terça-feira, 30 de novembro de 2010

Aprendendo a perdoar e a abandonar o mundo

LIÇÃO 334

Reivindico, hoje, as dádivas que o perdão dá.

1. Não vou esperar outro dia para achar os tesouros que meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos desaparecem, mesmo porque se baseiam em percepções falsas. Permite que hoje eu não aceite dádivas tão mesquinhas novamente. A Voz de Deus oferece a paz de Deus a todos que ouvem e escolhem seguí-Lo. Esta é minha escolha hoje. E, assim, vou encontrar os tesouros que Deus me dá.

2. Busco apenas o eterno. Pois Teu Filho não pode se satisfazer com nada menos do que isso. O que, então, pode servir de consolo para ele, a não ser aquilo que Tu ofereces a sua mente confusa e coração amedrontado, para lhe dar segurança e lhe trazer paz? Quero ver meu irmão sem pecado hoje. Esta é Tua Vontade para mim, pois deste modo verei minha inocência.

*

COMENTÁRIO:

Perdoar o mundo é o mesmo que abandoná-lo, abrir mão dele para ganhá-lo por inteiro, à luz da percepção verdadeira, sabendo que ele não vai durar, que ele não é eterno e não tem senão o valor que damos a ele.

Perdoar o mundo é esquecer o passado. É entregar o mundo e seu futuro a seu próprio destino, sem qualquer pretensão de lhe ditar modos e comportamentos.

Perdoar o mundo é reconhecer que ele não tem nada que queiramos realmente, dando a ele apenas o valor que lhe é devido, sabendo-o passageiro e mutável, reconhecendo a diversidade apenas como aspectos da mesma ilusão, que o cria e constrói a partir de pensamentos baseados na crença na ideia da separação.

Vejam de que maneira Guimarães Rosa nos apresenta a compreensão disto, a partir da percepção do Menino, em um trecho de uma das estórias de seu livro Primeiras Estórias:

"E, vindo outro dia, não no não-estar-mais-dormindo e não-estar-ainda-acordado, o Menino recebia uma claridade de juízo - feito um assopro - doce, solta. Quase como assistir às certezas lembradas por um outro; era que nem uma espécie de cinema de desconhecidos pensamentos; feito ele estivesse podendo copiar no espírito ideias de gente muito grande. Tanto, que, por aí, desapareciam, esfiapadas.

"Mas naquele raiar, ele sabia e achava: que a gente nunca podia apreciar, direito, mesmo as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Às vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando arrumado. Ou esperadas, e então não tinham gosto de tão boas, eram só um arremedo grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de lado e do outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas, acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com aquelas, para o completo. Ou porque, mesmo enquanto estavam acontecendo, a gente já sabia que elas já estavam caminhando para se acabar roídas pelas horas, desmanchadas..."

Perdoar o mundo é compreender isto, eu diria, e voltar-se para o eterno apenas. O que podemos fazer a partir das práticas da ideia que o Curso nos oferece nesta terça-feira, dia 30 de novembro. Pois o Filho de Deus "... não pode se satisfazer com nada menos do que isso".

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

É possível criar um círculo mental de perdão

LIÇÃO 333

O perdão acaba com o sonho de conflito aqui.

1. O conflito tem de ser resolvido. Se se quiser se livrar dele, não se pode evitá-lo, pô-lo de lado, negá-lo, disfarçá-lo, vê-lo em outro lugar, dar-lhe outro nome ou escondê-lo por meio de qualquer tipo de truque. Ele tem de ser visto exatamente como é, onde se pensa que está, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente conferiu a ele. Pois só assim suas defesas são suspensas e a verdade pode brilhar sobre ele à medida que ele desaparece.

2. Pai, o perdão é a luz que Tu escolheste para eliminar todo conflito e toda dúvida, e para iluminar o caminho de nossa volta a Ti. Nenhuma luz a não ser essa pode pôr fim a nosso sonho mau. Nenhuma luz a não ser essa pode salvar o mundo. Pois apenas essa não falhará em nada jamais, pois é Tua dádiva para Teu Filho amado.

*

COMENTÁRIO:

Gerald Jampolsky, um dos primeiros estudantes de UCEM e fundador do primeiro Center for Attitudinal Healing [Centro para Cura das Atitudes - CCA], escreveu, a partir de suas interpretações dos ensinamentos do UCEM, entre outros, um livro inteiro a respeito do perdão.

O livro se chama Perdão e vale a pena ser lido, pois traz explicações para as muitas razões pelas quais achamos difícil perdoar e ilustra os motivos por que "apegar-se a sentimentos de revanche e de vingança é uma atitude que só pode causar sofrimento".

É claro que o livro tem tudo a ver com a ideia para as práticas desta segunda-feira, dia 29 de novembro. Pois descreve, de forma clara e simples, "os motivos pelos quais [muitas vezes] nos negamos a perdoar e como a nossa mente trabalha para justificar essa atitude".

Além disso, a fim de ajudar a nos decidirmos pelo perdão, o livro "aponta os efeitos colaterais tóxicos causados [pela] intolerância e os males que isso pode provocar no nosso corpo e na nossa vida em geral. Mas, acima de tudo, revela-nos os incomensuráveis benefícios do perdão".

Entre as várias histórias que Jampolsky conta, "que abrem nossos corações aos milagres que acontecem quando acreditamos verdadeiramente que todas as pessoas merecem o nosso amor", está a seguinte:

"Na tribo Babemba, da África do Sul, quanto uma pessoa age de maneira injusta ou irresponsável, ela é colocada sozinha no centro da aldeia, mas não é de maneira alguma impedida de fugir.

"Todos os habitantes da aldeia param de trabalhar e formam um círculo em volta da pessoa acusada. Em seguida, cada um, independentemente de sua idade, começa a lembrar o acusado de todas as boas ações que ele praticou ao longo da vida.

"Tudo o que é lembrado sobre a pessoa em questão é descrito em pormenores. Todos os atributos positivos do acusado, suas boas ações, seus pontos fortes e generosidades são ressaltados em benefício dela. Cada pessoa do círculo faz isso de forma detalhada.

"Todos os fatos da vida dessa pessoa são expostos com o máximo de sinceridade e amor. Ninguém pode exagerar os acontecimentos e todos sabem que não podem inventar histórias. Ninguém mente nem é irônico ao fazer esse relato.

"Essa cerimônia prossegue até que todos os habitantes da aldeia tenham relembrado os feitos dessa pessoa como membro respeitado de sua comunidade. Esse procedimento pode prolongar-se por vários dias. No final, a tribo desfaz o círculo e começa uma celebração jubilosa em que a pessoa é recebida de volta à tribo.

"Pelos olhos do amor, que essa cerimônia descreve de maneira tão bela, só a reconciliação e o perdão têm lugar. Cada pessoa no círculo, bem como a pessoa colocada em seu centro, é lembrada [de] que o perdão nos dá a oportunidade de abandonar o passado e os medos do futuro. A pessoa que está no centro não é considerada uma pessoa má nem é excluída da comunidade. Em vez disso, ela é lembrada do amor que existe em seu interior e é acolhida por todos à sua volta."

É isto o que fazemos quando alguém à volta de nós age de maneira injusta e irresponsável? E se, mesmo que apenas na imaginação, adotássemos o hábito de criar na mente um círculo de perdão, no qual colocássemos todas as pessoas que ainda nos parece difícil perdoar, por qualquer razão? É possivel! As práticas de hoje se destinam a nos ensinar a encontrar a alegria e a liberdade que só o perdão dá.

Às práticas, pois! 

domingo, 28 de novembro de 2010

O medo não é real. O amor não tem opostos.

LIÇÃO 332

O medo aprisiona. O perdão liberta.

1. O ego cria ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus, afastando-os com sua luz. A verdade nunca ataca. Ela é simplesmente. E a partir da presença dela a mente se lembra das fantasias e acorda para o real. O perdão convida esta presença a entrar e a tomar seu lugar legítimo na mente. Sem o perdão, a mente fica aprisionada, acreditando em sua própria inutilidade. Com o perdão, entretanto, a luz brilha, de fato, por entre as trevas, oferecendo-lhe esperança e lhe dá o meio para perceber claramente a liberdade que é sua herança.

2. Não queremos aprisionar o mundo novamente hoje. O medo o mantém prisioneiro. E, não obstante, Teu Amor nos dá o meio de libertá-lo. Pai, queremos libertar o mundo agor. Pois na medida em que oferecemos a liberdade ela nos é dada. E não queremos continuar a ser prisioneiros, quanto Tu nos ofereces a liberdade.

*

COMENTÁRIO:

Vamos aprender a libertar o mundo neste domingo, 28 de novembro. Vamos aprender a libertá-lo, libertando-nos de toda ideia de medo, que o mantém prisioneiro e nos aprisiona a todos ao mesmo tempo.

A ideia para as práticas de hoje nos oferece o meio pelo qual escolher libertar-nos e, por consequência, libertar o mundo. É só a ideia de medo que nos aprisiona a ambos. Mas o medo não é real. O medo é só uma das ilusões do ego.

Lembram-se da Introdução ao Curso?

Lá esta dito que seu objetivo não é "ensinar o significado do amor, pois isso está além do que pode ser ensinado. Ele objetiva, contudo, remover os bloqueios à consciência da presença do amor, que é tua herança natural. O oposto do amor é o medo, mas aquilo que é todo-abrangente não pode ter opostos".

O medo, pois, não é real. E o perdão é o meio de "remover os bloqueios à consciência da presença do amor" e da verdade, que "nunca ataca" e "é simplesmente". E é o perdão o meio de que precisamos nos utilizar para a nossa libertação. Para tanto, é preciso, primeiro, que deixemos a verdade tomar seu lugar legítimo em nossa mente, para desfazer as trevas que nos impedem de ver a luz.

