quinta-feira, 31 de março de 2011

Aprendendo a olhar para tudo à luz da verdade

LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:

As ideias com as quais esta segunda revisão se encerra, nesta quinta-feira, dia 31 de março, dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nosso(s) problema(s), seja(m) ele(s) qual(is) for(em) pode(m) ser resolvido(s) por alguma coisa fora de nós mesmos. Essa percepção é que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender.

Assim, enganamo-nos ao pensar que o(s) problema(s) que vemos aparentemente fora de nós não nos diz(em) respeito e que podemos dar de ombros a qualquer um deles quando não nos sentimos dispostos a dedicar parte de nosso tempo à reflexão acerca das causas e consequências de nossa crença em uma separação que não existe de fato, e que é o único problema que precisamos resolver.

Enganamo-nos também ao pensar que eventualmente o(s) problema(s) do(s) outro(s) não nos diz(em) respeito e que podemos creditar o(s) problema(s) a ele(s) mesmo(s) tão somente. Não podemos! Se nós o(s) vemos com algum problema, ele -o problema - passa automaticamente a ser nosso também. Lembram-se de que somos cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência?

É isto exatamente que o Curso nos diz, entre outros pontos, no capítulo oito, ao afirmar que:

"Quando encontrares alguém, lembra-te de que esse é um encontro santo. Tu verás a ti mesmo do mesmo modo que o vires. Tu tratarás a ti mesmo da mesma forma que tratares a ele. Pensarás de ti mesmo da mesma maneira que pensares dele. Nunca te esqueças disto, pois, nele, tu te encontrarás ou te perderás. Sempre que dois Filhos de Deus se encontram, dá-se a eles outra chance de salvação. Não abandones ninguém sem lhe dar a salvação e recebê-la para ti mesmo. Pois eu estou sempre aí contigo, em tua memória."

E mais:

"Sempre que estiveres com um irmão, estás aprendendo o que tu és porque estás ensinando o que tu és. Ele reagirá ou com dor, ou com alegria, dependendo do professor que estiveres seguindo. Ele será aprisionado ou libertado de acordo com tua decisão, e tu também. Nunca te esqueças de tua responsabilidade para com ele, porque ela é tua responsabilidade para contigo mesmo. Dá a ele o seu lugar no Reino e terás o teu."

Espero que esta revisão lhes tenha sido proveitosa, pois tudo o que uma revisão pode - e deve - fazer é dar a oportunidade de reforço do aprendizado, esclarecendo uma ou outra dúvida que possam ter surgido nas práticas anteriores. A partir de amanhã, reiniciaremos a caminhada, com fôlego novo, certos de que vamos chegar e de que as dificuldades que se apresentam, os problemas que surgem ao longo do caminho são apenas milagres ainda não revelados, se olharmos para tudo à luz da verdade.

Até amanhã.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aprendendo com os princípos dos milagres

LIÇÃO 89

Estas são nossas ideias para revisão hoje:

1. (77) Eu tenho direito a milagres.

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

2. Poderias usar estas sugestões para aplicações específicas desta ideia:

Por trás disto existe um milagre ao qual tenho direito.
Que eu não guarde uma mágoa contra ti, [nome], mas te ofereça,
em lugar dela, o milagre que te pertence.
Visto de forma verdadeira, isto me oferece um milagre.

3. (78) Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

4. Formas específicas úteis para a aplicação desta ideia seriam:

Não quero guardar esta mágoa à parte de minha salvação.
Permite que nossas mágoas sejam substituídas por milagres, [nome].
Adiante disto está o milagre pelo qual todas as minhas mágoas são substituídas.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 30 de março, vamos revisar as ideias que nos ensinam a acreditar que todos temos direito aos milagres ao mesmo tempo em que aprendemos de que forma substituir quaisquer mágoas pelos milagres.

Como o livro diz em seu capítulo inicial que trata dos princípios dos milagres: "Os milagres acontece naturalmente como expressões de amor" e "O milagre verdadeiro é o amor que os inspira. Neste sentido tudo o que vem do amor é um milagre".

Nossas práticas podem nos levar a descobrir que, ainda de acordo com os princípios: "Milagres são naturais. Quando não aconteceu é porque alguma coisa deu errado". E que: "Os milagres são direitos de todos, mas primeiro é necessário purificação".

E nós podemos aprender a fazer a purificação a partir das práticas, escolhendo suspender todo e qualquer julgamento em qualquer tempo e lugar, olhando para tudo e para todos com o olhar amoroso do espírito em nós. Ou como eu disse em um comentário anterior, aprendedo a perceber da mesma forma que o Espírito Santo, isto é, compreendendo que "tudo o que aparentemente não é amor é um pedido de amor".

Vejam como fazem sentido, a partir disto, as sugestões para as aplicações específicas de cada uma das ideias que revisamos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Olhar para tudo e para todos e ver apenas luz

LIÇÃO 88

Hoje revisaremos estas ideias:

1. (75) A luz veio.

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

2. Estas formas vão se revelar úteis para aplicações específicas desta ideia:

Isto não pode me mostrar a escuridão pois a luz veio.
A luz em ti é tudo o que eu quero ver, [nome].
Quero ver nisto apenas o que existe.

3. (76) Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

4. Para formas específicas de aplicação desta ideia, estas seriam úteis:

Minha percepção disto me mostra que acredito em leis que não existem.
Eu vejo apenas as leis de Deus em ação nisto.
Que eu permita que as leis de Deus, e não as minhas, atuem nisto.

*

COMENTÁRIO:

As ideias que revisamos nesta terça-feira, dia 29 de março, são complementares. Isto é, a segunda - a da lição 76 - não é possível sem a primeira - a da lição 75. Pois é só quando recebemos, acolhemos e aceitamos a luz que podemos reconhecer e aceitar que não estamos sujeitos a nenhuma lei senão às de Deus.

Ambas têm a ver com nossa liberdade. Pois só podemos declarar nossa liberdade, conforme a segunda, se aceitamos que a luz de Deus está conosco permanentemente. Mesmo vagando pelas trevas que construímos a partir da crença em uma separação que não existe, mesmo sem saber que podemos escolher de modo diferente, mesmo optando por fazer nossas escolhas a partir da percepção equivocada e experimentando todo tipo de dor, de sofrimento, de mágoa, de angústia, de raiva, de decepção e fracasso, mais dia, menos dia vamos compreender que só podemos escolher a luz. Para descobrir que ela já está conosco, que sempre esteve e sempre estará.

E aprenderemos a olhar para tudo e para todos e ver apenas a luz!

Para isto praticamos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Juntando nossa vontade à Vontade de Deus

LIÇÃO 87

Hoje nossa revisão abrangerá estas ideias:

1. (73) Eu quero que haja luz.

Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

2. Para aplicações específicas, estas formas desta ideia seriam úteis:

Isto não pode esconder a luz que quero ver.
Tu estás na luz comigo, [nome].
Isto parecerá diferente na luz.

3. (74) Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

4. Estas são algumas formas úteis desta ideia para aplicações específicas:

Que eu perceba isto na harmonia com a Vontade de Deus.
É Vontade de Deus que tu sejas Seu Filho, [nome], e minha também.
Isto é parte da Vontade de Deus para mim, não importa como eu o veja.

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 28 de março, as ideias que vamos praticar nesta revisão vão juntar nossa vontade à Vontade de Deus, uma vez que elas são a mesma.

Perceber, reconhecer, entender e aceitar que nossa vontade e a de Deus são uma só faz uma enorme diferença em nossa vida, pois a partir desta aceitação, podemos passar a ver o mundo de forma diferente, com olhos amorosos que incluem tudo e todos em sua visão.

Uma das músicas dos tempos em que eu frequentava a missa semanalmente se chama Jesus Cristo me deixou inquieto e tem um refrão que me parece ter tudo a ver com as práticas de hoje. Diz assim: "Jesus Cristo me deixou inquieto com as palavras que ele proferiu, nunca mais eu pude olhar o mundo sem sentir aquilo que Jesus sentiu".

É esta mesma inquietação, um tipo de questionamento, que os exercícios e as ideias das lições provocam, pois quando mergulhamos fundo em nós mesmos, a partir das práticas, descobrimos que existe, de fato, uma forma diferente de se olhar para o mundo. Uma forma que não julga e não condena, mas que, ao contrário, envolve a tudo e a todos em um abraço amoroso que cura todos os males e todas as dores que pensamos existir.



domingo, 27 de março de 2011

"Tudo o que não é amor é um pedido de amor."

LIÇÃO 86

São estas as ideias para a revisão de hoje:

1. (71) Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Para mim, não faz sentido procurar a salvação de forma descontrolada. Eu a vi em muitas pessoas e em muitas coisas, mas, quando quis alcançá-la, ela não estava lá. Eu estava errado a respeito de onde ela está. Eu estava errado a respeito do que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca inútil. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o plano d'Ele não pode fracassar nunca.

2. Estas são algumas formas sugeridas para a aplicação desta ideia de modo específico:

O plano de Deus para a salvação me salvará de minha percepção disto.
Isto não é nenhuma exceção no plano de Deus para a minha salvação.
Que eu só perceba isto à luz do plano de Deus para a salvação.

3. (72) Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só plano d'Ele funcionará. Por esta razão, ao guardar mágoas estou jogando para fora de minha consciência minha única esperança de salvação. Não quero mais frustrar meus maiores interesses deste modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz.

4. Aplicações específicas desta ideia poderiam ter estas formas:

Quando olho para isto estou escolhendo entre uma percepção equivocada e a salvação.
Se eu perceber razão para mágoas nisto, não verei razão para minha salvação.
Isto pede salvação, não ataque.

*

COMENTÁRIO:

O Curso ensina que "tudo o que não é amor é um pedido de amor", se olharmos com os olhos do Espírito Santo. É para aprender a olhar assim que praticamos neste domingo, dia 27 de março.

É para aprender a empunhar a bandeira da paz e reconhecer que praticamente todos os planos que fazemos por nós mesmos, pensando-nos separados uns dos outros e de Deus, quase sempre nos levam até a beira de um abismo do qual temos muita dificuldade de voltar após chegar lá. E só, então, que nos rendemos à ideia de nos voltarmos para o espírito em nós, de nos voltamos para Deus, ou seja qual for o nome que damos àquela instância "espiritual" a que recorremos quando não temos mais para onde ir.

Conforme já comentei anteriormente, temos a tendência a fincar pé em uma opinião muitas vezes sem saber nem mesmo ao certo por que pensamos deste ou daquele modo. E muitas vezes nos recusamos a ouvir o outro lado de uma questão apenas em razão de um sentimento de orgulho ferido, por medo de termos de reconhecer que o outro lado faz sentido e - caso não faça sentido -, sirva para explicar a razão para o acontecido, para o fato que nos magoou ou feriu nosso orgulho.

Ora, pois, como Deus ousa não obedecer ao nosso plano? Como Ele ousa acreditar que o plano d'Ele é melhor do que o nosso? [rsrsrsrsrsrsrs...]

Não lhes parece que é isso que dizemos quando contestamos um acontecimento, uma situação, uma experiência que se nos apresenta? Um fato, um desastre, um acidente que nos chega ao conhecimento? Uma pessoa que não corresponde a nossas expectativas?

Como diz Karen Armstrong, em seu livro Em defesa de Deus, "... o ser humano é misterioso para si mesmo e para os outros e... tentar manipulá-lo ou esperar que aja de determinada maneira é desastroso e contraproducente". Agora imaginem querer manipular Deus.

