sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aprendendo a entregar o comando a Deus (5)


LIÇÕES 361 A 365

Quero Te dar este instante santo.
Fica, Tu, no comando. Pois eu quero Te seguir,
Na certeza de que Tua orientação me dá paz.

1. E se eu precisar de uma palavra para me ajudar, Ele a dará a mim. Se eu precisar de uma ideia, isso Ele também me dará. E se eu só precisar de serenidad e de uma mente tranquila e aberta, estas são as dádivas que receberei d'Ele. Ele está no comando a meu pedido. E Ele me ouvirá e me responderá, porque Ele fala por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

*

EPÍLOGO

1. Este curso é um começo, não um fim. Teu Amigo vai contigo. Tu não estás sozinho. Ninguém que O chame pode chamar em vão. Fica certo de que Ele tem uma resposta para qualquer coisa que te perturbe e de que a dará a ti alegremente, se simplesmente te voltares para Ele e a pedires. Ele não negará todas as respostas de que precisas para qualquer coisa que pareça te perturbar. Ele conhece o jeito de resolver todos os problemas. A certeza d'Ele á tua. Tu só tens de pedí-la a Ele e ela te será dada.

2. É tão certo que chegarás em casa quanto o percurso estabelecido para o sol antes dele nascer, depois de ele se pôr e nas horas intermediárias de meia-luz. De fato, teu caminho é ainda mais certo. Pois não é possível mudar o destino daqueles que Deus chama para Si. Por isso, obedece a tua vontade e segue Aquele a Quem aceitaste como tua voz, para falar daquilo que tu queres realmente e daquilo de que precisas verdadeiramente. A Voz por Deus é d'Ele e tua também. E, assim, Ele fala de liberdade e de verdade.

3. Não há mais nenhuma lição específica estabelecida, pois não há mais necessidade delas. Ouve, de agora em diante, apenas a Voz por Deus e por teu Ser, quando deixas o mundo para buscar a realidade em lugar dele. Ele orientará teus esforços, dizendo-te exatamente o que fazer, como comandar tua mente e quando vir a Ele em silêncio e pedir Sua orientação segura e Sua Palavra infalível. A Palavra que Deus te dá é d'Ele. É d'Ele a Palavra que escolheste para ser tua própria palavra.

4. E agora eu te coloco nas mãos d'Ele, para que sejas Seu seguidor fiel, com Ele como Guia entre todas as dificuldades e toda dor que possas imaginar verdadeira. Ele também não te dará prazeres fugazes, pois Ele só dá o eterno e o bem. Permite que Ele te prepare melhor. Ele conquista tua confiança falando contigo diariamente acerca de teu Pai e de teu irmão e de teu Ser. Ele continuará. Agora tu caminhas com Ele, tão certo quanto Ele do lugar aonde vais, tão certo quanto Ele acerca do modo com que deves continuar, tão confiante quanto Ele acerca da meta e de tua chegada a salvo no final.

5. O fim é certo e o meio também. Dizemos "Amém" a isso. Deus te dirá exatamente o que Ele quer cada vez que houver uma escolha a ser feita. E Ele falará por Deus por teu Ser, assegurando assim que o inferno não te reclamará e que cada escolha que fizeres traga o Céu para mais perto de teu alcance. E então caminhamos com Ele de agora em diante e nos voltamos para Ele em busca de orientação e de paz e de indicação segura. A alegria se faz presente em nosso caminho. Pois vamos em direção de casa para uma porta aberta que Deus mantém sem fechar para nos acolher.

6. Confiamos nossos caminhos a Ele e dizemos "Amém". Continuaremos em Seu caminho em paz e confiaremos todas as coisas a Ele. Esperamos Suas respostas com confiança, uma vez que pedimos Sua Vontade em tudo o que fazemos. Ele ama o Filho de Deus como nós queremos amá-Lo. E Ele nos ensina a forma de vê-Lo com Seus olhos e amá-Lo do mesmo modo que Ele ama. Tu não vais andar sozinho. Os anjos de Deus estão perto de ti e à disposição em todos os lugares. O amor d'Ele te envolve, e fica certo de uma coisa: de que eu nunca te deixarei sem consolo.

*

COMENTÁRIO:

Chegamos ao fim de mais uma etapa de nossa caminhada nesta sexta-feira, dia 31 de dezembro de 2010, o que significa também que estamos prontos a começar de novo. Estamos? Avançamos muito neste ano.

Sou-lhes imensamente grato pela companhia, pelo estímulo, pelo incentivo e por todas as palavras generosas,  de carinho e compreensão. Pela atenção e pelo amor que recebi de todos e todas que se manifestaram em comentários neste espaço. E também pela atenção, cuidado e interesse de todos aqueles e todas aquelas que, mesmo não se manifestando, emprestaram seu tempo para entrar no blogue e passear pelas lições, ideias e comentários.

Tomara que o trabalho que fizemos juntos durante este ano todo tenha servido de alento para todos e também trazido alívio, conforto, compreensão e respostas aos que precisavam disso.

Com esta postagem dou-lhes uma versão completa e inteiramente revisada da tradução do Livro de Exercícios, dizendo, como disse Lillian ao trazer à luz a primeira edição do Curso em português, que "o trabalho não terminou e ainda precisamos de paciência". Continuemos, pois, "confiando apenas n'Ele".

Deixo-os por enquanto com meus mais sinceros votos de que este ano tenha sido apenas o começo, como o Curso diz no início de seu epílogo. Confio que no ano que vem [amanhã] nos encontraremos todos novamente, todos os dias, para renovar nossas práticas, para renovar a cada dia nossa decisão de nos lembrarmos de nós mesmos, para nos lembrarmos de Deus, para experimentarmos, na prática de todos os dias, a Presença d'Ele em nossas vidas e para vivermos esta Presença a todo instante.

Convido-os, por fim, a falarem desta experiência a seus amigos e amigas para que eles e elas falem também a outros e outras, para que, quem sabe?, em pouco tempo sejamos muitos mais a buscar, achar e a demonstrar a experiência de Deus vivo em nós.

UM ANO NOVO PLENO DE LUZ, DE ALEGRIA, DE PAZ E DE AMOR A TODOS. ATÉ AMANHÃ!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Aprendendo a entregar o comando a Deus (4)

LIÇÕES 361 a 365

Quero Te dar este instante santo.
Fica, Tu, no comando. Pois eu quero Te seguir,
Na certeza de que Tua orientação me dá paz.

1. E se eu precisar de uma palavra para me ajudar, Ele a dará a mim. Se eu precisar de uma ideia, isto Ele também me dará. E se eu só precisar de serenidade e de uma mente tranquila e aberta, estas serão as dádivas que receberei d'Ele. Ele está no comando a meu pedido. E Ele me ouvirá e me responderá, porque Ele fala por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

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COMENTÁRIO:

Conforme nos diz um ditado muito antigo, para se chegar a algum lugar é preciso apenas dar o primeiro passo para começar a jornada. Nosso primeiro passo foi a decisão de passar este ano com Deus, ouvindo a Voz d'Ele em nós mesmos pelas práticas das ideias e lições deste ensinamento.

Damos, nesta quinta-feira, dia 30 de dezembro, o penúltimo de nossos passos neste ano. E o fazemos repetindo as práticas da mesma ideia a que já nos acostumamos nos últimos três dias.

Deus vai conosco e não nos pede nada. Não exige nada de nós. Basta que deixemos tudo a cargo d'Ele. E receberemos tudo aquilo de que precisamos. Ele conhece nossas necessidades todas antes mesmo de pensarmos nelas.

Pratiquemos, pois, a entrega do comando a Deus mais uma vez.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Aprendendo a entregar o comando a Deus (3)

LIÇÕES 361 a 365

Quero Te dar este instante santo.
Fica, Tu, no comando. Pois eu quero Te seguir,
Na certeza de que Tua orientação me dá paz.

1. E se eu precisar de uma palavra para me ajudar, Ele a dará a mim. Se eu precisar de uma ideia, isto Ele também me dará. E se eu só precisar de serenidade e de uma mente tranquila e aberta, estas serão as dádivas que receberei d'Ele. Ele está no comando a meu pedido. E Ele me ouvirá e me responderá, porque Ele fala por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

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COMENTÁRIO:

Nesta quarta, 29 de dezembro, voltamos à ideia que nos foi dada para finalizarmos as práticas deste ano em que estivemos juntos compartilhando das lições deste livro de exercícios.

Agora estamos mais próximos do que buscamos. Já somos, por vezes, capazes de entregar o controle de nossas vidas ao Espírito Santo. Ele sabe o que é preciso fazermos para que cheguemos à meta que Deus estabeleceu para nós.

Agora já compreendemos um pouco mais que só podemos encontrar Deus no mundo e em todas as pessoas e coisas do mundo, se O buscarmos achar primeiro em nós mesmos. Ele está em nós e vai conosco aonde formos.

Praticamos apenas para lembrar disso.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Aprendendo a entregar o comando a Deus (2)

LIÇÕES 361 a 365


Quero Te dar este instante santo.
Fica, Tu, no comando. Pois eu quero Te seguir,
Na certeza de Tua orientação me dá paz.

1. E se eu precisar de uma palavra para me ajudar, Ele a dará a mim. Se eu precisar de uma ideia, isto Ele também me dará. E se eu só precisar de serenidade e de uma mente tranquila e aberta, estas serão as dádivas que receberei d'Ele. Ele está no comando a meu pedido. E Ele me ouvirá e me responderá, porque Ele fala por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

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COMENTÁRIO:

Praticamos pela segunda vez nesta terça, dia 28 de dezembro, a ideia que nos foi apresentada ontem. É também com ela que vamos encerrar as práticas que se seguem até o final do ano.

Lembremo-nos mais uma vez de que não nos falta nada. Lembremo-nos mais uma vez de que não precisamos fazer nada. Estamos salvos e o mundo também está salvo conosco.

Basta que olhemos para ele com o olhar amoroso do Espírito Santo e que voltemos para nós mesmos - e para todos os que fazem esta jornada conosco - este mesmo olhar. Todos os dias, a toda hora, em todos os instantes, em todos os lugares e em todas as circunstâncias. 







segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Aprendendo a entregar o comando a Deus (1)


LIÇÕES FINAIS

1. Deixaremos nossas lições finais tão livres de palavras quanto possível. Nós as usaremos apenas no início de nossa prática e somente para nos lembrarmos de que buscamos ir além delas. Voltemo-nos para Aquele Que mostra o caminho e torna nossos passos seguros. Entregamos estas lições a Ele do mesmo modo que Lhe damos nossas vidas de agora em diante. Pois não queremos voltar de novo para a crença no pecado que fez o mundo parecer feio e inseguro, agressivo e destruidor, perigoso em todos os seus caminhos e traiçoeiro além da expectativa de esperança e de saída para a dor.

2. O único caminho para se achar a paz que Deus nos dá é o d'Ele. No final, é o caminho d'Ele que todos têm de percorrer, porque é esse o final que o Próprio Deus estabeleceu. No sonho do tempo ele parece estar muito distante. E, não obstante, ele já está aqui, na verdade, servindo-nos já como orientação benigna no caminho a seguir. Sigamos juntos o caminho que a verdade nos indica. E sejamos os guias de nossos muitos irmão que buscam o caminho mas não o acham.

