilo que pedimos neste dia Àquele Que dá a graça que pedimos, assim como ela Lhe foi dada?

Vivo pela graça. Pela graça me liberto.
Dou pela graça. Pela graça vou libertar.

*

COMENTÁRIO:

Que a graça alcance nossa consciência neste dia. Que a graça nos acompanhe em todos os caminhos e esteja presente em todas as situações que se apresentarem a nós hoje. Que a graça nos conceda ver a nós mesmos em todos aqueles com quem nos encontrarmos. Pois, pela graça, que nos concede a liberdade, vamos ser capazes de libertar a todos do julgamento do mundo.

Como eu disse antes, se tivermos bem presente uma lição anterior, seremos capazes de nos lembrar de que Deus vai conosco aonde formos. E se Ele vai conosco aonde formos, temos de reconhecer que a graça d'Ele também tem de estar conosco aonde quer que estejamos. É isto que as práticas deste sábado, dia 18 de junho, visam a nos ajudar a lembrar.

Pois, independentemente de quaisquer esforços que façamos, independente de qualquer busca a que nos dediquemos, é só a graça de Deus que pode, de fato, nos libertar e nos fazer compreender, para além da lógica e da razão, que já somos aquilo que buscamos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O que significa o "não fazer nada" do Curso?

LIÇÃO 168

Tua graça me é dada. Eu a reivindico agora.

1. Deus fala conosco. Não falaremos com Ele? Ele não está distante. Ele não faz nenhuma tentativa de Se esconder de nós. Nós tentamos nos esconder d'Ele e nos enganamos. Ele permanece inteiramente acessível. Ele ama Seu Filho. Não existe nenhuma certeza a não ser esta, mas esta é suficiente. Ele amará Seu Filho para sempre. Enquanto a mente de Seu Filho permanece adormecida, Deus ainda o ama. E quando a mente dele desperta, Ele o ama com um Amor imutável.

2. Se ao menos conhecesses o significado do Amor de Deus, esperança e desespero seriam impossíveis. Pois a esperança estaria satisfeita para sempre; qualquer espécie de desespero inimaginável. A graça d'Ele Sua resposta para todo o desespero, pois nela está a lembrança de Seu Amor. Ele não daria alegremente o meio pelo qual se reconhecer Sua Vontade? A graça de Deus é tua a partir de teu reconhecimento. E a lembrança d'Ele desperta na mente que Lhe pede o meio pelo qual seu sono acaba.

3. Hoje pedimos a Deus a dádiva que Ele preserva com o maior cuidado em nossos corações, esperando para ser reconhecida. Esta é a dádiva por meio da qual Deus se inclina para nós e nos eleva, dando Ele Mesmo o passo final para a salvação. Orientados pela Voz d'Ele, aprendemos todos os passos, menos este. Mas, finalmente, Ele Mesmo vem e nos toma em Seus Braços e varre as teias de nosso sono. Sua dádiva de graça é mais do que apenas uma resposta. Ela devolve todas as lembranças que a mente adormecida esquecera; toda a certeza do que é o significado do Amor.

4. Deus ama Seu Filho. Pede-Lhe agora para dar o meio pelo qual este mundo desaparecerá; e, em primeiro lugar, virá a visão e, apenas um instante depois, o conhecimento. Pois, na graça, vês uma luz que envolve o mundo inteiro no amor e observas o medo desaparecer de cada rosto, enquanto os corações se elevam e reivindicam a luz como sua. O que fica agora para que o Céu se atrase por mais um instante? O que ainda não se desfez, se teu perdão descansa sobre todas as coisas?

5. Este é um dia novo e santo, pois recebemos o que nos foi dado. Nossa fé está no Doador, não em nossa própria aceitação. Nós reconhecemos nossos erros, mas Ele, para Quem qualquer erro é desconhecido, ainda é Aquele Que responde aos nossos erros dando-nos o meio de abandoná-los e de nos elevarmos a Ele com gratidão e amor.

6. E Ele desce para nos encontrar, enquanto vamos a Ele. Pois o que Ele prepara para nós Ele nos dá e nós recebemos. Esta é a Vontade d'Ele porque Ele ama Seu Filho. Rezamos a Ele hoje, devolvendo apenas a palavra que Ele nos dá por meio de Sua Própria Voz, a Palavra d'Ele, Seu Amor:

Tua graça me é dada. Eu a reinvindico agora.
Pai, venho a Ti. E Tu virás a mim, que peço.
Eu sou o Filho que Tu amas.

*

COMENTÁRIO:

Como eu disse também no ano passado, há uma parte do texto que diz literalmente: "tu não precisas fazer nada". Isso, porém, não significa que podemos nos sentar simplesmente e esperar que a solução para tudo caia do Céu. Apesar de, ao mesmo tempo, poder significar isto. Por que não? Entretanto, o que podemos pensar a respeito de tal afirmação, a partir de quaisquer experiências por que tenhamos passado, é que o "não fazer nada" do Curso não é exatamente a mesma coisa que o ego pensa a respeito de "não fazer nada".

Entendo, repetindo mais uma vez o que já disse antes, que "não fazer nada" no contexto do ensinamento do Curso envolve não utilizar as intenções do sistema de pensamento do ego para "fazer" as coisas que ele nos pede que façamos. Isto é, pensar que o mundo necessita de reparos, que o homem - e a mulher - precisa mudar, que o que vemos no mundo é uma grande confusão gerada por erros enormes de todos os que viveram antes de nós e por erros maiores daqueles que vivem conosco no mundo neste tempo.

Em meu modo de ver, dizendo novamente, o "não fazer nada" do ego é o entregar-se à ideia de que não importa o que façamos, nada irá mudar. Não importa quão boas e nobres sejam as nossas intenções, o mundo e todos e tudo nele estão condenados. As coisas só vão piorar, independentemente do que cada um fizer, pois somos apenas partes insignificantes de um universo muito maior sobre o qual não temos a menor influência.