Quando o Curso nos aconselha a praticar a entrega ao Espírito Santo, temos muita dificuldade, já porque nos é difícil entender o que significa, de fato, esta entrega e também porque ela exige que se abra mão do controle que pensamos ter sobre as coisas e, às vezes, até sobre as pessoas que nos cercam.

Na verdade, a entrega é bem mais simples de se fazer, se pensarmos que o Espírito Santo habita em nós mesmos. Em cada um de nós. Não é a ninguém fora de nós que temos de entregar, mas ao espírito em nós, que é aquela parte de nós que ainda continua em contato permanente com o divino, ou com Deus, por assim dizer, para se usar um nome que todos conhecem. Aquela parte que não acredita na separação.

Vai daí que, se reconhecermos que o plano de Deus para a salvação se refere, e tem em vista a satisfação de nossa própria vontade em conjunto com a d'Ele, que é a mesma nossa, fica fácil reconhecer que só o plano d'Ele vai funcionar e que qualquer coisa que se interponha entre a nossa vontade e a d'Ele, que são a mesma - nossas mágoas, por exemplo -, é um ataque a Seu plano e está destinada ao fracasso.

O entendimento de tudo isso está ao nosso alcance pelas práticas de hoje. Há que esperar alguma coisa?

sábado, 26 de março de 2011

Para se descobrir a verdade dentro de nós

LIÇÃO 85

A revisão de hoje abrangerá estas ideias:

1. (69) Minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim.

Minhas mágoas me mostram o que não existe e escondem de mim o que quero ver. Reconhecendo isto, para que quero minhas mágoas? Elas me mantêm nas trevas e escondem a luz. Mágoas e luz não podem combinar, mas luz e visão têm de estar unidas para eu ver. Para ver, tenho de abandonar as mágoas. Eu quero ver, e este será o meio pelo qual serei bem-sucedido.

2. Formas específicas para esta ideia poderiam ser feitas destas maneiras:

Que eu não use isto como uma barreira à visão.
A luz do mundo limpará tudo isto com seu brilho.
Não tenho nenhuma necessidade disto. Eu quero ver.

3. (70) Minha salvação vem de mim.

Hoje reconhecerei onde está minha salvação. Ela está em mim porque aí está sua Fonte. Ela não deixa sua Fonte e por isto não pode deixar minha mente. Não procurarei por ela fora de mim mesmo. Ela não é encontrada fora e, em seguida, trazida para dentreo. Mas, de dentro de mim, ela alcançará o que está além, e tudo o que vejo refletirá apenas a luz que brilha em mim e em si mesma.

4. Estas formas da ideia são adequadas para aplicações mais específicas:

Que isto não tente a procurar minha salvação fora de mim.
Eu não deixarei que isto se intrometa com minha consciência da Fonte de minha salvação.
Isto não tem nenhum poder para afastar de mim a salvação.

*

COMENTÁRIO:

As ideias que revisamos nas práticas deste sábado, dia 26 de março, estão entre as mais importantes se, como já comentei anteriormente, se pode dizer ou pensar que há ou pode haver uma escala de importância entre as ideias que as lições nos oferecem. E, de fato, não há. Da mesma que forma que o Curso afirma que não há ordem de dificuldades em milagres, uma vez que todos são o mesmo.

O que penso, ao dizer que estas ideias em particular estão entre as mais importantes, é apenas que qualquer uma delas - assim como o livro afirma que qualquer uma das outras todas também -, se reconhecida, entendida e posta em prática por completo pode ser o veículo de nossa salvação. Pode nos levar à verdade que é simplesmente e que está dentro de cada um de nós.

Conforme o texto diz, "a procura da verdade não é senão a busca honesta de tudo aquilo que obstrui a verdade", que "não pode ser perdida, nem buscada, nem achada". Por estar dentro de nós, ela está presente aonde quer que estejamos.

Trazendo isto para as práticas de hoje, se as fizermos de acordo com a orientação, poderemos perceber de forma clara e cristalina que as mágoas são, sem sombra de dúvida, algo - uma ilusão que construímos em nossa mente - que busca obstruir a verdade, porque as mágoas não nos deixam ver a verdade que está por detrás de qualquer situação com que estejamos lidando. Elas, na verdade, escondem a luz do mundo em nós e a impedem de iluminar a situação, pondo fim à separação que aparentemente vemos.

Quanto à segunda ideia, também é fácil perceber que, diferentemente do que o mundo nos ensina, a salvação depende apenas de nós mesmos, quer dizer, cada um de nós é responsável por sua própria salvação e pela salvação do mundo inteiro, uma vez que não há nada fora de nós, conforme o ensinamento.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Ser a mudança que gostaríamos de ver no mundo

LIÇÃO 84

Estas são as ideias para a revisão de hoje:

1. (67) O amor me criou igual a si mesmo.

Eu existo na semelhança de meu Criador. Não posso sofrer, não posso experimentar perda e não posso morrer. Eu não sou um corpo. Quero reconhecer minha realidade hoje. Não vou adorar nenhum ídolo nem fortalecerei meu próprio auto-conceito para substituir meu Ser. Eu existo na semelhança de meu Criador. O amor me criou igual a si mesmo.

2. Talvez aches estas formas específicas úteis para a aplicação da ideia:

Que eu não veja uma ilusão de mim mesmo nisto.
Ao olhar para isto, que eu me lembre de meu Criador.
Meu Criador não criou isto da forma como o vejo.

3. (68) O amor não guarda mágoas.

Mágoas são completamente estranhas ao amor. Mágoas atacam o amor e mantêm sua luz escondida. Se eu guardo mágoas, estou atacando o amor e, por isto, atacando meu Ser. Meu Ser, deste modo, se torna estranho para mim. Estou decidido a não atacar meu Ser hoje, para poder me lembrar de Quem sou.

4. Estas formas específicas para a aplicação desta ideia seriam úteis:

Isto não é razão para negar meu Ser.
Eu não usarei isto para atacar o amor.
Que isto não me tente a atacar a mim mesmo.

*

COMENTÁRIO:

Ao final de seu livro Em defesa de Deus, que busca mostrar "o que a religião realmente significa", Karen Armstrong diz que "a religião não funciona automaticamente; requer muito esforço e não leva a nada se é fácil, falsa, idólatra ou autocomplacente". Diz também que "a religião é uma disciplina prática, e [que] seu insights não se devem à especulação abstrata, mas a exercícios espirituais e a uma vida de dedicação".

É por isso que o UCEM afirma não ser "um curso de especulação filosófica" e nem estar preocupado com "uma terminologia precisa". E é também por isso que ele salienta a necessidade de que pratiquemos os exercícios de acordo com as orientações específicas. O "autor" do Curso sabe que é só na prática que podemos ser a mudança que gostaríamos de ver no mundo.

De nada adianta nos empenharmos em "entender" os conceitos abstratos de que o livro fala, se não somos capazes de lidar com eles de forma prática no dia-a-dia, trazendo o ensinamento de não julgar, de ser compassivo e amoroso, para as situações e experiências que se apresentam a nós a todo instante.

Há, pois, alguma coisa mais eficaz do que praticar a ideia de que o amor nos criou igual a si mesmo? Isto é trazer para o mundo a experiência de ser e estender o amor que queremos ver e receber. E praticar para valer a ideia de que "o amor não guarda mágoas" não vai nos fazer perceber o quanto nossa experiência se afasta da alegria verdadeira que o amor oferece, quando nos sentimos magoados por alguma coisa que alguém fez e que não era aquilo que esperávamos?

É isto que nossas práticas desta sexta-feira, 25 de março, nos oferecem.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A felicidade vem de viver a função que Deus dá

LIÇÃO 83

Vamos revisar estas ideias hoje:

1. (65) Minha única função é a que Deus me deu.

Eu não tenho nenhuma função a não ser aquela que Deus me deu. Este reconhecimento me libera de todo conflito, porque ele significa que eu não posso ter metas contraditórias. Com um único objetivo, estou sempre certo do que fazer, do que dizer e do que pensar. Todas as dúvidas têm de desaparecer, quando eu reconheço que minha única função é a que Deus me deu.

2. Aplicações mais específicas desta ideia podem tomar estas formas:

Minha percepção disto não altera minha função.
Isto não me dá uma função diferente da que Deus me deu.
Que eu não use isto para justificar uma função que Deus não me deu.

3. (66) Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

Todas as coisas que vêm de Deus são a mesma. Elas vêm da Unidade e têm de ser recebidas como uma só. Cumprir minha função é minha felicidade porque ambas vêm da mesma Fonte. E eu tenho de aprender a reconhecer o que me faz feliz, se quiser achar a felicidade.

4. Algumas formas úteis para a aplicação específica desta ideia são:

Isto não pode separar minha felicidade de minha função.
A unidade de minha felicidade e de minha função permanece inteiramente inalterado por isto.
Nada, inclusive isto, pode justificar a ilusão da felicidade.

*

COMENTÁRIO: 

Nesta quinta-feira, dia 24 de março, revisamos as ideias das lições 65 [Minha única função é a que Deus me deu.] e 66 [Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.].

Apesar de poder parecer soar estranho nos dias em que vivemos, estas ideias não são nada mais do que a expressão da verdade que trazemos dentro de nós, mesmo sem reconhecê-la a maior parte do tempo. Ou não lhes parece que o único papel que nos cabe no mundo é aquele que nos foi dado por Deus - a primeira das ideias? Ou já não tivemos todos um vislumbre da alegria que se apresenta a nossa experiência, quando nos sentimos plenos e completos por estarmos fazendo aquilo que representa o que somos e que se revela na extensão do amor que dedicamos ao que fazemos. Isto é, quando nos encontramos imersos em uma paz infinita e indizível, que advém do experimentar a profunda comunhão com tudo e todos.

Quanto à segunda, parece-me, a partir do que disse acima a respeito da primeira, nada mais fácil de reconhecer a verdade que a ideia nos oferece. Pois só podemos ser felizes, quando cumprimos nossa função no mundo, seja ela qual for. E é também bem claro que todos nós já passamos por experiências que nos afastaram da alegria, da felicidade e da paz. Experiências que nos levaram a exercer um papel que não nos cabia. Fazer alguma coisa que não fazia sentido para nós. Ou vocês não sabem do que falo?

As praticas desta quinta-feira devem servir para iluminar nossos passos nesta caminhada que fazemos em conjunto. Vamos?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Todo o conhecimento humano é uma interpretação

LIÇÃO 82

Revisaremos estas ideias hoje:

1. (63) A luz do mundo leva paz a todas as mentes por meio de meu perdão.

Meu perdão é o meio pelo qual a luz do mundo encontra expressão por meu intermédio. Meu perdão é o meio pelo qual me torno consciente da luz do mundo em mim. Meu perdão é o meio pelo qual o mundo é curado juntamente comigo. Que eu perdoe o mundo, então, para que ele possa ser curado comigo.

2. As sugestões de formas específicas para a aplicação desta ideia são:

Que a paz se estenda de minha mente para a tua, [nome].
Eu compartilho a luz do mundo contigo, [nome].
Pelo meu perdão posso ver isto tal como é.

3. (64) Que eu não me esqueça de minha função.

Eu não quero me esquecer de minha função porque quero me lembrar de meu Ser. Não posso cumprir minha função se eu a esquecer. E, a menos que eu cumpra minha função, não experimentarei a alegria que Deus pretende para mim.

