sábado, 31 de julho de 2010

Buscando descobrir minha função no mundo

LIÇÃO 212

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (192) Tenho uma funçãoque Deus quer que eu cumpra.

Busco a função que me libertará de todas as vãs ilusões do mundo. Só a função que Deus me dá pode oferecer liberdade. É apenas isto que busco, e só aceitarei isto como meu.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 31 de julho, revisamos uma ideia muito importante para a re-descoberta de nosso papel na ordem das coisas, de acordo com a Vontade de Deus. Tudo o que é preciso fazer é lembrar de nossa condição de Filhos de Deus, conforme a ideia que praticamos ontem.

Revendo o que escrevi para esta mesma lição no ano passado, eu dizia que quer queiramos, quer não, apenas a descoberta, ou re-descoberta, da função que nos cabe neste mundo pode nos pôr em contato com a alegria perfeita, que é a Vontade de Deus para nós.

Dizia mais: que, quer tenhamos consciência disto, quer não, não conseguimos nos sentir em paz e nem somos, nem seremos, capazes de alcançá-la enquanto não nos rendermos à Vontade de Deus para nós. Isto é, enquanto não reconhecermos que a Vontade d'Ele e a nossa própria vontade são a mesma. Reconhecer isto, esta vontade única, nossa e de Deus, no mais fundo de nós mesmos já é começar a cumprí-la. Já é o começo da libertação de "todas as vâs ilusões do mundo".

sexta-feira, 30 de julho de 2010

As práticas nos livram do transe.

LIÇÃO 211

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (191) Eu sou o Próprio Filho santo de Deus.

Em silêncio e em verdadeira humildade eu busco a glória de Deus, para vê-la no Filho Que Ele criou como o meu Ser.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, 30 de julho, revisaremos em nossas práticas a ideia que nos põe em contato como a verdade acerca de nós mesmos e nos devolve à condição de Filhos santos de Deus, ao que somos na verdade.

A repetição continuada das afirmações/declarações que unificam este período de revisão visa a re-criar e reforçar em nós a sensação da unidade com Deus. Pois, na verdade, não há nada que possa nos fazer acreditar na possibilidade de uma vida separada de Deus. Para tanto, teríamos de estar separados de nós mesmos. E isto só pode acontecer quando vivemos em transe. Isto é, a maior parte do tempo!

Em geral não nos damos conta de que fomos e estamos hipnotizados, acreditando viver, em um mundo que não existe, uma "realidade" que é apenas uma sugestão hipnótica, uma ilusão criada por um sistema de crenças que, aparentemente, nos afasta de nós mesmos, do que somos, e de Deus. Isto é impossível! Para nos livrar do transe é que se fazem necessárias as práticas.

Vocês já ouviram falar ou já leram o último livro de Richard Bach, Hipnotizando Maria? Leiam, por favor. Imediatamente! O mais rápido possível!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Aprendendo a vigiar os pensamentos

LIÇÃO 210

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (190) Escolho a alegria de Deus em vez da dor.

A dor é uma ideia minha. Não é um Pensamento de Deus, mas um pensamento que tive separado d'Ele e de Sua Vontade. A Vontade d'Ele é alegria e apenas alegria para Seu Filho. E é isto que escolho em lugar do que fiz.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quinta-feira, dia 29 de julho, revisamos a ideia da lição 190: Escolho a alegria de Deus em vez da dor. Esta escolha, uma decisão que precisamos fazer e manter pelas práticas diárias, nos oferece um modo simples de mantermos a vigilância sobre nossos pensamentos, pois sempre que nos afastarmos da alegria vamos perceber que nos afastamos da Vontade de Deus para nós, que é também a nossa.

A dor, o sofrimento, a morte, a miséria, a escassez, a escuridão, a fome, a discórdia e todos os aparentes "males" do mundo são apenas efeitos de nossa "criação" equivocada. São efeitos de nossa crença na ideia de que é possível fazermos qualquer coisa separados de Deus.