Para o Curso, o "não fazer nada" é reconhecer o que a lição desta quinta, dia 17 de junho, nos convida a praticar. "Não fazer nada" é, pois, reconhecer que somos receptores da graça divina. Reconhecer como dizia uma lição anterior que estamos encarregados "das dádivas de Deus".  "Não fazer nada" é, portanto, reivindicar esta graça, para aprender a olhar para o mundo de modo diferente. E ver nele, e em tudo o que existe, a marca da graça de Deus, impressa pelo nosso olhar amoroso.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A vida é uma só. Está acima do tempo e do corpo.

LIÇÃO 167

Há uma só vida e é esta que compartilho com Deus.

1. Não existem tipos diferentes de vida, pois a vida é igual à verdade. Ela não tem graus. É a única condição da qual tudo o que Deus criou compartilha. Como todos os Pensamentos d'Ele, ela não tem oposto. Não há morte porque aquilo que Deus criou compartilha de Sua vida. Não há morte porque não existe um oposto para Deus. Não há morte porque o Pai e o Filho são um só.

2. Neste mundo, parece haver um estado que é o contrário da vida. Tu o chamas de morte. No entanto, aprendemos que a ideia da morte toma muitas formas. É a única ideia subjacente a todas as sensações que não sejam extremamente felizes. É o alarme ao qual atendes quando reages de qualquer modo que não seja alegria completa. Qualquer tristeza, perda, ansiedade, sofrimento e dor, mesmo um suspiro de cansaço, um leve mal-estar ou a mais simples expressão de desagrado admitem a morte. E, deste modo, negam que vives.

3. Tu pensa que a morte está relacionada ao corpo. Porém, ela é apenas uma ideia inaplicável ao que se vê como físico. Uma ideia existe na mente. Por isto ela pode ser aplicada da forma que a mente a orienta. Mas é em sua origem que ela tem de ser mudade, se a mudança acontecer. As ideias não deixam sua fonte. A ênfase que este curso coloca nesta ideia se deve ao fato de ela ser primordial em nossas tentativas de mudar teu modo de pensar acerca de ti mesmo. Ela é a razão pela qual podes curar. Ela é a causa da cura. Ela é o motivo pelo qual não podes morrer. A verdade dela te estabeleceu como uno com Deus.

4. A morte é a ideia de que estás separado de teu Criador. É a crença de que as condições mudam, as emoções variam em razão de causas que não podes controlar, que não inventaste e que não podes mudar nunca. É a crença arraigada de que ideias podem deixar sua fonte e assumir qualidades que a fonte não tem, tornando-se diferentes de sua própria origem, separadas dela tanto em estado quanto em espaço, tempo e forma.

5. A morte não pode vir da vida. As ideias permanecem unidas a sua fonte. Elas podem estender tudo o que sua fonte contém. Neste aspecto, elas podem ir muito além de si mesmas. Mas não podem dar origem àquilo que nunca lhes foi dado. Conforme foram feitas, assim será seu fazer. Conforme foram criadas, assim criarão. E voltarão ao lugar de onde vieram.

6. A mente pode imaginar que dorme, mas isto é tudo. Ela não pode mudar aquilo que é seu estado desperto. Ela não pode inventar um corpo, nem morar no interior de um corpo. Aquilo que é estranho à mente não existe, porque não tem fonte. Pois a mente cria todas as coisas que existem e não pode lhes dar qualidades que lhe faltem, nem mudar seu próprio estado de atenção eterna. Ela não pode fazer o físico. Aquilo que parece morrer é apenas o sinal da mente adormecida.

7. O contrário da vida só pode ser outra forma de vida. Como tal, ela pode ser conciliada com o que criou, porque ela não é um oposto na verdade. Sua forma pode mudar; ela pode parecer ser o que não é. No entanto, mente é mente, acordada ou dormindo. Ela não é seu contrário em nada criado, nem naquilo que ela parece fazer quanto acredita que dorme.

8. Deus só cria a mente desperta. Ele não dorme, e Suas criações não podem compartilhar aquilo que Ele não dá, nem inventar condições que Ele não compartilhe com elas. A ideia da morte não é o contrário dos pensamentos de vida. Por serem eternamente não contrariados por opostos de qualquer tipo, os Pensamentos de Deus continuam a ser imutáveis para sempre, com o poder para se estenderem imutavelmente, mas ainda no interior de si mesmos, pois eles estão em todos os lugares.

9. Aquilo que parece ser o contrário da vida está dormindo simplesmente. Quando a mente escolhe ser o que ela não é e simular um poder estranho que não tem, um estado estranho no qual não pode penetrar ou uma condição falsa que não se encontre em sua Fonte, ela simplesmente parece ir dormir um pouco. Ela sonha com o tempo; um intervalo no qual o que parece acontecer não acontece jamais, as mudanças feitas não têm sentido e todos os acontecimentos não estão em parte alguma. Quando a mente desperta, ela apenas se mantém como sempre foi.

10. Sejamos, hoje, filhos da verdade e não neguemos nossa herança sagrada. Nossa vida não é como a imaginamos. Quem muda a vida em razão de fechar os olhos, ou fazer de si mesmo o que não é porque dorme e vê em sonhos um oposto ao que é? Não pediremos a morte em nenhuma forma hoje. E também não permitiremos , nem por um instante, que opostos imaginários à vida habitem no lugar em que o Pensamento da vida eterna foi posto pelo Próprio Deus.

11. Hoje lutamos para manter Seu lar sagrado como Ele o estabeleceu e quer que ele seja para todo o sempre. Ele é o Senhor do que pensamos hoje. E em Seus Pensamentos, que não têm opostos, compreendemos que há uma só vida e que é esta vida que compartilhamos com Ele, com toda a criação, com os pensamentos dela também, a quem Ele criou em uma unidade de vida que não pode se separar na morte e deixar a Fonte da vida de onde veio.