A luz, por sua vez, vai permitir que nos perdoemos, que abandonemos toda e qualquer condenação, de nós mesmos de quem quer que seja, e que nos libertemos, oferecendo nosso perdão ao mundo todo que se libertará conosco.

sábado, 27 de novembro de 2010

Todo conflito atende apenas às necessidades do ego


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louvo. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucrua e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas eperanças, seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 331

Não há nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

1. Quão tolo, Pai, acreditar que Teu Filho pudesse causar sofrimento a si mesmo! Ele poderia fazer um plano para sua própria maldição e ser deixado sem uma forma segura de liberação? Tu me amas, Pai. Tu nunca poderias me deixar abandonado, para morrer em um mundo de dor e de crueldade. Como pude pensar que o Amor abandona a Si Mesmo? Não existe nenhuma vontade a não ser a Vontade do Amor. O medo é um sonho, e não existe nenhuma vontade que possa entrar em conflito com a Tua. Conflito é sono, e paz despertar. Morte é ilusão; vida, verdade eterna. Não existe nenhuma oposição a Tua Vontade. Não existe nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

2. O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é Uma Só, e que nós a compartilhamos. Vamos olhar para as imagens sagradas que o perdão nos mostra hoje, a fim de podermos encontrar a paz de Deus. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, 27 de novemto, chegamos à décima segunda das quatorze instruções que o Curso nos oferece para acompanhar as práticas das lições desta segunda parte do Livro de Exercícios. A parte cujo objetivo é o de nos oferecer os meios para alcançarmos a percepção verdadeira. O tema de que trata esta instrução é: O que é o ego? E é necessário que voltemos nossa atenção para ele diariamente nos próximos dez dias. Ao menos uma vez antes da prática com a ideia para o dia.

Conforme vocês podem perceber, esta instrução traz informações preciosas a respeito do ego e de seu sistema de pensamento, ao mesmo tempo em que nos ensina a olhar além dele, para entrarmos em contato com a verdade do que somos, para nos colocarmos na posição e no lugar que a Vontade de Deus, em Seu Amor infinito, quer que estejamos. E que é o único lugar em que podemos estar.

Para tanto, a primeira das dez ideias para as práticas deste período, da mesma forma que o fez a ideia da lição 329, volta a garantir que não é possível nenhum conflito entre nossa vontade e a Vontade de Deus. Elas são uma só. E a mesma.

Se vocês estiverem atentos às práticas e às ideias que o Curso nos oferece para elas, há de notar que a lição 329 já nos encaminhava para o reconhecimento e a aceitação do fato de que não há espaço para conflito, se já nos decidimos a escolher a Vontade de Deus como nossa.

E a lição de ontem também já antecipava o reconhecimento de que o ego é apenas ilusão, ensinando a nos decidirmos a abandonar o sofrimento e a abrir mão da ideia de que podemos nos ferir.

As práticas diárias vão nos ensinar ao longo do tempo a perceber que é só a necessidade de auto-preservação do ego que admite a ideia de conflito. Mais do que isso é apenas o conflito que pode manter e conservar suas ilusões.  

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Aceitar o perdão como nossa única função aqui

LIÇÃO 330

Não vou me ferir novamente hoje.

1. Vamos aceitar o perdão como nossa única função neste dia. Por que deveríamos atacar nossas mentes e lhes dar imagens de dor? Por que deveríamos ensinar-lhes que são impotentes, se Deus oferece Seu poder e Seu Amor e as convida a aceitarem aquilo que já é delas? A mente que se torna disposta a aceitar a dádivas de Deus é devolvida ao espírito e estende sua liberdade e sua alegria, uma vez que a Vontade de Deus está unida à vontade dela mesma. O Ser que Deus criou não pode pecar e, por isso, não pode sofrer. Vamos escolher que Ele seja nossa Identidade hoje e, deste modo, escapar para sempre de todas as coisas que o sonho de medo parece nos oferecer.

2. Pai, Teu Filho não pode ser ferido. E, se pensamos sofrer, nós apenas deixamos de conhecer nossa Identidade una, que compartilhamos Contigo. Queremos voltar para Ela hoje, para nos tornarmos livres de todos os nossos erros e para sermos salvos daquilo que pensávamos ser.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, 26 de novembro, a ideia que o Curso nos oferece para as práticas vai ensinar a nos livrarmos para sempre do sofrimento.

Ela é uma ideia que nos convida a aceitarmos "o perdão como nossa única função neste dia", neste mundo. E aceitar "o perdão como nossa única função" é compreender que "o Ser que Deus criou não pode pecar" e que, se ainda somos como Deus nos criou, de acordo com o ensinamento e de acordo com várias de nossas práticas anteriores, podemos escolher voltar a nossa Identidade una com Deus a qualquer momento e, assim, pôr fim a todas as ilusões "que o sonho de medo parece nos oferecer".

Para tanto, basta que estejamos dispostos a aceitar as dádivas de Deus. Para sermos devolvidos ao espírito. Para partilharmos a liberdade e a alegria, e a paz sem fim que é a Vontade de Deus para nós. E que, é claro, é também nossa própria vontade.

Tudo aquilo de que temos de nos livrar é apenas o medo de morrer, conforme nos diz Cecília Meirelles em um de seus poemas: o Cântico VI:

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno. 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Podemos nos decidir pelo Céu em qualquer momento

LIÇÃO 329

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

1. Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

2. Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.

*

COMENTÁRIO:

Nossa maior dificuldade de escolher no confronto aparente entre ilusão e realidade se deve à tentativa que fazemos de dar realidade às ilusões. Esquecemo-nos de que nossos sentidos não conseguem ver, tocar, cheirar, saborear ou ouvir a realidade. Esquecemo-nos de que, conforme buscava nos lembrar a lição 312, "a percepção vem depois do julgamento". Isto é, somos sempre nós mesmos, após julgar, que escolhemos o que vamos ver, porque é o que queremos ver que vemos, tocamos, cheiramos, saboreamos e ouvimos.

É claro que um sem número de vezes não temos consciência disso. Daí acreditarmos que a confusão em que nos encontramos muitas vezes pode ser atribuída a alguma coisa ou a alguém fora de nós mesmos. Como se algo, ou alguém, a quem não somos capazes de dar nome, tivesse feito, por e para nós, uma série interminável de escolhas inescapáveis.

Inescapáveis?

Aqui podemos trazer de volta a reflexão feita por Riobaldo na última terça-feira: "Quem sabe, tudo o que já está escrito tem constante reforma - mas que a gente não sabe em que rumo está - em bem ou mal, todo-o-tempo reformando?"

A ideia que vamos praticar nesta quinta-feira, dia 25 de novembro, serve - ou deve servir - pra nos livrar destas confusões. Pois ela afirma que já escolhemos aquilo que Deus quer para nós. O que isto significa? Significa que nossa realidade, aquilo que é verdadeiro em nós, o divino, o Ser em nós, sabe e compreende que a Vontade de Deus e a dele são a mesma e são uma só.

Escolher aqui, na ideia para as práticas de hoje, significa dizer que eu já me decidi por aquilo que Tu queres. Uma escolha que foi, continua e continuará a ser feita por toda a eternidade na criação, que não tem começo nem fim. Isto significa dizer que a todo momento podemos escolher a Vontade de Deus para nós. A qualquer instante podemos tomar a decisão pelo Céu.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ver apenas o Filho de Deus em tudo e em todos

LIÇÃO 328

Escolho o segundo lugar para ganhar o primeiro.

1. Aquilo que parece ser o segundo lugar é o primeiro, porque todas as coisas que percebemos estão de cabeça para baixo até escutarmos a Voz por Deus. Parece que só ganharemos autonomia pela nossa luta para sermos separados, e que nossa independência do restante da criação de Deus é o modo pelo qual se alcança a salvação. Porém, tudo o que encontramos é doença, sofrimento e perda e morte. Isso não é o que nosso Pai quer para nós, e nem existe nenhum segundo para a Vontade de d'Ele. Unir-nos à Vontade d'Ele é apenas achar nossa própria vontade. E, uma vez que nossa vontade é a d'Ele, é a Ele que temos de recorrer para reconhecer nossa vontade.

2. Não existe nenhuma vontade senão a Tua. E fico contente de que nada do que imagino contradiga aquilo que Tu queres que eu seja. É Tua Vontade que eu esteja completamente seguro, eternamente em paz. E compartilho com alegria esta Vontade que Tu, meu Pai, me deste como parte de mim.

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COMENTÁRIO:

Sempre fomos, continuamos a ser e seremos eternamente aquilo que pensamos buscar. Porque não há nada fora de nós, conforme ensina o Curso. E a separação de Deus, que pensamos ter acontecido em algum lugar e em algum tempo do passado, nunca aconteceu.

A ideia que praticamos nesta quarta, 24 de novembro, depois de termos exercitado ontem a ideia de que a ajuda, de que precisamos para abandonar de uma vez por todas as ilusões e auto-enganos a que nos sujeitamos neste mundo, está permanentemene ao nosso alcance. Ela garante que o lugar em que escolhemos ficar é o primeiro, seja ele qual for. Pois para Deus não existe nenhum segundo lugar, uma vez que Seu Filho somos todos nós, na unidade com Ele.

Apesar de todos os diferentes aspectos e da diversidade que pensamos ver no mundo, quando aprendermos a olhar para ele, e para todas as pessoas e coisas nele, com o olhar amoroso do Espírito Santo, o divino em nós mesmos, veremos apenas o Filho de Deus, em tudo e em todos.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Lembrar de Santa Bárbara não só quando troveja

LIÇÃO 327

Só preciso chamar e Tu me responderás.

1. Não se pede de mim que aceite a salvação com base em uma fé insustentável. Pois Deus garante que Ele ouvirá meu chamado e que Ele Mesmo responderá. Deixa apenas que eu aprenda de minha experiência que isso é verdadeiro e a fé n'Ele tem de vir a mim com certeza. Essa é a fé que irá durar e que me levará cada vez mais adiante pela estrada que conduz a Ele. Pois, deste modo, ficarei certo de que Ele não vai me abandonar e de que ainda me ama, e de que espera apenas meu chamado para me dar toda a ajuda de que preciso para chegar até Ele.

2. Pai, eu Te agradeço porque Tuas promessas nunca falharão em minha experiência, se eu apenas testá-las. Permite, portanto, que eu tente testá-las e que não as julgue. Tua Palavra é uma só Contigo. Tu dás o meio a partir do qual a convicção vem, e a certeza da qual se ganha, enfim, Teu Amor duradouro.

*

COMENTÁRIO:

"Só preciso chamar e Tu responderás."

Esta é a ideia que praticamos durante o dia de hoje, terça-feira, 23 de novembro. Uma ideia que nos oferece uma possíbilidade de ajuda em tudo. Uma ajuda da qual nos esquecemos a maior parte do tempo, hipnotizados pela quantidade de coisas de que nos ocupamos em nosso dia a dia. Ou completamente absorvidos por milhares de pensamentos a respeito de deveres e afazeres que não vamos chegar a completar por falta de tempo.

Só quando as coisas apertam de maneira irremediável é que nos voltamos para Deus, nos lembramos d'Ele. Como dizia minha mãe: "Só se lembra de Santa Bárbara, quando troveja!", referindo-se a alguém que só se lembrava de apelar para a oração, ou para Deus, quando não tinha ninguém mais a quem recorrer.