3. E dediquemos nossas mentes a este objetivo, orientando todos os nossos pensamentos para atenderem à função da salvação. O objetivo que nos foi dado é o de perdoar o mundo. É esta a meta que Deus nos deu. O que buscamos é o final d'Ele para o sonho, e não nosso próprio final. Pois não deixaremos de reconhecer como parte do Próprio Deus tudo aquilo que perdoarmos. E, deste modo, a lembrança d'Ele nos é devolvida perfeita e completamente.

4. É nossa função lembrar d'Ele na terra, da mesma forma que, na realidade, nos é dado ser Sua Própria completude. Assim, não nos esqueçamos de que nossa meta é compartilhada, pois é esta lembrança que contém a memória de Deus e que indica o caminho para Ele e para o Céu de Sua paz. Não devemos pois, perdoar nosso irmão que pode oferecer isso para nós? Ele é o caminho, a verdade e a vida que nos mostra o caminho. Nele está a salvação, que nos é oferecida pelo perdão que damos a ele.

5. Não terminaremos este ano sem a dádiva que nosso Pai prometeu a Seu Filho santo. Agora estamos perdoados. E estamos salvos de toda a ira que pensávamos pertencer a Deus e que descobrimos ser um sonho. Fomos devolvidos à sanidade, na qual compreendemos que a raiva é insana, o ataque é louco e a vingança simplesmente uma fantasia boba. Fomos salvos da ira porque aprendemos que estávamos errados. Nada mais do que isso. E um pai fica bravo com seu filho porque ele deixa de entender a verdade?

6. Vimos a Deus com honestidade e dizemos que não entendemos e pedimos que Ele nos ajude a entender Suas lições pela Voz de Seu Próprio Professor. Ele feriria Seu Filho? Ou Se apressaria a atendê-lo e a dizer: "Este é Meu Filho e tudo o que Eu tenho é dele"? Fica certo de que Ele responderá deste modo, pois estas são Suas Próprias palavras para ti. E mais do que isso ninguém jamais pode ter, pois nestas palavras está tudo o que existe, e tudo o que existirá ao longo de todo o tempo e na eternidade.

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LIÇÕES 361 a 365

Quero Te dar este instante santo.
Fica, Tu, no comando. Pois eu quero Te seguir,
Na certeza de Tua orientação me dá paz.

1. E se eu precisar de uma palavra para me ajudar, Ele a dará a mim. Se eu precisar de uma ideia, isto Ele também me dará. E se eu só precisar de serenidade e de uma mente tranquila e aberta, estas serão as dádivas que receberei d'Ele. Ele está no comando a meu pedido. E Ele me ouvirá e me responderá, porque Ele fala por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

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COMENTÁRIO:

Nesta segunda, 27 de dezembro, a última deste ano, entramos na reta final do caminho que percorremos juntos até aqui. Uma pequena distância nos separa de nosso encontro com a meta que buscamos alcançar ao longo de todos os dias e práticas que compartilhamos.

Conforme vocês verão - e muitos já sabem - as lições destes últimos cinco dias do ano é a mesma e vamos repetir as práticas com a ideia que ela nos oferece esperando adquirir a certeza de que só a orientação de Deus pode nos dar paz. Queremos terminar o ano sendo capazes de entregar o comando e o controle de nossas vidas a Deus, deixando de dar ouvidos a quaisquer orientações que não venham d'Ele e que nos afastem da paz e da alegria, que são a Vontade d'Ele para nós.

Na verdade, como diz o texto que introduz estas lições finais, o ponto mais alto de nossas práticas é a garantia de Deus de que seremos - se ainda não fomos - bem-sucedidos no cumprimento da meta que recebemos d'Ele: a de perdoar o mundo. Para tanto, precisamos, sim aprender a entregar a Ele o comando, entendendo que a paz que buscamos só pode vir d'Ele.

Às prática, pois!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Receber as bênçãos para viver a paz e a alegria

LIÇÃO 360

Que a paz esteja comigo, o Filho santo de Deus,
Paz para meu irmão, que é um comigo.
Que, a partir de nós, todo o mundo seja abençoado.

1. Pai, é Tua paz que quero dar, por recebê-la de Ti. Eu sou Teu Filho, para sempre apenas tal como Tu me criaste, pois os Grandes Raios permanecem eternamente serenos e tranquilos em mim. Quero alcançá-los no silêncio e na clareza, pois a clareza não pode ser encontrada em nenhum outro lugar. Que a paz esteja comigo, e paz para todo o mundo. Fomos criados na santidade e permanecemos nela. Teu Filho é igual a Ti na inocência perfeita. E, com este pensamento, dizemos com alegria: "Amém".

*

COMENTÁRIO:

O mais interessante - e, às vezes, o mais cansativo e desanimador de tudo - é que a vida não para, a fim de que tomemos fôlego e nos organizemos e avaliemos determinados fatos e experiências pelas quais passamos, dando-nos tempo para uma reflexão mais longa e demorada acerca dos caminhos que se descortinam a partir de algumas de nossas vivências. Tudo se apresenta aqui e agora ao mesmo tempo. Não lhes parece assim?

Na verdade, nascemos de novo todos os dias, da mesma forma que o mundo renasce a todo instante a partir de nosso olhar e de nossa atenção posta nele. Ou em alguns aspectos dele. E podemos, sim, ser abençoados e experimentar a paz, se nos permitirmos oferecer-lhe nossa bênção e nossa paz, conforme a ideia que praticamos neste domingo, 26 de dezembro, em que encerramos as práticas com nossa última instrução para este ano [O que sou?], lembram?

Não é assim que acontece a todos nós? Passamos muitas e muitas vezes por um mesmo lugar sem notar uma árvore, uma escultura, uma construção que, de repente, nos saltam aos olhos, que se abriram para um olhar mais atento, mais presente. É assim também que é possível ver o mundo de modo diferente. É a presença, que nos ensinou e ensina Jesus. Isto é, é o fazer-se presente aqui e agora, em toda e qualquer circunstância, que pode nos permitir receber as bênçaos e viver a paz e a alegria perfeitas, que são a Vontade de Deus para todos e cada um de nós.

É isso que nossas práticas buscam nos ensinar.

sábado, 25 de dezembro de 2010

É necessário perdoar o mundo, e a nós mesmos, apenas porque "entendemos mal todas as coisas"

LIÇÃO 359

A resposta de Deus é uma forma de paz. Toda dor
é curada; todo sofrimento substituído pela alegria
Todas as portas das prisões estão abertas. E compreende-se
todo pecado simplesmente como um erro.

1. Pai, hoje perdoaremos Teu mundo e permitiremos que a criação seja Tua. Entendemos mal todas as coisas. Mas não transformamos os Filhos santos de Deus em pecadores. O que criaste sem pecado continua assim para todo o sempre. Nós somos assim. E nos alegramos por aprender que cometemos erros que não têm nenhum efeito verdadeiro sobre nós. O pecado é impossível e, a partir deste fato, o perdão descansa sobre uma base segura, mais sólida do que o mundo de sombras que vemos. Ajuda-nos a perdoar, pois queremos ser redimidos. Ajuda-nos a perdoar, pois queremos ficar em paz.

*

COMENTÁRIO:

Que melhor forma de passar um dia de Natal do que com a ideia que a lição nos oferece para as práticas deste sábado, 25 de dezembro? Uma ideia que nos assegura que "a resposta de Deus é uma forma de paz". Isso nos traz a certeza de que quando não estamos em paz é porque ainda não é a Voz por Deus que estamos ouvindo.

Podemos ficar certos disso: se nos permitirmos ouvir a Voz por Deus em qualquer situação de dor ou sofrimento, é a paz - e a alegria que advém dela - que vamos encontrar como resposta ao chamado que fazemos a Deus.

Bom ainda notar a necessidade de perdoarmos o mundo de Deus, entregando a Ele a criação. Não porque haja nada de errado com o mundo, mas porque "entendemos mal todas as coisas", equivocados ao acreditar que nossa percepção pode, de algum modo, nalgum momento, nos mostrar o real.

Apesar disso, nada do que fizemos, fazemos ou faremos pode macular a inocência do Filho de Deus, que nasce hoje em nós e nos convida a renascer com ele todos os dias que virão. Perdoando-nos e perdoando o mundo, seremos redimidos e ficaremos em paz. E experimentaremos a alegria do Natal que dura para todo o sempre.

Paz e bem! Alegremo-nos hoje e em todos os dias que virão. Um Ótimo Natal a todos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Deixar a estrela-símbolo do Natal brilhar em nós

LIÇÃO 358

Nenhum pedido a Deus pode não ser ouvido nem
Deixado sem resposta. E posso ter certeza disso:
A resposta d'Ele é a única que quero realmente.

1. Só Tu, Que lembras o que realmente sou, lembras o que quero verdadeiramente. Tu falas por Deus e, por isso, Tu falas por mim. E aquilo que me dás vem do Próprio Deus. Então, meu Pai, Tua Voz também é minha e tudo o que quero é o que Tu me ofereces na forma exata que Tu escolhes que seja meu. Permite que eu me lembre de tudo o que não sei e deixa que minha voz silencie ao lembrar. Mas não me deixes esquecer de Teu Amor e de Teu cuidado, mantendo sempre Tua promessa a Teu Filho em minha mente. Não me deixes esquecer de que não sou nada, mas que meu Ser é tudo.

*

COMENTÁRIO:

Para o calendário de que nos valemos hoje em dia, esta sexta-feira, 24 de dezembro, assinala a véspera do Natal. E a ideia que vamos praticar neste dia é um sopro de segurança em nossas vidas tão cheias de dúvidas acerca do que fazer, de como viver ou das razões pelas quais estamos aqui, neste mundo.

Ela pode nos permitir, de fato, um renascer na paz e na alegria, uma vez que nos garante que Deus ouve a todos os nossos pedidos e que não deixa nenhum deles sem resposta.

E, quem quiser, pode ir até o texto e ler, no capítulo 15, O INSTANTE SANTO, o subcapítulo XI, O Natal como o fim do sacrifício. Entre outras coisas, ele diz:

" O sinal do Natal é uma estrela, uma luz na escuridão. Não a vejas fora de ti mesmo, mas brilhando no Céu interior e aceita-a como o sinal de que o tempo de Cristo chegou. Ele vem sem pedir nada. Ele não pede nenhum sacrifício de ninguém de nenhum tipo. Na Presença d'Ele toda a ideia de sacrifício perde todo o significado. Pois Ele é o Anfitrião de Deus."

E ainda:

"Neste Natal dá ao Espírito Santo tudo o que iria te ferir. Permite que tu mesmo sejas completamente curado para poderes te juntar a Ele na cura, e vamos celebrar nossa liberação juntos liberando todas as pessoas conosco. Não deixes ninguém para trás, pois a liberação é total e quando a aceitares comigo tu a darás comigo. Toda dor e todo sacrifício e pequenez desaparecerão em nosso relacionamento, que é tão inocente quanto nosso relacionamento com nosso Pai, e igualmente poderoso."   