12. Compartilhamos uma única vida porque temos uma única Fonte, uma Fonte da qual a perfeição vem a nós, permanecendo sempre nas mentes sagradas que Ele criou perfeitas. Do modo que éramos, também somos agora e seremos para sempre. Uma mente adormecida tem de despertar, quando vê sua própria perfeição espelhando o Senhor da vida de forma tão perfeita que se desvanece no que está refletido aí. E agora ela não é mais um simples reflexo. Ela se torna a coisa que reflete e a luz que torna o reflexo possível. Não se necessita de nenhuma visão agora. Pois a mente desperta é aquela que conhece sua Fonte, seu Ser e sua Santidade.


*

 


COMENTÁRIO:


If I could save time in a bottle/ The first thing that I'd like to do/ Is to save every day till eternity passes away/ Just to spend them with you.

Esta é a primeira estrofe de uma música que um cantor-compositor de música country, americano, chamado Jim Croce compôs e escreveu, reza a lenda, para seu filho, quando soube que sua mulher estava grávida. A tradução livre diz mais ou menos o seguinte:

Se eu pudesse guardar o tempo em uma garrafa/ A primeira coisa que eu gostaria de fazer/ Seria guardar cada dia até que a eternidade passasse/ Só para passá-los com você.

Se não me falha a memória, ele não viveu o suficiente para passar muito tempo com o filho. Pois sofreu um acidente algum tempo depois, quando seu filho ainda era muito pequeno. Entretanto, a música, suas palavras, imagino, e a ideia do amor que se lê nas entrelinhas vão durar para sempre. E seu filho, com certeza, deve ter crescido amparado por aquele tipo de amor que dura além do tempo, que dura além do corpo. Aquela vida que é uma e única e que compartilhamos com Deus, conforme a ideia que o Curso nos oferece para as práticas desta quinta-feira, 16 de junho.

Na verdade, em uma lição anterior já aprendemos que não existe morte. O que morre não é o que Deus criou, pois "aquilo que Deus cria é eterno", uma ideia que está em perfeita sintonia com a ideia que a lição nos oferece para a práticas hoje. Acreditar, perceber, reconhecer, aceitar a ideia de que a vida é uma só permite que nos liberemos da ideia do tempo, para compreender que o passado passou e não deixou nada a não ser a beleza e uma bênção, para aqueles que aprendem a olhar para o mundo livres do medo que serve apenas para esconder o Ser, que sempre foi, ainda é e sempre será parte de nós, aliás, a única parte verdadeira de nós, que está além do tempo e que já venceu a morte.

Gostaria de poder lhes oferecer aqui o video que mostra o cantor e a música, juntamente com sua mulher e seu filho, mas não consegui copiar o link. Quem o desejar pode vê-lo em meu perfil no facebook.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quem se vê como portador das dádivas de Deus?

LIÇÃO 166

Eu estou encarregado das dádivas de Deus.

1. Todas as coisas te são dadas. A confiança de Deus em ti não tem limite. Ele conhece Seu Filho. Ele dá sem exceção, não retendo nada que possa contribuir para tua felicidade. E, não obstante, a menos que tua vontade seja uma só com a d'Ele, Suas dádivas não são recebidas. Mas o que te faria pensar que existe outra vontade além da d'Ele?

2. Eis aqui o paradoxo subjacente à feitura do mundo. Este mundo não é a Vontade de Deus e, por isto, ele não é real. Porém, aqueles que pensam que ele é real têm ainda de acreditar que há outra vontade, e uma que conduz a efeitos contrários àqueles que Ele quer. Impossível, de fato; mas toda a mente que olha para o mundo e o julga certo, sólido, digno de confiança e verdadeiro acredita em dois criadores; ou em um, ele mesmo apenas. Mas nunca em um só Deus.

3. As dádivas de Deus não são acietáveis para ninguém que tenha estas crenças estranhas. Ele tem de acreditar que aceitar as dádivas de Deus, por mais evidentes que elas possam vir a ser, por mais urgentemente que ele possa ser chamado a reclamá-las como suas, é ser pressionado à traição de si mesmo. Ele tem de negar a presença delas, contradizer a verdade e sofrer para preservar o mundo que fez.

4. Aqui é o único lar que ele conhece. Aqui está a única segurança que ele acredita poder encontrar. Sem o mundo que fez, ele é um pária; sem lar e com medo. Ele não se dá conta de que é aqui, de fato, que ele é amedrontado, e sem lar, também; um pária vagando tão distante de casa, longe há tanto tempo que não compreende que se esqueceu de onde veio, aonde vai e até mesmo quem ele é realmente.

5. Entretanto, em suas divagações solitárias e sem sentido, as dádivas de Deus vão com ele, inteiramente desconhecidas para ele. Ele não pode perdê-las. Mas ele não olhará para aquilo que lhe é dado. Ele continua a vagar, ciente da futilidade do que vê a sua volta em todos os lugares, percebendo o quanto sua pouca sorte apenas diminui enquanto segue em frente em direção a lugar nenhum. Ele ainda continua a vagar na amargura e na probreza, só, embora Deus vá com ele, e um tesouro dele tão grande que tudo o que o mundo contém é sem valor diante de sua magnitude.

6. Ele parece uma figura lamentável, exausto, fatigado, com as roupas surradas, e com pés que sangram um pouco em razão da estrada dura pela qual ele anda. Ninguém deixa de se identificar com ele, pois todos que vêm aqui buscam o caminho que ele segue e sentem a derrota e a desesperança do mesmo modo que ele as sente. No entanto, ele é realmente trágico, quando vês que ele segue o caminho que escolheu e só precisa perceber de forma clara Quem anda com ele e explorar seus valores para ser livre?

7. Este é teu ser escolhido, aquele que fizeste como substituto para a realidade. Este é o ser que defendes violentamente contra toda razão, todo indício e todas as testemunhas com prova para te mostrar que este não és tu. Tu não lhes dás ouvidos. Continuas no caminho que fixaste para ti, com os olhos voltados para baixo a fim de não teres um vislumbre da verdade e seres liberado do auto-engano e libertado.