Bem... a lição para hoje pode trazer um grande conforto por assegurar que sempre se pode recorrer a Deus. Em qualquer circunstância. E se vocês estiverem bem lembrados, o Livro de Exercícios, em sua introdução, diz que não é preciso que acreditemos nas ideias que praticamos. Não precisamos "aceitá-las e nem mesmo acolhê-las bem". Diz que podemos até resistir ativamente a algumas delas, mas que "nada disso importará ou diminuirá sua eficácia". A regra básica que ele nos oferece, assim, é apenas uma: a de que não façamos exceções para a aplicação das ideias e de que as apliquemos a tudo e a todos independentemente de quais sejam nossas reações a elas.

Isso significa que não há necessidade que tenhamos uma fé muito forte, nem mesmo que invoquemos qualquer tipo de fé. Basta a disposição verdadeira para assumir o compromisso para com nós mesmos que as práticas requerem. E que estejamos dispostos a cumprir o compromisso assumido, apesar de toda e qualquer dificuldade que se interponha em nosso caminho. Pois, se o mundo que vemos e construímos com nossos pensamentos, palavras e ações não é o que gostaríamos de ver, é preciso que busquemos aprender uma forma de olhar para ele de modo diferente.

E que modo melhor há do que "treinar a mente de forma sistemática para uma percepção diferente de todos e de tudo no mundo"?

Ou como pergunta Riobaldo:

"Quem sabe, tudo o que já está escrito tem constante reforma - mas que a gente não sabe em que rumo está - em bem ou mal, todo-o-tempo reformando?"

A ideia para as práticas de hoje pode ser de grande ajuda para mantermos firme o propósito de descobrir um novo jeito de olhar para o mundo. Pois, conforme nos diz o jagunço mais uma vez:

"... manter firme uma opinião, na vontade do homem, em mundo transviável tão grande, é dificultoso. Vai viagens imensas."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Somos aquilo que buscamos encontrar

LIÇÃO 326

Sou um Efeito de Deus para sempre.

1. Pai, fui criado em Tua Mente, um Pensamento santo que nunca deixou seu lar. Sou Teu Efeito para sempre e Tu és minha Causa para todo o sempre. Continuo a ser tal qual Tu me criaste. Ainda habito o lugar em que Tu me puseste. E todos os Teus atributos moram em mim, porque é Tua Vontade ter um Filho tão semelhante a sua Causa, que a Causa e Seu Efeito são indistinguíveis. Deixa-me saber que sou um Efeito de Deus e que, por isso, tenho o poder de criar do mesmo modo que Tu. E que é assim tanto no Céu quanto na terra. Sigo Teu plano aqui e sei que no fim Tu reunirás Teus efeitos no Céu sossegado de Teu Amor, onde a terra se desvanecerá e todos os pensamentos separados se unirão na glória na condição de Filho de Deus.

2. Vejamos a terra desaparecer hoje, primeiramente transformada e, em seguida, perdoada, inteiramente desvanecida na Vontade santa de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Leio em Criação Imperfeita, o novo livro do físico brasileiro, Marcelo Gleiser, um novo mito da criação, adequado aos tempos modernos que vivemos, sob a ótica de todas as descobertas e hipóteses científicas a respeito até o momento presente. De acordo com ele, no novo mito: "A Santíssima Trindade... é o Espaço, o Tempo e a Matéria. Não existe um Criador; nenhuma mão divina guia a transição do Ser ao Devir* [ao Vir a Ser], a emergência do cosmo a partir de uma existência atemporal. O Universo surgiu por si mesmo, uma bolha de espaço vinda do vazio: creatio ex nihilo, a criação a partir do nada".

O que vocês acham? Que lhes parece?

No mesmo parágrafo, porém, que está logo no início do livro, Marcelo diz que: "Essa possibilidade nos parece implausível, já que tudo o que ocorre à nossa volta resulta de uma causa. Será que o Universo é diferente? Será que tudo pode mesmo surgir do nada? Sem uma causa?"

E na continuação: "A causa que deu início a tudo, o primeiro ele da longa corrente causal que leva da criação do cosmo ao presente, é tradicionalmente conhecida como a Primeira Causa. Para iniciar o processo da criação, nada pode precedê-la: a Primeira Causa não pode ter uma causa; ela tem de ocorrer por si só. O desafio é como implementar essa misteriosa Primeira Causa, como dar sentido a algo que parece violar o bom-senso".

E o livro vai tratar de buscar, à luz da Ciência, dar uma resposta para tal desafio, uma vez que não lhe serve a dada pelas religiôes até agora.

A lição para esta segunda-feira, dia 22 de novembro, nos oferece para as práticas a ideia de que somos um efeito de Deus para sempre. Uma ideia que passa ao largo das questões da ciência e das religiões, pois ensina a nos considerarmos efeitos da Causa Primeira, efeitos de Deus, Pensamentos d'Ele, que criam da mesma forma que Ele.

Não há, pois, razão alguma para se pensar em um universo criado pronto, acabado, ou em um tempo em que nada existia. Conforme o Curso ensina nunca houve um tempo em que Deus não existisse e, por consequência,  também nunca houve um tempo em que todos os Seus Pensamentos não existissem n'Ele e com Ele.

Este mundo e este universo, para os quais buscamos uma causa, são apenas frutos de uma ilusão de separação que nunca existiu, uma vez que Criador e criatura continuam a ser uma coisa só. Isto é, de acordo com Alam Watts, parafraseando o ensinamento dos Upanixades: "nunca houve um tempo em que o mundo começou". Dito de outro modo, a Criação é sempre agora, no momento presente, não tem começo nem fim. Ou, como diz o Curso, seu começo e fim são o mesmo.

*NOTA: É interessante pensar que essa possível transição do Ser ao Devir [ao Vir a Ser, ao tornar-se] só faz sentido quando se acredita em uma separação entre a Causa e o Efeito. Na verdade, conforme nos ensina o Curso e como buscam nos ensinar quase todas as tradições espirituais conhecidas, esta separação nunca aconteceu. Assim, quando pensamos que nosso estar-no-mundo cumpre a função de uma busca de nos tornarmos o que somos, isso só faz aumentar o equívoco e a crença na ideia da separação. Não podemos vir a ser o que já somos. Sempre fomos, somos e seremos eternamente o Ser que buscamos encontrar, ou vir a ser.

domingo, 21 de novembro de 2010

Este mundo não é de verdade!

LIÇÃO 325

Todas as coisas que penso ver refletem ideias.

1. Este é o princípio fundamental da salvação: o que vejo reflete um processo em minha mente, que começa com minha ideia do que quero. A partir disso, a mente constrói uma imagem da coisa que deseja, julga favorável e, portanto, busca encontrar. Essas imagens são, em seguida, projetadas para fora, examinadas, consideradas reais e preservadas como pessoais. Dos desejos loucos, surge um mundo louco. Do julgamento, surge um mundo condenado. E, de pensamentos de perdão, surge um mundo pacífico, misericordioso para com o Filho de Deus, para lhe oferecer um lar benigno no qual ele possa descansar por um momento antes de seguir adiante, para ajudar seus irmãos a andarem para frente com ele e encontrarem o caminho para o Céu e para Deus.

2. Pai Nosso, Tuas ideias refletem a verdade, e as minhas, separadas das Tuas, apenas inventam sonhos. Deixa-me ver apenas aquilo que reflete Tuas ideias, pois as Tuas, e só as Tuas, estabelecem a verdade.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que praticamos neste domingo, 21 de novembro, complementa aquela que praticamos ontem. Estende e amplia o alcance dela para nos ajudar na tomada de decisão pelo Céu. Para nos ajudar a estabelecer a meta, conforme a leitura que fizemos no grupo de estudos na terça passada.

Lembremo-nos da ideia: Meu Pai me dá todo o poder. A ideia que praticamos no início desta semana ao encerrar o período sob a instrução: O que é o Juízo Final? Uma ideia que, às vezes, não nos parece muito clara. Se temos todo o poder, por que pensamos querer alguma coisa, chegamos até a formular o desejo, e... a coisa não acontece? Por quê? Porque ainda não está suficientemente claro para nós, muitas e muitas vezes, que o poder que recebemos está estreita e intimamente vinculado à ligação que temos com Deus, o Pai. Podemos tudo n'Ele, com Ele. Separados d'Ele e de Sua Vontade, como pensamos estar a maior parte do tempo, não podemos nada, na verdade.

É esta falta de clareza que nos leva a imaginar, conforme comentei ontem, a possibilidade de sermos capazes de inventar algo melhor do que o plano de Deus. É isto que, um sem número de vezes, nos leva a não querer aceitar a ideia de ontem: Eu apenas sigo, pois não quero conduzir.

Na vida que levamos, da forma como pensamos ter recebido um mundo pronto, a partir de nossa aparente entrada nele, nós nos consideramos capazes de escolher. Pensamos saber o que queremos, quando geralmente buscamos fazer nossas escolhas a partir do que sabemos não querer. O que, muitas vezes, nos deixa à mercê das situações e dos acontecimentos, como se eles surgissem de algum lugar do qual não tínhamos conhecimento.

O mundo, e todas as ideias nele, ou nos ensina que temos de aprender a liderar, a conduzir, para construir um espaço em que exerceremos o poder que recebemos; ou nos diz que precisamos nos conformar com o que temos, com o que fazemos, e ser agradecidos por isso, e que temos de nos contentar com uma vida medíocre de seguidores - não temos capacidade para decisões diferentes. Ou "lutamos" para dominar ou "lutamos" para aceitar a dominação. Estas são as opções que o mundo, inventado pelo sistema de pensamento do ego, nos oferece.

Este mundo não é de verdade! Ele é apenas um reflexo de nossos pensamentos, conforme nos ensina a ideia para as práticas de hoje. Todas as coisas que pensamos ver refletem ideias. Da mesma forma que recebemos a vida recebemos a capacidade da alegria, a capacidade de amar, a capacidade de Ser, que são o que vão nos levar a partilhar a paz natural do Filho de Deus.

Não há nada de que precisemos no mundo. E, em nossa passagem por ele, tudo o que precisamos aprender a fazer é Ser. Isto é, ser no mundo a manifestação do divino em nós, não nos deixando enganar por quaisquer necessidades de luta por um poder ou por qualquer coisa que não vai durar por toda a eternidade.

OBSERVAÇÃOZINHA (para os participantes do grupo de estudos da terça-feira): Isto não lhes parece uma continuação da conversa que tivemos na terça?

sábado, 20 de novembro de 2010

Para aprender a evitar decisões equivocadas

LIÇÃO 324

Eu apenas sigo, pois não quero conduzir.