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Aprender a experimentar a paz infinita de Deus

LIÇÃO 357

A verdade atende todo pedido que fazemos a Deus,
Respondendo, primeiro, com milagres e, em seguida,
Voltando a nós para ser ela mesma.

1. O perdão, reflexo da verdade, me diz como oferecer milagres e assim escapar da prisão em que penso viver. Teu Filho santo me é mostrado, primeiro em meu irmão, depois em mim. Tua Voz me instrui pacientemente a ouvir Tua Palavra e a dar do mesmo modo que recebo. E, quando eu olhar para Teu Filho hoje, ouvirei Tua Voz me instruindo a achar o caminho para Ti, da forma que Tu indicaste que o caminho seja:

"Olha para a inocência dele e sê, tu, curado."

*

COMENTÁRIO:

Se olharmos para o mundo, e para todas as pessoas e coisas no mundo, e só virmos perfeição em tudo e em todos, o que poderemos experimentar que não seja apenas a paz infinita de Deus?

É isto que vamos aprender com as práticas da lição desta quinta-feira, 23 de dezembro. Ela oferece uma ideia que nos assegura que a verdade sempre responde a qualquer pedido que possamos fazer a Deus.

Primeiro ela nos oferece milagres e depois volta para nós, para, assim, ser ela mesma. Pois é só em nós, no perdão que aprendemos a dar ao aceitá-la, que a verade pode ser ela mesma.

Isto é, é a verdade em nós que pode oferecer os milagres que curam o mundo e nos libertam de todas as ilusões, mostrando-nos o Filho santo de Deus em todos que cruzam nossos caminhos, para podermos vê-los em nós mesmos.

Pois, ao olharmos para o mundo e vermos sua inocência e pureza, ficamos curados e o mundo é salvo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Para voltar a encontrar o reino de Deus

LIÇÃO 356

Doença é só outro nome para pecado.
Cura é só outro nome para Deus.
Deste modo, o milagre é um chamado a Ele.

1. Pai, Tu prometeste que nunca deixarias de responder a nenhum chamado que Teu Filho pudesse fazer a Ti. Não importa aonde ele esteja, qual pareça ser seu problema, nem aquilo que ele acredita ter se tornado. Ele é Teu Filho e Tu o atenderás. O milgare reflete Teu Amor e, por isso, o atende. Teu Nome substitui todos os pensamentos de pecado e quem é inocente não pode sentir dor. Teu Nome responde a Teu Filho, porque chamar Teu Nome é apenas chamar o próprio nome dele.

*

COMENTÁRIO:

"O reino de Deus é como um tesouro enterrado num campo; é como uma pérola de grande valor; é como voltar para casa. Quando o encontramos, encontramos a nós mesmos, tornamo-nos donos de uma riqueza infinitamente mais valiosa do que qualquer sonho, e nos apercebemos de que podemos aguentar perder tudo mais no mundo, até mesmo (se preciso for) alguém a quem amamos mais do que a própria vida."

Esta é uma das formas com que Stephen Mitchell se refere ao reino de Deus em seu livro O Evangelho Segundo Jesus, ao qual já me referi aqui anteriormente. E tudo o que precisamos fazer para chegar a ele [ao reino de Deus] é abandonar nossa crença na separação, que nos leva a dar crédito à ideia de que é possível ficar doente, sentir culpa, pecar.

A ideia das práticas desta quarta, 22 de dezembro, nos ensina que cura é um dos nomes de Deus e que só precisamos dizer o Nome d'Ele para voltar a nossa Identidade n'Ele, com Ele, para conhecer Seu Filho, reconhecendo-O em nós mesmos, para voltar ao reino de Deus, conhecendo-O mais uma vez como Criador e Pai amoroso.

Às práticas, pois.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O que nos prende e limita neste mundo?

LIÇÃO 355

Não há fim para toda a paz e a alegria
E para todos os milagres que darei,
Quando eu aceitar a Palavra de Deus. Por que não hoje?

1. Por que eu deveria esperar, meu Pai, pela alegria que Tu me prometeste? Pois Tu manterás a Palavra que deste a Teu Filho em exílio. Tenho certeza de que meu tesouro me espera e de que só preciso estender a mão para achá-lo. Ele está muito próximo. Não preciso esperar nem mais um instante para ficar em paz para sempre. É a Ti que escolho e minha Identidade junto Contigo. Teu Filho quer ser Ele Mesmo e Te conhecer como seu Pai e Criador, e como seu Amor.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que praticamos com a lição desta terça-feira, dia 21 de dezembro, é mais do que simplesmente auto-explicativa. Ela é de uma clareza ímpar. E nos remete à necessidade de nos decidirmos de uma vez por todas pela felicidade que dura para sempre, pela paz, pela alegria e pelos milagres.

Se podemos tomar esta decisão a qualquer instante e abandonar tudo o que nos afasta da alegria completa, por que esperar? O que nos prende e limita neste mundo de ilusões, e que nos impede de reconhecer que tudo o que queremos é cumprir a Vontade de Deus, aceitando-A e A reconhecendo como nossa própria vontade?

Pratiquemos, pois, com mentes e corações abertos para, quem sabe, nos decidirmos hoje a abandonar todas as ilusões e aceitar a Palavra de Deus. Por que não?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Como ficamos cada vez mais parecidos com Deus?

LIÇÃO 354

Cristo e eu estamos juntos na paz
E na clareza de objetivo. E n'Ele
Está Seu Criador, assim com Ele está em mim.

1. Minha unidade com o Cristo me estabelece como Teu Filho, além do alcance do tempo e inteiramente livre de qualquer lei que não a Tua. Não tenho nenhuma identidade a não ser Cristo em mim. Não tenho nenhum objetivo a não ser o d"Ele Mesmo. E Ele é igual a Seu Pai. Deste modo eu também tenho de ser um Contigo assim como Ele. Pois quem é Cristo senão Teu Filho tal qual Tu O criaste? E o que sou a não ser o Cristo em mim?

*

COMENTÁRIO:

Quando nos encontramos na paz do Cristo, como a ideia da lição desta segunda-feira, dia 20 de dezembro, no convida a praticar, somos capazes de compreender que, "como disse Jesus, quanto mais nos tornamos filhos (ou filhas) de Deus, mais nos tornamos parecidos com Deus - generosos, compassivos, imparciais, serenos", conforme Stephen Mitchell em seu livro O Evangelho Segundo Jesus.

Continuando a citá-lo, em razão de que o que ele diz tem tudo a ver com o que praticamos hoje, vamos vê-lo dizer que:

"Jesus nos ensina por meio de suas palavras e ações, a não julgar (significando não condenar), mas a manter nossos corações abertos para todas as pessoas..."

"Jesus nos adverte contra o ódio e ensina o amor aos inimigos... Jesus nos fala de Deus como um pai amorosos, até mesmo para com os vis... Jesus inclui todas as pessoas quando chama a Deus de 'nosso Pai no céu'... Jesus ensina que todos aqueles que se reconciliam e todos aqueles que amam seus inimigos são filhos de Deus... Jesus não está interessado em definir quem ele é... Jesus ensina o absoluto perdão divino..."

É para compreender, reconhecer, aceitar e trazer isto a nossas formas de viver no dia a dia que praticamos.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Que sabemos, pois, do amor de Deus?

LIÇÃO 353

Meus olhos, minha língua, minhas mãos, meus pés têm
Uma única finalidade hoje: serem oferecidos a Cristo
Para serem usados para abençoar o mundo com milagres.

1. Pai, hoje dou tudo o que é meu a Cristo, para ser usado de qualquer maneira que sirva melhor ao objetivo que compartilho com Ele. Nada é só meu, pois Ele e eu temos um objetivo comum. Assim, o aprendizado quase chega ao fim estabelecido para ele. Trabalho com Ele mais um instante para atender a Seu objetivo. Em seguida me abandono em minha Identidade e reconheço que Cristo não é senão o meu Ser.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que praticamos neste domingo, dia 19 de dezembro, está relacionada ao que chamamos de amor. Está relacionada também ao que o ensinamento chama de entrega, que se pode considerar a única forma verdadeira de amor. Isto é, entregar-se à vida, ao Ser, ao Espírito Santo, a Deus, é viver, de fato, na prática, o que sabemos e falamos do amor na teoria.

Vamos, pois, falar um pouquinho deste amor e aproveitar para comentar a contribuição dada por nossa querida colega Dani em 17 de dezembro, referindo-se ao comentário e à lição 350, do dia 16 de dezembro. Em sua primeira carta aos Coríntios, São Paulo se refere ao amor da seguinte forma [estou usando uma versão do Novo Testamento que faz parte de uma publicação intitulada A Bíblia na Linguagem de Hoje]:

"Eu posso falar as línguas dos homens, e até a dos anjos, mas se não tiver amor, o que eu falo será como o barulho do gongo ou o som do sino. Posso ter o dom de anuncia mensagens inspiradas, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos, e ter toda a fé necessária para tirar as montanhas de seus lugares; mas se não tiver amor, eu não serei nada. Posso dar tudo o que tenho, e até entregar o meu corpo para ser queimado; mas se eu não tiver amor, isso não me adianta nada.

"O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra com o mal dos outros, e sim com a verdade. O amor nunca desanima, mas suporta tudo com fé, esperança e paciência.

"O amor é eterno. Há mensagens inspiradas, mas durarão pouco. Existem dons de falar em línguas estranhas, mas acabarão logo. Há conhecimento, mas terminará também. Porque nossos dons de conhecimento e nossas mensagens inspiradas existem somente  em parte [isto é, separadas]. Mas quando vier o que é perfeito, então desaparecerá o que existe em parte [isto é, a separação desaparecerá e só ficará a unidade da perfeição].

"Quando eu era menino, a minha maneira de falar, de sentir e de pensar era de menino. Agora que já sou homem, não tenho mais essas maneiras se menino. O que agora vemos é como uma imagem confusa num espelho, mas depois veremos face a face. Agora conheço somente em parte, mas depois conhecerei completamente, assim como sou conhecido por Deus.

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor. Porém o maior destes é o amor."

Na verdade, nós nos acostumamos a uma visão romântica do amor, que o apresenta como alguma coisa cheia de contradições, algo que, diferentemento do Amor de Deus, do qual nada sabemos, traz consigo o oposto de si mesmo, como se pode ver no famoso Soneto de Camões, musicado juntamento com trechos do carta de aos Corintios, por Renato Russo há alguns anos. Diz Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;/ É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente;/ É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer; / É um solitário andar por entre a gente;/ É nunca contentar-se de contente;/ É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;/ É servir a quem vence, o vencedor;/ É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor/ Nos corações humanos amizade,/ Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

É claro que falamos como homens e mulheres, tanto nós, quanto São Paulo e Camões. E nem de longe temos uma pálida ideia do que seja viver no amor, ou talvez a experimentemos vez ou outra em algum "instante santo", ao nos percebermos livres da percepção, entregues por completo àquele estado que se pode chamar de comunhão. Um estado que a maioria de nós é capaz de lembrar de ter experimentado (mesmo que apenas por um instante) "a sensação de que tudo no mundo estava exatamente como deveria estar".

Nesse estado somos o "Eu sou", o Inominável, o Indizível, pois estamos entregues ao Ser, ao divino em nós, ao Amor que é eterno e que dura para sempre. Nesse estado entendemos o que o ensinamento quer dizer quando diz "tu não precisas fazer nada".