8. Tu te escondes com medo para não sentir o toque de Cristo sobre teu ombro e para não perceber Sua mão benigna te orientando a olhar para tuas dádivas. Como poderias, então, anunciar tua pobreza no exílio? Ele te faria rir desta percepção de ti mesmo. Onde está, então, a auto-piedade? E o que vem a ser de toda a tragédia que buscaste inventar para aquele a quem Deus destinava apenas alegria?

9. Teu medo antigo vem a ti agora e a justiça, enfim, te alcança. A mão de Cristo toca teu ombro e sentes que não estás sozinho. Pensas até mesmo que o ser amargurado que acreditavas que eras pode não ser tua Identidade. Talvez a Palavra de Deus seja mais verdadeira do que a tua. Talvez as dádivas d'Ele para ti sejam reais. Talvez Ele não tenha sido inteiramente ludibriado por teu plano de manter Seu Filho em esquecimento profundo, e de seguir pelo caminho que escolheste sem teu Ser.

10. A Vontade de Deus não resiste. Ela é simplesmente. Não é a Deus que aprisionas em teu plano para perder teu Ser. Ele não sabe de um plano tão estranho a Sua Vontade. Há uma necessidade que Ele não compreendeu, à qual Ele deu uma Resposta. Isto é tudo. E tu, que tens esta Resposta dada a ti, não tens necessidade de nada mais do que isto.

11. Agora vivemos, porque agora não podemos morrer. O desejo de morte é respondido e agora a visão que olhava para ele foi substituída pela visão que compreende que tu não és o que fingias ser. Caminha contigo Alguém Que responde benignamente a todos os teus medos com esta única resposta misericordiosa: "Isto não é verdade". Ele mostra todas as dádivas que tens cada vez que a ideia de pobreza te oprime e fala de Seu Companheirismo quando te percebes solitário e com medo.

12. Ele também te lembra ainda de mais uma coisa de que tinhas te esquecido. Pois o toque d'Ele te torna igual a Ele Mesmo. As dádivas que tens não são só para ti. O que Ele vem te oferecer, tu tens agora de aprender a dar. Esta é a lição que Sua doação contém , pois Ele te salva da solidão que buscaste fazer para te esconder de Deus. Ele te lembra de todas as dádivas que Deus te dá. Ele também fala daquilo que tua vontade se torna quanto aceitas estas dádivas e reconheces que elas são tuas.

13. As dádivas são tuas, confiadas a teu cuidado, para dares a todos que escolheram a estrada solitária de que escapaste. Eles não compreendem que buscam apenas seus desejos. Tu és quem os ensina agora. Pois aprendeste de Cristo que há outro caminho para eles andarem. Ensina-os pela demonstração da felicidade que vem para aqueles que sentem o toque de Cristo e reconhecem as dádivas de Deus. Não permitas que a tristeza te tente a ser desleal para com a tua confiança.

14. Neste caso teus suspiros trairão as esperanças daqueles que olham para ti em busca de sua liberação. Tuas lágrimas são as deles. Se ficas doente, apenas retardas a cura deles. Aquilo de que tens medo apenas lhes ensina que seus medos se justificam. Tua mão se torna a doadora do toque de Cristo; a mudança de teu modo de pensar se torna a prova de que aquele que aceita as dádivas de Deus jamais pode sofrer coisa alguma. Tu estás encarregado da liberação da dor do mundo.

15. Não o traias. Torna-te a prova viva daquilo que o toque de Cristo pode oferecer a todos. Deus confia todas as Suas dádivas a ti. Sê testemunha, em tua felicidade, do quanto vem a ser transformada a mente que escolhe aceitar Suas dádivas e sentir o toque de Cristo. Esta é tua missão agora. Pois Deus confia a doação de Suas dádivas a todos os que as recebem. Ele compartilha Sua alegria contigo. E, agora, tu vais compartilhá-la com o mundo.

*

COMENTÁRIO:

Pensando mais uma vez na forma como cada um de nós recebe a informação, na forma como cada um filtra, a partir de sua própria experiência, a informação que lhe chega e reserva para si só aquilo que se encaixa em sua própria maneira de pensar, acho que vale a pena nos perguntarmos o que significa para cada um de nós a ideia para as práticas desta quarta-feira, dia 15 de junho.

Perguntemo-nos, então: Que significado tem para mim ouvir que "eu estou encarregado das dádivas de Deus"? Acho que é para responder esta pergunta que as práticas se destinam neste dia. Pois, em geral, não nos vemos portadores dos dons divinos. Muito pelo contrário, a maior parte do tempo somos muito mal-agradecidos e nos julgamos desgraçados por viver aonde vivemos, nas condições que vivemos, no corpo que nos carrega. Pobres diabos que julgamos ser.

Entretanto, a prática da ideia de hoje oferece uma possíbilidade de se vivenciar o Paraíso na terra. Por que, então, adiaríamos a tomada de decisão, se tudo o que queremos é viver o Paraíso, o Céu, na terra? O receio de que teremos de pagar um preço muito alto pela aceitação do fato de estarmos encarregados das dádivas de Deus? Ora, não há preço nenhum a pagar e não é preciso fazer coisa alguma a não ser estender as dádivas a tudo e a todos.

O que a lição de hoje nos ensina é que precisamos aprender a ter consciência de que tudo o que fazemos é a nós mesmo que fazemos. Então, se estendermos as dádivas de Deus, encarregados delas que somos, a tudo e a todos, o que poderemos receber em troca? Mais dádivas apenas.

Por outro lado, tudo aquilo que deixamos de oferecer a quem quer que seja é, da mesma forma, a nós mesmos que estamos negando a dádiva e é por isso que deixamos de recebê-la. Isto nos leva a concluir, em perfeita sintonia com o que o Curso ensina, que "só nos falta aquilo que não damos", como eu já disse antes.

Vamos, pois, buscar aprender com a ideia de hoje que Deus confiou e confia a nós o tempo inteiro todas as Suas dádivas. E, claro, com elas, a completa e total responsabilidade por tudo o que vamos escolher fazer com o que recebemos.