Temos, pois, nas práticas de hoje mais um instrumento para o aprendizado do "orai e vigiai" a que nos exorta o texto biblíco desde muitos anos. Se aprendermos a vigiar nossos pensamentos, livrando-os de qualquer sombra de medo, não haverá mais possibilidade de "criações" equivocadas, pois faremos tudo em sintonia e em comunicação perfeita com o Pai.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A alegria de sentir-se livre

LIÇÃO 209

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (189) Sinto o Amor de Deus em mim agora.

O Amor de Deus é o que me criou. O Amor de Deus é tudo o que sou. O Amor de Deus demonstra que sou Seu Filho. O Amor de Deus em mim me liberta.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Que alegria é nos sabermos livres. Que alegria é sabermos que não somos só o corpo que nos serve de veículo de transporte e de comunicação. Que alegria nos dá compreender que ainda somos como Deus nos criou e que nada, nada, nada pode mudar isto.

Então, como não sentir o Amor de Deus agora? Como deixar de sentir o Amor Que nos envolve e nos leva a todos os lugares em segurança? Como não sentir a Presença que nos acompanha e nos guarda o tempo todo?

É isto que precisamos descobrir em nós mesmos com as práticas desta quarta-feira, dia 28 de julho.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O brilho da luz de Deus e a simplicidade da vida

LIÇÃO 208

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (188) A paz de Deus brilha em mim agora.

Vou me aquietar e deixar que a terra se aquiete comigo. E, neste silêncio, encontraremos a paz de Deus. Ela está dentro do meu coração, que dá testemunho do Próprio Deus.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

"A vida é muito simples." Nós é que a complicamos. Cada um de nós a sua maneira própria. Fazendo dela um bicho-de-sete-cabeças, damos à vida uma complexidade que ela, em absoluto, não tem, se prestarmos atenção verdadeira a suas manifestações e desdobramentos.

Assim como nós, a vida só quer ser o que é, cumprir seu papel. E ela o faz, independentemente daquelas dificuldades que atribuímos a seu desdobrar-se.

Já conosco as coisas são diferentes. Por medo, muitas vezes, de nos manifestarmos como somos, ou medo de ser aquilo que acreditamos ser no mais íntimo de nós mesmos, negamos a vida em nós, para cultivar um desejo mórbido de morte em qualquer de suas formas.  Matamo-nos uns aos outros e a nós mesmos das mais variadas maneiras.

Em nome do orgulho, deixamos de estender a mão a quem precisa de nosso conforto. Em nome do medo, deixamos de nos mostrar, defendendo-nos contante e continuamente de ataques que não são nada mais do que pedidos de ajuda. De pedidos de atenção instando-nos a mudar nossa forma de ver o mundo, a mudar nossa maneira de criar e construir o mundo, a mudar nossa maneira de nos relacionarmos com o mundo para que ele possa experimentar a paz e a luz de Deus.

A ideia que revisamos nesta terça, dia 27 de julho, pode nos ajudar a aprender a salvação e a estendê-la ao mundo, livrando-nos de todos os equívocos e permitindo que a luz de Deus brilhe sobre nós e sobre todos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Reconhecendo as bênçãos e a dependência

LIÇÃO 207

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (187) Abençoo o mundo porque abençoo a mim mesmo.

A bênção de Deus brilha sobre mim desde o interior do meu coração, onde Ele habita. Só preciso me voltar para Deus e todo o pesar se dissipa à medida que aceito Seu Amor infinito por mim.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Quando estamos em Deus tudo é bênção. E quando não estamos n'Ele? Não há um momento sequer em que não estejamos em Deus. Vivemos e nos movemos n'Ele. O tempo todo. Somos Seus Filhos, aliás, Seu Filho, uma vez que só existimos, de fato, na Unidade com o Pai.

Uma das passagens do Curso diz: "não podes conhecer o poder real do Filho em seu verdadeiro relacionamento com o Pai, a menos que reconheças tua completa dependência de Deus". E só assim podemos conhecer também todas as bênçãos. Ou reconhecer tudo como bênção. Pois, se há alguém de quem depender, quem senão Deus pode nos dar tudo aquilo de que precisamos?