4. Formas específicas adequadas desta ideia incluem:

Que eu não utilize isto para esconder minha função de mim.
Quero usar isto como uma oportunidade para cumprir minha função.
Isto pode ameaçar meu ego, mas não pode alterar minha função de modo algum.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 23 de março, voltamos nossa atenção para a segunda lição de revisão das últimas vinte ideias que praticamos até o último domingo. Conforme a introdução a este período vamos rever duas ideia a cada dia.

São ideia importantes para nosso aprendizado do autoconhecimento, que não significa que chegaremos com ele a um conhecimento objetivo de nós mesmos e sim à transcendência daquilo a que chamamos "eu", que só nos pode mostrar uma realidade subjetiva, imperfeita e impermanente.

Por isso, parafraseando Karen Armstrong em seu livro Em defesa de Deus, que leio no momento, precisamos ter sempre em mente que aquilo a que chamamos realidade é algo construído pela mente, e todo o conhecimento humano é, por conseguinte, uma interpretação, e não a aquisição de informações precisas e objetivas. Assim, nenhuma visão pode ser soberana, pois nosso conhecimento é relativo, subjetivo e falível, e não certo e absoluto, e a verdade, neste mundo de interpretações, é inerentemente ambígua.

Nossas práticas, hoje, que buscam nos lembrar de que a luz do mundo tem por papel levar a paz a todas as mentes por meio do perdão e de não nos esquecermos de nossa função, na condição de luz do mundo, têm de ter bem claro e buscar deixar bem claro para todos que, ainda segundo Armstrong, "não existem ideologias que [reflitam] condições exteriores, o mundo é profundamente afetado pela ideologia que lhe impomos".

Às práticas, pois.

terça-feira, 22 de março de 2011

Recapitulando alguns dos passos dados antes

REVISÃO II

Introdução

1. Agora estamos prontos para outra revisão. Começaremos onde a última parou e abordaremos duas ideias a cada dia. Dedicaremos a primeira parte de cada dia a uma destas ideias e a parte seguinte à outra. Faremos um período de exercícios mais longo e frequentes períodos mais breves nos quais praticaremos cada uma das ideias.

2. Os períodos de prática mais longos obedecerão a esta forma geral: reserva cerca de quinze minutos para cada um deles e começa pensando a respeito das ideias para o dia e nos comentários incluídos nas lições. Dedica três ou quatro minutos a lê-los devagar, várias vezes se desejares, e, em seguida, fecha os olhos e escuta.

3. Repete a primeira fase do periodo de exercícios se perceberes que tua mente se desvia, mas tenta passar a maior parte do tempo escutando tranquilamente, porém, com cuidado. Há uma mensagem a tua espera. Confia que a receberás. Lembra-te de que ela te pertence e de que a queres.

4. Não permitas que tua intenção vacile diante de pensamentos distrativos. Percebe do forma clara que, seja qual for a forma que tais pensamentos possam tomar, eles não têm nenhum significado e nenhuma força. Substitui-os por tua determinação de ser bem-sucedido. Não te esqueças de que tua vontade tem poder sobre todas as fantasias e sonhos. Confia nela para passar por eles e para te carregar para além de todos.

5. Considera estes períodos de prática como oferendas ao caminho, à verdade e à vida. Recusa-te a te deixares desviar para digressões, ilusões e pensamentos de morte. Tu te dedicas à salvação. Decide-te a cada dia a não deixar tua função inconclusa.

6. Reafirma tua decisão nos períodos mais breves de prática também, usando a forma original da ideia para aplicações generalizadas e formas mais específicas quando necessário. Incluem-se algumas formas específicas nos comentários que se seguem às enunciações das ideias. Contudo, elas são apenas sugestões. O que importa não são as palavras específicas que usas.

*

LIÇÃO 81

Nossas ideias para a revisão, hoje, são:

1. (61) Eu sou a luz do mundo.

Quão santo sou eu, a quem foi dada a função de iluminar o mundo! Que eu silencie diante de minha santidade. Que todos os meus conflitos desapareçam em sua luz serena. Que eu me lembre Quem sou em sua paz.

2. Algumas formas específicas para a aplicação desta ideia quando parecerem surgir dificuldades especiais poderiam ser:

Que eu não esconda a luz do mundo em mim.
Que a luz do mundo brilhe por meio desta experiência.
Esta sombra desaparecerá diante da luz.

3. (62) O perdão é minha função como a luz do mundo.

É aceitando minha função que verei a luz em mim. E nesta luz minha função se mostrará perfeitamente clara e inequívoca diante de minha vista. Minha aceitação não depende de meu reconhecimento do que minha função é, pois eu ainda não compreendo o perdão. Mas confiarei que, na luz, eu a verei tal qual é.

4. Formas específicas para o uso desta ideia poderiam incluir:

Que isto me ajude a aprender o que o perdão significa.
Que eu não separe minha função de minha vontade.
Não usarei isto para um objetivo impróprio.

*

COMENTÁRIO:

Nesta terça-feira, dia 22 de março, começamos mais uma revisão. A segunda de várias, conforme o Curso já anunciou quando iniciamos a primeira. Uma vez que as práticas nas revisões envolvem muita concentração e esforço, além de serem absolutamente autoexplicativas, vou deixar que os exercícios falem por si mesmos, fazendo apenas um pequeno comentário após as lições a serem revisadas a cada dia.

Fiquem todos, por favor, à vontade para comentar e perguntar quando surgir qualquer dúvida. Podemos fazê-lo no espaço destinado aos comentários. E lembrem-se de voltar à introdução pelo menos uma vez a cada dia antes de partirem para as práticas conforme o livro sugere.

Aliás, eu diria que o comentário que fiz ontem foi como que uma recapitulação de uma boa parte das ideias que vamos revisar neste período.

Boa revisão a todos! Boas práticas!

segunda-feira, 21 de março de 2011

A solução definitiva para os problemas que temos

LIÇÃO 80

Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

1. Se estiveres disposto a reconhecer teus problemas, reconhecerás que não tens nenhum problema. Teu único problema básico está resolvido e não tens nenhum outro. Por isto, tens de ficar em paz. Deste modo, a salvação depende do reconhecimento deste único problema e da compreensão de que ele está resolvido. Um só problema, uma única solução. A salvação é realizada. A libertação do conflito te é dada. Aceita este fato e estás pronto para assumir teu lugar legítimo no plano de Deus para a salvação.

2. Teu único problema está resolvido! Repete isto muitas vezes hoje, com gratidão e confiança. Reconheces ter um único problema e abres o caminho para que o Espírito Santo de ofereça a resposta de Deus. Abandonas o engano e vês a luz da verdade. Aceitas a salvação para ti mesmo trazendo o problema à resposta. E podes reconhecer a resposta, porque o problema está identificado.

3. Tens direito à paz hoje. Um problema que está resolvido não pode te incomodar. Certifica-te apenas de não te esqueceres de que todos os problemas são o mesmo. Enquanto te lembrares disto, suas muitas formas não te enganarão. Um só problema, uma única solução. Aceita a paz que esta simples declaração traz.

4. Em nossos períodos de prática mais longos hoje, reivindicaremos a paz que tem de ser nossa quando o problema e a resposta são reunidos. O problema tem de desaparecer porque a resposta de Deus não pode falhar. Reconhecendo um, reconheces o outro. A solução é inseparável do problema. Tens a solução e aceitas a resposta. Estás salvo.

5. Agora, deixa que te seja dada a paz que tua aceitação traz. Fecha os olhos e recebe tua recompensa. Reconhece que teus problemas estão resolvidos. Reconhece que estás fora do conflito; livre e em paz. Acima de tudo, lembra-te de que tens um só problema e de que este problema tem uma única solução. É nisto que a simplicidade da salvação está. É por esta razão que é certo que ela funciona.

6. Afirma para ti mesmo várias vezes que teus problemas estão resolvidos. Repete a ideia com profunda certeza com a maior frequência possível. E certifica-te especialmente de aplicar a ideia para hoje a qualquer problema específico que surja. Dize imediatamente:

Que eu reconheça que este problema está resolvido.

7. Vamos nos decidir a não acumular mágoas hoje. Vamos nos decidir a ficar livres de problemas que não existem. O meio para isto é a sinceridade absoluta. Não te enganes acerca de qual é o problema e tens de reconhecer que ele está resolvido.

*

COMENTÁRIO:

Eu só tenho um problema. E este problema está resolvido. É esta ideia que vamos praticar nesta segunda-feira, 21 de março. Nossas práticas se destinam, pois, ao reconhecimento de que só temos um problema e, reconhecer isso, é aceitar que ele já está resolvido.

Já praticamos aprender que "não há nada a temer", pois Deus está em tudo o que vemos, e também que Ele vai conosco aonde formos. Aprendemos ainda que Ele é nossa Força, que a visão é a dádiva que recebemos d'Ele, que Ele é nossa Fonte, a Luz na qual vemos, a Mente com a qual pensamos e o Amor no qual perdoamos.

Reconhecendo e aceitando tudo isto como verdadeiro, não será bem possível aceitar que todos os nossos problemas já estão resolvidos? Sabendo ainda mais, que temos direito a milagres, conforme praticamos há poucos dias?

E, se ainda restarem quaisquer dúvidas, apressemo-nos a praticar a ideia que o Curso nos traz hoje, pois ela
nos apresenta a solução definitiva para todos os problemas que pensávamos ter. A partir das práticas deste dia, podemos chegar à libertação completa de tudo aquilo que nos amarrava às ilusões criadas pelo ego e reconhecer que não é preciso fazer nada.

Podemos, pois, ficar em paz. A luz veio. E trouxe consigo a salvação.

domingo, 20 de março de 2011

Como resolver o problema se não sabemos qual é?

LIÇÃO 79

Que eu reconheça o problema para
que ele possa ser resolvido.

1. Um problema não pode ser resolvido se não souberes qual é ele. Mesmo que ele já esteja resolvido tu ainda terás o problema porque não reconhecerás que ele está resolvido. Esta é a situação do mundo. O problema da separação, que é verdadeiramente o único problema, já está resolvido. No entanto, a solução não é reconhecida porque o problema não é reconhecido.

2. Todos neste mundo parecem ter seus próprios problemas particulares. Mas eles são todos o mesmo e têm de ser reconhecidos como o mesmo se é para ser aceita a única solução que os resolve a todos. Quem pode perceber que um problema está resolvido se pensar que o problema é alguma outra coisa? Mesmo que a resposta lhe seja dada, ele não pode ver sua pertinência.

3. Esta é a posição na qual te encontras agora. Tu tens a resposta, mas ainda estás em dúvida a respeito de qual é o problema. Uma longa série de problemas diferentes parece te desafiar e assim que um é resolvido aparece o outro, e o seguinte. Parece não haver fim para eles. Não há nenhum momento em que te sintas completamente livre de problemas e em paz.

4. A tentação de considerar os problemas numerosos é a tentação de manter não resolvido o problema da separação. O mundo parece te presentear com um grande número de problemas, cada um pedindo uma resposta diferente. Esta percepção te coloca em uma posição para a qual teu modo de resolver problemas tem de ser precário e o fracasso inevitável.

5. Ninguém poderia resolver todos os problemas que o mundo parece ter. Eles parecem estar em tantos níveis, em formas tão variadas e apresentar conteúdos tão diversos, que te desafiam com uma situação impossível. O desânimo e a depressão são inevitáveis quando tu pensas a respeito deles. Alguns surgem de forma inesperada, exatamente quando pensavas ter resolvido os anteriores. Outros permanecem insolúveis sob uma nuvem de negação e se erguem para te assombrar de vez em quando, apenas para se esconderem mais uma vez, mas ainda sem solução.