Às práticas, pois.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A visão de Cristo nos dá o meio de chegar à alegria

LIÇÃO 165

Que minha mente não negue o Pensamento de Deus.

1. O que faz este mundo parecer real exceto tua própria negação da verdade que está além? O que a não ser teus pensamentos de amargura e morte esconde a felicidade completa e a vida eterna que teu Pai deseja para ti? E o que poderia esconder o que não pode ser oculto exceto a ilusão? O que poderia afastar de ti aquilo que já tens exceto tua escolha de não o ver, negando que ele existe?

2. O Pensamento de Deus te criou. Ele não te abandonou, nem nunca ficas separado dele nenhum instante. Ele te pertence. Vives por ele. Ele é tua Fonte de vida, mantendo-te uno com ela, e todas as coisas são uma só contigo porque ele não te abandonou. O Pensamento de Deus te protege, cuida de ti, torna macio teu lugar de descanso e suave teu caminho, iluminando tua mente com felicidade e amor. A eternidade e a vida eterna brilham em tua mente, porque o Pensamento de Deus não te abandona e ainda mora contigo.

3. Quem negaria sua segurança e sua paz, sua alegria, sua cura e sua paz de espírito, seu descanso tranquilo, seu despertar calmo, se simplesmente reconhecesse o lugar aonde eles habitam? Ele não se prepararia imediatamente para ir até onde eles se encontram, abandonando tudo o mais como sem valor em comparação a eles? E os tendo encontrado não se certificaria de que ficassem consigo e de que ele permanecesse com eles?

4. Não negues o Céu. Ele é teu hoje, basta pedir. E também não precisas perceber quão grande é a dádiva, quão mudado estará teu modo de pensar antes que ela venha a ti. Pede para receber e te é dado. A convicção está nele. Até que o acolhas como teu, a incerteza permanece. No entanto, Deus é justo. Não se exige certeza para receberes aquilo que só a tua aceitação pode conceder.

5. Pede com desejo. Não precisas ter certeza de que pedes a única coisa que queres. Mas, quando a receberes, terás certeza de que tens o tesouro que sempre buscaste. O que, então, trocarias por ele? O que te levaria agora a deixar que ele desaparecesse de tua visão em êxtase? Pois esta visão prova que trocaste tua cegueira pelos olhos de Cristo, que veem; tua mente veio abandonar a negação e aceitar o Pensamento de Deus como tua herança.

6. Agora toda a dúvida passou, o fim da jornada está certo e a salvação te é dada. Agora o poder de Cristo está em ti, para curares como foste curado. Pois agora está entre os salvadores do mundo. Teu destino é aí e em nenhum outro lugar. Deus consentiria em permitir que Seu Filho permanecesse eternamente faminto por sua negação do alimento de que precisa para viver? A abundância habita nele e a privação não pode separá-lo do Amor de Deus, que anima, e de seu lar.

7.Pratica com esperança hoje. Pois, de fato, a esperança se justifica. Tuas dúvidas não têm sentido, pois Deus é certo. E o Pensamento d'Ele nunca está ausente. A certeza tem de morar dentro de ti, que és o anfitrião d'Ele. Este curso elimina todas as dúvidas que colocas entre Ele e tua certeza d'Ele.

8. Contamos com Deus e não com nós mesmos para nos dar segurança. E, em Nome d'Ele, praticamos conforme Sua Palavra nos orienta a fazer. A certeza d'Ele está acima de qualquer dúvida. O Amor d'Ele permanece além de todo o medo. O Pensamento d'Ele ainda está além de todos os sonhos em está em nossas mentes, de acordo com Sua Vontade.

*

COMENTÁRIO:

Depois da ideia que praticamos ontem, que nos convidou a lembrar que não podemos nos separar de nossa Fonte, a lição desta terça-feira, dia 14 de junho, nos traz a oportunidade de exercitar a decisão de nos deixarmos ficar permanentemente em contato com o Pensamento de Deus, que dá sentido à existência e nos permite andar por este mundo de ilusões de forma serena e tranquila, em paz e com a certeza da alegria e da felicidade completas que são a Vontade de Deus para todos e cada um de nós.

Lá no fundo de nossa mente, por maior que seja a nossa crença na separação, que criou todo este mundo de ilusões, há um espaço intocado pela ilusão, um espaço que nos leva sempre a buscar a verdade, a buscar conhecer-nos. É neste lugar que nossa mente sabe que somos Pensamentos de Deus, que estamos em contato permanente com Ele. É esta parte de nossa mente que sabe que tudo o que precisamos fazer é reconhecer isto para receber e aceitar a visão de Cristo em nós, para ver no mundo apenas um instrumento para viver a alegria e a felicidade perfeitas.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Todo dia é dia de treino

LIÇÃO 164

Agora somos um com Aquele Que é nossa Fonte.

1. Em que momento senão agora a verdade pode ser reconhecida? O presente é o único tempo que existe. E chegamos, por isto, hoje, neste instante, agora, para olhar para aquilo que existe para sempre; não em nossa visão, mas aos olhos de Cristo. Ele olha para além do tempo e vê a eternidade tal como ela se apresenta aí. Ele ouve os sons que o mundo sem sentido e agitado engendra, mas Ele os ouve vagamente. Pois, além deles todos, Ele ouve a melodia do Céu e a Voz por Deus mais clara, mais significativa, mais próxima.

2. O mundo se desvanece facilmente diante de Sua visão. Seus ruídos se tornam indistintos. Uma melodia de muito longe do mundo fica cada vez mais distinta; um chamado antigo ao qual Ele dá uma resposta antiga. Tu os reconhecerás a ambos pois são apenas tua resposta ao Chamado de teu Pai a ti. Cristo responde por ti refletindo teu Ser, utilizando tua voz para dar Seu consentimento feliz, aceitando tua liberação por ti.