Por fim, para não estender mais este comentário tão longo [desculpem-me], resta lembrar, a partir do comentário da Dani, o que se diz a respeito da sabedoria de Shakespeare, que cunhou a expressão "Ser ou não ser? - eis a questão". Há quase que uma unanimidade em se considerar o escritor inglês um iluminado, dada sua tão profunda compreensão do drama humano nesta existência tão ilusória, mas que se apresenta quase que como a única realidade que somos capazes de perceber durante a maior parte de nossas vidas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Tudo o que é bom dura para sempre!

LIÇÃO 352

Julgamento e amor são opostos. Todas
As tristezas do mundo vêm de um deles. Do outro,
Porém, vem a paz do Próprio Deus.

1. O perdão olha apenas para a inocência e não julga. Eu venho a Ti a partir disso. O julgamento vai colar meus olhos e me deixar cego. Mas o amor, refletido aqui no perdão, me lembrará que Tu me deste um caminho para encontrar Tua paz mais uma vez. Quando sigo por esse caminho, sou livre. Tu não me deixas sem consolo. Tenho em mim tanto a lembrança de Ti, quanto Aquele Que me leva a ela. Pai, hoje quero ouvir Tua Voz e achar Tua paz. Pois quero amar minha própria Identidade e achá-La na lembrança de Ti.

*

COMENTÁRIO:

"Se a felicidade é uma escolha, então por que alguém escolheria outra coisa que não a felicidade?" (Jill Bolte Taylor)

Lembram-se desta pergunta? Volto a ela em função da ideia para nossas práticas deste sábado, 18 de dezembro, uma semana antes do Natal, não? Uma ideia que, de certo modo, explica a razão pela qual escolhemos - muitas vezes sem saber que o fazemos - uma coisa diferente da felicidade: o julgamento. Uma coisa que nos afasta da alegria e da possibilidade de sermos felizes.

E, como a ideia diz, o julgamento é responsável por todas as tristezas do mundo, porque nasce da crença na separação, a única crença que precisamos mudar para perceber o mundo a partir dos olhos amorosos do divino em nós.

Como dizia Jill, no comentário anterior a que me referi a ela, muitas vezes não temos consciência de que podemos escolher e, por isso, não exercitamos esta capacidade. Ou a exercitamos de forma equivocada, julgando que não merecemos a felicidade, ou que não somos dignos da alegria que se nos apresenta muito maior do que esperávamos, acreditando que "tudo o que é bom dura pouco". Um dos enganos a que fomos ensinados a acreditar. Não é verdade! Tudo o que é bom dura para sempre!

É para aprender a aceitar e escolher só a felicidade que dura para sempre que praticamos todos os dias. Por sugestão de nosso colega-seguidor anônimo, ofereço-lhes abaixo o link para os videos de Jill Bolte Taylor, para quem quiser mais informações a respeito do que falamos em outras ocasiões.

http://www.youtube.com/watch?v=Xl7ql1wDsMM

http://www.youtube.com/watch?v=thWwpYNN3-A

Bom proveito. Às práticas, pois.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Aprendendo a escolher o guia que vamos seguir


14. O que sou?

1. Eu sou o Filho de Deus, perfeito e curado e inteiro, que brilha no reflexo de Seu Amor. Em mim, a criação d'Ele é santificada e tem a vida eterna assegurada. Em mim, o amor se completa, o medo é impossível e a alegria se estabelece sem oposição. Eu sou o lar sagrado do Próprio Deus. Eu sou o Céu onde o Amor d'Ele habita. Eu sou Sua Própria Inocência sagrada, pois em minha pureza habita a Própria Pureza de Deus.

2. Agora nossa necessidade de palavras está quase no fim. Porém, nos últimos dias deste ano que oferecemos a Deus juntos, tu e eu, encontramos um propósito singular que compartilhamos. E, assim, tu te uniste a mim de modo que o que sou tu também és. As palavras não podem descrever a verdade do que somos. No entanto, podemos perceber claramente nossa função aqui e as palavras podem falar dela e, também, ensiná-la, se exemplificarmos as palavras em nós.

3. Nós somos os portadores da salvação. Aceitamos nosso papel de salvadores do mundo, que é redimido pelo nosso perdão conjunto. E, por isso, este perdão, nossa dádiva, nós é dado. Olhamos para todos como irmãos e percebemos todas as coisas como benignas e boas. Não buscamos uma função que esteja além do portão do Céu. O conhecimento voltará quando tivermos cumprido nosso papel. Nosso único interesse é dar boas vindas à verdade.

4. São nossos os olhos pelos quais a visão de Cristo vê um mundo redimido de todo pensamento de pecado. São nossos os ouvidos que ouvem a Voz por Deus declarar a inocência do mundo. São nossas as mentes que se unem quando abençoamos o mundo. E, da unidade que alcançamos, chamamos todos os nossos irmãos, pedindo-lhes que compartilhem nossa paz e tornem nossa alegria perfeita.

5. Nós somos os mensageiros santos de Deus que falam por Ele e que, ao levar Sua Palavra a todos aqueles que Ele nos envia, aprendem que ela está inscrita em nossos corações. E, deste modo, mudamos nossa forma de pensar a respeito do objetivo para o qual viemos e ao qual buscamos atender. Trazemos boas novas ao Filho de Deus, que pensava sofrer. Agora ele está livre. E, quando vir o portão do Céu aberto diante de si, ele entrará e desaparecerá no Coração de Deus.

*

LIÇÃO 351

Meu irmão inocente é meu guia para a paz.
Meu irmão pecador é meu guia para a dor.
E verei aquele que eu escolher ver.

1. Quem é meu irmão a não ser Teu Filho santo? E, se eu o vir como pecador, eu me declaro um pecador, não um Filho de Deus; só e sem amigos em um mundo assustador. Porém, esta percepção é uma escolha que faço e que posso abandonar. Eu também posso ver meu irmão inocente, como Teu Filho santo. E, com esta escolha, vejo minha inocência, meu Consolador e Amigo eterno a meu lado e meu caminho seguro e desimpedido. Escolhe por mim, então, meu Pai, por meio de Tua Voz. Pois só Ele oferece juízo em Teu Nome.

*

COMENTÁRIO:

E eis que, por mais incrível que pareça, chegamos, nesta sexta-feira, dia 17 de dezembro, à última das instruções especiais para as práticas deste ano. Uma instrução [O que sou?] que vai dar unidade às lições e ideias que vamos aprender nestes próximos dez dias, antes das lições finais, e que responde a todas as perguntas que fizemos, e continuamos a fazer, a respeito de nossa identidade. A verdadeira. Aquilo que a maior parte do tempo não podemos ver porque imersos na ilusão dos sentidos e das formas do mundo.

Esta última instrução, à qual devemos voltar pelo menos uma vez por dia antes da prática da ideia de lição, também esclarece de uma vez por todas o objetivo de nossa vinda ao mundo, dando-nos ciência de nosso papel de mensageiros de Deus, portadores de Sua Palavra, da Boa Nova ao Filho de Deus, a quem trazemos, enfim, a liberdade que vai lhe permitir voltar ao lar, no Coração de Deus.

A ideia para a primeira das práticas com a nova e última instrução, também em sintonia com ela, nos lembra de que somos nós que escolhemos a forma com que queremos ver o mundo, e todas as coisas do mundo e, aparentemente, no mundo. Mas lembra-nos ainda de que é possível mudar nossas escolhas sempre que elas nos afastem do que somos para nos mergulhar em um mundo de trevas e escuridão assustadores.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Viver no amor é o maior desafio da vida."

LIÇÃO 350

Milagres refletem o Amor eterno de Deus.
Oferecê-los é lembrar d'Ele,
E salvar o mundo a partir de Sua lembrança.

1. Aquilo que perdoamos se torna uma parte de nós, do modo pelo qual nos percebemos. O Filho de Deus combina todas as coisas em si mesmo tal qual Tu o criaste. A lembrança de Ti depende do perdão dele. Aquilo que ele é é imune a seus pensamentos. Mas aquilo para que ele olha é resultado direto deles. Por isso, meu Pai, quero me voltar para Ti. Só a lembrança de Ti me libertará. E só meu perdão me ensina a deixar que a lembrança de Ti volte para mim e a dá-la ao mundo com gratidão.

2. E, quando reunirmos os milagres d'Ele, ficaremos realmente gratos. Pois, à medida que nos lembramos d'Ele, Seu Filho nos será devolvido na realidade do Amor.

*

COMENTÁRIO:

Leo Buscaglia, em seu livro intitulado Amor, diz que "viver no amor é o maior desafio da vida". Viver no amor, segundo ele, "exige mais sutileza, flexibilidade, sensibilidade, compreensão, aceitação, tolerância, conhecimento e força do que qualquer outro esforço ou emoção, pois o amor e o mundo de hoje atuam como se fossem duas grandes forças contraditórias", o que, de fato, são, se levarmos em consideração o fato de que o mundo, da forma como o vemos, é apenas uma projeção de nossos pensamentos.

A ideia que praticamos nesta quinta-feira, 16 de dezembro, diz a mesma coisa de forma muito clara ao afirmar que aquilo que somos - na verdade, no amor, em Deus - é imune ao que pensamos, mas que aquilo que vemos ou percebemos com os sentidos é resultado direto de nossos pensamentos.

Voltando a Buscaglia, vamos ouví-lo dizer que "o amor e as práticas do mundo [em que pensamos viver, e que pensamos ser] real parecem estranhos, separados". Parece haver um vão enorme entre o que o amor nos convida a fazer e aquilo que a sociedade e o mundo nos pedem que façamos. Por isso, ele diz, "não é surpreendente que tanta gente não tenha coragem de construir uma ponte sobre o vão, pois na prática, o vão parece intransponível. O homem tem, por um lado, a compreensão e o desejo de crescer no amor, mas a sociedade torna esse conhecimento difícil de ser colocado em prática".

É exatamente para este fim, o de aprendermos a construir esta ponte, que praticamos diariamente. E exercitar, aceitar e pôr em prática a orientação que a ideia de hoje nos oferece é andar mais um passo na direção da percepção verdadeira, a percepção do Espírito Santo, a percepção que vai permitir que nos salvemos e ao mundo, libertando-nos e libertando o mundo de todos os julgamentos, para olhá-lo apenas com os olhos amorosos de Cristo. Oferecendo-lhe apenas os milagres que queremos receber.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Jesus ensinou apenas uma coisa: a presença."

LIÇÃO 349

Hoje deixo a visão de Cristo olhar
Todas as coisas por mim e não as julgo, mas dou,
Em vez disso, a cada uma um milagre de amor.

1. Quero, deste modo, liberar todas as coisas que vejo e lhes dar a liberdade que busco. Pois assim obedeço à lei do amor e dou aquilo que quero achar e transformar em meu. Isso me será dado porque o escolho como  a dádiva que quero dar. Pai, Tuas dádivas são minhas. Cada uma que aceito me oferece um milagre para dar. E, ao dar da mesma forma que quero receber, aprendo que Teus milagres que curam me pertencem.