A ideia para as práticas desta segunda, 26 de julho, reconhece nossa completa dependência de Deus, pois só n'Ele podemos abençoar o mundo, por nos reconhecermos abençoados.

domingo, 25 de julho de 2010

Aceitar a responsabilidade pela salvação do mundo

LIÇÃO 206

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (186) A salvação do mundo depende de mim.

Deus me confiou Suas dádivas, porque sou Seu Filho. E quero levar Suas dádivas aonde Ele deseja que elas estejam.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Eis aqui uma ideia que o sistema de pensamento do ego vai considerar como exemplo de orgulho e ver como parte de sua própria onipotência. A salvação do mundo depende de mim. Por quê? Porque o mundo só existe como projeção de nossos pensamentos, como materialização de nossas crenças. E, se ele não está salvo, só eu mesmo [e cada um de nós] posso salvá-lo.

Ao contrário de onipotência do ego, esta ideia nos dá um modo de aceitarmos a verdadeira humildade de nossa condição de Filhos de Deus, pois - lembram da introdução deste período de revisão? -, aceita, praticada, compreendida e aplicada, ela pode, de fato, trazer a salvação ao mundo.

Ao aceitá-la, entramos em contato com a verdade do que somos. E assumimos a responsabilidade com o papel que nos cabe cumprir, e que Deus nos oferece em Seu plano para a salvação do mundo. E para nossa própria salvação, que não pode acontecer separada da dele.

Aceitar a ideia que revisamos neste domingo, 25 de julho, significa aceitar as ideias que fundamentam e unificam este período de revisão. Isto é, significa aceitar e entender que não somos corpos. Somos livres. E ainda somos como Deus nos criou.

sábado, 24 de julho de 2010

Preencher a vida com a alegria perfeita

LIÇÃO 205

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (185) Eu quero a paz de Deus.

A paz de Deus é tudo o que quero. A paz de Deus é minha única meta; o objetivo de todo o meu viver aqui, o fim que busco, meu propósito e minha função, e minha vida, enquanto eu morar em um lugar em que não estou em casa.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que revisamos nesta sexta, 24 de julho, é aquela em que aprendemos a manifestar o único desejo que pode nos dar a salvação, salvar o mundo inteiro, e nos pôr a todos em contato com a luz de que somos feitos verdadeiramente.

O pensamento que praticamos hoje é o único pensamento verdadeiro que precisamos aprender a ter para transformar de forma indescritível nossa experiência de estar no mundo. Um pensamento que pode nos transportar para além de todas as aparentes barreira e obstáculos que parecem impedir de alcançarmos a alegria perfeita: a Vontade de Deus para nós.

Quanto tempo ainda vamos esperar para aceitar a ideia de que tudo o que queremos, de fato, é a paz de Deus? De que ela é a única coisa que pode preencher nossas vidas com a alegria perfeita?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Assumir o compromisso com a salvação

LIÇÃO 204

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (184) O Nome de Deus é minha herança.

O Nome de Deus me lembra de que sou Seu Filho, não escravo do tempo, livre das leis que governam o mundo de ilusões doentias, livre em Deus, um com Ele para todo o sempre.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Repetindo o comentário que fiz para esta lição no ano passado, gostaria de lembrá-los de que, assim como herdamos, de nossa família terrena, um nome que é o que nos acompanha desde nosso nascimento até o fim de nossa existência na forma humana, o fato de sermos Filhos de Deus também nos dá o direito de carregar o Nome d'Ele conosco todo o tempo que permanecemos em contato com o corpo que nos serve de veículo.

Apesar de nossa percepção de uma aparente separação, é o Nome de Deus que pode nos auxiliar a ver e a construir nossa experiência no mundo de forma diferente. E a desfazer a crença na separação, ao nos colocar a todos na unidade da experiência que nos reúne sob o Nome d'Ele. É isto que fazemos ao praticar esta lição hoje. Assumimos o compromisso com o Nome de Deus, que também é nosso próprio nome.

Isto não é praticar a salvação?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Não basta tomar a decisão

LIÇÃO 203

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (183) Invoco o Nome de Deus e o meu próprio nome.