3. Quão santa é tua prática hoje, quando Cristo te dá Sua visão e ouve por ti, e responde ao Chamado que Ele ouve em teu nome! Quão sereno é o instante que ofereces para passar com Ele, distante do mundo. Quão facilmente se esquecem todos teus pretensos pecados e se apagam todas as tuas tristezas. Neste dia abandona-se a aflição, pois visões e sons que chegam de um ponto mais próximo do que o mundo ficam claros para ti que, hoje, desejas aceitar as dádivas que Ele oferece.

4. Há um silêncio no qual o mundo não pode se intrometer. Há uma paz antiga que levas em teu coração e que não perdes. Há em ti uma sensação de santidade que o pecado não toca nunca. Tu te lembrarás de tudo isto hoje. A fidelidade na prática hoje trará recompensas tão grandes, e tão completamente diferentes de todas as coisas que buscaste antes, que saberás que teu tesouro está aqui e que aqui está teu descanso.

5. Este é o dia em que fantasias vãs se abrem como uma cortina para revelar o que há além delas. Agora, aquilo que existe realmente se faz visível, enquanto todas as sombras que pareciam escondê-lo simplesmente desaparecem. Agora se atinge o equilíbrio e a balança do julgamento é entregue Àquele Que julga verdadeiramente. E, no julgamento d'Ele, um mundo de perfeita inocência se desdobrará diante dos teus olhos. Agora tu o verás com os olhos de Cristo. Agora sua transformação está clara para ti.

6. Irmão, este dia é sagrado para o mundo. Tua visão, que te foi dada de muito além de todas as coisas neste mundo, volta seu olhar para elas sob uma nova luz. E o que vês vem a ser a cura e a salvação do mundo. O valioso e o sem valor são percebidos e reconhecidos por aquilo que são. E o que é digno de teu amor recebe teu amor, enquanto não sobra nada para se temer.

7. Não julgaremos hoje. Receberemos apenas o que nos é dado pelo julgamento feito além do mundo. Nossa prática de hoje se torna a dádiva de gratidão por nossa libertação da cegueira e do sofrimento. Tudo o que vemos só aumentará nossa alegria, porque sua santidade reflete a nossa. Estamos perdoados na visão de Cristo, com o mundo todo perdoado na nossa. Abençoamos o mundo, ao vê-lo na luz em que nosso Salvador olha para nós e lhe oferece a liberdade que nos é dada por Sua visão de perdão, e não por nossa própria visão.

8. Abre as cortinas em tua prática abandonando simplesmente todas as coisas que pensas querer. Põe de lado teus tesouros insignificantes e deixa um espaço claro e aberto em tua mente ao qual Cristo pode vir e te oferecer o tesouro da salvação. Ele necessita de tua mente mais sagrada para salvar o mundo. Este propósito não é digno de ser teu? Não vale a pena buscar a visão de Cristo acima das metas insatisfatórias do mundo?

9. Não deixes que o dia de hoje passe sem que as dádivas que ele contém para ti recebam teu consentimento e tua aceitação. Podemos mudar o mundo se tu as reconheceres. Talvez não percebas o valor que tua aceitação dá ao mundo. Mas certamente queres isto: poder trocar todo o sofrimento pela alegria neste dia mesmo. Pratica com seriedade e a dádiva é tua. Deus te enganaria? A promessa d'Ele pode falhar? Podes te recusar a tão pouco, quando a Mão d'Ele oferece a salvação completa a Seu Filho?

*

COMENTÁRIO:

A ideia para nossas práticas desta segunda-feira, dia 13, apenas revela algo que nunca mudou. Algo que precisamos incluir em nossos pensamentos de todos os dias e a algo a que precisamos nos acostumar novamente. A verdade a nosso próprio respeito. A respeito daquilo que somos na verdade. Na unidade. E por não estarmos acostumados à verdade depois de tanto tempo aprendendo e praticando a ilusão é que precisamos praticar. Aliás, há um grupo de estudos de UCEM na internet que se vale da expressão "Todo dia é dia de treino" como forma de não perder de vista a necessidade de nos exercitarmos constatemente.

Em todo o caso não custa chamar a atenção, tantas vezes quanto possível, para o fato de que somos um com Aquele Que é nossa Fonte, como nos lembra a ideia da lição de hoje. Agora e sempre. A separação em que o ego acredita não aconteceu. Não há e nunca haverá nenhuma possibilidade de nos separarmos de Deus. Se alguma vez imaginamos que isso é possível é apenas porque nos distraímos de nós mesmos. Por alguns instantes nos distraímos do fato de que somos um com Deus permanentemente. Distraímo-nos de nós mesmos e pensamos ser possível nos separarmos de nossa Fonte,  e da unidade com tudo o que existe.

Nosso equívoco se deve principalmente ao fato de que pensamos no tempo de forma linear. Isto é, pensamos existir um tempo que passou, o passado, um tempo que acontece agora, o presente, e um tempo que será decorrente destes, o futuro. E, a maior parte do tempo, vivemos entre o passado e o futuro sem nos darmos conta de que, como a lição nos diz hoje, o presente é o único tempo que existe. Além disso, muitas vezes sentimos saudades do passado ou atribuímos a fatos que acreditamos terem acontecido lá os resultados do que vivemos agora, esquecendo-nos de que só podemos fazer nossas escolhas no presente. Outras vezes, deixamos de estar presentes porque navegando na fantasia da construção imaginária de um futuro que possa ser melhor do que o que vivemos agora.

Ora, não há nada que possamos fazer em algum tempo que não seja agora. Que tal praticar, pois, com esta ideia em mente?

domingo, 12 de junho de 2011

É o medo da morte que nos aprisiona e limita

LIÇÃO 163

Não há morte. O Filho de Deus é livre.

1. A morte é uma ideia que assume muitas formas, muitas vezes não reconhecidas. Pode se apresentar como tristeza, medo, ansiedade ou dúvida; como raiva, descrença e falta de confiança; cuidado com corpos, inveja e todas as formas em que o desejo de seres como não és possa vir a te tentar. Todos estes pensamentos são apenas reflexos da adoração da morte como salvadora e doadora da liberação.