2. Nosso Pai conhece nossas necessidades. Ele nos dá a graça para satisfazer a todas elas. E, por isso, confiamos que Ele nos envie milagres para abençoar o mundo e para curar nossas mentes enquando voltamos para Ele.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, 15 de dezembro, a ideia que vamos praticar nos põe em contato com o exemplo vivo de Jesus, em sua passagem por este mundo. Isto é, de acordo com Stephen Mitchell, em seu livro O Evangelho Segundo Jesus, "como todos os grandes mestres espirituais, Jesus ensinou apenas uma coisa: a presença. A derradeira realidade, a luminosa e compassiva inteligência do universo, não está em qualquer outro lugar, em 'céus' a anos-luz de distância. Não se manifestou mais plenamente a Abraão ou a Moisés do que se manifesta a cada um de nós, e nem tampouco estará mais presente para algum Messias no longínquo final dos tempos. Está sempre aqui e agora. É isto que a Bíblia quer dizer quando afirma que o verdadeiro nome de Deus é Eu sou".

O fato de se viver a presença, o aqui e agora, a todo instante é que pode permitir que libertemos todas as coisas. Não as aprisionamos num nome, num conceito ou numa imagem que fizemos delas no passado, nem em imagem ou conceito que fazemos delas a partir do que ouvimos dizer a seu respeito, ou do que aprendemos sobre elas ao longo do tempo. Sabemos que não é o tempo que lhes dá significado, mas nós mesmos. É só com esta consciência que podemos olhar para tudo e para todos com a visão de Cristo, que não julga, mas oferece a cada um de nós, a todos nós e a todas as coisas, um milagre de amor permanente.

É isso que queremos aprender hoje de nossas práticas.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Aprender a ouvir a Voz por Deus no silêncio

LIÇÃO 348

Não tenho nenhum motivo para raiva ou medo,
Pois Tu me envolves. E, em cada necessidade
Que percebo, Tua graça me satisfaz.

1. Pai, deixa que eu me lembre de que Tu estás aqui e de que não estou sozinho. O Amor eterno me envolve. Não tenho nenhum motivo para nada a não ser para a paz e para a alegria perfeitas que compartilho Contigo. Que necessidade tenho da raiva ou do medo? A segurança total me envolve. Posso ter medo, se Tua promessa eterna vai comigo? A inocência perfeita me envolve. O que posso temer, se Tu me criaste na santidade tão perfeita quanto Tua Própria Santidade?

2. A graça de Deus nos satisfaz em tudo o que Ele quer que façamos. E escolhemos só ela para ser nossa vontade assim como a d'Ele.

*

COMENTÁRIO:

Nenhum de nós em tempo algum tem motivos para sentir raiva ou medo, se aprender a olhar para dentro à procura da centelha divina que o move e lhe dá razão e sentido para o viver, para seu aparente estar-no-mundo.

Não estamos sozinhos e, todavia, estamos sozinhos, a se pensar que não há nada fora de nos. Entretanto, o que somos é tudo o que existe. Quem, pois, pode experimentar solidão com esta certeza?

Em uma mensagem que circulou há muitos anos e que, se não me engano, se intitulava Pegadas, um homem questionava Deus pelos momentos em que aparentemente Ele o abandonara pelos caminhos do mundo e da vida, porque, ao olhar para trás, percebia nalguns pontos de sua caminhada apenas a marca de suas próprias pegadas. E Deus lhe diz que aqueles pontos representavam os momentos em Ele o carregara no colo.

Isto também tem a ver com o trecho do Curso que destaquei ontem a respeito da verdadeira empatia, que afirmava que o Espírito Santo não nos abandonará, mas que precisamos nos certificar de que nós não O abandonemos. Pois todo o nosso desespero, toda a nossa solidão, todas as nossas mágoas, raivas, depressões, medos e ressentimentos se apresentam quando deixamos de dar ouvidos à Voz por Deus em nós, no silêncio, para escutar os ruídos e a estática produzidos pelo mundo de ilusões do ego.

Aprendemos e ainda estamos aprendendo ao longo deste ano, ao fazermos os exercícios juntos, que ainda somos como Deus nos criou. E nesta terça-feira, 14 de dezembro, mais uma vez, a ideia para as práticas nos assegura que em qualquer instante, em qualquer circunstância o que nos envolve é o Amor eterno, a segurança total e a inocência perfeita em que fomos criados. E mais: que a graça de Deus nos satisfaz em tudo que precisamos ou escolhemos fazer, atendendo à Vontade d'Ele.

Que motivo, pois, haveria para a raiva ou para o medo?

NOTA: Há um 87º seguidor no blogue que não consigo identificar... De qualquer forma ofereço-lhe as boas vindas, pedindo-lhe que fique à vontade para comentar, para se mostrar e compartilhar suas impressões, dúvidas, aprendizados e experiência. Obrigado por se juntar a nós.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Aprendendo a escolher ver só amor

LIÇÃO 347

A raiva tem de vir do julgamento. O julgamento é
A arma que quero usar contra mim mesmo
Para manter o milagre distante de mim.

1. Pai, eu quero o que vai contra minha vontade e não quero o que é minha vontade ter. Põe minha cabeça no lugar, meu Pai. Ela está doente. Mas Tu ofereces liberdade e hoje escolho reclamar Tua dádiva. E, assim, dou todo o julgamento Áquele Que Tu me deste para julgar por mim. Ele vê o que vejo e, ainda assim, Ele conhece a verdade. Ele olha para a dor e, ainda assim, compreende que ela não é real e em Sua compreensão ela é curada. Ele dá os milagres que meus sonhos querem esconder de minha consciência. Deixa que Ele julgue hoje. Eu não conheço minha vontade, mas Ele tem certeza de que ela é Tua Própria Vontade. E Ele falara por mim hoje e pedirá que Teus milagres venham a mim.

2. Ouve hoje. Fica bem quieto e ouve a Voz benigna por Deus, que te assegura que Ele te julga igual ao Filho que Ele ama.

*

COMENTÁRIO:

Dois trechos das últimas leituras em grupo me parecem merecer um destaque particular aqui, a esta altura de nossas práticas. E é claro, como não podia deixar de ser, que eles têm tudo a ver com a ideia que vamos praticar nesta segunda-feira, 13 de dezembro.

O primeiro deles está no início do capítulo 16, em um texto que se chama A verdadeira empatia, que merece ser lido com toda a atenção, e que diz:

A verdadeira empatia é [a] d'Aquele Que sabe o que ela é. Tu aprenderás a interpretação da empatia d'Ele se O deixares usar tua capacidade para a força, e não para a fraqueza. Ele não te abandonará, mas certifica-te de não O abandonares. A humildade é força apenas neste sentido: o de que reconhecer e aceitar o fato de que não sabes é reconhecer e aceitar o fato de que Ele, sim, sabe. Tu não tens certeza de que Ele fará a parte d'Ele, porque tu, até agora, nunca fizeste a tua completamente.

O segundo trecho que quero destacar está no capítulo 12. É, na verdade, apenas uma frase e está no sétimo subtítulo do capítulo que se chama Olhar para dentro e que também está relacionado ao texto destacado acima. Penso que esta frase resume de certo modo tudo o que precisamos aprender para cumprir nossa função de curar para a salvação do mundo e para a nossa própria salvação. Isto é, a vontade que precisamos aprender a manifestar.

A frase é a seguinte:

Quando quiseres só amor, não verás nada mais.

E é disto que a ideia que praticamos trata também. Pois ela trata de nos trazer à consciência o fato de que ainda fazemos coisas que contrariam nossa vontade, [por]que não sabemos, de fato, qual é.

Ela nos revela que ainda não olhamos o suficiente para dentro para escolher ver apenas amor em todas as coisas e em todas as pessoas do mundo e no mundo.

Às práticas, pois, para corrigir esta percepção equivocada.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Vamos decidir juntos o destino deste blogue?

LIÇÃO 346

Hoje a paz de Deus me envolve,
E esqueço todas as coisas exceto Seu Amor.

1. Pai, desperto hoje com milagres que corrigem minha percepção de todas as coisas. E dessa forma começa o dia que compartilho Contigo da mesmo modo que compartilharei a eternidade, pois o tempo deixa de ter significado. Eu não busco as coisas do tempo e por isso não olharei para elas. O que busco hoje transcende todas as leis do tempo e das coisas percebidas no tempo. Quero me esquecer de todas as coisas exceto de Teu Amor. Quero habitar em Ti e não conhecer nenhuma lei exceto Tua lei do amor. E quero achar a paz que Tu criaste para Teu Filho e esquecer todos os brinquedos bobos que fiz enquanto vejo Tua glória e a minha.

2. E, quando a noite chegar hoje, nós não nos lembraremos de nada a não ser da paz de Deus. Pois hoje aprenderemos qual paz é a nossa, quando nos esquecermos de todas as coisas exceto do Amor de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, 12 de dezembro, em que espero que todos vocês que passeiam por este espaço estejam mais calmos, mais tranquilos, livres das pressas e do corre-corre dos dias em que as atividades profissionais ocupam quase que todo seu tempo, gostaria de lhes pedir uma orientação. Aproveitando que as práticas devem permitir que a paz de Deus nos envolva e que nos esqueçamos de todas as outras coisas que não o Amor de Deus, quero lhes pedir que me ajudem a decidir o destino deste blogue a partir do próximo ano.

Estamos perto do final do ano e, com isso, perto do cumprimento do objetivo estabelecido para este espaço pelo espaço de um ano, qual seja o de colocar à disposição de todos os interessados uma versão revisada da tradução do Livro de Exercícios, ao mesmo tempo em que praticamos as lições e aprendemos com as ideias que cada uma delas nos oferece.

Sei bem que poucos, muito poucos mesmo, hão de se dar ao trabalho de voltar ao dia 1º de janeiro de 2010 para começar as práticas da lição de número um em 2011. O que fazer então? Republicar a lição mais uma vez a cada dia de 2011 e ousar tentar novos comentários, chamando a atenção para outros aspectos possíveis que a lição e a ideia dela envolvam? Ou publicar apenas o título da lição e um breve comentário, deixando que cada um volte ao dia correspondente em 2010 e busque lá o texto que acompanha a ideia central?

O que lhes parece mais razoável? O que vocês acham que tornaria mais fácil continuar com as práticas diárias? É sua intenção, a de quem quiser responder, continuar a praticar por mais um ano? Ou você acha que já aprendeu tudo e que é hora de dar um novo rumo a sua espiritualidade, a sua busca do auto-conhecimento? O que lhes ocorre que eu gostaria de fazer? Parece-lhes que estou disposto a continuar ou vocês acham que, em relação a este tema em particular posso encerrar minha carreira de blogueiro? Que devo buscar outros caminhos?

Agradeço desde já antecipadamente a todos que se manifestarem, pois sua resposta terá enorme valor para mim. A partir dela posso me decidir quanto a continuidade das práticas diárias aqui mesmo, o que acho que pode ser de grande utilidade para aqueles que têm dúvidas quanto ao que fazer depois de um ano de práticas. Também acho que pode ser muito bom que continuemos unidos em nossas práticas, pois muitas vezes parece a alguns de nós, pelo que ouço dizer, que andamos, andamos, andamos e não conseguimos sair do lugar.