6. Toda esta complexidade é apenas uma tentativa desesperada de não reconhecer o problema e, por isto, de não permitir que ele seja resolvido. Se pudesses reconhecer que teu único problema é a separação, não importa que forma ela assuma, poderias aceitar a resposta porque perceberias sua pertinência. Percebendo a constância subjacente a todos os problemas que parecem te desafiar, compreenderias que tens o meio para resolver todos eles. E utilizarias o meio, porque reconheces o problema.

7. Em nossos períodos de prática mais longos hoje vamos perguntar qual é o problema e qual é a resposta para ele. Não vamos pressupor que já sabemos. Tentaremos libertar nossas mentes de todos os muitos tipos diferentes de problemas que pensamos ter. Tentaremos perceber claramente que temos um só problema, que deixamos de reconhecer. Perguntaremos qual é ele e esperaremos pela resposta. Ela nos será dada. Em seguida, pediremos a solução para ele. E ela nos será dada.

8. Os exercícios para hoje serão bem-sucedidos na medida em que não insistires em definir o problema. Talvez não sejas bem-sucedido em abandonar todas as tuas ideias preconcebidas, mas isto não é necessário. Todo o necessário é alimentar alguma dúvida acerca da realidade de tua versão de quais são teus problemas. Estás tentando reconhecer que a resposta te foi dada pelo reconhecimento do problema, a fim de que o problema e a resposta possam ser reunidos e possas ficar em paz.

9. Os períodos de prática mais breves para hoje não serão determinados pelo tempo, mas pela necessidade. Verás muitos problemas hoje, cada um pedindo uma resposta. Nossos esforços serão orientados para o reconhecimento de que há apenas um problema e uma resposta. Neste reconhecimento todos os problemas se resolvem. Neste reconhecimento há paz.

10. Não te deixes enganar pelas formas dos problemas hoje. Sempre que qualquer dificuldade parecer surgir, dize a ti mesmo imediatamente:

Que eu reconheça este problema para que ele possa ser resolvido.

Em seguida, tenta suspender qualquer julgamento acerca do que é o problema. Se possível, fecha os olhos por um momento e pergunta qual é ele. Serás ouvido e receberás resposta.

*

COMENTÁRIO:

Um dos livros que leio no momento se chama Em defesa de Deus. Escrito por Karen Armstrong, ele busca mostrar quais os caminhos tomados pelas religiões, a partir das escolhas humanas, nos afastaram da religião verdadeira ou, melhor dizendo, do sentimento de religiosidade intrínseco a nossa experiência humana, como se pode ver pelos registros das primeiras manifestações encontradas pela pesquisa arqueológica, que dão conta de expressões de rituais que reconheciam uma Presença a que não se podia dar nome, e que ficava além da experiência cotidiana.

Falando de alguns dos grandes e importantes pensadores da humanidade, Karen diz no livro que a atividade filosófica de Sócrates, e de outros filósofos da Antiguidade, não era separada da religião. Isto é, a atividade dos filósofos estava intrinsecamente ligada à religião e à espiritualidade, sendo ela mesma - a filosofia -, pode-se dizer, a religião que se praticava então, uma vez que não existia, como hoje, nenhuma prática religiosa institucionalizada sob o patrocínio de uma autoridade constituída.

Sócrates não tinha pretensões a ser dono da verdade absoluta , nem se tinha em conta de sábio, e seus ensinamentos buscavam, pensando junto com os indivíduos que o procuravam, quase sempre muito mais dar elementos para que os indivíduos iam até ele questionassem por si mesmos a forma, ou formas, como viam o mundo, a fim de que eles mesmos descobrissem a melhor maneira de resolver e de viver suas vidas. É dele a famosa frase: "Conhece-te a ti mesmo".

Uma historinha que ela conta a respeito dele, diz que no fim de sua vida, Sócrates, apesar de não pensar em si mesmo como um sábio, relembrou uma ocasião em que foi atacado por um importante político de Atenas e disse para si mesmo: "Sou mais sábio que esse homem; provavelmente, nenhum de nós sabe qualquer coisa que valha a pena, porém ele pensa que sabe algo - e não sabe -, enquanto eu não sei, nem penso que sei; portanto, provavelmente sou mais sábio que ele só porque não penso que sei o que não sei".

A ideia que a lição deste domingo, dia 20 de março, nos apresenta para as práticas é, como eu disse em comentário anterior, de suma importância. Considerando-se que o Curso busca nos oferecer uma forma, um caminho, para se chegar ao autoconhecimento, precisamos questionar verdadeiramente aquilo que sabemos ou que pensamos saber que sabemos. Tal como ensinava Sócrates, é preciso que questionemos a forma, ou formas, pela qual vemos o mundo, para descobrir aonde está o problema, se é que vemos algum.

E só reconhecendo o problema, como a lição ensina, é que vamos poder, de fato, lidar com ele. Daí a necessidade de que nos dediquemos às práticas com toda a atenção e com todo o esforço de que somos capazes. Com isso, quem sabe, seremos capazes de reconhecer que todos os problemas do mundo são um só e o mesmo: a crença na separação.

Se nos deixamos enganar pelo sistema de pensamento do ego, que tenta nos convencer de que há uma quantidade ilimitada de problemas para os quais devemos buscar solução, viver passa a ser um inferno, na medida em que nos vemos forçados, de fato, a lidar com tantos problemas, mergulhando de corpo e mente neles, abandonando o espírito, por esquecê-lo, sem que a solução de um faça diminuir a quantidade dos que nos chegam a cada momento.

sábado, 19 de março de 2011

Um mundo de cabeça para baixo

LIÇÃO 78

Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

1. Talvez ainda não esteja bem claro para ti que cada decisão que tomas é uma decisão entre uma mágoa e um milagre. Cada mágoa se ergue como um escudo sombrio de ódio diante do milagre que ela quer esconder. E, quando tu o ergues diante de teus olhos, não verás o milagre que está além. No entanto, ele espera por ti na luz o tempo todo, mas, em seu lugar, tu vês as tuas mágoas.

2. Hoje vamos além das mágoas, para ver de preferência o milagre em lugar delas. Vamos inverter o modo que vês não permitindo que a vista se detenha antes de ver. Não esperaremos diante do escudo de ódio, mas o deporemos e, em silêncio, ergueremos suavemente os olhos para ver o Filho de Deus.

3. Ele espera por ti atrás de tuas mágoas e, quando tu as abandonares, ele aparecerá na luz resplandecente no lugar em que cada uma estava antes. Pois cada mágoa é um obstáculo à visão e, quando ela é suspensa, vês o Filho de Deus aonde ele está sempre. Ele se encontra na luz, mas tu estavas nas trevas. Cada mágoa tornou as trevas mais profundas e não podias ver.

4. Hoje tentaremos ver o Filho de Deus. Não nos permitiremos ficar cegos a ele; não olharemos para nossas mágoas. Assim, quando ficamos alertas em favor da verdade, distantes do medo, o modo de ver do mundo se inverte. Selecionaremos uma pessoa que usas como alvo de tuas mágoas e abandonaremos as mágoas, e olharemos para ela. Alguém a quem, talvez, temas e até odeies; alguém que pensas amar e que te irritou; alguém a quem chamas de amigo, mas que às vezes percebes como complicado ou difícil de agradar, exigente, irritante ou infiel ao ideal que deveria aceitar com seu, de acordo com o papel que escolheste para ele.

5. Tu sabes a quem escolher; seu nome já passou por tua cabeça. Ele será aquele em quem pediremos que o Filho de Deus te seja mostrado. Por vê-lo além das mágoas que guardas contra ele, aprenderás que aquilo que estava escondido enquanto não o vias existe em todos e pode ser visto. Ele, que era inimigo, é mais do que amigo quando é libertado para assumir o papel sagrado que o Espírito Santo estabelece para ele. Deixa que ele seja o salvador para ti hoje. É este o papel dele no plano de Deus, teu Pai.

6. Nossos períodos de prática mais longos, hoje, o verão neste papel. Tentarás conservá-lo em tua mente, primeiro tal como o consideras agora. Vais rever seus defeitos, as dificuldades que tiveste com ele, a dor que ele te causou, sua negligência e todas as pequenas e as maiores feridas que ele te provocou. Considerarás o corpo dele com seus defeitos e qualidades também e pensarás em seus erros e até mesmo em seus "pecados".

7. Em seguida, vamos pedir Àquele Que conhece este Filho de Deus em sua realidade e verdade que possamos olhar para ele de modo diferente e ver nosso salvador resplandecendo à luz do perdão verdadeiro, dado a nós. Pedimos a Ele pelo Nome santo de Deus e de Seu Filho, tão santo quanto Ele Mesmo:

Permite que eu veja meu salvador neste que Tu designaste
como aquele a quem devo pedir que me conduza à luz santa
em que ele se encontra, para que eu possa me unir a ele.

Os olhos do corpo estão fechados e enquanto pensas naquele que te magoou, deixa que se revele a tua mente a luz nele, que está além de tuas mágoas.

8. Aquilo que pedes não pode ser negado. Teu salvador espera por isto há muito tempo. Ele quer ser livre e tornar tua a liberdade dele. O Espírito Santo se inclina dele para ti, não vendo nenhuma separação no Filho de Deus. E aquilo que vês por intermédio d'Ele libertará ambos. Fica muito calmo agora e olha para teu salvador resplandecente. Nenhuma mágoa sombria esconde a vista dele. Tu permitiste que o Espírito Santo revelasse por meio dele o papel que Deus Lhe deu, para que possas ser salvo.

9. Deus te agradece hoje por estes momentos de serenidade, nos quais abandonaste tuas imagens e olhaste para o milagre do amor que o Espírito Santo te mostrou nos lugar delas. O mundo e o Céu se unem em agradecimento a ti, pois nem sequer um Pensamento de Deus deixa de se regozijar quando tu és salvo e o mundo inteiro contigo.

10. Nós nos lembraremos disto ao longo do dia e assumiremos o papel que nos foi designado como parte do plano de Deus para a salvação, e não o nosso. A tentação desaparece quando permitimos que cada um que encontramos nos salve e nos recusamos a esconder sua luz atrás de nossas mágoas. Permite que o papel de salvador seja oferecido a cada um que encontrares, e àqueles do passado em quem pensares ou de quem lembrares, para que possas compartilhá-lo com eles. Para ambos, e também para todos os que não veem, pedimos:

Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

*

COMENTÁRIO:

Caros, caras, dou-lhes abaixo novamente o comentário feito para esta lição no ano passado com apenas umas poucas correções e acréscimos. Acho que continua a ser bastante pertinente. Boas práticas a todos nós.

Lembrando-nos de algumas das lições anteriores, a 68, por exemplo que diz que "O amor não guarda mágoas", ou a 69, cuja ideia é que "Minhas mágoas escondem a luz do mundo em mim", ou ainda a 71, que afirma que "Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação", podemos, sem dúvida, entender do que quer nos salvar a ideia para as práticas deste sábado, dia 19 de março. E o que ela pode nos oferecer.

Se o mundo em que vivemos está de cabeça para baixo por ter sido e estar sendo criado por nós a partir de nossa crença em uma separação que nunca existiu, precisamos, de fato, inverter nossa forma de olhar e de pensar a respeito de nós mesmos, de nossas crenças e do mundo. Para podermos co-criar em Deus, com Ele, a partir do que somos, na verdade.