2. Personificação do medo, anfitrião do pecado, deus da culpa e senhor das ilusões e enganos, o pensamento da morte parece, de fato, poderoso. Pois ela parece manter todas as coisas vivas ao alcance de sua mão ressequida; todas as esperanças e desejos sob sua influência maléfica; todas as metas percebidas apenas sob a influência de seus olhos invisíveis. O frágil, o desamparado e o doente se curvam diante de sua imagem, pensando que só ela é real, inevitável, digna de sua confiança. Pois só ela virá com certeza.

3. Todas as coisas a não ser a morte são vistas como incertas, perdidas muito rapidamente apesar de difíceis de ganhar, duvidosas em seus resultados, inclinadas a frustrar as expectativas que geraram em algum momento e a deixar o gosto de pó e de cinzas em seu rastro, em lugar das aspirações e dos sonhos. Só se pode contar com a morte. Pois ela virá com passos seguros quando chegar o momento de sua vinda. Ela nunca deixará de tomar toda vida como refém de si mesma.

4. Tu te curvarias diante de ídolos como este? Nisto se percebe a força e o poder do Próprio Deus no interior de um ídolo feito de pó. Nisto se anuncia o opositor de Deus como senhor de toda a criação, mais forte do que a Vontade de Deus em favor da vida, da infinitude do amor e da constância perfeita e imutável do Céu. Nisto derrota-se finalmente a Vontade do Pai e a do Filho, que são enterradas sob a lápide que a morte coloca sobre o corpo do Filho santo de Deus.

5. Pecaminoso na derrota, ele se torna o que a morte quer que ele seja. Seu epitáfio, que a própria morte escreve, não lhe atribui nenhum nome, pois ele se transforma em pó. Ele diz apenas isto: "Aqui jaz uma testemunha de que Deus está morto". E ela escreve isto vezes sem conta enquanto, o tempo todo, seus adoradores concordam e, ajoelhando-se com a fronte no chão, sussurram que é verdade.

6. É impossível adorar a morte sob qualquer forma e mesmo assim escolher algumas que não apreciarias e que ainda evitarias, embora ainda acreditasses nas demais. Pois a morte é total. Ou todas as coisas morrem ou, ao contrário, elas vivem e não podem morrer. Nenhuma transigência é possível. Pois aqui, mais uma vez, percebemos uma posição evidente que temos de aceitar se formos sãos; aquilo que contradiz uma ideia por completo não pode ser verdadeiro, a menos que seu contrário se prove falso.

7. A ideia da morte de Deus é tão absurda que até mesmo os loucos têm dificuldade em acreditar nela. Pois ela pressupõe que Deus estava vivo uma vez e de alguma forma pereceu; morto, aparentemente, por aqueles que não queriam que Ele sobrevivesse. A vontade mais forte deles pôde triunfar sobre a d'Ele e, por isso, a vida eterna deu lugar à morte. E, com o Pai, morreu também o Filho.

8. Os adoradores da morte podem ter medo. E, não obstante, pensamentos como estes podem ser amedrontadores? Se eles percebessem que é apenas nisto que acreditam, seriam liberados imediatamente. E tu lhes mostrarás isto hoje. Não há morte e nós renunciamos a ela agora sob todas as formas, para a salvação dele e para a nossa própria salvação também. Deus não fez a morte. Por isto, qualquer forma que ela assuma tem de ser ilusão. É esta posição que tomamos hoje. E nos é dado olhar para além da morte e ver, adiante, a vida.

9. Pai nosso, abençoa nossos olhos hoje. Somos Teus mensageiros e queremos olhar para o reflexo glorioso de Teu Amor que brilha em todas as coisas. Nós vivemos e nos movemos em Ti somente. Não estamos separados de Tua vida eterna. Não há morte, pois a morte não é Tua Vontade. E nós habitamos no lugar aonde Tu nos colocaste, na vida que compartilhamos Contigo e como todas as coisas viva, para sermos iguais a Ti e parte de Ti para sempre. Nós aceitamos Teus Pensamentos como nossos e nossa vontade é una com a Tua eternamente. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Alguém se incomoda se eu repetir aqui o comentário feito para esta lição no ano passado? Acho que ele é bastante pertinente à questão e às práticas de que precisamos para continuar a caminhada na direção da meta que o Curso nos propõe. Aí vai, portanto, com algumas pequenas correções ortográficas.

Todo o medo que nos mantém acorrentados e presos a um mundo de ilusões, e nos impede de ser o que somos em todas as circunstâncias e em todos os momentos de nossa vida, desaparecerá como que por um passe de mágica, quando acreditarmos, de verdade, na ideia que o Curso nos convida a praticar neste domingo, dia 12 de junho.

Não há morte! Ora, todo o medo que experimentamos na ilusão a que chamamos de vida se origina da ideia de que somos mortais, perecíveis como tudo o que vemos neste mundo. Afinal, já "vivemos" o bastante para saber que tudo aquilo que tocamos hoje amanhã pode deixar de existir na forma. Pois "tudo muda o tempo todo no mundo", conforme diz a canção. Mas, se, de fato, não há morte, se acreditássemos mesmo nisto, não haveria nada a temer, como nos diz uma lição que já praticamos.

O Filho de Deus é livre. É claro que, se o que nos aprisiona e nos mantém acorrentados à ilusão é o medo da morte, se aprendermos que não há morte, nos tornamos livres, como sempre fomos. Pois o limitado e prisioneiro é apenas uma ideia equivocada de nós mesmos, uma ilusão que pensamos viver e que ocupa o lugar legítimo do Filho de Deus, enquanto acreditamos na separação. Não é o que nós mesmos somos que vive esta ilusão. É uma entidade que não existe, ilusória, assim como a morte.

Ao praticar com dedicação e alegria a ideia de hoje, vamos deixar que o Filho de Deus em nós se apresente e assuma o lugar usurpado por um ser que não existe, aparentemente com nossa concordância a partir da crença no equívoco e na ilusão de imaginar que podemos ser diferentes daquilo que somos verdadeiramente, esquecendo-nos de que somos, e seremos sempre, como Deus nos criou, conforme nos ensinou a lição de ontem.

sábado, 11 de junho de 2011

De volta à condição original de Filho de Deus

LIÇÃO 162

Eu sou como Deus me criou.