O Nome de Deus é minha liberação de todo pensamento de mal e de pecado, porque é meu próprio nome assim como o d'Ele.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Tomar a decisão pelo Céu e por nós mesmos não basta. Precisamos insistir, persistir, perseverar, depois de tomarmos a decisão de viver de acordo com o que somos em Deus, na Verdade. Para o Curso, já estamos lá, com Deus, n'Ele, onde quer que seja este "lá", onde quer que estejamos, pois sabemos que este "lá" não é um lugar, mas um estado de espírito.

É para isto que servem as práticas dos exercícios diários.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Para aprender a volta para casa

LIÇÃO 202

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (182) Eu me aquietarei por um momento e irei para casa.

Por que eu escolheria ficar por mais um momento onde não é meu lugar, quando o Próprio Deus me dá Sua Voz e me chama de volta a casa?

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Lembremo-nos de recorrer às instruções dadas ontem para as práticas de cada uma das lições deste período. É importante mantermos em mente que cada uma destas lições, qualquer uma delas, entendida, praticada, aceita e aplicada a tudo o que aparentemente nos acontecer ao longo de todo o dia, é suficiente para nossa salvação individual e, por consequência, para a salvação do mundo inteiro, uma vez que cada uma delas contém todo o currículo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Para caminhar com passos leves

REVISÃO VI

Introdução

1. Para esta revisão tomamos apenas uma ideia a cada dia e a praticamos tantas vezes quanto possível. Além do tempo que dedicas pela manhã, que não deve ser menos do que quinze minutos e das lembranças de hora em hora, ao longo do dia, usa a ideia tantas vezes quanto puderes entre estas práticas. Cada uma destas ideias, por si só, seria suficiente para a salvação, se fosse verdadeiramente aprendida. Cada uma seria suficiente para dar liberdade a ti e ao mundo, de todas as formas de escravidão, e para convidar a lembrança de Deus a vir outra vez.

2. Com isto em mente, começamos nossa prática na qual revisamos cuidadosamente os pensamentos que o Espírito Danto nos deu em nossas últimas vinte lições. Cada um deles, se compreendido, praticado, aceito e aplicado a todos os acontecimentos aparentees ao longo de todo o dia, contém todo o currículo. Um só é suficiente. Mas, a partir deste único, não se pode fazer nenhuma exceção. E, assim, precisamos usá-los todos e permitir que eles se fundam em um só, à medida que cada um contribui para o todo que aprendemos.

3. Estas sessões de prática, como em nossa última revisão, estão centradas em torno de um tema central com o qual começamos e terminamos cada lição. É este:

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

O dia começa e termina com isto. E nós o repetimos a cada hora ou nos lembramos, nos intervalos, de que temos uma função que transcende o mundo que vemos. Além disso, e de uma repetição do pensamento particular que praticamos no dia, não se insiste em nenhuma forma de exercício, exceto em um abandono sincero de tudo o que atravanca a mente e a torna surda à razão, à sanidade e à simples verdade.

4. Para esta revisão, tentaremos ir além das palavras e das formas específica de prática. Pois, desta vez, tentamos combinar um ritmo mais rápido com um caminho mais curto para a serenidade e para a paz de Deus. Nós simplesmente fechamos os olhos e, em seguida, esquecemos tuo o que pensávamos saber e compreender. Pois, deste modo, ficamos livres de tudo o que não sabíamos e não conseguíamos compreender.

5. Há apenas uma exceção a esta falta de estrutura. Não permitas que nenhum pensamento vão passe sem ser questionado. Se perceberes algum, nega-lhe seu domínio e te apressa a assegurar a tua mente que não é isto que ela quer. Em seguida, deixa que o pensamento que negaste seja abandonado de forma tranquila em uma troca rápida e segura pela ideia que praticamos no dia.

6. Quando fores tentado, apressa-te em declarar tua liberdade da tentação, enquanto dizes:

Eu não quero este pensamento. Em seu lugar, escolho __________ .