1. Pai, Tu és Aquele Que me deu o plano para minha salvação. Tu estabeleceste o caminho que devo seguir, o papel que devo assumir e todos os passos do caminho designado para mim. Eu não posso me perder. Só posso escolher me desviar por algum tempo e depois voltar. Tua Voz amorosa sempre vai me chamar de volta e guiar meus passos corretamente. Todos os meus meus irmãos podem seguir pelo caminho que lhes indico. No entanto, eu apenas sigo no caminho que leva a Ti, conforme Tu me orientas e queres que eu siga.

2. Sigamos, pois, Aquele Que conhece o caminho. Não precisamos hesitar porque não podemos nos perder de Sua Mão amorosa exceto por um instante. Caminhamos juntos porque O seguimos. E é Ele que torna certo o final e garante um volta segura para casa.

*

COMENTÁRIO:

O maior - ou um dos maiores - equívocos que podemos cometer em relação ao fato de sermos responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência, durante o tempo em que vivemos neste mundo, é acreditar que o livre arbítrio nos dá o poder para desafiar a Vontade Deus e criar um plano diferente do d'Ele para a salvação. Acreditar que, porque temos - e, de fato, temos - todo o poder que Ele nos dá, sem limites, a não ser os que nós mesmos nos impomos, somos capazes de inventar um plano melhor do que o de Deus para nossa própria salvação, e para a salvação do mundo inteiro.

É para curar este equívoco que as práticas deste sábado, 20 de novembro, nos oferecem a ideia: Eu apenas sigo, pois não quero conduzir. Só o ego pode ter a pretensão de querer, e de se acreditar capaz de conduzir. E é só dando ouvidos a ele que podemos nos desviar do caminho estabelecido por Deus para vivermos a alegria e a paz perfeitas: a condição natural de todos os Seus Filhos.

Quantas vezes já nos equivocamos ao escolher um caminho? Quantas vezes já nos deparamos com a dor e com o sofrimento após tomar alguma decisão a partir da ideia de onipotência egóica? Como se, de verdade, soubéssemos de alguma coisa! Quantas vezes mais vai ser preciso que erremos, até ficarmos prontos para tomar a única decisão que pode nos livrar de todas as ilusões do mundo? A decisão de seguir pelos caminhos que Deus nos indica, sem receio, sem temor, sem hesitação, pois Ele, sim, sabe o que queremos. E sabe e põe a nossa disposição o tempo inteiro, amorosamente, tudo aquilo de que precisamos.

Às práticas, pois!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Tudo o que não é oração, é maluqueira..." (JGR)

LIÇÃO 323

Faço o "sacrifício" do medo com alegria.

1. Eis aqui o único "sacrifício" que Tu pedes a Teu Filho amado: pedes que ele desista de todo o sofrimento, de toda a sensação de perda e de tristeza, de toda ansiedade e dúvida e permita livremente que Teu Amor venha a se derramar em sua consciência, curando-o da dor e lhe dando Tua Própria alegria eterna. É este o "sacrifício" que Tu me pedes e ele é um que faço com prazer; o único "custo" do restabelecimento de Tua memória em mim, para a salvação do mundo.

2. E, quando pagamos a dívida que temos para com a verdade - uma dívida que é apenas o abandono dos auto-enganos e das imagens que adorávamos falsamente -, a verdade volta para nós na integridade e na alegria. Não somos mais enganados. O amor volta então a nossa consciência. E ficamos em paz mais uma vez, pois o medo se foi e só o amor permanece.

*

COMENTÁRIO:

Eis que o jagunço Riobaldo, do Grande Sertão: Veredas, ataca mais uma vez! Confessem que vocês já estavam com saudade! Ele diz, e já o citei antes, o seguinte a respeito do que fazemos e buscamos, aparentemente sem saber em nossas vidas:

"Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa - a inteira - cujo significado e vislumbre dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia encontrar e saber? Mas, esse norteado, tem. Tem que ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas fora dessa consequência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Ah, porque aquela outra é a lei, escondida e vivível, mas não achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação, já foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador - sua parte, que antes já foi inventada, num papel."

Há melhor forma de dizer que estejamos aonde quer que estejamos aí é o lugar certo para nós? Ou de dizer que façamos o que quer que façamos - ou deixemos de fazer - esta é a ação correta? Pode-se pensar também que a ideia que Riobaldo nos apresenta revela de forma clara aquilo que já aprendemos no Curso: Só o plano de Deus para a salvação funcionará [Lição 71].

A ideia que praticamos nesta sexta-feira, 19 de novembro, em sintonia com a fala do jagunço nos autoriza a abandonar o julgamento que nos apresenta esta ou aquela ação como "sacrifício", como forma de alcançar a consciência daquela "uma ação possível da gente... que consegue ser a certa". Do mesmo modo que o Curso nos ensina que todas as coisas são neutra e recebem o valor que damos a elas, não nos compete julgar o papel que nos cabe neste teatro do mundo. Há apenas que reconhecê-lo, aceitá-lo e vivê-lo para que a vida deixe de ser aparentemente "o confuso dessa doideira que é".

Lembram-se daquela parte do Curso que diz que, aos olhos do Espírito Santo, tudo o que não é amor é um pedido de amor? Pois o jagunço Riobaldo diz isso de outro modo: "Olhe: tudo o que não é oração, é maluqueira..."

Boas práticas a todos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quantas coisas existem que podem nos fazer felizes?

LIÇÃO 322

Só posso desistir do que nunca foi real.

1. Eu sacrifico ilusões, nada mais. E, quando as ilusões se vão, encontro as dádivas que elas tentavam esconder esperando por mim em acolhida luminosa e prontas para dar as mensagens milenares de Deus para mim. A lembrança de Deus habita em cada dádiva que recebo d'Ele. E cada sonho serve apenas para esconder o Ser que é o único Filho de Deus, à semelhança d'Ele, o Santo Que ainda habita n'Ele para sempre do mesmo modo que Ele ainda habita em mim.

2. Pai, todo sacrifício continua a ser eternamente inconcebível para Ti. E, por isso,  eu não posso sacrificar nada a não ser em sonhos. Do modo que Tu me criaste, não posso desistir de nada do que Tu me deste. Aquilo que Tu não deste não é real. Que perda posso prever exceto a perda do medo e a volta do amor a minha mente?

*

COMENTÁRIO:

No décimo-quinto capítulo do livro-texto, O INSTANTE SANTO, sob o subtítulo O tempo do renascimento, o Curso diz:

"Não é necessário seguir o medo por todas as rotas tortuosas pelas quais ele se enterra sob o solo e se esconde na escuridão para emergir em formas bastante diferentes do que é. No entanto, é necessário examinar cada uma delas enquanto quiseres manter o princípio que governa todas elas. Quando estiveres disposto a considerá-las não separadamente, mas como manifestações diferentes da mesma ideia, e de uma ideia que não queres, elas desaparecerão juntas. A ideia é simplesmente esta: acreditas que é possível ser anfitrião do ego ou refém de Deus. É esta escolha que pensas ter e a decisão que acreditas ter de tomar. Não vês nenhuma outra alternativa, pois não podes aceitar o fato de que o sacrifício não consegue nada. O sacrifício é tão essencial ao teu sistema de pensamento que a salvação, separada do sacrifício, não significa nada para ti. Tua confusão entre sacrifício e amor é tão profunda que não podes imaginar amor sem sacrifício. E é para isto que tens de olhar: sacrifício é ataque não amor. Se aceitasses apenas esta única ideia, teu medo do amor desapareceria. A culpa não pode durar quando se elimina a ideia do sacrifício. Pois, se existir sacrifício, alguém tem de pagar e alguém tem de ganhar. E a única questão que permanece é qual é o preço e para se ganhar o quê."

É para aprender a aceitar o fato de que, ao contrário do que aprendemos, sacrifício não é amor, e sim separação do amor, que se destinam as práticas da ideia que a lição desta quinta-feira, 18 de novembro, nos apresenta.

Vamos nos lembrar de que, entre as inúmeras lições que praticamos na primeira parte, como forma de desaprender o que o mundo ilusório, criado pelo sistema de pensamento do ego, nos ensinou, uma delas em particular justifica acreditarmos na verdade da ideia que praticamos hoje: O mundo que vejo não contém nada que eu queira [Lição 128].

Ao desistirmos do mundo e de tudo o que ele aparentemente nos oferece, abrimos mão de que, então, a não ser de todas as ilusões?

Isto me traz à mente uma postagem de minha amiga Vera Guimarães no facebook em que ela diz que: "Sócrates, filósofo grego, gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores o assediavam, ele respondia: 'Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz'".

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nossa unidade com Deus não pode ser ameaçada


11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depos que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação Sua Vontade é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. Garante-se a inviolabilidade de sua unicidade para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 321

Pai, só em Ti está minha liberdade.

1. Não entendi o que me libertou, nem o que minha liberdade é e nem onde procurar para encontrá-la. Pai, procurei em vão até que ouvi Tua Voz me orientando. Não quero mais guiar a mim mesmo agora. Pois nem fiz, nem entendi o modo de achar minha liberdade. Mas confio em Ti. Tu, Que me dotaste de minha liberdade como Teu Filho santo, não estarás perdido para mim. Tua Voz me guia e finalmente o caminho para Ti está aberto e livre para mim. Pai, só em Ti está minha liberdade. Pai, é minha vontade voltar.

2. Hoje respondemos pelo mundo, que será libertado conosco. Quão alegres estamos por achar nossa liberdade pelo caminho infalível que nosso Pai estabeleceu. E quão certa é a salvação do mundo inteiro, quando aprendemos que só podemos achar nossa liberdade em Deus.

*

COMENTÁRIO:

E eis que chegamos à décima primeira das instruções especiais que guiam nossas práticas durante esta segunda parte do livro de exercícios. Desta vez, nos próximos dez dias a contar desta quarta, 17 de novembro, o tema que dará unidade aos nossos exercícios diários e: O que é a criação?

E a resposta a esta pergunta é dada ao longo do texto introdutório à primeira das dez lições que praticaremos a seguir: "Nós somos a criação". Nós somos o Filho de Deus, os Pensamentos d'Ele, aparentemente separados, mas, na verdade, compartilhando uma unidade e uma completude que não pode jamais ser ameaçada.

E a ideia para nossas práticas de hoje visa a nos devolver a liberdade que pensávamos perdida e que só podemos achar em Deus.