As práticas de hoje vão nos ensinar a ver o Filho de Deus, em nós mesmos e em todos aqueles para quem olharmos ao longo do dia, porque vão nos permitir escolher o milagre em lugar de quaisquer mágoas que queiram se infiltrar em nossos pensamentos. Vão nos permitir que nos libertemos de todas as imagens falsas que fazemos de nossos irmãos, e de todos aqueles com quem convivemos neste mundo, porque vão nos ajudar a transformar cada um deles em nosso salvador, mostrando-nos a luz que se esconde - em nós mesmos e em cada um daqueles em quem pensarmos ou encontrarmos - por detrás de nossas mágoas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Aprender a aceitar e afirmar a Identidade verdadeira

LIÇÃO 77

Eu tenho direito a milagres.

1. Tu tens direito a milagres em razão do que és. Receberás milagres em razão do que Deus é. E oferecerás milagres porque és um com Deus. Mais uma vez, quão simples é a salvação! Ela é simplesmente uma afirmação de tua Identidade verdadeira. É isto que celebraremos hoje.

2. Teu direito a milagres não está em tuas ilusões acerca de ti mesmo. Ele não depende de quaisquer poderes mágicos que atribuis a ti mesmo, nem de quaisquer rituais que inventas. Ele é inseparável da verdade daquilo que tu és. E inabalável naquilo que Deus, teu Pai, é. Ele foi assegurado em tua criação e garantido pelas leis de Deus.

3. Hoje, revindicaremos os milagres que são teu direito, uma vez que te pertencem. Recebeste a promessa de plena liberação do mundo que fizeste. Recebeste a garantia de que o Reino de Deus está em ti e não pode ser perdido jamais. Não pedimos nada além daquilo que, na verdade, nos pertence. Hoje, porém, nós também nos certificaremos de que não vamos nos satisfazer com menos.

4. Começa os períodos de prática mais longos dizendo a ti mesmo de modo bem confiante que tens direito a milagres. Fechando os olhos, lembra-te de que pedes apenas aquilo que é legitimamente teu. Recorda-te também de que os milagres nunca são tirados de um e dados a outro e de que, ao reclamares teus direitos, estás defendendo os direitos de todos. Os milagres não obedecem às leis deste mundo. Eles decorrem simplesmente das leis de Deus.

5. Depois desta breve fase introdutória, espera tranquilamente pela certeza de que teu pedido é aceito como verdadeiro. Pedes a salvação do mundo e a tua própria. Pedes que te seja dado o meio pelo qual isto se realiza. Não podes deixar de ficar seguro disto. Pedes apenas que a Vontade de Deus seja feita.

6. Ao fazeres isto, de fato, não pedes nada. Declaras uma verdade que não pode ser negada. O Espírito Santo só pode garantir que teu pedido seja concedido. O fato de teres aceitado tem de ser verdade. Não há espaço para a dúvida e para a incerteza hoje. Estamos finalmente fazendo a pergunta verdadeira. A resposta é uma afirmação de uma verdade simples. Receberás a garantia que buscas.

7. Nossos períodos de prática mais breves serão frequentes e também serão dedicados a um lembrete de uma verdade simples. Dize a ti mesmo com frequência hoje:

Eu tenho direito a milagres.

Pede-os sempre que surgir uma situação em que eles forem necessários. Vais reconhecer estas situações. E, uma vez que não estás contando contigo mesmo para achar o milagre, tens pleno direito de recebê-lo sempre que pedires.

8. Lembra-te, também, de não te satisfazeres com menos do que a resposta perfeita. Sê rápido para dizer a ti mesmo, caso sejas tentado:

Não trocarei milagres por mágoas. Quero só o que me pertence.
Deus estabelece os milagres como meu direito.

*

COMENTÁRIO:

Vocês prestaram atenção ao que o texto que se segue à ideia que vamos praticar nesta sexta-feira, dia 18 de março, diz logo no finalzinho do primeiro parágrafo? "... quão simples é a salvação!"

E o que é a salvação? De que precisamos ser salvos? Na verdade, já estamos salvos, apenas não temos consciência disso o tempo todo, porque nos pensamos separados uns dos outros e de Deus. Daí a necessidade da salvação. E só precisamos nos salvar mesmo é da ideia de nós mesmos separados de Deus, ou de Deus separado de nós.

Por isso a lição fala da simplicidade que é a salvação logo no primeiro parágrafo, pois ela não é senão "uma afirmação de tua Identidade verdadeira". E é esta afirmação que nos garante o direito a milagres, em função do que somos, na verdade, em função de compartilharmos nossa Identidade com Deus.

Em verdade, como o Curso afirma em seu início, ao estabelecer os princípios dos milagres, "os milagres são naturais. Quando não acontecem, alguma coisa deu errado". Eles são um direito natural de todos, após uma purificação. Isto é, depois de nos livrarmos de quaisquer ideias de separação, reconhecendo que, criados à imagem e semelhança de Deus, ainda somos como Ele nos criou.

Afirmar nossa Identidade verdadeira, o que vai nos pôr em contato com a salvação, é reconhecer também nossa santidade que, ao contrário do que podemos pensar, repetindo o que diz Roberto Crema a seu respeito no livro Normose, "não é um privilégio de poucos; é uma responsabilidade de todos nós. Ser santo é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente. É ser tudo aquilo que realmente somos". Isto é, afirmar e assumir nossa Identidade verdadeira de Filhos de Deus.

Para isso praticamos diariamente. E a ideia de hoje é mais um passo que damos na direção de nós mesmos. Ou, melhor dizendo, na direção da afirmação de nossa Identidade verdadeira.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Somos livres por sermos como Deus nos criou

LIÇÃO 76

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

1. Comentamos antes quantas coisas sem sentido te parecem ser a salvação. Cada uma delas te aprisiona com leis tão sem sentido quanto elas mesmas. Tu não estás preso a elas. Mas para compreender que isto é verdade, tens primeiro que perceber claramente que a salvação não está aí. Enquanto quiseres buscá-la em coisas que não têm significado, tu te prendes a leis que não fazem nenhum sentido. Deste modo, buscas provar que a salvação está aonde ela não existe.

2. Hoje nos alegraremos por não poderes prová-lo. Pois, se pudesses, buscarias a salvação eternamente aonde ela não está e jamais a acharias. A ideia para hoje te diz mais uma vez quão simples é a salvação. Procura-a aonde ela te espera e ela será achada lá. Não procures em nenhum outro lugar, pois ela não está em nenhum outro lugar.

3. Pensa na liberdade no reconhecimento de que não estás preso por todas as leis estranhas e distorcidas que estabeleceste para te salvar. Tu pensas, de fato, que morrerias a menos que tivesses montes de tiras de papel verde e pilhas de discos de metal*. Tu pensas, de fato, que uma pequena pílula redonda ou algum tipo de líquido injetado em tuas veias por uma agulha pontiaguda afastará a doença e a morte. Tu pensas, de fato, que estás sozinho a menos que outro corpo esteja contigo.

4. É a loucura que pensa estas coisas. Tu as chamas de leis e as colocas sob nomes diferentes em um catálogo de rituais que não têm nenhuma utilidade e não servem a nenhum objetivo. Pensas que tens de obedecer as "leis" da medicina, da economia e da saúde. Protege o corpo e estarás salvo.

5. Estas não são leis, mas loucura. O corpo está comprometido pela mente que fere a si mesma. O corpo sofre apenas para que a mente deixe de ver que ela é vítima de si mesma. O sofrimento do corpo é uma máscara que a mente segura para esconder o que sofre realmente. Ela não quer compreender que é sua própria inimiga, que ataca a si mesma e que quer morrer. É disto que tuas "leis" querem salvar o corpo. É por esta razão que pensas que és um corpo.

6. Não há nenhuma lei exceto as leis de Deus. Isto precisa ser repetido muitas e muitas vezes, até perceberes claramente que se aplica a todas as coisas que fizeste em oposição à Vontade de Deus. Tua magia não tem nenhum significado. Aquilo que ela pretende salvar não existe. Só aquilo que ela pretende esconder te salvará.

7. As leis de Deus não podem ser substituídas nunca. Dedicaremos o dia de hoje a nos regozijarmos por isto ser verdade. Já não é mais uma verdade que queremos esconder. Em vez disso, percebemos claramente que é uma verdade que nos mantém livres para sempre. A magia aprisiona, mas as leis de Deus libertam. A luz veio porque não há nenhuma lei a não ser as d'Ele.

8. Começaremos os períodos de prática mais longos hoje com uma pequena revisão dos diferentes tipos de "leis" que acreditamos ter de obedecer. Elas incluíriam, por exemplo, as "leis" da nutrição, da imunização, da medicação e da proteção do corpo de inúmeras maneiras. Pensa ainda mais, acreditas na "leis" da amizade, dos "bons" relacionamentos e na reciprocidade. Talvez penses até mesmo que existem leis que estabelecem o que é de Deus e o que é teu. Muitas "religiões" se baseiam nisto. Elas não querem salvar, mas condenar em nome do Céu. Contudo, elas não são mais estranhas do que outras "leis" que afirmas que têm de ser obedecidas para ficares seguro.

9. Não há nenhuma lei a não ser as de Deus. Afasta todas as crenças mágicas hoje e deixa tua mente em prontidão silenciosa para ouvir a Voz que fala a verdade para ti. Vais ouvir Aquele Que diz que não existem perdas sob as leis de Deus. Não se faz nem se recebe nenhum pagamento. Não se pode fazer troca; não há substitutos; e não se põe nada no lugar de alguma outra coisa. As leis de Deus dão eternamente e nunca tiram.

10. Ouve Aquele Que te diz isto e percebe claramente quão tolas são as leis que pensavas que sustentassem o mundo que pensavas ver. Escuta mais, então. Ele te dirá mais. Acerca do Amor que teu Pai tem para ti. Acerca da alegria infinita que Ele te oferece. Acerca do anseio d'Ele por Seu Filho único, criado como Seu canal para a criação; negado a Ele por sua crença no inferno.

11. Vamos abrir os canais de Deus para Ele hoje e deixar que Sua Vontade se estenda por nosso intermédio até Ele. Deste modo, a criação é ampliada de forma infinita. A Voz d'Ele falará disto para nós, assim como falará também das alegrias do Céu que Suas leis mantém ilimitadas para sempre. Repetiremos a ideia de hoje até ouvirmos e compreendermos que não há nenhuma lei a não ser as de Deus. Em seguida, diremos a nós mesmos, como uma oferenda com a qual o período de prática termina:

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

12. Vamos repetir esta oferenda tantas vezes quantas possíveis hoje; pelo menos quatro ou cinco vezes por hora, bem como a repetiremos em resposta a qualquer tentação de nos experimentarmos como sujeitos a outras leis ao longo do dia. Ela é nossa declaração de independência de todo perigo e de toda opressão. Ela é nosso reconhecimento de que Deus é nosso Pai e de que Seu Filho está salvo.

* Nota de tradução: "You really think that you would starve unless you have stacks of green paper and piles of metal discs." O "papel verde" [green paper] e os "discos de metal" [metal discs] se referem à moeda dos Estados Unidos da América.

*

COMENTÁRIO:

Uma vez que a luz veio e que não existe nenhuma vontade a não ser a de Deus, é perfeitamente possível que aceitemos e compreendamos a ideia que vamos praticar nesta quinta-feira, 17 de março: Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. E isto deve ser motivo de alegria para todos nós, pois aceitar tal ideia nos liberta do jugo do mundo.