Na verdade, estes exercícios, este Curso, uma vez iniciados não têm prazo para a conclusão. Isto é, (risos), ninguém vai receber um certificado de conclusão após determinado número de anos de prática. Porém, as mudanças que ele pode provocar em um aluno que tome a decisão são permanentes e podem lhe conceder muito mais do que apenas um certificado ou um diploma. Pode lhe dar a segurança, a paz, a alegria e o amor que ele nasceu para viver e estender na condição de Filho de Deus.

Isso lhes parece pouco como razão para continuarmos?

Às práticas, pois!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Vivemos em Deus e nos movemos n'Ele

LIÇÃO 345

Eu só ofereço milagres hoje,
Pois quero que eles me sejam devolvidos.

1. Pai, um milagre reflete Tuas dádivas para mim, Teu Filho. E cada um que dou volta para mim, lembrando-me de que a lei do amor é universal. Mesmo aqui ela assume uma forma que pode ser reconhecida e vista a funcionar. Os milagres que dou são devolvidos na forma exata de que necessito para me ajudar com os problemas que percebo. Pai, é diferente no Céu, pois lá não existe nenhuma necessidade. Mas aqui na terra o milagre está mais próximo de Tuas dádivas do que qualquer outra dádiva que eu possa oferecer. Permite, então, que eu ofereça apenas esta dádiva hoje, a qual, nascendo do perdão verdadeiro, ilumina o caminho que tenho de percorrer para lembrar de Ti.

2. Paz a todos os corações que buscam hoje. A luz vem para oferecer milagres para abençoar o mundo cansado. Ele achará o descanso hoje, pois oferecemos aquilo que recebemos.

*

COMENTÁRIO:

A ideia para as práticas deste sábado, 11 de dezembro, é apenas uma nova maneira de se dizer e praticar o que praticamos na lição de ontem e é também reflexo da lei do amor. Assim como é também uma forma diferente de dizer o que todas as lições dizem. Pois de acordo com o que o Curso ensina, apenas uma das ideias aceitas por completo seria capaz de nos proporcionar o conhecimento de que o mundo já está salvo. E nós com ele. O conhecimento de que não precisamos fazer nada, na verdade. Pois a aparente separação que vemos não aconteceu nunca. Não vai acontecer e não existe.

Como o Curso diz em outro ponto, ou noutra lição, vivemos em Deus e nos movemos n'Ele. O tempo inteiro. Não é possível que fiquemos separados d'Ele. É apenas em nossa imaginação que podemos acreditar que Deus nos abandonou num mundo hostil onde temos de exercer milhares de atividades e enfrentar um número infinito de problemas para alcançar a paz, para viver a alegria e fundar nossa experiência no amor, que são todos direito nosso de Filhos de Deus.

Basta, pois, que nos voltemos para o interior de nós mesmos e decidamos reconhecer o Filho de Deus em tudo e em todos, perdoando-nos, perdoando o mundo inteiro, perdoando a criação e abandonando o julgamento de qualquer de suas partes de uma vez por todas, para trazermos de volta a nossa consciência a alegria e a paz perfeitas que Deus quer para Seu Filho.

Enquanto não tomarmos esta decisão, resta-nos praticar, e praticar, e praticar...  o milagre virá.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Vivemos o tempo todo no Céu

LIÇÃO 344

Hoje aprendo a lei do amor; aquilo que
Dou a meu irmão é minha dádiva para mim.

1. Esta é Tua lei, meu Pai, não minha própria lei. Eu não compreendo o que significa dar e pensei em guardar aquilo que eu desejava só para mim. E, ao olhar para o tesouro que pensava ter, descobri um espaço vazio no qual nunca existiu, existe ou existirá nada. Quem pode compartilhar um sonho? E o que a ilusão pode me oferecer? Aquele a quem perdoo, porém, me oferecerá dádivas muito mais valiosas do que qualquer coisa na terra. Deixa que meus irmãos perdoados encham minhas reservas com os tesouros do Céu, os únicos que são reais. Deste modo se cumpre a lei do amor. E, deste modo, Teu Filho surge e volta para Ti.

2. Quão próximo estamos um do outro, quando andamos na direção de Deus. Quão próximo Ele está de nós. Quão próximos o fim dos sonhos de pecado e a redenção do Filho de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Que há para se dizer a respeito da ideia que praticamos nesta sexta-feira, 10 de dezembro, que já não esteja dito na lição em si? Que já não tenha sido dito, ainda que de outro modo, em alguma outra lição que praticamos? Tudo o que dou é dado a mim mesmo. Só meus próprios pensamentos me ferem. O perdão é minha função para a salvação do mundo.

Eu não compreendo nada do que vejo. Eu não sei para que serve coisa alguma. As coisas que vejo não têm nenhum significado ou valor a não ser o que eu mesmo dou a elas. Toda esta viagem que apareentemente fazemos neste mundo só pode nos levar a um ponto:  a nós mesmos. É este o significado de auto-conhecimento. E é isto que o Curso se propõe a nos ensinar. É na direção do conhecimento de nós mesmos que ele nos orienta. Pois como ele mesmo diz não há nada fora de nós.

Resta nos decidirmos a praticar. Pois não precisamos fazer nada a não ser tomar a decisão de voltar ao Céu, de onde nunca saímos. Isto é, na verdade, tomar a decisão de trazer novamente o Céu a nossa consciência. Pois é no Céu que vivemos o tempo todo. Mesmo quando não temos consciência disso. É apenas a ilusão de um mundo que esconde o Céu de nossa consciência. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O amor é o contrário do sacrifício

LIÇÃO 343

Não me é pedido para fazer nenhum sacrifício
A fim de descobrir a misericórdia e a paz de Deus.

1. O fim do sofrimento não pode ser a perda. A dádiva de todas as coisas só pode ser ganho. Tu só dás. Tu nunca tiras. E Tu me criaste para ser igual a Ti, deste modo o sacrifícios vem a ser impossível para mim da mesma forma que para Ti. Eu também tenho de dar. E, assim, todas as coisas me são dadas para todo o sempre. Continuo a ser tal qual fui criado. Teu Filho não pode fazer nenhum sacrifício, pois tem de ser completo, por ter a função de Te completar. Eu sou completo poque sou Teu Filho. Não posso perder, pois só posso dar e todas as coisas são minhas eternamente.

2. A misericórdia e a paz de Deus são gratuitas. A salvação não custa nada. É uma dádiva que tem de ser dada e recebida livremente. E é isto que queremos aprender hoje.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que lição desta quinta-feira, dia 9 de dezembro, nos oferece é uma ideia que permite que questionemos aquilo que aprendemos do mundo. É uma ideia que põe em xeque o aprendizado de que o sacrifício é uma forma de amor. Na verdade, o amor é o contrário do sacrifício.

Deus não nos pede nenhum sacrifício. E nos dá tudo sempre. Assim, se acreditarmos que fomos criados a Sua imagem e semelhança, é forçoso acreditar que nascemos também para dar tudo sempre, pois é só assim que tomamos consciência de que tudo nos foi dado.

Às práticas, pois.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A necessidade da vigilância e da rendição ao espírito

LIÇÃO 342

Deixo o perdão se estender sobre todas as coisas,
Pois deste modo o perdão me será dado.

1. Eu Te agradeço, Pai, por Teu plano para me salvar do inferno que fiz. Ele não é real. E Tu me dás o meio de provar a irrealidade dele. A chave está em minha mão, e eu alcanço a porta além da qual está o fim dos sonhos. Estou diante do portão do Céu e me pergunto se devo entrar e ficar à vontade. Não me deixes esperar novamente hoje. Permite que eu perdoe todas as coisas e deixe a criação ser tal qual Tu queres que ela seja e tal como ela é. Permite que eu me lembre de que sou Teu Filho e, abrindo a porta, esqueça as ilusões na luz replandecente da verdade, enquanto a memória de Ti volta a mim.

2. Irmão, perdoa-me agora. Venho a ti para te levar para casa comigo. E, do mesmo modo que vamos, o mundo vai conosco em nosso caminho para Deus.

*

COMENTÁRIO:

Li, certa vez, se não estou enganado, em um dos livros de Stanislav Grof, uma observação a respeito da linguagem de que nos valemos para descrever os fatos de nossas vidas. Ele dizia ser interessante notar o quanto as palavras que utilizamos para nos referir às atividades que exercemos no mundo estão ligadas a descrições relacionadas a luta, a guerra, a desfesas e ataques.

Mesmo quando nos voltamos para o interior de nós mesmos, pensamos que existe uma guerra interna entre aquilo que queremos e aquilo que mundo - da luta, das atribulações, das atividades profissionais remuneradas, da aparente separação - nos convida a permite fazer.

Como mudar isso?

Abandonando simplesmente as crenças que nos levam a pensar na vida como uma batalha interminável, uma luta cujo fim inevitável é a morte. É preciso que voltemos toda a nossa atenção para a alegria e para a sensação de plenitude que experimentamos quando nos descobrimos em paz, mesmo que apenas por um instante.

Jill Bolte Taylor diz a certa altura de seu livro que seu "bom amigo" Jerry Jesseph vive de acordo com a filosofia expressa da seguinte forma: "Paz deve ser o lugar de onde partimos, não o lugar que tentamos conquistar".

Isto é a mesma coisa que nos diz, com outras palavras, D. Patrick Miller ao afirmar que "é só uma rendição interior que causa a mudança". Uma rendição a que o Curso se refere como entrega.

E vejam que ambas as expressões se valem de palavras que, de algum modo, estão relacionadas a luta, a guerra: conquistar, rendição.

Na verdade, como já salientei aqui, o Curso nos garante que já somos aquilo que buscamos; não é preciso fazer nada. Lutar por nada ou pensar que há alguma coisa a ser conquistada, algo a ser combatido.

No entanto, lembro-me aqui de uma amiga, uma de nossas colegas do grupo de estudos das terças-feiras, [Ana Cláudia, espero que você veja isto antes de sua viagem.],  que apontava a aparente "incoerência" em uma das lições que, como a desta quarta, 8 de dezembro, se refere à necessidade de perdoarmos todas as coisas, de deixarmos a criação ser como é. Dizia ela: "se a criação é a verdade e é de Deus, por que razão temos de perdoá-la"?

Na verdade, se não a julgarmos e não nos julgarmos, não há necessidade de perdão. A questão é que nós a julgamos e nos julgamos. Como diz o texto que lemos em nosso último encontro de novembro [Da vigilância à paz]: "Embora só possas amar a Filiação como uma unidade, podes percebê-la fragmentada. É impossível, porém, ver alguma coisa em uma parte dela que não atribuas ao todo. É por esta razão que o ataque nunca é restrito e é por isso que se tem de abandoná-lo inteiramente. Se ele não for abandonado por completo, ele não é abandonado de forma alguma".

Daí a necessidade da vigilância e do abandono de qualquer forma de ataque a qualquer parte da criação. Daí a necessidade do perdão, que podemos, na verdade, dar a nós mesmos. Daí a razão pela qual não há nenhuma incoerência no que o Curso ensina. Se vemos alguma é porque ainda estamos pensando em termos de separação, de julgamento, de ataque, de luta e de guerra. Daí a necessidade de abrirmos os olhos, os ouvidos, a mente e o coração, de render-nos ao espírito, para ouvir, ver e perceber apenas a verdade que há por detrás das palavras, da imagens e dos pensamentos que podemos ter.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Confiar em si mesmo e nos outros



13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele não cria e nem muda verdadeiramente em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abra caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção que estava de cabeça para baixo anteriormente e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedí-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.