E, em seguida, repete a ideia para o dia e deixa que ela tome o lugar daquilo que pensaste. Além de tais aplicações particulares de cada uma das ideias do dia, acrescentaremos apenas algumas expressões planejadas ou pensamentos específicos para auxiliar na prática. Como alternativa, damos estes momentos de tranquilidade ao Professor Que ensina no silêncio, fala da paz e dá a nossos pensamentos qualquer significado que eles possam ter.

7. Ofereço a Ele esta revisão por ti. Eu te coloco sob a responsabilidade d'Ele e deixo que Ele te ensine o que fazer e dizer e pensar, cada vez que te voltares para Ele. Ele não vai deixar de estar a tua disposição cada vez que O chamares para te ajudar. Vamos oferecer a Ele toda a revisão que começamos agora e não nos esqueçamos também a Quem ela foi dada, ao praticarmos dia após dia, avançando na direção da meta que Ele estabeleceu para nós; deixando que Ele nos ensine como seguir, e confiando completamente n'Ele quanto à melhor maneira pela qual cada período de prática pode se tornar uma dádiva amorosa de liberdade para o mundo.

*

LIÇÃO 201

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (181) Confio em meus irmãos, que são um comigo.

Não há ninguém que não seja meu irmão. Sou abençoado pela unidade com o universo e com Deus, meu Pai, o único Criador do todo que é meu Ser, para sempre Um comigo.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Contando com este, restam agora apenas vinte passos para chegarmos ao ponto em que as lições vão nos ensinam mais a respeito de como nos lembrarmos do que somos na verdade.

Vamos dar cada um destes passos com alegria, pois já trazemos em nossos corações a certeza de que é possível ver o mundo de modo diferente.

Andamos com passos leves pois sabemos agora que qualquer um destes últimos passos, por si só, dado com toda a disposição, de mente e coração abertos, pode nos devolver a herança que Deus, nosso Pai, reserva para cada um de nós, quando nos voltamos amorosamente para Ele dispostos a aceitar o papel que nos cabe em Seu plano para a salvação do mundo.

Ele vai conosco aonde formos. Que esta certeza permaneça em nossos corações e mentes. Que Sua presença torne cada vez mais leve nosso caminhar. Vamos com Ele. Não há mais como nos desviarmos do caminho. 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A aproximação da percepção verdadeira

LIÇÃO 200

Não há nenhuma paz a não ser a paz de Deus.

1. Não busques mais. Não acharás paz a não ser a paz de Deus. Aceita este fato e poupa a ti mesmo a agonia de decepções ainda mais amargas, do triste desespero e da fria sensação da desesperança e da dúvida. Não busques mais. Não há nada mais para achares exceto a paz de Deus, a menos que busques sofrimento e dor.

2. Este é o ponto final ao qual cada um tem de chegar, enfim, para abandonar toda a esperança de achar a felicidade aonde não há nenhuma; de ser salvo por aquilo que só pode ferir; de criar paz do caos, alegria da dor e Céu do inferno. Não tentes mais ganhar por meio da perda, nem morrer para viver. Só podes estar pedindo a derrota.

3. Todavia, com a mesma facilidade, podes pedir amor, felicidade e a vida eterna na paz que não tem fim. Pedi isto e só podes ganhar. Pedir aquilo que já tens tem de ser bem-sucedido. Pedir que aquilo que é falso seja verdadeiro só pode fracassar. Perdoa-te pelas fantasias vãs e não busques mais o que não podes achar. Pois o que poderia ser mais tolo do que buscar o inferno indefinidamente, quando tens apenas de olhar como os olhos abertos para descobrir que o Céu está diante de ti, em uma porta que se abre facilmente para te acolher?

4. Vem para casa. Não achaste tua felicidade em lugares estranhos e em formas hostis que não têm nenhum significado para ti, embora buscasses torná-las significativas. Este mundo não é o teu lugar. És um estranho aqui. Mas te é dado achar o meio a partir do qual o mundo não parece mais ser uma prisão ou uma cela para ninguém.