É importante, conforme a orientação do Curso, que nos lembremos de voltar ao texto introdutória às lições deste período pelo menos uma vez a cada dia.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Ama, e faze o que quiseres." (Sto. Agostinho)

LIÇÃO 320

Meu Pai me dá todo o poder.

1. O Filho de Deus não tem limites. Não há nenhum limite para sua força, sua paz, sua alegria nem para qualquer qualidade que seu Pai deu na sua criação. O que ele quiser com seu Criador e Redentor tem de acontecer. Sua vontade sagrada não pode ser negada nunca porque seu Pai brilha sobre sua mente e deposita toda a força e todo o amor, na terra e no Céu, diante dela. Eu sou aquele a quem tudo isso é dado. Eu sou aquele em quem o poder da Vontade de meu Pai habita.

2. Tua Vontade pode realizar todas as coisas em mim e, então, se estender também ao mundo inteiro por meu intermédio. Não há nenhum limite para Tua Vontade. E, por isso, todo o poder também foi dado a Teu Filho.

*

COMENTÁRIO:

E chegamos à última das lições sob o tema: O que é o Juízo Final? Bem de acordo com o que o Curso busca nos ensinar, a ideia que praticamos nesta terça-feira, dia 16 de novembro, nos coloca mais uma vez no centro de todos os acontecimentos de nossas vidas.

Como entender a ideia de que meu Pai me dá todo o poder? Isso significa que só eu recebi e tenho comigo todo o poder de Deus? Não! Significa apenas que recebi e tenho todo o poder de que necessito e que sou capaz de aceitar e usar para escolher o que fazer de minha própria vida.  Para fazer de meu próprio mundo, uma vez que não há nada fora de mim.

Mas... e o(s) outro(s)? Não há outro(s)!

Então... estou sozinho no mundo? Sim! E não!

Como assim? Sim, estou sozinho porque não há mundo, a não ser no sentido de que o que vejo, aparentemente fora de mim, é apenas a projeção das imagens de um mundo inteiro, que trago e crio dentro de mim. E não! Não estou sozinho porque apesar de o mundo - pelo menos do modo como penso nele - não existir, minha experiência nos e dos sentidos e na e da forma parece real porque acredito nela.

Isso é mais ou menos a mesma coisa que Richard Bach diz, por meio de "um Messias indeciso", em seu livro Ilusões, respondendo, a certa altura, às pergunta de uma pessoa ao telefone durante um programa radiofônico. Vejam o que ele diz:

- Está tudo bem, é? - disse a pessoa no telefone. - Não exite o mal na terra, nem pecado em volta de nós? Isso não o incomoda, não é?
- Nada disso deve nos incomodar, senhora. Vemos apenas um pinguinho do conjunto que é a vida, e esse pinguinho é falso. Tudo se equilibra e ninguém sofre e morre sem o seu próprio consentimento. Ninguém faz o que não quer fazer. Não existe o bem nem o mal, além do que nos torna felizes e do que nos torna infelizes.

O grande equívoco, que nos leva a questionar às vezes as razões por que vivemos ou por que estamos em determinado lugar fazendo determinadas coisas, está em acreditarmos, a maior parte do tempo, que estamos fazendo algo que não queremos fazer ou que não as estamos fazendo no lugar em que gostaríamos de estar. Isto não é verdade. Nossa própria experiência já nos provou - eventualmente até mais do que uma vez - que, quando queremos verdadeiramente alguma coisa, nada nem ninguém pode nos impedir de obtê-la, o que vale também para esta afirmação ao contrário. Isto é, quando não queremos, de fato, fazer alguma coisa, nada nem ninguém vai nos convencer a fazê-la.

Entretanto, é bom que prestemos bastante atenção a uma das frases que acompanha a ideia que praticamos hoje: O Filho de Deus não tem limites. (...) O que ele quiser com seu Criador e Redentor tem de acontecer [grifo meu]. É importantíssimo que tenhamos sempre em mente isto, para não darmos crédito ao ego quando ele tenta nos convencer de que podemos tudo, o que lhe interessa, ou de que não podemos nada, daquilo que não lhe interessa. Já aprendemos que a única realidade do mundo é o Amor, que é o Amor que define nosso Criador e Redentor.

É verdade também que recebemos todo o poder. Mas só o podemos exercer e usar para a realização de nossas vontades e desejos quando estas vontades e desejos estão em sintonia com nosso Criador e Redentor. Ou seja, no Amor podemos tudo. Para lembrar o que dizia Santo Agostinho: "Ama, e faze o que quiseres".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Reconhecer e aceitar e nossa função no mundo

LIÇÃO 319

Eu vim para a salvação do mundo.

1. Eis aqui um pensamento do qual se retirou toda a arrogância e em que só a verdade permanece. Pois a arrogância impede a verdade. Mas, quando não existir nenhuma arrogância, a verdade virá imediatamente e preencherá o espaço que o ego deixou desocupado pelas mentiras. Só o ego pode ser limitado e, por isso, ele tem de buscar metas restritas e limitadoras. O ego pensa que aquilo que alguém ganha a totalidade tem de perder. E, no entanto, é a Vontade de Deus que eu aprenda que aquilo que alguém ganha é dado a todos.

2. Pai, Tua Vontade é completa. E a meta que brota dela compartilha sua totalidade. Que objetivo me poderia ter sido dado a não ser a salvação do mundo? E o que a não ser isto poderia ser a Vontade que meu Ser compartilha Contigo?

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 15 de novembro, a ideia que vamos praticar é aquela que define nossa função no mundo e no plano de Deus para a salvação do mundo. É a ideia que dá sentido a nossas vidas e a nosso estar no mundo. Há que se aceitar e reconhecer a ideia da lição de hoje como a verdade a nosso próprio respeito. Pois só a partir desta aceitação e deste reconhecimento seremos capazes de aceitar e assumir o papel que nos cabe no plano de Deus.

Diferentemente do modo pelo qual o ego busca nos provar que, arrogantemente, sabe o que é melhor para nós, e que pode nos levar à salvação, a ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje é destituída de toda a arrogância. Ela simplesmente declara a razão pela qual estamos no mundo, convidando-nos a aceitar e a assumir o papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação do mundo, e para a nossa própria salvação.

Por não se valer da arrogância, a ideia permite que a verdade se apresente e preencha o lugar ocupado antes pelas ilusões e mentiras do ego. E é a verdade que nos põe em contato com o Ser em nós, libertando-nos de todo e qualquer limite com que o ego busca nos convencer de nossa incapacidade para assumir e cumprir nosso papel e realizar nossa função.

domingo, 14 de novembro de 2010

"Eu sou o início, o fim e o meio." (Raul Seixas)

LIÇÃO 315

O meio e o fim da salvação são um só em mim.

1. Todos os papéis do plano do Céu para salvar o mundo se harmonizam em mim, Filho santo de Deus. O que poderia não combinar, se todos os papéis têm apenas uma finalidade e um único objetivo? Como poderia haver um só papel que fique isolado, ou um de maior ou menor importância do que os restantes? Eu sou o meio pelo qual o Filho de Deus é salvo, porque a finalidade da salvação é encontrar a inocência que Deus pôs em mim. Eu fui criado sendo a coisa que busco. Eu sou a meta pela qual o mundo procura. Eu sou o Filho de Deus, Seu único Amor eterno. Eu sou o meio e também o fim da salvação.

2. Permite, meu Pai, que eu assuma hoje o papel que Tu me ofereces em Tua solicitação de que eu aceite a Expiação para mim mesmo. Pois dessa forma aquilo que se harmoniza em mim por meio dela se torna certamente harmonizado para Ti.

*

COMENTÁRIO:

Somos - cada um de nós é a sua própria maneira - tanto o meio quanto o fim da salvação, de acordo com a ideia que vamos praticar neste domingo, dia 14 de novembro. Lembrando-nos de que esta ideia é mais uma das que se encontram sob a instrução O que é o Juízo Final?, tema que dá unidade a nossas práticas nestes dias.

E o que isto quer dizer? Isto de que somos o meio o fim da salvação. Isto quer dizer apenas o que diz. É uma forma de nos lembrarmos de que, qualquer que seja a maneira que escolhemos para manifestar o divino no mundo, ela é tão eficiente e tão digna de ser abençoada quanto outra qualquer.

Importante é trazermos à consciência a certeza de que ainda somos como Deus nos criou, não importa o que façamos; e que sempre estamos no lugar certo, fazendo o que é preciso fazer, não importa onde estejamos ou o que estejamos fazendo. É portanto uma mentira aquela afirmação a respeito de algo que aconteceu a alguém e que diz que este alguém "estava no lugar errado na hora errado". Isto não existe.

Mais importante ainda do que isto, ou tão importante quanto, talvez, é aceitarmos, em quaisquer circunstâncias, lembrando-nos daquelas quatro leis espirituais ensinadas na Índia, que "a pessoa que vem é a certa". Isto é, em qualquer situação em que nos encontremos, a pessoa que vamos conhecer ou a já conhecida que se apresentará a nós na situação em curso é aquela que pedimos que se apresentasse, como forma de descobrirmos aspectos de nós mesmos dos quais ainda não tínhamos tomado consciência.

Em qualquer situação, o resultado é aquele que se apresenta, e não há como se escapar dele. Isto é, conforme a segunda lei, "aconteceu a única coisa que podia ter acontecido". Resta, então, escolher o que fazer. Aliás, o verdadeiro desafio não é a situação ou o resultado dela, mas o que vamos fazer com ele.

Conforme aprendemos há muito, há um tempo para cada coisa, um tempo para semear, um para regar e cuidar e um para colher. E, uma vez que na vida neste mundo dos sentidos tudo aparentemente tem um começo, há que se reconhecer a veracidade da terceira lei: "toda vez que você iniciar é o momento certo". Há como ser diferente? Não! Considerando-se que o único tempo que existe é o presente, tudo se desenrola a partir de nossa decisão de começar o movimento, a ação, a mudança, ou o que quer que seja. E não há como começá-lo a não ser no momento certo, que é quando o fazemos.

Por fim, para não me estender demais neste comentário, a quarta lei afirma que "quando algo termina, acaba realmente", a despeito de qualquer de nossos desejos de que alguma coisa continue indefinidamente. Isto não pode ser mais verdadeiro do que qualquer uma das outras três leis. Pois, na ilusão de que sabemos das coisas, insistimos muitas vezes em lembrar de experiências passadas, dos bons e velhos tempos em que éramos mais felizes, quanto tínhamos menos preocupações e/ou responsabilidades. Isto não é verdade. O passado passou. E, se ficamos atrelados a ele, deixamos de viver o presente.