*

LIÇÃO 341

Só posso atacar minha própria inocência,
E é apenas isso que me mantém a salvo.

1. Pai, Teu Filho é santo. Eu sou aquele a quem Tu sorris com amor e com ternura tão serenos, e profundos e tranquilos, que o universo sorri de volta para Ti e compartilha Tua Santidade. Quão puros, quão seguros, quão santos, então, somos nós, morando no Teu Sorriso, com todo o Teu Amor concedido a nós, vivendo em unidade Contigo, em fraternidade e Paternidade totais; em inocência tão perfeita que o Senhor da Inocência pensa em nós como Seus Filhos, um universo de Pensamento que O completa.

2. Não vamos, então, atacar nossa inocência, pois ela contém da Palavra de Deus para nós. E estamos salvos em seu reflexo benigno.

*

COMENTÁRIO:

Chegamos, nesta terça-feira, dia 7 de dezembro, à décima-terceira instrução especial cujo tema [O que é um milagre?] deve orientar e dar unidade às lições e ideias que vamos praticar nos próximos dez dias, lembrando-nos também de voltar à instrução pelo menos uma vez a cada dia.

Se nossa atenção se voltou em algum momento para os acontecimentos dos últimos dias no Rio de Janeiro, e se aquilo nos pareceu absurdo, irracional, intolerável, um indício da proximidade do fim do mundo; ou se ainda ficamos divididos entre acreditar que as ações policiais foram certas, erradas ou exageradas, ou que "bandido, traficante, bom é bandido morto ou preso", esquecendo-nos de que não somos nunca capazes de ver/perceber o quadro completo, talvez seja bom e necessário aproveitarmos o que a instrução para este período nos diz logo no início: o milagre "não cria e nem muda verdadeiramente em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso". Ou, se preferirmos, voltando mais uma vez à lição 312, para nos lembrarmos de que "a percepção vem depois do julgamento".

Ainda com o foco de nossa atenção na forma com que vemos/percebemos as coisas, pessoas e situações do mundo, no mundo - e o próprio mundo -, vamos aproveitar um exemplo de reflexão tirado do livro de D. Patrick Miller, O Livro da Fé Prática, preciosa indicação - em um dos comentários no blogue dia destes - de nossa querida Carmen Thiago [Obrigado, Carmen, querida.], sempre atenta a nossos aprendizados, sempre disposta a contribuir de forma generosa oferecendo exemplos de sua própria experiência e de seu aprendizado pessoal.

Referindo-se à confiança como um dos quatro passos que ele recomenda para se chegar a uma fé prática, Miller fala, a certa altura, da necessidade de se "confiar em si mesmo e nos outros", da seguinte forma:

"É sempre verdadeiro, mas nem sempre evidente que confiamos uns nos outros exatamente na mesma medida em que confiamos em nós mesmos. Eis um exemplo extremo: um bandido o [a] aborda na rua e, apontando um revólver, exige dinheiro. Você consegue confiar nele? Ao que parece, não.

"E se você pudesse confiar em si mesmo e entender a motivação e o desespero dele, de forma tão rápida, clara e completa que pudesse desarmá-lo só com palavras? E se você percebesse o ataque dele como um pedido de ajuda e soubesse exatamente o que fazer, a fim de ambos se salvarem? Se pudesse confiar em si mesmo a tal ponto extraordinário, então poderia acreditar que seu atacante é inofensivo.

"Não sei se isso seria possível para mim, mas de algum modo essa capacidade parece estar além do limite da possibilidade. Acho que precisamos imaginar-nos com essa capacidade e por ela precisamos lutar; em vez de deixar prevalecer nosso atual desejo de vingança, que se torna cada vez maior contra aqueles que nos ferem. E imagino que a rota mais rápida para essa capacidade positiva não é a do treinamento em autodefesa verbal ou em estratégias de negociação, mas aquela do aprendizado que leva a reconhecer e [a] ceder aos ataques cruéis que perpetramos contra nós mesmos todos os dias. Se estivermos frequentemente mantendo nosso coração sob a mira de um revólver, então nosso espírito murcha e nossa desconfiança nos outros cresce rapidamente. Se não aprendermos a cuidar de nossos bandidos interiores - perguntando-lhes cuidadosamente do que precisam e explicando-lhes firmemente que suas necessidades devem ser atendidas de forma pacífica, sem prejuízo para os outros -, nunca saberemos como lidar de maneira eficaz com os bandidos de rua. Daí, teremos que comprometer cada vez mais recurso na vâ tentativa de 'mandá-los para a cadeia' - fato que só engrossará as paredes da prisão de nossa alma."

A ideia para as práticas de hoje pode, se nos permitirmos e nos abrirmos à luz do divino em nós, nos inspirar na reflexão acerca de nossa [a nossa, pessoal, e a de todos que aparentemente habitam este mundo conosco] inocência - a pureza e a santidade garantidas verdadeiramente pelo fato de  ainda sermos como Deus nos criou - como a única coisa que nos mantém a salvo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ensinar a mente a cultivar a paz e a alegria

LIÇÃO 340

Posso ficar livre do sofrimento hoje.

1. Pai, eu Te agradeço por este dia e pela liberdade que ele certamente trará. Este dia é santo, pois hoje Teu Filho será redimido. O sofrimento dele acabou. Pois ele ouvirá Tua Voz orientando-o a achar a visão de Cristo pelo perdão e a ficar livre do sofrimento para sempre. Obrigado pelo dia de hoje, meu Pai. Vim a este mundo apenas para alcançar este dia e aquilo que ele reserva de alegria e liberdade para Teu Filho santo e para o mundo que ele fez, que, hoje, fica livre junto com ele.

2. Alegra-te hoje! Alegra-te! Hoje não há espaço para nada exceto para alegria e gratidão. Nosso Pai redimiu Seu Filho neste dia. Nem sequer um de nós deixará de ser salvo hoje. Nenhum de nós permanecerá no medo, e não haverá ninguém que o Pai não reúna a Si Mesmo, desperto no Céu, no Coração do Amor.

*

COMENTÁRIO:

Lembrando ainda mais uma vez do que diz Jill Bolte Taylor em seu livro, A cientista que curou seu próprio cérebro, ao qual me referi ontem: "Experimentar a dor pode não ser uma escolha, mas sofrer é uma decisão cognitiva".

O Curso vai ainda mais fundo ao dizer - se voltarmos ao que vimos na lição 253 - que:

E impossível que qualquer coisa não solicitada por mim mesmo venha a mim. Mesmo neste mundo, sou eu que governo meu destinho. Aquilo que eu desejo é o que acontece. O que não acontece é aquilo que eu não quero que aconteça.

Isso significa dizer que mesmo a dor, aparentemente inevitável e indesejada, é também resultado de nossos pensamentos. Claro que, muitas vezes - a maioria delas talvez -, fruto de uma escolha inconsciente, da mesma forma que o sofrimento.

Todavia, para aproveitar ainda o que nos diz Jill Taylor, "não importa o jardim que herdei; assim que assumo de maneira consciente a responsabilidade de cuidar de minha mente, escolho nutrir os circuitos que quero fazer crescer, e realizo a poda consciente daqueles sem os quais prefiro viver. Embora seja mais fácil arrancar uma erva-daninha quando ela ainda está brotando da terra, com determinação e perseverança, até as trepadeiras mais robustas, quando privadas de nutrientes, acabarão perdendo a força e sucumbindo".

É disto que trata também a ideia para as práticas desta segunda-feira, 6 de dezembro. Ela nos dá as ferramentas para extirparmos da mente as ervas-daninhas que puseram lá a ideia da necessidade do sofrimento. E nos dá também os nutrientes necessários para ajudar a fazer crescerem e se desenvolverem em nossa mente os brotos das ideias que queremos manter. As ideias que nos redimem e salvam, devolvendo-nos a consciência da alegria e da paz, devolvendo-nos a consciência de que ainda somos como Deus nos criou.

Às práticas, pois!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cuidado com o que pedes. Pode se realizar.

LIÇÃO 339

Receberei qualquer coisa que eu pedir.

1. Nenhum de nós deseja a dor. Mas pode-se pensar que dor é prazer. Nenhum de nós evitaria sua felicidade. Mas pode-se pensar que a alegria é dolorosa, ameaçadora e perigosa. Cada um vai receber aquilo que pedir. Mas, de fato, pode ficar confuso acerca das coisas que quer; a condição que quer alcançar. O que pode pedir, então, que quereria quando recebesse? Ele pede aquilo que o assustará e lhe trará sofrimento. Vamos nos decidir hoje a pedir aquilo, e só aquilo, que realmente queremos para podermos passar este dia sem medo, sem confundir dor com alegria ou medo com amor.

2. Pai, este é Teu dia. É um dia em que não vou fazer nada por mim mesmo, mas ouvir Tua Voz em tudo o que fizer; e pedir apenas aquilo que Tu me ofereces, e aceitar somente os Pensamentos que Tu compartilhas comigo.

*

COMENTÁRIO:

Há cerca de dois anos li um livro escrito por uma neurocientista, Jill Bolte Taylor, a respeito de sua experiência pessoal com um derrame que sofreu. O livro, intitulado A cientista que curou seu próprio cérebro, a certa altura, traz algumas informações que, eu diria, estão diretamente relacionadas à ideia que vamos praticar neste domingo, 5 de dezembro. Isto é, a ideia de que receberemos sempre tudo aquilo que pedirmos. Mesmo que em algumas ocasiões o que recebamos não nos pareça ser o que pedimos.

Ela diz em determinado momento ter sempre se perguntado: Se a felicidade é uma escolha, então por que alguém escolheria outra coisa que não a felicidade?

E ela mesma responde dizendo que o que acontece, em geral, é que muitos de nós - a maioria talvez - não percebemos que temos a possibilidade de escolher e, por isso, não exercitamos nossa capacidade de escolha.

Mais. Diz que muitos de nós pensamos ser produtos de nossos cérebros, de nossos condicionamentos, de nossa biologia, do meio em que vivemos, de nossas origens e heranças genéticas, de nossa história pessoal e da história de nossos familiares e antepassados, de nosso grupo social, de nossa igreja, de nossa condição econômica, e não fazemos ideia de que podemos opinar a respeito do modo com que reagimos às emoções que se apresentam.

Podemos até perceber intelectualmente nossa capacidade de mudar os pensamentos, mas, às vezes - na maioria delas -, não imaginamos que podemos exercer qualquer influência sobre o modo como percebemos nossas emoções. Ninguém jamais nos disse que são necessários apenas noventa segundos para sermos capturados pela bioquímica e para, em seguida, escolhermos nos libertar dos pensamentos que desencadeiam as emoções que provocam as sensações que nos afastam da alegria, da felicidade, da paz de espírito e da verdade.