Como já disse antes, se refletirmos um pouquinho só, vamos encontrar no mundo muito mais "leis" do que apenas aquelas que o exercício cita como reguladoras e limitadoras de nosso modo de viver aqui. Leis às quais outorgamos um poder que elas não têm, na verdade. Basta pensarmos, por exemplo, nas leis que regem os comportamentos das pessoas nas sociedades de que fazemos parte.

E, lembrando ainda do que eu disse no ano passado ao comentar esta lição, há leis que já caducaram há séculos, há milênios. Há leis não escritas, normas não definidas, regras não explicitadas a respeito das quais não ousamos falar, por medo da danação, por medo do julgamento do(s) outro(s) e da sociedade. Nós mesmos - cada um de nós, individualmente -, trazemos na cabeça um conjunto de normas, recebidas em nosso ambiente familiar e que são normalmente diferentes de família para família, a que pensamos ter de obedecer, muitas vezes sem nem mesmo ter coragem de pronunciá-las. E somos os primeiros a condenar qualquer um que as viole, quer o faça por não ter consciência delas, quer para desafiá-las por absurdas.

Vamos aproveitar a ideia para as práticas de hoje para pensar também se não foi isto o que aconteceu em todos os momentos da história que conhecemos em relação às pessoas que a marcaram e que trouxeram à luz as correntes que muitas vezes impediam as pessoas de se libertarem ou de exercerem seu direito à liberdade. É isto que precisamos exercitar e trazer à consciência, a partir da ideia que o Curso nos oferece. Nascemos livres e não estamos, de fato, sujeitos a nenhuma lei que não às de Deus, porque continuamos a ser tal qual Ele nos criou. Ou ainda não aprendemos isto?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Não há nada que a luz de Deus não possa iluminar

LIÇÃO 75

A luz veio.

1. A luz veio. Estás curado e podes curar. A luz veio. Estás salvo e podes salvar. Estás em paz e levas a paz contigo aonde fores. As trevas e a desordem e a morte desapareceram. A luz veio.

2. Hoje celebramos o final feliz de teu longo sonho de desventura. Não há nenhum sonho mau agora. A luz veio. Hoje começa o tempo da luz para ti e para todos. É uma nova era na qual nasce um novo mundo. O velho, em sua passagem, não deixa nenhum vestígio sobre ele. Hoje vemos um mundo diferente, porque a luz veio.

3. Nossos exercícios para hoje serão exercícios felizes, nos quais damos graças pela passagem do velho e pelo começo do novo. Não fica nenhuma sombra do passado para escurecer nossa vista e esconder o mundo que o perdão nos oferece. Hoje aceitaremos o mundo novo como aquilo que queremos ver. O que desejamos nos será dado. Queremos ver a luz; a luz veio.

4. Nossos períodos de prática mais longos serão dedicados a olhar para o mundo que nosso perdão nos mostra. É isto que queremos ver, e apenas isto. Nosso propósito sincero torna nossa meta inevitável. Hoje, finalmente, o mundo verdadeiro se ergue diante de nós em alegria para ser visto. A visão nos é dada, agora que a luz veio.

5. Não queremos ver a sombra do ego sobre o mundo hoje. Vemos a luz e, nela, vemos o reflexo do Céu se estender sobre o mundo. Começa os períodos de prática mais longos dando a ti mesmo as boas novas de tua liberação:

A luz veio. Eu perdoo o mundo.

6. Não te demores no passado hoje. Mantém uma mente aberta por completo, livre de todas as ideias do passado e limpa de toda noção que inventas. Tu perdoas o mundo hoje. Agora podes olhar para ele como se nunca o tivesses visto antes. Tu ainda não sabes com que ele se parece. Esperas apenas que ele te seja apresentado. Enquanto esperas, repete várias vezes, devagar e com toda a paciência:

A luz veio. Eu perdoo o mundo.

7. Percebe claramente que teu perdão te dá direito à visão. Compreende que o Espírito Santo nunca deixa de oferecer a dádiva da visão aos misericordiosos. Acredita que Ele não te abandonará agora. Perdoas o mundo. Ele ficará contigo enquanto vigias e esperas. Ele te mostrará o que a visão verdadeira vê. É Sua Vontade e tu te uniste a Ele. Espera pacientemente por Ele. Ele virá. A luz veio. Tu perdoas o mundo.

8. Dize-Lhe que tu sabes que não podes falhar porque confias n'Ele. E dize a ti mesmo que esperas na certeza de olhar para o mundo que Ele te prometeu. A partir deste momento verás de modo diferente. Hoje a luz veio. E tu verás o mundo que te foi prometido desde o início do tempo e no qual o fim do tempo está garantido.

9. Os períodos de prática mais breves também serão lembretes alegres de tua liberação. Lembra-te a cada quinze minutos mais ou menos de que hoje é um tempo de celebração especial. Dá graças pela misericórdia e pelo Amor de Deus. Regozija-te no poder do perdão para curar tua visão completamente. Confia que há um novo início neste dia. Sem as trevas do passado sobre teus olhos, não podes deixar de ver hoje. E o que vires será tão bem-vindo que estenderás o presente para sempre com alegria.

10. Dize então:

A luz veio. Eu perdoo o mundo.

Caso sejas tentado, dize a qualquer um que pareça te empurrar de volta à escuridão:

A luz veio. Eu te perdoo.

11. Dedicamos este dia à serenidade na qual Deus quer que tu estejas. Mantém-na na consciência de ti mesmo para vê-la em todos os lugares hoje, enquanto celebramos o começo de tua visão e a vista do mundo verdadeiro, que chega para substituir o mundo não-perdoado que pensavas ser verdadeiro.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 16 de março, Deus satisfaz nossa vontade de que se faça a luz, que expressamos ontem em nossas práticas. Aproveitemos pois essa luz neste dia, buscando iluminar todas as questões que nos preocupam, buscando trazer a ela todos os nossos medos, todas as nossas mágoas e todas as nossas dores. Não há nada que a luz que vem de Deus não possa iluminar.

Repisando a forma do comentários feito a esta lição no ano passado: O que a luz pode fazer? O que a luz faz? Estas duas perguntas, e suas respostas, são suficientes para fazer que tomemos a decisão de buscar encontrar a luz em nosso caminho. Pois a luz pode fazer tudo e, de fato, a luz faz tudo para nos oferecer a visão límpida e cristalina do que somos, na verdade. É ela que pode afastar todas as trevas e dissipar para sempre a escuridão na qual o ego busca nos mergulhar, para que não nos aproximemos de nossa Fonte, o que o faria desaparecer para sempre.

É a luz, ou, melhor dizendo, na luz que podemos ver nossa própria inocência e pureza. Ver que ainda somos como Deus nos criou e que nada pode nos separar d'Ele ou de nós mesmos, ou daquilo que somos. É a luz que nos devolve a visão e nos permite ver que o mundo, por ser neutro, é inocente. Por isto podemos perdoá-lo e vê-lo como, de fato, é. E, ao perdoar o mundo, perdoamos tudo o que há nele, que é apenas o reflexo daquilo mesmo que somos. E toda a ilusão se vai.

Usemos, portanto, as práticas de hoje para oferecer a luz do que somos, a luz que recebemos de Deus e a luz do perdão a tudo e a todos no mundo, a começar por nós mesmos.

Uma "bola de luz" especial para a Nina, minha irmã, e outra para nossa colega e companheira Isolda, que juntas comemoram mais um aniversário hoje. Parabéns! Luz.

terça-feira, 15 de março de 2011

Aceitar o plano de Deus para a salvação é realizá-lo

LIÇÃO 74

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

1. Pode-se considerar a ideia de hoje como o pensamento central a que se destinam todos os nossos exercícios. A Vontade de Deus é a única Vontade. Quando reconheces isto, reconheces que tua vontade é a d'Ele. A crença em que o conflito é possível desaparece. A paz substitui a estranha ideia de que estás dilacerado por metas contraditórias. Enquanto uma expressão da Vontade de Deus, tu não tens nenhuma meta a não ser a d'Ele.

2. Há uma paz imensa na ideia de hoje, e os exercícios para hoje se destinam a achá-la. A própria ideia é totalmente verdadeira. Por esta razão, ela não pode dar origem a ilusões. Sem ilusões o conflito é impossível. Vamos tentar reconhecer isto hoje e experimentar a paz que este reconhecimento traz.

3. Começa os períodos de prática mais longos repetindo estes pensamentos várias vezes, devagar e com a firme decisão de compreender o que eles significam e de mantê-los em mente:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.
Eu não posso ficar em conflito.

Em seguida, passa alguns minutos acrescentando alguns pensamentos afins, tais como:

Eu estou em paz.
Nada pode me perturbar.
Minha vontade é a de Deus.
Minha vontade e a de Deus são a mesma.
Deus quer paz para Seu Filho.

Durante esta fase introdutória, certifica-te de te ocupares prontamente de quaisquer pensamentos de conflito que possam passar por tua mente. Dize imediatamente a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.
Estes pensamentos contraditórios não têm sentido.

4. Se houver uma área de conflito que pareça ser particularmente difícil de resolver, escolhe-a para uma reflexão especial. Pensa nela brevemente, mas de forma muito específica, identifica a pessoa, ou pessoas, e a situação, ou situações, envolvidas e dize a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu a compartilho com Ele.
Meus conflitos a respeito de __________ não podem ser verdadeiros.

5. Depois de limpares tua mente desta forma, fecha os olhos e tenta experimentar a paz à qual tua realidade te dá direito. Mergulha nela e sente-a se fechando a tua volta. Pode haver alguma tentação de confundir estas tentativas com retraimento, mas é fácil descobrir a diferença. Se estiveres sendo bem-sucedido, terás uma sensação de alegria profunda e de uma vivacidade ampliada, em lugar de uma sensação de desânimo e de fraqueza.

6. A alegria define a paz. Por esta experiência reconhecerás que a alcançaste. Se te sentires escorregando para o retraimento, repete depressa a ideia para hoje e tenta outra vez. Faze isto tantas vezes quantas forem necessárias. Há um claro benefício em te recusares a admitir refúgio no retraimento, mesmo que não experimentes a paz que buscas.

7. Nos períodos mais breves, que devem ser empreendidos a intervalos regulares e pré-determinados hoje, dize a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu busco Sua paz hoje.

Tenta, então, achar o que estás buscando. Um minuto ou dois a cada meia hora, se possível de olhos fechados, seriam bem empregados nisto hoje.

*

COMENTÁRIO:

Você já assistiram ao filme Além da Vida? Recomendo com veemência. Eu diria que assistí-lo é o equivalente a uma experiência religiosa, a um encontro com o Inominável. E, é claro, ao reconhecimento, se assim o quisermos, de que não há nenhuma vontade a não ser a de Deus, conforme nos convida a praticar a lição desta terça-feira, dia 15 de março.

Como ressaltei no ano passado, ao comentar a ideia para as práticas de hoje, há uma passagem em um dos exercícios que praticamos bem recentemente que diz que, aonde quer que o plano de Deus para a salvação seja aceito, ele já está realizado.

Isto também se pode apreender do filme. E há também outro filme a que assisti no último final de semana que encerra muitos aprendizados a respeito da Vontade de Deus, que é também a nossa. O filme se chama A Partida e vale muito assistir.

A partir dele, talvez seja possível se compreender que, quando nos encontramos em uma situação que nos parece absurda e até insuportável, sem saber por que - ou se, de fato -, escolhemos viver tal situação, o ato da aceitação e da entrega ao que se apresenta talvez seja a única coisa que pode revelar a razão pela qual experimentamos vivê-la.