Não há a menor necessidade de nos voltarmos para um tempo ou uma experiência anterior ao momento que estamos vivendo, desejando revivê-lo ou revivê-la. Isto nos impede de aproveitar todas as possibilidades que se descortinam a nossa frente. Impede-nos de ver o que há de novo sob o sol, que também se renova a cada dia para os olhos que querem ver as coisas de modo diferente.

Como já dizia Raul Seixas, "eu sou o início, o fim e o meio".

Às práticas, pois.

sábado, 13 de novembro de 2010

Descobrir e aceitar meu lugar e meu papel no plano

LIÇÃO 317

Sigo pelo caminho escolhido para mim.

1. Tenho um lugar específico a ocupar; um papel só para mim. A salvação espera até eu aceitar este papel como aquilo que escolho fazer. Até eu fazer esta escolha, sou escravo do tempo e do destino humano. Mas quando eu, com disposição e alegria, seguir pelo caminho que o plano de meu Pai escolheu para eu seguir, então, reconhecerei que a salvação já está aqui, já foi dada a todos os meus irmãos e já é minha também.

2. Pai, é Teu caminho que escolho hoje. Escolho ir aonde ele me levar, escolho fazer o que ele quiser que eu faça. Teu caminho é inevitável e o fim é seguro. A lembrança de Ti me espera nele. E todas as minhas tristezas terminam no Teu abraço, no abraço que Tu prometeste a Teu Filho, que pensou equivocadamente se ter perdido da proteção segura de Teus Braços amorosos.

*

COMENTÁRIO:

Da mesma forma que o Curso nos ensina que não há como fugirmos do papel que o plano de Deus para a salvação reserva para cada um de nós, um dos salmos da Bíblia fala da impossibilidade de nos escondermos ou de fugirmos de Deus ou de nos desviarmos de Seus caminhos, uma vez que tanto para o salmista quanto para o Curso não há nada fora de nós.

Em uma linguagem mais atual o Salmo* diz o seguinte:

Senhor, Tu sondas o meu íntimo
Tu me conheces a fundo.
Qualquer coisa que eu faça
não Te passa despercebida.
Penetras as minhas intenções desde a sua raiz.
Posso caminhar ou descansar, e Tu já os avaliaste.
Todos os meus movimentos Te são familiares.
Ainda não chegaram as palavras a minha boca,
e Tu já as conheces inteiramente.

Tu me envolves de todos os lados,
Tua mão protetora se estende sobre mim.
Fico maravilhado diante de Tua sabedoria,
não posso compreendê-la.
Ela me ultrapassa infinitamente.
Onde me poderei esconder de Ti,
e escapar do alcance de Teu olhar?
Se subir para o espaço,
eu Te encontro lá.
Se eu for morar embaixo da Terra,
também aí esbarro Contigo.
Mesmo que eu vá me esconder lá atrás dos horizontes
será ainda a Tua mão que me conduz,
e até lá ela me protege.

(...)

Teu poder criador atuou em mim desde o início,
tecendo-me no seio de minha mãe.
Eu Te agradeço, Senhor,
por teres me criado de maneira tão prodigiosa.
Tuas obras são maravilhosas!
Tu já me conhecias bem a fundo,
nenhuma das minhas células Te era desconhecida,
quando eu estava sendo plasmado
no segredo da natureza.
Antes mesmo de eu ter nascido,
já conhecias definitivamente toda a minha vida.

(...)

Continua, Senhor, a sondar meu coração,
e perscruta esta inquietação que me agita.
Verifica se por acaso não estou no caminho errado,
e guia-me pelo caminho que leva à eternidade.

É disto que trata a ideia que praticamos neste sábado, dia 13 de novembro.  Por mais que o ego se sinta acuado pela possibilidade da rendição a Deus, pelo conhecimento de que não é possível escapar nem se esconder de Deus, é preciso que reconheçamos nosso lugar no plano de Deus. Ele não é diferente daquele em que estamos agora. É preciso que reconheçamos nosso papel no plano de Deus. Ele não tem como ser diferente daquele que estamos vivendo aqui e agora. Mas mais importante do que isso é que aceitemos nosso lugar e nosso papel, na certeza de que podemos contar com Ele a nos guiar "pelo caminho que leva à eternidade", como diz o Salmo. Pois, como diz uma das lições que praticamos há algum tempo, podemos confiar que "Deus vai comigo aonde eu for".

*NOTA: Esta versão do Salmo 138 [está no livro "rezar os salmos hoje", numa tradução direta do original hebraico feita por Francisco Teixeira e Carlos Mesters, e publicada pela livraria duas cidades.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Só temos verdadeiramente aquilo que damos

LIÇÃO 316

Todas as dádivas que dou a meus irmãos são minhas.

1. Da mesma forma que todas as dádivas que meus irmãos dão são minhas, cada dádiva que dou também me pertence. Cada uma permite que um erro passado se vá e não deixe nenhuma sombra sobre a mente santa que meu Pai ama. Sua graça me é dada em cada dádiva que um irmão recebe ao longo de todo o tempo e além de todo o tempo também. Meus depósitos estão cheios e anjos guardam suas portas abertas para que não se perca nenhuma dádiva e para que apenas se acrescente mais. Deixa-me ir ao lugar onde estão meus tesouros e entrar no lugar em que sou verdadeiramente bem-vindoe me sinto em casa, entre as dádivas que Deus me dá.

2. Pai, quero aceitar Tuas dádivas hoje. Eu não as reconheço. Mas confio que Tu Que as deste vais prover os meios pelos quais eu possa vê-las,  perceber seu valor e apreciar apenas elas como aquilo que quero.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, dia 12 de novembro, vamos estender a reflexão que fizemos acerca da ideia para as práticas de ontem, que nos permitiu ter um vislumbre de compreensão do significado da unidade. Ela também se refere a um ensinamento central do Curso que diz: "os pensamentos não deixam sua Fonte". Ou ainda à ideia de que "dar e receber são a mesma coisa", outro dos ensinamentos centrais do UCEM.

Na prática, a ideia para os exercícios de hoje nos oferece a certeza de que tudo o que damos continua a ser nosso. Ou dizendo de outra forma, de acordo com o ensinamento, "só temos verdadeiramente aquilo que damos".

Podemos, portanto, ficar tranquilos em relação a nossos maiores medos que se referem à perda, à escassez e à carência. Pois todas as dádivas que damos a qualquer de nossos irmãos nos pertencem. Vão continuar a nos pertencer para sempre.

E podemos voltar a nos lembrar de que "é dando que se recebe", como nos diz a Oração de São Francisco.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Para se ter uma ideia do que a unidade significa

LIÇÃO 315

Todas as dádivas que meus irmão dão me pertencem.

1. Mil tesouros vêm a mim a cada dia, a cada momento que passa. Sou abençoado durante todo o dia com dádivas cujo valor está muito além das coisas que posso imaginar. Um irmão sorri para outro e meu coração se alegra. Alguém pronuncia uma palavra de gratidão ou misericórdia e minha mente recebe esta dádiva e a aceita como sua. E cada um que acha o caminho para Deus se torna meu salvador, indicando o caminho para mim e me dando sua certeza de que aquilo que ele aprendeu é, de fato, meu também.

2. Eu te agradeço, Pai, pelas muitas dádivas de cada Filho de Deus que vêm a mim hoje e todos os dias. As dádivas de meus irmãos para mim não têm limite. Possa eu agora lhes oferecer minha gratidão, para que a gratidão a eles possa me levar adiante em direção ao meu Criador e à lembrança d'Ele.

*

COMENTÁRIO:

O Curso nos diz em determinado momento que:

Este curso levará ao conhecimento, mas o conhecimento em si mesmo ainda está além do alcance de nosso currículo. E também não existe qualquer necessidade de tentarmos falar daquilo que tem de estar além das palavras para sempre. Precisamos nos lembrar apenas de que quem quer que alcance o mundo real, além do qual o aprendizado não pode ir, irá além dele, mas de forma diferente. Onde o aprendizado termina, aí começa Deus, pois o aprendizado termina diante d'Aquele Que é completo onde Ele começa e onde não há fim. Não nos cabe insistir naquilo que não pode ser obtido. Há muito a aprender. A prontidão para o conhecimento ainda tem de ser alcançada [T-18.IX.11].

É a isto também que Marianne Williamson se refere quando diz em seu livro Um Retorno ao Amor, do qual já falei outras vezes, que:

"... nosso medo mais profundo não é o de sermos medíocres. Nosso medo mais profundo é o de que sejamos poderosos além de quaisquer medidas. É nossa luz, não nossa escuridão, que nos amedronta mais. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso, fabuloso?' Na verdade, que és para não sê-lo? Tu és uma criança de Deus. Diminuir-se não vai servir ao mundo. Não há nada de instrutivo em se encolher a fim de que outras pessoas não se sintam inseguras a tua volta. Todos nós fomos feitos para brilhar, do mesmo modo que as crianças brilham. Nascemos para ser a manifestação da glória de Deus. Ela está dentro de nós. Ela não está em alguns de nós apenas; está em todos nós. E quando permitimos que nossa própria luz brilhe, inconscientemente, damos permissão a outras pessoas para fazerem o mesmo. Quando nos libertamos de nossos próprios medos, nossa presença automaticamente libera os outros."

Isto também tem a ver com a afirmação do Curso de que quando um, qualquer um de nós, alcançar o mundo real, todos o alcançarão. Algo que ainda me parece ser de difícil compreensão para muitos, pois significa que quando apenas um se ilumina, todos chegam à iluminação. Independentemente do estágio de desenvolvimento da consciência em que cada um aparentemente esteja. Pois, na verdade, não há separação. Na unidade somos todos um e o mesmo. Para Deus há só um Filho, que é Um com Ele.

Na prática, no entanto, neste mundo da ilusão dos sentidos e das formas, isso é fácil de se perceber também. Basta pensarmos em algo muito simples e comum que faça parte de nosso dia a dia. A lâmpada, por exemplo, para se continuar falando de luz. Quando um de nós - Thomas Edison - "inventou" a lâmpada, ela passou a fazer parte da experiência de todos. Hoje em dia já não há muitos entre nós que nunca tiveram contato com uma lâmpada. E a maioria não consegue imaginar um mundo onde ela não existia.

Um exemplo mais moderno é a telefonia celular, que traz a possibilidade de contato permanente com qualquer pessoa no mundo inteiro e até, nalguns casos, abre as portas para todas as informações e dados disponíveis na rede deste mundo globalizado.