Diz ela ainda que, "se quisermos preservar a paz interior, precisamos nos dispor a cuidar do jardim da mente com persistência e com coerência, momento a momento, e que devemos estar dispostos a tomar esta mesma decisão" mil, dez mil, cem mil, um milhão de vezes por dia. E mais, se necessário.

É a isto que nos convidam as práticas. À vigilância permanente e constante dos pensamentos que deixamos se instalar em nossa mente. Para aprendermos a pedir e a escolher apenas aquilo que, de fato, queremos. Pois como diz um antigo ditado: "Cuidado com aquilo que pedes. Pode se realizar".

sábado, 4 de dezembro de 2010

Abandonar aquilo que nos impede de viver a alegria

LIÇÃO 338

Só meus pensamentos me afetam.

1. Só isto é necessário para permitir que a salvação venha ao mundo inteiro. Pois neste pensamento singular todas as pessoas são liberadas do medo. Com isto elas aprendem que ninguém as assusta e que nada pode ameaçá-las. Não têm inimigos e estão a salvo de todas as coisas externas. Seus pensamentos podem assustá-las, mas, uma vez que estes pensamentos só pertencem a elas, elas têm o poder de mudá-los e de trocar cada pensamento de medo por um pensamento alegre de amor. Elas crucificam a si mesmas. Deus, porém, planeja que Seu Filho amado seja redimido.

2. Teu plano é seguro, meu Pai -, só o Teu. Todos os outros fracassarão. E eu terei pensamentos que me assustarão até aprender que Tu me dás o único Pensamento que me conduz à salvação. Só os meus falharão e não me levarão a lugar algum. Mas o Pensamento que Tu me deste garante me levar para casa, porque ele contém Tua promessa a Teu Filho.

*

COMENTÁRIO:

As práticas e a compreensão da ideia que o Curso nos oferece na lição deste sábado, 4 de dezembro, são vitais, se quisermos, de fato, alcançar a percepção verdadeira, se quisermos, de verdade, aprender a olhar para o mundo de modo diferente.

E para isto nada mais simples do que compreender - e compreender significa reconhecer e aceitar - que são apenas os meus pensamentos que me afetam. Isto é, nada, nada, nada, mas nadinha mesmo, fora de mim pode me perturbar, aborrecer, irritar ou despertar qualquer sensação que me afaste a alegria e da paz de espírito.

Voltemos nossa atenção uma vez mais à ideia da lição 312: Vejo todas as coisas como quero que sejam. Aprendemos com ela que: "A percepção vem depois do julgamento. Depois de julgar, vemos então aquilo que queremos ver. Pois a vista serve apenas para nos oferecer o que queremos. É impossível não ver aquilo que queremos ver e [é impossível também] deixar de ver aquilo que escolhemos ver".

Isto, e a ideia que praticamos hoje, serve para demonstrar a verdade do que o texto diz a certa altura a respeito do que vemos no(s) outro(s), do que ouvimos do(s) outro(s), de todos os que nos cercam e fazem parte de nossa caminhada por este mundo:

A mensagem que teu irmão te dá depende de ti. O que ele te diz? O que queres que ele te diga? Tua decisão a respeito dele determina a mensagem que recebes. Lembra-te de que o Espírito Santo está nele, e de que Sua Voz te fala por intermédio dele [de teu irmão]. O que um irmão tão santo pode te dizer exceto a verdade? Mas tu a ouves? Teu irmão pode não saber quem ele é, mas existe uma luz na mente dele que sabe. Essa luz pode brilhar na tua dando veracidade às palavras dele e te tornando capaz de ouví-las. As palavras dele são a resposta do Espírito Santo para ti. Tua fé nele é forte o suficiente para permitir que ouças? [T-9.II.5]

Não será, pois, conveniente, porque libertador, que pratiquemos com toda a nossa disposição a ideia de hoje? Que coloquemos, de coração, o mais profundo de nossos desejos ao praticar, na certeza de que aprenderemos hoje a maneira de abandonar de uma vez por todas tudo aquilo que nos impede de viver somente a alegria?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O mundo só existe quando olhamos para ele

LIÇÃO 337

Minha inocência me protege de todo o mal.

1. Minha inocência me assegura paz perfeita, segurança eterna, amor duradouro, liberdade permanente de todo pensamento de perda, liberação completa do sofrimento. E meu estado só pode ser o da felicidade, pois somente felicidade me é dado. O que tenho de fazer para saber que tudo isso é meu? Tenho de aceitar a Expiação para mim mesmo e nada mais. Deus já fez todas as coisas que precisam ser feitas. E eu tenho de aprender que não preciso fazer nada por mim mesmo, pois só preciso aceitar meu Ser, minha inocência, criada para mim, que já é minha agora, para sentir o Amor de Deus me protegendo do mal, para entender que meu Pai ama Seu Filho, para saber eu sou o Filho que meu Pai ama.

2. Tu, Que me criaste em inocência, não estás equivocado acerca do que sou. Eu estava enganado quando pensei que tinha pecado, mas aceito a Expiação para mim mesmo. Pai, agora meu sonho acabou. Amém.

*

COMENTÁRIO:

O que tenho de fazer para saber que tenho a paz perfeita e completa, segurança por toda a eternidade, amor que dura para sempre, liberdade permanente de toda e qualquer ideia de perda, que estou livre de todo e qualquer tipo de sofrimento ou dor, que não posso morrer jamais e que tudo o que recebo é felicidade, e apenas felicidade?

Nada! Nada, a não ser aceitar a Expiação para mim mesmo. Deus já fez tudo o que há para ser feito. Por isso, tudo o que precisamos fazer é reconhecer e aceitar nossa inocência, aceitar que continuamos a ser tal como Deus nos criou, e que nada do que pensamos ter feito, fazemos ou podemos vir a fazer pode modificar isso.

Isso, no entanto, exige uma disposição para treinar nossa mente para alcançar a percepção verdadeira. A percepção que vai nos permitir "alcançar o mundo real", o mundo que só a inocência permite alcançar. É a ele que nos remetem as práticas diárias.

Não é diferente com a ideia que praticamos nesta sexta, 3 de dezembro, uma vez que no "mundo real" não existe o mal, que é apenas fruto do equívoco de nos acreditarmos de algum modo separados, uns dos outros e de Deus. É ela que vai nos permitir fazer o que nos aconselha o texto a certa altura:

Senta-te tranquilamente e olha para o mundo que vês, e dize a ti mesmo: "O mundo real não é assim. Não tem edifícios e não existem ruas pelas quais as pessoas andam sozinhas e separadas. Não há lojas nas quais as pessoas compram um lista interminável de coisas de que não necessitam. Ele não é iluminado por luz artificial, e a noite não vem sobre ele. Não existe dia que se torne claro e depois vá escurecendo. Não há nenhuma perda. Nada do que existe deixa de brilhar, e brilha para sempre".

Se isso nos assusta [aos egos e corpos pensamos ser], podemos até recorrer à Ciência moderna que afirma hoje em dia que "o mundo em três dimensões de paisagens, mares, edifícios e corpos humanos, apenas existe nessa forma quando nós olhamos para ele". Quando não o fazemos, ele é apenas "uma massa de campos vibratórios".

Isto é a mesma coisa que dizer que cada coisa que aparentemente existe, ou seja, cada coisa que percebemos com qualquer um de nossos cinco sentidos - inclusive os próprios sentidos - só existe porque a materializamos, primeiro, em nossa consciência, e, em seguida, em nossa vida, no mundo, a partir da ideia de que ela é necessária para nossa experiência.

É por isso também que aquilo de que já não necessitamos em nosso experimentar do mundo deixa de existir - desaparece ou morre. E mesmo que acreditemos que aquilo de que não precisamos ainda possa existir em outro lugar, em outro nível, em outra "realidade", na prática, para nós, para nossa consciência, ele já não existe mais.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Abrir olhos e ouvidos à percepção verdadeira

LIÇÃO 336

O perdão me permite saber que as mentes são unidas.

1. O perdão é o meio designado para o fim da percepção. 2. Depois que, primeiro, a percepção se modifica e, em seguida, dá lugar àquilo que permanece para sempre além de seu mais elevado alcance, restabelece-se o conhecimento. Pois imagens e sons podem servir, no máximo, para despertar a memória que está além de todos eles. O perdão varre as distorções e abre o altar escondido à verdade. Seus lírios refletem a luz para o interior da mente e a chamam para voltar e olhar para dentro, para encontrar aquilo que ela procura fora inutilmente. Pois aí, e só aí, se restabelece a paz de espírito, pois essa é a morada do Próprio Deus.

2. Possa o perdão varrer meus sonhos de separação e de pecado na paz. Deixa-me, então, meu Pai, olhar para dentro e achar Tua garantia de que minha inocência se mantém; Tua Palavra permanece inalterada em minha mente, Teu Amor ainda habita em meu coração.

*

COMENTÁRIO:

"... vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes", diz-nos Guimarães Rosa em uma das estórias de seu livro Primeiras Estórias.

E, se pensarmos bem, chegaremos a esta mesma conclusão, ainda que por caminhos diferentes. Ou temos consciência do momento em que deixamos de perceber, de saber, que "as mentes são unidas"? Em que momento passamos a acreditar na ideia de separação?

É claro que este mundo de aparência em que acreditamos estar, e que cremos ser real e verdadeiro, nos oferece uma avalanche de informações e de coisas, e de provas de sua realidade, que muitas vezes nos atordoa e exige um esforço sobre-humano até para respirar de forma tranquila e pensar de forma clara.

A ideia de uma possível aceleração do tempo já não permite a alguns de nós - muitos, quem sabe, a maioria - o contato com momentos de calma, de tranquilidade, de serenidade e de paz. Um momento para se estar no presente, consciente do aqui e do agora apenas, uma vez que o tempo é apenas uma ideia. 

Acostumados a se sentirem atropelados pelas exigências do mundo que criaram, esqueceram-se de si, se abandonaram à ideia de que são aquilo que sua atividade os leva a fazer. E à de que, se não fizerem o que fazem, não se reconhecerão mais.

Outros apenas não concebem a ideia de parar. Assusta-os a ideia de sentar-se calmamente para olhar para uma paisagem qualquer, ouvir uma música com atenção, ou mesmo para olhar, num banco de uma praça qualquer, aqueles que passam apressados, correndo, correndo, indo de um lugar para outro sem a menor consciência de que só há um lugar para o qual precisamos ir.

O poeta Juan Ramon Jimenez, citado por Roberto Crema no livro Normose diz: "Não corras. Não tenhas pressa. Aonde tens de ir é só a ti". E nós nos recusamos a ouvir, preferindo acreditar que a pressa e a correria vão nos levar a algum lugar.

As práticas da ideia desta quinta-feira, dia 2 de dezembro, podem, se nos permitirmos, quem sabe?, abrir nossos olhos e ouvidos à percepção verdadeira, libertando-nos da tirania a que nos submetemos neste mundo que construímos a cada pensamento, a cada instante.

Um amigo poeta, Ruy Proença, chama a atenção, em um de seus poemas, para o quanto nos tornamos surdos aos apelos do Ser em nós. O poema se chama Tiranias:

antigamente
diziam: cuidado
as paredes têm ouvidos

então
falávamos baixo
nos policiávamos

hoje
as coisas mudaram:
os ouvidos têm paredes

de nada
adianta
gritar