Ora, se a única vontade que existe é a de Deus e ela é também a nossa, tudo o que podemos fazer é aceitar o fato de que tudo o que se apresenta a nossa experiência vem daquela vontade que compartilhamos com Ele, mesmo quando aparentemente o que se apresenta não pareça ser o que gostaríamos de viver.

Ao compreendermos e aceitarmos a ideia de hoje, porém, estamos necessariamente aceitando o plano de Deus para a salvação, ao mesmo tempo em que aceitamos toda e qualquer situação que se apresente a nós, como parte desse plano, sendo gratos por tudo. É só assim que podemos permitir que o plano, de fato, se realize, para nós mesmos e para o mundo inteiro.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Reconhecer e aceitar nossa vontade com Deus

LIÇÃO 73

Eu quero que haja luz.

1. Vamos considerar, hoje, a vontade que compartilhas com Deus. Ela não é a mesma coisa que os desejos fúteis do ego, dos quais surgem a escuridão e o nada. A vontade que compartilhas com Deus tem todo o poder da criação em si. Os desejos fúteis do ego não são compartilhados e, por isto, não têm absolutamente nenhum poder. Eles não são fúteis considerando-se que podem fazer um mundo de ilusões no qual tua crença pode ser muito forte. Mas eles são fúteis, de fato, em termos de criação.

2. Desejos fúteis e mágoas são associados ou co-autores em retratar o mundo que vês. Os desejos do ego deram origem ao mundo que vês e a necessidade do ego de mágoas, que são imprescindíveis para garantir sua existência, o povoa de imagens que parecem te atacar e exigir um julgamento "justo". Estas imagens se tornam os intermediários que o ego emprega para lidar com as mágoas. Elas se colocam entre tua consciência e a realidade de teus irmãos. Ao vê-las, tu não conheces teus irmãos, nem teu Ser.

3. Tua vontade está perdida para ti neste estranho intercâmbio, no qual se troca a culpa de um lado para o outro e as mágoas aumentam a cada troca. Um mundo assim pode ter sido criado pela Vontade que o Filho de Deus compartilha com seu Pai? Deus criou a desventura para Seu Filho? A criação é a Vontade de Ambos simultaneamente. Deus criaria um mundo que matasse a Ele Mesmo?

4. Hoje vamos tentar mais uma vez alcançar o mundo que está em harmonia com tua vontade. A luz está nele porque ele não se opõe à Vontade de Deus. Não é o Céu, mas a luz do Céu brilha sobre ele. A escuridão desapareceu. Os desejos fúteis do ego se retiraram. Mas a luz que brilha sobre este mundo reflete tua vontade e, por isso, tem de ser em ti que vamos procurá-la.

5. Teu retrato do mundo só pode espelhar o que está dentro. Não se pode encontrar nem a fonte da luz nem a das trevas fora. As mágoas escurecem tua mente, e buscas e geras um mundo sombrio. O perdão dissipa a escuridão, reafirma tua vontade e te permite olhar para um mundo de luz. Enfatizamos repetidas vezes que a barreira das mágoas é facilmente ultrapassada e não pode se interpor entre tu e tua salvação. A razão é muito simples. Tu queres realmente ficar no inferno? Tu queres realmente chorar e sofrer e morrer?

6. Esquece os argumentos do ego, que buscam provar que tudo isto é, de fato, o Céu. Tu sabes que não é verdade. Tu não podes querer isto para ti mesmo. Há um ponto além do qual as ilusões não podem ir. Sofrer não é felicidade, e é a felicidade que queres realmente. Na verdade, esta é tua vontade. E, por isso, a salvação também é tua vontade. Tu queres ser bem-sucedido naquilo que tentas fazer hoje. Nós o empreendemos com tua bênção e teu feliz consentimento.

7. Seremos bem-sucedidos hoje, se te lembrares de que queres a salvação para ti mesmo. Tu queres aceitar o plano de Deus porque fazes parte dele. Tu não tens nenhuma vontade que possa, de fato, se opor a ele, e não queres fazê-lo. A salvação é para ti. Acima de tudo, queres a liberdade para te lembrares de Quem és verdadeiramente. Hoje é o ego que fica impotente diante de tua vontade. Tua vontade é livre e nada pode vencê-la.

8. Por isto, empreendemos os exercícios para hoje com alegre confiança, certos de que acharemos o que for tua vontade achar e de que lembraremos o que for tua vontade lembrar. Nenhum desejo fútil pode nos impedir, nem nos enganar com uma ilusão de força. Permite que tua vontade seja feita hoje, e põe fim para sempre na crença louca de que escolhes o inferno em lugar do Céu.

9. Começaremos nossos períodos de prática mais longos com o reconhecimento de que o plano de Deus para a salvação, e apenas o d'Ele, está totalmente de acordo com tua vontade. Ele não é o propósito de um poder estranho a que és forçado a aceitar a contragosto. É o único propósito neste momento com o qual tu e teu Pai estão em perfeito acordo. Serás bem-sucedido hoje, o tempo estabelecido para a liberação do Filho de Deus do inferno e de todos os desejos vãos. Agora sua vontade é devolvida a sua consciência. Ele está disposto, neste dia mesmo, a olhar para a luz em si e ser salvo.

10. Depois de te lembrares disto e de te decidires a manter tua vontade com clareza em tua mente, dize a ti mesmo com paciente firmeza e convicção serena:

Eu quero que haja luz. Que eu veja a luz
que reflete a Vontade de Deus e a minha.

Em seguida, deixa que tua vontade se afirme, unida ao poder de Deus e unida a teu Ser. Coloca o restante do período de prática sob a orientação d'Eles. Une-te a Eles enquanto Eles mostram o caminho.

11. Nos períodos de prática mais breves, faze mais uma vez uma declaração daquilo que realmente queres. Dize:

Eu quero que haja luz. A escuridão não é minha vontade.

Isto deve ser repetido várias vezes por hora. É mais importante, porém, aplicar a ideia de hoje desta forma imediatamente caso sejas tentado a guardar uma mágoa de qualquer tipo. Isto te ajudará a abandonar tuas mágoas, em lugar de nutrí-las e escondê-las na escuridão.

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, 14 de março, vamos praticar uma ideia que declara nossa verdadeira vontade, que só existe unida à Vontade de Deus. Uma idea que, de certa forma, amplia e estende o alcance da ideia que praticamos ontem, uma vez que já aprendemos que somos a luz do mundo. E que a luz do mundo em nós só pode ser escondida pelas mágoas que trazemos conosco.

Por isso, lembrando o que disse no ano passado, não é equivocado dizer que nossas mágoas são a forma que o ego encontra para nos fazer mergulhar na escuridão e rejeitar a luz, que é nossa verdadeira vontade por ela ser o que somos, na verdade, em Deus e com Ele.

Como nos disse uma lição anterior, nossas mágoas escondem a luz do mundo em nós mesmos. Ao guardar mágoas estamos rejeitando e, ao mesmo tempo, atacando o plano de Deus para a salvação, com a intenção de destruí-lo, tomando o ego por Deus, conforme vimos na lição de ontem.

Para libertar-nos destes equívocos a ideia e as práticas de hoje vêm em nosso auxílio. Para aprendermos a trazer de volta à consciência aquilo que é nossa vontade conjunta com Deus, da qual havíamos nos esquecido, iludidos pelas artimanhas do ego. Na verdade, somos luz. E nossa vontade verdadeira só pode ser a luz.

Às práticas, pois.

domingo, 13 de março de 2011

O único problema: a crença na separação

LIÇÃO 72

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para salvação.

1. Apesar de reconhecermos que o plano do ego para a salvação é o contrário do plano de Deus, ainda não enfatizamos que ele é um ataque aberto ao plano d'Ele e uma tentativa deliberado de destruí-lo. No ataque, atribui-se a Deus as características que, na verdade, estão associadas ao ego, enquanto o ego parece assumir as características de Deus.

2. O desejo fundamental do ego é o de tomar o lugar de Deus. De fato, o ego é a encarnação física deste desejo. Pois é este desejo que parece envolver a mente com um corpo, mantendo-a separada e sozinha, e incapaz de alcançar outras mentes a não ser por intermédio do corpo criado para aprisioná-la. A limitação sobre a comunicação não pode ser a melhor maneira de expandir a comunicação. No entanto o ego quer que acredites que é.

3. Embora aqui seja óbvia a tentativa de manter as limitações que um corpo imporia, talvez não seja tão evidente a razão pela qual guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação. Mas vamos refletir acerca dos tipos de coisas em relação às quais estás inclinado a guardar mágoas. Elas não estão sempre associadas com alguma coisa que um corpo faz? Uma pessoa diz algo de que não gostas. Ela faz alguma coisa que te desagrada. Ela "trai" seus pensamentos hostis com sua conduta.

4. Tu não lidas aqui com o que a pessoa é. Ao contrário, estás preocupado exclusivamente com o que ela faz em um corpo. Estás fazendo mais do que deixar de ajudá-la a se libertar das limitações do corpo. Estás tentando efetivamente mantê-la nele, confundindo-o com ela e julgando serem a mesma coisa. Nisso Deus é atacado, pois, se Seu Filho é só um corpo, então Ele também tem de ser. Um criador totalmente diferente de sua criação é inconcebível.

5. Se Deus é um corpo, qual tem de ser Seu plano para a salvação? Qual poderia ser exceto a morte? Ao tentar Se apresentar como o Autor da vida e não da morte, Ele é um mentiroso e um impostor, cheio de promessas falsas, que oferece ilusões em lugar da verdade. A aparente realidade do corpo torna bastante convincente esta perspectiva de Deus. De fato, se o corpo fosse real, seria verdadeiramente difícil escapar desta conclusão. E cada mágoa que guardas sustenta que o corpo é real. Ela ignora inteiramente o que teu irmão é. Reforça tua crença de que ele é um corpo e o condena por isto. E afirma que a salvação dele tem de ser a morte, projetando este ataque sobre Deus e O considerando responsável por ele.

6. A esta arena cuidadosamente preparada, onde animais raivosos buscam uma presa e onde a misericórdia não pode entrar, o ego vem para te salvar. Deus te fez um corpo. Muito bem. Vamos aceitar isto e ficar contentes. Enquanto um corpo, não te deixes privar daquilo que o corpo oferece. Aceita o pouco que podes obter. Deus não te deu nada. O corpo é teu único salvador. Ele é a morte de Deus e tua salvação.

7. Esta é a crença universal do mundo que vês. Alguns odeiam o corpo e tentam ferí-lo e humilhá-lo. Outros amam o corpo e tentam glorificá-lo e exaltá-lo. Mas enquanto o corpo estiver no centro de teu conceito de ti mesmo, estás atacando o plano de Deus para a salvação, e guardando tuas mágoas contra Ele e contra Sua criação, a fim de não poderes ouvir a Voz da verdade e acolhê-La como Amiga. Em vez disso, o salvador que escolheste tomou o lugar d'Ela. Ele é teu amigo; Deus é teu inimigo.

8. Hoje, vamos tentar interromper estes ataques inúteis à salvação. Tentaremos recebê-la bem, em vez disso. Tua percepção de cabeça para baixo é nociva para tua paz de espírito. Tu te vês em um corpo, com a verdade fora de ti, trancada longe de tua consciência pelas limitações do corpo. Agora vamos experimentar ver isto de modo diferente.