Querem mais razões para que nos dediquemos com afinco às práticas da ideia desta quinta-feira, dia 11 de novembro?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Abandonando o passado, libertamos o futuro

LIÇÃO 314

Busco um futuro diferente do passado.

1. Da nova percepção do mundo vem um futuro muito diferente do passado. Agora o futuro é reconhecido como extensão do presente apenas. Os erros do passado não podem lançar sombras sobre ele, uma vez que o medo perde seus ídolos e imagens e, por não ter forma, não tem nenhum efeito. Agora, a morte não reivindicará o futuro, pois no presente sua meta é a vida e se provê com alegria todos os meios necessários. Quem pode se lamentar ou sofrer se o presente está livre e estende sua segurança e sua paz a um futuro sereno e repleto de alegria?

2. Pai, estávamos equivocados no passado e escolhemos o presente para ficar livres. Agora deixamos de fato o futuro em Tuas Mãos, deixando para trás nossos erros passados e certos de que Tu cumprirás Tuas promessas presentes e guiarás o futuro na luz sagrada delas.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, 10 de novembro, eis-nos às voltas com as práticas de uma ideia a respeito da qual todos nós já pensamos à exaustão. Ou estou enganado? Ou sou só eu?

Descontentes com o presente que vivemos, falamos muitas vezes que ele, nem de longe representa, ou que não tem nada a ver com o futuro que aspiramos viver. No fundo, porém, ainda mantemos a crença de que, na verdade, não temos nenhum futuro. Consideramo-nos incapazes e despreparados para viver o milagre que o perdão de todos os nossos equívocos do passado nos daria. Ou nos esquecemos de que o presente é o único tempo que existe e o desperdiçamos com planos e sonhos que nunca se concretizarão.

Quando vislumbramos por alguns instantes a alegria e a paz que advêm do fato de nos termos entregue às Mãos de Deus, abandonando todo e qualquer julgamento sobre o mundo, sobre as coisas e pessoas nele, achamos que a sensação é boa demais para ser verdade, para durar. E mergulhamos mais uma vez no pesadelo que julgamos viver, do qual não vemos saída.

Lembram-se de uma das lições lá da primeira parte que nos orientava a praticar assim:

Perdoa e verás isso de modo diferente.?

Já naquela altura o Curso nos oferecia a resposta de que precisamos para nos curar e para curar todos os males do mundo que vemos. É simples assim. E basta lembrar de que só perdoamos a nós mesmos por aquilo que vemos e que pensamos ser verdade, a nosso próprio respeito e a respeito de tudo o que vemos e que é causa da aparente separação que experimentamos.

É simples assim. Perdoando-nos no presente, libertamo-nos do passado e libertamos o futuro para ser o que tiver de ser, entregando-o junto com o presente às Mãos de Deus, para que se cumpra a Vontade d'Ele para nós de alegria e paz perfeitas e não nossa vontade egóica, inconstante, insegura e incoerente e incapaz de se decidir pelo melhor para nós.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Juízo Final: a transformação do mundo em Céu

LIÇÃO 313

Deixa uma nova percepção vir a mim agora.

1. Pai, há uma visão que percebe todas as coisas puras, de forma que o medo desaparece e, no lugar onde ele estava, o amor é convidado a entrar. E o amor virá a qualquer lugar que seja chamado. Esta visão é Tua dádiva. Os olhos de Cristo olham para um mundo perdoado. Todos os pecados estão perdoados na visão d'Ele, pois Ele não vê nenhum pecado em nada daquilo para que Ele olha. Deixa que a perceção verdadeira d'Ele venha a mim agora, para que eu possa despertar do sonho de pecado e olhar para a inocência dentro de mim, que Tu manténs completamente inviolada sobre o altar a Teu Filho santo, o Ser com o qual quero me identificar.

2. Vamos olhar uns para os outros na visão de Cristo hoje. Quão belos somos! Quão santos e amorosos. Vem, irmão, e une-te a mim hoje. Quando nos unimos, nós salvamos o mundo. Pois em nossa visão ele se torna tão santo quanto a luz em nós.

*

COMENTÁRIO:

Eis aqui a possibilidade da materialização do Juízo Final, tema deste período, em nossas vidas. Quando, enfim, mesmo que apenas por alguns instantes, abandonamos o julgamento em favor da visão de Cristo, cumprimos a função que nos cabe: a de salvar o mundo, pois nesses intantes santos estamos salvos. Bem como o estamos na eternidade e na verdade do que somos.

Conforme o texto diz, o Juízo Final~não é o fim do mundo, mas sim a transformação do mundo em Céu. E o que nos oferece a percepção nova, a percepção verdadeira de Cristo?

Ela nos oferece o meio para despertarmos do sonho de um mundo corrupto, cheio de todos os males e defeitos que depositamos sobre ele na ilusão criada pela pretensa onipotência do ego.

Parece-me, de certa modo forma, que a ideia de as práticas desta terça-feira, 9 de novembro, nos remete àquela que praticamos na última sexta [Não terei medo de olhar para dentro hoje.] ampliando, estendendo e reforçando o alcance dela, para realmente deixarmos de uma vez por todas de ter medo de olhar para dentro.

Ela nos convida, ao mesmo tempo, a olhar para o mundo e para tudo o que há nele de modo diferente. Ao experimentarmos fazer isso,  estaremos aceitando a ideia de olhar para o mundo a partir da visão de Cristo, a partir da percepção verdadeira, meta que buscamos alcançar nesta segunda parte do livro de exercícios.

Aí veremos de fato um mundo perdoado e aprenderemos que, se olharmos para dentro a partir da visão de Cristo, só poderemos ver o Ser em nós mesmos, tal qual Deus O criou, e que vive, como nós, eternamente na unidade com Ele.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

É preciso abrir mão do mundo para ganhar o mundo

LIÇÃO 311

Vejo todas as coisas como quero que sejam.

1. A percepção vem depois do julgamento. Depois de julgar, vemos então aquilo que queremos ver. Pois a vista serve simplesmente para nos oferecer o que queremos. É impossível não ver aquilo que queremos ver e deixar de ver aquilo que escolhemos ver. Com quanta certeza, então, o mundo real tem de vir saudar a visão sagrada de qualquer pessoa que adota o propósito do Espírito Santo como sua meta para a visão. Porque ela não pode deixar de olhar para aquilo que Cristo quer que veja e de compartilhar o Amor de Cristo por aquilo que vê.

2. Não tenho nenhum objetivo hoje a não ser o de olhar para um mundo liberado, livre de todos os julgamentos que fiz. Pai, esta é Tua Vontade para mim hoje e, por isso, ela tem de ser também a minha meta.

*

COMENTÁRIO:

Vejo todas as coisas como quero que sejam [Lição 312]. Julgo todas as coisas como quero que sejam [Lição 311]. Poderia ser diferente? Não! A não ser que continuássemos no auto-engano de acreditar que existe alguma coisa fora de nós. Ou que existe uma vontade diferente da Deus. Ou que existe algo fora de Deus.

Faço este comentário tendo em mente uma conversa que tive com minha irmã na última sexta-feira. Uma longa conversa que incluia a percepção de que todos estamos errados, quando acreditamos que o que vemos é alguma coisa diferente de ilusão. Ou quando acreditamos existir alguma coisa fora de nós, dinheiro, poder, prestígio, por exemplo, que possa fazer com que o mundo venha a ser de alguma forma um lugar mais fácil de se viver.

Notar, perceber, entender, trazer à consciência, aceitar e reconhecer que "A percepção vem depois do julgamento" (grifo meu) é IMPORTANTÍSSIMO. Aqui, na compreensão disto, está a chave para se entender as razões pelas quais nossas experiências se apresentam a nós desta ou daquela forma. É nosso julgamento que determina a percepção que vamos ter. Ou como o Curso diz em outro momento: "A percepção é um espelho, não um fato". Vejam bem: "Depois de julgar, vemos então aquilo que queremos ver". Pois a visão dos olhos do corpo, ou a percepção de qualquer de nossos sentidos, só nos oferece aquilo que queremos, aquilo que escolhemos ver, tocar, cheirar, ouvir ou saborear, provar. O mesmo acontece em relação ao que escolhemos sentir a partir da percepção. A experiência se apresenta, nós a interpretamos [damos um significado a neutralidade dela em nosso julgamento] e decidimos sofrer, sentir dor, raiva, medo, culpa, mágoa e assim por diante.

É preciso que nos lembremos daquilo que o Curso ensina e que muitas vezes passa desapercebido por nossos sentidos humanos. Nós nunca, ou quase nunca, reagimos aos fatos. Só reagimos à interpretação que fazemos deles. É por esta razão que, em geral, não conseguimos nos desvencilhar de um hábito, abandonar uma crença que nos impede de desfrutar da alegria de viver o presente. Estamos amarrados à crença de que podemos ver de modo diferente sem mudar, de fato, as crenças, sem ir fundo naquilo que nos aprisiona para questionar as razões pelas quais na maior parte do tempo não vivemos a vida que queremos viver.

Acho que a esta altura do aprendizado e das práticas já deve ser possível a cada um de nós refletir de forma honesta acerca da verdade da ideia que praticamos nesta segunda-feira, dia 8 de novembro, bem como daquela que praticamos ontem. Ambas são básicas para aprendermos a pôr em xeque o porquê de vermos o mundo do modo como o vemos. E de ainda acreditar que há alguma coisa real no que vemos.

Lembram-se das primeiras lições que nos diziam que nada do que vemos tem qualquer significado? Ou que somos nós quem damos significado a tudo que vemos? Ou que não entendemos nada do que vemos? Ou ainda aquela que nos garante que nunca estamos transtornados, aborrecidos, magoados ou preocupados pela razão que imaginamos, pois só nos aborrecemos ou preocupamos com ideias que vêm do passado, um tempo que não existe?

Na verdade, o Curso nos ensina também que não somos capazes de ver as coisas - ou pessoas - para as quais olhamos como elas são no momento em que dirigimos nosso olhar para elas, pois nossos pensamentos não têm qualquer significado e só vemos o passado. Porque julgamos para poder ver o que queremos. Nossos pensamentos são julgamentos que fazemos e transformam muitas vezes o que vemos em "uma forma de vingança".

Bem feito! Não é assim que reagimos quando alguém vem nos contar que lhe aconteceu alguma coisa acerca da qual já o (a) havíamos alertado? E quantas vezes "torcemos" para que alguém, que não nos quis ouvir, se dê mal para provar que estávamos certos?  Quantas vezes pedimos uma prova concreta para um pensamento que sabemos correto, mas no qual não queremos acreditar porque vai de encontro à crença que queremos manter, sabendo que "o concreto" é apenas mais uma forma de ilusão que materializamos?