1. Este único pensamento, mantido na mente de forma decidida salvaria o mundo. Vamos repetí-lo de vez em quando, quando alcançarmos outro estágio no aprendizado. Ele significará muito mais para ti à medida que avançares. Estas palavras são sagradas, pois são as palavras que Deus deu em resposta ao mundo que fizeste. A partir delas o mundo desaparece e todas as coisas, vistas nas nuvens sombrias e ilusões fúteis dele, desaparecem assim que se diz estas palavras. Pois elas vêm de Deus.

2. Eis aqui a Palavra por meio da qual o Filho Se tornou a felicidade do Pai, Seu Amor e Sua completude. Aqui se anuncia e se exalta a criação tal como ela é. Não há nenhum sonho que estas palavras não dissipem, nenhuma ideia de pecado e nenhuma ilusão que o sonho contenha que não se desvaneçam diante de sua força. Elas são as trombetas do despertar que ressoam pelo mundo. Os mortos despertam em resposta a seu chamado. E os que vivem e ouvem estes sons nunca verão a morte.

3. Na verdade, aquele que torna suas estas palavras é santo, despertando com elas em sua mente, lembrando-se delas ao longo do dia, trazendo-as consigo à noite quando for dormir. Seus sonhos são felizes e seu descanso seguro, sua segurança está garantida e seu corpo curado, porque ele sempre dorme e acorda com a verdade diante de si. Ele salvará o mundo, porque dá a ele o que recebe cada vez que pratica as palavras da verdade.

4. Hoje praticamos de modo simples. Pois as palavras que usamos são poderosas e não precisam de nenhuma ideia além de si mesmas para mudar a maneira de pensar daquele que as usa. Ela muda de forma tão completa que é agora a sala do tesouro na qual Deus deposita todas as Suas dádivas e todo o Seu Amor, para serem distribuídos ao mundo inteiro, aumentando ao serem dados, mantidos completos porque seu compartilhar é ilimitado. E, desta forma, aprendes a pensar com Deus. A visão de Cristo devolve tua visão salvando tua mente.

5. Nós te exaltamos hoje. É teu o direito à santidade perfeita que aceitas agora. Com esta aceitação, traz-se a salvação para todos, pois quem poderia apreciar o pecado quando santidade como esta abençoa o mundo? Quem poderia se desesperar se a alegria perfeita é tua, acessível a todos como a cura da tristeza e do sofrimento, de toda sensação de perda, e para a liberação completa do pecado e da culpa?

6. E quem não quer ser teu irmão agora; tu, seu redentor e salvador. Quem poderia deixar de te acolher em seu coração com um convite amoroso, ansioso para se unir a alguém igual a si em santidade? Tu és como Deus te criou. Estas palavras dissipam a noite e não há mais escuridão. A luz veio hoje para abençoar o mundo. Pois tu reconheces o Filho de Deus e neste reconhecimento está o reconhecimento do mundo.


*

COMENTÁRIO:

No momento em que preparo este comentário, lembrando do último encontro do grupo de estudos da terça, dia 31  de maio, ocorre-me perguntar: Vocês já se deram conta de que cada um de nós só ouve aquilo que quer ouvir? Há uma explicação para isso, vocês não acham?

Conforme eu comentava a partir de um dos momentos de tentativa de entender um aspecto particular de um trecho que leitura que fizemos, não podemos nos enganar nunca acreditando que aquilo que dizemos a uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas, independentemente das palavras que usemos, é exatamente aquilo que a pessoa ou o grupo entende.

Não é! E por quê? Porque todos nós usamos filtros individuais que desenvolvemos a partir de nosso próprio experimentar do mundo e tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos ou provamos recebe um significado que busca apenas confirmar aquilo que acreditamos a respeito de nós mesmos, do mundo e de tudo o que experimentamos nele.

Neste sábado, dia 11 de junho, no entanto, vamos compartilhar as práticas de uma ideia que - quem sabe?, pode nos dar  um instante único de uma compreensão comum. Uma ideia que quer, e pode, nos devolver à condição original de Filhos de Deus, uma ideia que já vimos e praticamos antes. Uma das mais importantes ideias que precisamos aprender para alcançar o objetivo do auto-conhecimento que nos propõe o  Curso.

Como eu já disse também e como o Curso diz, ao mesmo tempo em que é importante para que alcancemos o objetivo do Curso, a ideia que praticamos hoje é também um dos mais poderosos instrumentos de que podemos nos valer para dissipar todas as ilusões do mundo, eliminando com elas nossa necessidade de interpretação e devolvendo ao mundo, e às coisas nele, a neutralidade original, que não depende de nosso julgamento, ou de nossa percepção.

E voltando à pergunta do início deste comentário: alguém acha que faz diferença para um copo dizer-se a ele que ele é grande, pequeno, verde ou incolor, de vidro ou de plástico, que está cheio, meio cheio ou meio vazio? Ou mesmo que faça alguma diferença para aquilo que o objeto é, em essência, que se dê a ele o nome de copo ou o de vaso, ou que se o chame simplesmente de um recipiente para se armazenar líquidos, se este for o fim para o qual o utilizamos? Ele também poderia servir, para usar o mesmo exemplo dado no ano passado, como um instrumento de medida, numa receita.

O mundo, e tudo o que existe nele, é neutro [Vocês já ouviram isto antes?]. E eu sou como Deus me criou. Isto é tudo o que precisamos saber para mudar por completo nossa forma de pensar acerca de nós mesmos e a respeito do mundo e de tudo o que nos cerca. Pois isto, como já foi dito antes também, devolve a cada um de nós a condição original de Filho de Deus e a unidade com tudo e com todos. E devolve ao mundo sua condição original, de simples instrumento de que nos podemos valer para experimentar o que somos em Deus e com Ele.

É para aprender isto que praticamos hoje.