9. A Voz da verdade está em nós, aonde foi colocada por Deus. É o corpo que está fora de nós e que não nos interessa. Estar sem um corpo é estar em nosso estado natural. Reconhecer a luz da verdade em nós é nos reconhecermos tal qual somos. Ver nosso Ser como separado do corpo é pôr fim ao ataque ao plano de Deus para a salvação e aceitá-lo em lugar disso. E, aonde quer que Seu plano seja aceito, ele já está realizado.

10. Nosso objetivo hoje, nos períodos de prática mais longos, é ficarmos cientes de que o plano de Deus para a salvação já se realizou em nós. Para atingir este objetivo, temos de substituir o ataque pela aceitação. Enquanto o atacarmos, não poderemos compreender o plano de Deus para nós. Por isso, estamos atacando algo que não reconhecemos. Agora, vamos tentar pôr de lado o julgamento e perguntar qual é o plano de Deus para nós:

O que é a salvação, Pai? Eu não sei.
Dize-me, para que eu possa compreender.

Então, esperaremos em silêncio a resposta d'Ele. Nós atacamos o plano de Deus para a salvação sem esperar para ouvir o que ele é. Gritamos tão alto nossas mágoas que não ouvimos a Voz d'Ele. Usamos nossas mágoas para fechar nossos olhos e tapar nossos ouvidos.

11. Agora queremos ver, e ouvir, e aprender. "O que é a salvação, Pai"? Pergunta e receberás a resposta. Busca e acharás. Não estamos mais perguntando o que é a salvação e onde achá-la ao ego. Estamos perguntando à verdade. Fica certo, então, de que a resposta será verdadeira por causa d'Aquele a Quem perguntas.

12. Sempre que sentires tua confiança enfraquecer e tua esperança de sucesso vacilar e se apagar, repete a pergunta e teu pedido, lembrando-te de que pedes ao Criador sublime da infinitude, Que te criou igual a Si Mesmo:

O que é a salvação, Pai? Eu não sei.
Dize-me, para que eu possa compreender.

Ele responderá. Decide-te a ouvir.

13. Um ou dois períodos de prática mais breves por hora talvez sejam suficientes hoje, uma vez que eles serão de algum modo mais longos do que de costume. Estes exercícios devem começar com isto:

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus
para a salvação. Deixa-me aceitá-lo em vez
disso. O que é a salvação, Pai?

Em seguida, espera em silência cerca de um minuto, de preferência de olhos fechados, e escuta a resposta d'Ele.

*

COMENTÁRIO:

Todos os problemas que enfrentamos, de acordo com o Curso, são decorrente de um único problema: a crença na separação. É desta crença, por exemplo, que tem origem nossa capacidade de nos sentirmos magoados e de atacar o(s) outro(s), quer para nos defendermos, quer para ofendê-lo(s), por não julgá-lo(s) merecedor(es) de nossa atenção e de nosso amor.

É para aprendermos a lidar com isso, trazendo a nossa consciência o equívoco dessa crença - como forma de libertar-nos dele -, que se dirigem as práticas deste domingo, 13 de março. Para abrir nossos olhos ao desejo fundamental do ego de tomar o lugar de Deus, fazendo-nos acreditar que os corpos, que aparentemente limitam a mente em nós, são a única maneira que temos para estabelecer a comunicação.

Isto equivale a acreditar no corpo como "uma fonte de força", depositando nele e, portanto na ilusão, uma "fé excessiva", motivada pelo apego ao corpo, com o qual nos identificamos. Daí a razão pela qual, neste mundo, na experiência que vivemos, em geral, todas, ou quase todas, as nossas preocupações, cuidados e planos estarem relacionados ao corpo.

Daí também o origem de nossas mágoas, uma vez que estamos preocupados com o conforto do corpo, com sua proteção e com seu divertimento, qualquer coisa que outro corpo faça a ele nos atingir em cheio. Isto é transformar o corpo em "um fim e não em um meio" em nossa interpretação. Assim, fica perfeitamente claro que não somos capazes de imaginar ou conceber o que somos, de fato, sem levar em conta todas as limitações que acreditar-nos um corpo obrigatoriamente impõe.

Quando deixamos de nos identificar com o corpo, abandonamos todas as possibilidade de nos magoarmos ou de magoarmos quem quer que seja, porque abandonamos todo o julgamento, que passa  a não fazer sentido se deixamos de acreditar na separação. Abandonando o julgamento, abandonamos também todo o ataque ao plano de Deus para a salvação, aceitando-o, em vez disso.

sábado, 12 de março de 2011

Aceitar o plano de Deus para a salvação

LIÇÃO 71

Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

1. Podes não perceber claramente que o ego estabeleceu um plano para a salvação em oposição ao de Deus. É neste plano que acreditas. Já que ele é o contrário do de Deus, também acreditas que aceitar o plano de Deus em lugar do plano do ego é ser amaldiçoado. Isto parece ser absurdo, é claro. Mas, depois de considerarmos o que é exatamente o plano do ego, talvez vás perceber de forma bem clara que, por mais absurdo que ele possa ser, tu, de fato, acreditas nele.

2. O plano do ego para a salvação está centrado em guardar mágoas. Ele sustenta que, se outro alguém falasse ou agisse de modo diferente, se alguma circunstância ou acontecimento externos mudassem, tu estarias salvo. Deste modo, a fonte da salvação é percebida constantemente como estando fora de ti mesmo. Cada mágoa que guardas é uma declaração e uma afirmação na qual acreditas, que diz: "Se isto fosse diferente, eu estaria salvo". Assim, a mudança da forma de pensar necessária para a salvação é exigida de todos e de tudo, exceto de ti mesmo.

3. O papel designado para tua própria mente neste plano, então, é simplesmente decidir o que, exceto ela mesma, tem de mudar, se for para seres salvo. De acordo com este plano louco, qualquer fonte de salvação percebida é aceitável, desde que não funcione. Isto garante que a busca infrutífera continuará, pois a ilusão insiste que, embora esta esperança sempre tenha falhado, ainda há motivos para esperança em outros lugares e em outras coisas. Outra pessoa ainda se ajustará melhor; outra situação ainda ensejará o sucesso.

4. Este é o plano do ego para a salvação. Certamente podes ver o quanto ele está em rigoroso acordo com a doutrina básica do ego: "Busca, mas não aches". Pois o que poderia garantir de modo mais seguro que não acharás a salvação do que canalizar todos os teus esforços para buscá-la aonde ela não está?

5. O plano de Deus para a salvação funciona simplesmente porque, ao seguires a orientação d'Ele, buscas a salvação aonde ela está. Mas, se for para seres bem-sucedido, como Deus assegura que serás, tens de estar disposto a só buscar lá. De outro modo, teu propósito fica dividido e tentarás seguir dois planos para a salvação que são diametralmente contrários em todos os sentidos. A consequência só pode trazer confusão, miséria e uma profunda sensação de fracasso e desespero.

6. Como podes escapar de tudo isso? De forma muito simples. A ideia para hoje é a resposta. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. Não pode haver conflito verdadeiro a este respeito, porque não existe nenhuma alternativa possível ao plano de Deus que possa te salvar. O plano d'Ele é o unico que obrigatoriamente será bem-sucedido.

7. Vamos praticar o reconhecimento desta certeza hoje. E vamos nos regozijar por existir uma resposta àquilo que parece ser um conflito sem nenhuma solução possível. Todas as coisas são possíveis para Deus. A salvação tem de ser tua em razão de Seu plano, que não pode fracassar.

8. Começa os períodos de prática mais longos deste dia pensando a respeito da ideia de hoje e percebendo claramente que ela contém duas partes, cada uma das quais dando contribuição igual ao todo. O plano de Deus para a tua salvação funcionará e outros planos não. Não te permitas ficar deprimido ou com raiva com a segunda parte; ela é inseparável da primeira. E na primeira está a tua liberação total de todas as tuas próprias tentativas insanas e propostas loucas para te libertares. Elas te conduziram à depressão e à raiva, mas o plano de Deus será bem-sucedido. Ele te conduzirá à liberação e à alegria.

9. Lembrando-nos disto, vamos dedicar o restante dos períodos mais longos de prática para pedir que Deus revele Seu plano para nós. Pergunta de modo muito específico a Ele:

O que queres que faça?
Aonde queres que eu vá?
O que queres que eu diga, e a quem?

Dá-Lhe pleno controle do resto do período de prática e deixa que Ele te diga o que precisa ser feito por ti em Seu plano para a tua salvação. Ele responderá na medida da tua disposição para ouvir Sua Voz. Não te recuses a ouvir. O próprio fato de estares fazendo os exercícios prova que tens alguma disposição para escutar. Isto é suficiente para estabelecer teu direito à resposta de Deus.

10. Nos períodos de prática mais breves, dize a ti mesmo várias vezes que o plano de Deus para a salvação, e só o d'Ele, funcionará. Fica alerta para toda tentação de guardar mágoas hoje, e reage a elas com esta forma da ideia de hoje:

Guardar mágoas é o contrário do plano de Deus
para a salvação. E só o plano d'Ele funcionará.

Tenta te lembrar da ideia de hoje de seis a sete vezes por hora. Não poderia haver melhor maneira de passar meio minuto, ou menos, do que lembrar a Fonte de tua salvação e de vê-La aonde Ela está.


*

COMENTÁRIO:

Um pequeno trecho do segundo capítulo do texto, que a Voz que ditou o Curso a Helen nos aconselha a usar em uma situação em que precisemos de ajuda, para nossa própria cura e para a cura de outros, talvez sirva para orientar nossas práticas neste sábado, dia 12 de março. Diz ele o seguinte [em uma tradução livre que eu mesmo fiz]:

Eu só estou aqui para ser verdadeiramente útil.
Estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho de me preocupar com o que dizer ou com o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me orientará.
Estou contente em estar aonde quer que Ele queira,
sabendo que Ele vai comigo.
Serei curado na medida em que permitir que Ele me ensine a curar.

O ego, como eu disse no ano passado, em sua ânsia equivocada de onipotência, muitas vezes, dá impressão de que não vai deixar pedra sobre pedra em nosso caminho, se não nos dobrarmos e cedermos a sua vontade. Ora ele tenta nos confundir, levando-nos a desempenhar o papel de vítimas inocentes, num mundo cheio de traições e traidores, onde o perigo se encontra a cada esquina em todos os momentos, ora ele busca nos convencer de que somos deveras muito poderosos para nos deixarmos enganar pelas manhas e malícias daqueles que convivem conosco e só querem se aproveitar de qualquer um de nossos aparentes momentos de fraqueza.

Assim, ele tenta nos pôr contra tudo e contra todos, como se o mundo fosse um lugar habitado apenas por inimigos. Um lugar onde não se pode confiar em ninguém. Nem em nós mesmos. Se ora somos vítimas, ora carrascos, onde fica o que, de verdade, somos?  Onde buscar descobrir nossa função? E, se não a descobrirmos, como poderemos, então, nos salvar? O ego não pode responder a isto. Para fazê-lo, ele teria de reconhecer que nenhum de seus planos para a nossa salvação pode funcionar, pois todos eles se apóiam numa segurança que o ego sozinho verdadeiramente não pode ter.

É isto, no entanto, que o pequeno trecho nos revela a nosso próprio respeito e a respeito da finalidade de estarmos aqui. E a lição de hoje, juntamente com o pequeno trecho que cito, nos oferece, na prática, a oportunidade de escolhermos reconhecer e aceitar o plano de Deus para a salvação, e a certeza de que só ele funcionará, para abandonarmos de uma vez por todas qualquer plano do ego.