Daí o Curso nos perguntar a certa altura se queremos ser felizes ou ter razão. Não é possível ter os dois. Aliás, é preciso aprendermos a abrir mão de todas as certezas que não venham do Amor. Precisamos aprender a abrir mão do mundo inteiro para ganhar o mundo. Precisamos nos entregar por inteiro ao espírito, se quisermos, de fato, encontrar a paz de espírito por que ansiamos e que só o Amor de Deus pode nos dar.

domingo, 7 de novembro de 2010

O julgamento é uma arma contra a verdade


10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

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LIÇÃO 311

Julgo todas as coisas como quero que sejam.

1. O julgamento foi feito para ser uma arma contra a verdade. Ele separa aquilo contra o qual está sendo usado e o isola como se fosse uma coisa separada. E, em seguida, faz dela aquilo que queres que seja. Ele julga aquilo que não pode compreender, porque não pode ver a totalidade e, por isso, julga de forma falsa. Não vamos usá-lo hoje, mas fazer dele uma dádiva. Àquele Que tem um uso diferente para ele. Ele nos aliviará da agonia de todos os julgamentos que fazemos de nós mesmos e restabelecerá a paz de espírito, dando-nos o Juízo de Deus acerca de Seu Filho.

2. Pai, esperamos com a mente aberta, hoje, ouvir Teu Juízo acerca do Filho que Tu amas. Não o conhecemos e não podemos julgá-lo. E, assim, deixamos que Teu Amor decida o que ele, a quem Tu criaste como Teu Filho, tem de ser.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, dia 7 de novembro, entramos no tema: O que é o Juízo Final? Um tema que contém a décima das instruções especiais desta segunda parte do livro de exercícios. É este tema que vai orientar e unificar nossas práticas nos próximos dez dias.

Utilizados corretamente, de acordo com as instruções iniciais que recebemos, tanto o texto desta instrução, ao qual devemos voltar diariamente, quanto as ideias das lições que vamos praticar podem nos ajudar a abandonar por completo o julgamento. Aquele que fazemos de nós mesmos e o que fazemos do(s) outro(s). Apesar de que, com o Curso aprendemos aquilo que já sabemos há muito intuitiva e inconscientemente: que sempre que julgamos é a nós mesmos que julgamos.

Da mesma forma, as ideias que o Curso nos reserva para as práticas dos próximos dez dias podem nos fazer abandonar de uma vez por todas a crença que recebemos de nossa educação segundo a qual o Juízo Final reserva a todos e a cada um de nós a condenação ao fogo do inferno, uma vez que não somos capazes de atender às exigências de perfeição que nos faz o sistema de pensamento do ego do alto de sua onipotência.

Quantas vezes nos culpamos por alguma atitude que consideramos equivocada e que acreditamos que tivesse ferido alguém ou provocado dor e mágoa? E quantas vezes, para nossa surpresa, descobrimos que a pessoa que julgamos ter prejudicado, ferido ou magoado veio nos agradecer pela palavra ou pelo gesto, que lhe permitiu ver a questão de outra perspectiva? Que lhe permitiu aprender, crescer e mudar?

A humildade de reconhecer que não sabemos nada é essencial para nossa aproximação do ensinamento do UCEM. O próprio Curso vai nos aconselhar alguma vez a abandonar tudo o que pensamos, tudo o que aprendemos, tudo o que pensamos saber, e a abandonar até mesmo o ensinamento que ele nos oferece, para nos aproximarmos de mãos, mentes e corações vazios da luz, que Deus reserva para cada um de nós no mais íntimo de nós mesmos.

O Juízo Final, o Curso afirma em um outro ponto, não é o fim do mundo, mas sua transformação em Céu. O que significa dizer, sim, o fim do mundo, mas do mundo como o conhecemos agora, a partir da percepção equivocada que recebemos do ego. O Juízo Final, para o Curso, será, talvez, em meu modo de entender, a liberação das culpas e dos medos, do apego e das carências. O reconhecimento de que temos tudo e tudo podemos em Deus, com Ele, na Unidade com o que somos.

Daí a necessidade e a utilidade das práticas da ideia para hoje: Julgo todas as coisas como quero que sejam. Para trazermos à consciência o fato de que tudo o que vemos só pode deixar de ser neutro quando lhe dermos algum valor. Isto é, as coisas que vemos são forçosamente o que queremos que sejam. Não há como ser diferente. A não ser que mudemos nosso modo de pensar a respeito delas.

sábado, 6 de novembro de 2010

Para se aprender a deixar a luz do sol entrar

LIÇÃO 310

Passo o dia de hoje sem medo e com amor.

1. Quero passar este dia Contigo, meu Pai, do modo que Tu escolheste que todos os meus dias deveriam ser. E o que vou viver não pertence em absoluto ao tempo. A alegria que chega a mim não pertence aos dias nem às horas, pois vem do Céu a Teu Filho. Este dia será Tua doce advertência para eu me lembrar de Ti, Teu chamado benovolente a Teu Filho santo, o sinal de que Tua graça veio a mim e de que é Tua Vontade que eu seja libertado hoje.

2. Tu e eu passamos este dia juntos. E o mundo inteiro se junta a nós em nossa canção de agradecimento e de alegria para com Aquele Que nos deu a salvação e Que nos libertou. Fomos devolvidos à paz e à santidade. Não há espaço para o medo em nós hoje, pois acolhemos o amor em nossos corações.

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COMENTÁRIO:

Vocês já experimentaram um dia inteiro de paz, um dia perfeito? Um dia inteiro de imersão na alegria indizível que só pode vir de Deus, mesmo que não tenhamos consciência disso? Já viveram um dia inteiro com a sensação de que tudo está perfeito? "Tudo está no seu lugar, graças a Deus", como a música antiga dizia?

O jornal de ontem noticiou a estreia, no Rio, de uma nova montagem da peça Hair [alguém já ouvir falar?], levada aos palcos pela primeira vez na metade final dos anos sessenta, em Nova York. O jornalista dizia na matéria: "Jovens mortos em guerras estúpidas, preconceitos contra homossexuais, crise geracional entre pais e filhos - o mundo parece não ter dado um passo sequer desde que o musical Hair estreou em 1967"...

Na mesma matéria, dando voz a um dos responsáveis pela nova montagem brasileira, o jornalista registra que: "Ainda vivemos em guerra e os conflitos são muito parecidos e tão assustadores e sem sentido como o Vietnã. Da mesma forma que ainda somos cheios de tabus e vivemos na intolerância. O grito de Hair continua ecoando"... para "combater tabus e intolerâncias". E eu diria, em lugar de combater, para nos ajudar a trazer à consciência as guerras que travamos, os tabus que reforçamos e a intolerância que permitimos habitar em nossas mentes.

Por esta razão a peça se encerra com a música Let the Sunshine In, reveladora de que, para a mesma voz, "se não [se] deixar o sol entrar, o inverno vai persistir e preservar a geleira da alma".

É para que isto não aconteça, a persistência e preservação da "geleira da alma", e para que este seja apenas mais um dos muitos dias em que permitiremos que a luz do sol entre para encher nossas vidas de luz e de calor que se voltam as práticas deste sábado, dia 6 de novembro.

E, quem sabe, até aprendamos a cantar juntos a canção da peça, uma das muitas que nos convida a refletir a respeito do que estamos fazendo de nossas vidas e a deixar o sol entrar. Há dois links abaixo, o primeiro tem uma versão da música com imagens do filme baseado na peça e o segundo, mais curto, é uma nova versão coreografada da música.

http://www.youtube.com/watch?v=fhNrqc6yvTU

http://www.youtube.com/watch?v=klObyJY1W_I

Boas práticas a todos. Um ótimo final de semana.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Somos o lar da luz e da alegria e da paz

LIÇÃO 309

Não terei medo de olhar para dentro hoje.

1. A eterna inocência está dentro de mim, porque é Vontade de Deus que ela esteja aí para todo o sempre. Eu, Seu Filho, cuja vontade não tem limites tal qual a Própria Vontade d'Ele, não posso desejar nenhuma mudança nisso. Pois negar a Vontade de meu Pai é negar minha própria vontade. Olhar para dentro é apenas descobrir minha vontade tal qual Deus a criou e tal qual ela é. Eu tenho medo de olhar para dentro porque imagino que criei outra vontade que não é verdadeira e a tornei real. Mas ela não tem nenhum efeito. Dentro de mim está a Santidade de Deus. Dentro de mim está a lembrança d'Ele.

2. O passo que dou hoje, meu Pai, é minha libertação infalível de sonhos vãos de pecado. Teu altar continua sereno e puro. Ele é o altar santo para meu Ser e nele encontro minha Identidade verdadeira.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que praticamos nesta sexta-feira, dia 5 de novembro, remete a uma ideia da primeira parte do livro de exercícios, que aprendemos na lição de número 93, na qual ficamos sabendo que: "a luz e a alegria e a paz habitam em mim". Uma ideia que nos impede de continuar a pensar de maneira equivocada a respeito de nós mesmos - e de todos que nos cercam e habitam o mundo conosco - e nos liberta para olharmos para dentro de nós mesmos sem medo, sabendo que vamos encontrar aí apenas aquilo que espelha o que somos e que, na verdade, nos define: luz, alegria e paz.

A lição 93 começa dizendo:

"Tu pensas ser o lar do mal, das trevas e do pecado. Pensas que, se alguém pudesse perceber a verdade acerca de ti, ficaria repugnado e fugiria como de uma cobra venenosa. Pensas que, se aquilo que é a verdade acerca de ti te fosse revelado, serias acometido de um horror tão intenso que te precipitarias para a morte pela tua própria mão, por ser impossível continuar a viver depois de ver isso."

As práticas que o exercício nos aconselhava envolviam afirmar a cada período:

A luz e a alegria e paz habitam em mim.
Minha inocência é garantida por Deus.

E a substituir o "Minha" por "Tua" quando fôssemos tentados a ficar com raiva de alguém ou a emitir quaisquer julgamentos em relação a alguém, considerando-o(a) separado(a) de nós mesmos.

Eis aí, pois, a oportunidade para juntarmos, à ideia para nossas práticas de hoje, a ideia verdadeira acerca de nós mesmos e de todos os que habitam o mundo conosco que o Curso nos ofereceu para as práticas desta lição anterior. E que, sem dúvida, pode nos auxiliar a eliminar de uma vez por todas o medo de olhar para dentro.

O que acham?