5. A liberdade te é dada no mesmo lugar em que só viste correntes e portas de ferro. Mas tens de mudar teu modo de pensar acerca da finalidade do mundo, se quiseres achar saída. Ficarás preso até vires o mundo inteiro como abençoado e libertares todos de teus equívocos e os aceitares pelo que são. Tu não os criaste, nem a ti mesmo. E quando libertas um, o outro é aceito como é.

6. O que o perdão faz? Na verdade, ele não tem nenhuma função e não faz nada. Pois ele é desconhecido no Céu. É só no inferno que se necessita dele e onde ele tem de servir a uma função muito importante. A libertação do Filho de Deus dos sonhos maus que ele sonha e ainda assim acredita serem verdadeiros não é um objetivo valioso? Quem poderia aspirar a mais, quando parece haver uma escolha a se fazer entre sucesso e fracasso, amor e medo?

7. Não há nenhuma paz a não ser a paz de Deus, porque Ele tem um Filho que não pode inventar um mundo que contraria a Vontade d'Ele e a sua própria, que é a mesma que a de Deus. O que ele poderia esperar achar em tal mundo? Ele não pode ser real, porque nunca foi criado. É aqui que ele quer buscar a paz? Ou ele tem de perceber, à medida que olha para ele, que o mundo só pode enganar? Porém, ele pode aprender a considerá-lo de outra forma e encontrar a paz de Deus.

8. A paz é a ponte que todos cruzarão para deixar este mundo para trás. Mas a paz começa no interior do mundo percebido de forma diferente, que conduz, a partir desta nova percepção, ao portão do Céu e ao caminho que está além. A paz é a resposta para metas divergentes, para jornadas absurdas, insensatas, buscas desvairadas, vâs e esforços sem sentido. Agora o caminho fica fácil, inclinando-se suavemente na direção da ponte na qual está a liberdade dentro da paz de Deus.

9. Não vamos nos desviar de nosso caminho novamente hoje. Vamos para o Céu e o caminho é reto. Só pde haver atraso e perda desnecessária de tempo, se tentarmos andar ao léu por atalhos espinhosos. Só Deus é certo e Ele guiará nossos passos. Ele não abandonará Seu Filho em necessidade nem o deixará se desviar de sua casa eternamente. O Pai chama, o Filho ouvirá. E isso é tudo o que existe para aquilo que parece ser um mundo separado de Deus, em que os corpos são reais.

10. Agora há silêncio. Não busques mais. Chegaste ao lugar em que a estrada é atapetada com as folhas dos desejos falsos, caídas das árvores da desesperança que buscaste antes. Agora elas estão no chão. E tu olhas para cima, e na direção do Céu, com os olhos do corpo tendo utilidade por um só instante a mais agora. A paz já é reconhecida afinal e podes sentir seu abraço suave envolver teu coração e tua mente em consolo e amor.

11. Hoje não buscamos nenhum ídolo. A paz não pode ser encontrada neles. A paz de Deus é nossa e nós só aceitamos e queremos isso. Que a paz esteja conosco hoje. Pois descobrimos um modo simples e alegre de abandonar o mundo da ambiguidade e de substituir nossas metas inconstantes e sonhos solitários pelo propósito único e pelo companheirismo. Pois a paz, se for de Deus, é união. Estamos perto de casa e nos aproximamos ainda mais cada vez que dissermos:

Não há nenhuma paz a não ser a paz de Deus,
E eu estou alegre e agradecido que seja assim.

*

COMENTÁRIO:

Com a lição desta segunda-feira, dia 19 de julho, chegamos ao fim das ideias para as práticas da primeira parte do livro de exercícios, embora isto ainda não signifique que tenhamos encerrado esta primeira parte. Pois, a partir de amanhã, vamos revisar cada uma das últimas vinte ideias que praticamos.

É admirável termos chegado até aqui, vindo de tantos lugares diferentes, sendo, aparentemente, gente tão diferente, com experiências de aprendizados tão variadas e ricas. Estamos todos de parabéns. Pois agora nos aproximamos rapidamente do ponto no aprendizado em que o Espírito Santo vai nos ensinar a percepção verdadeira.

Alegremo-nos, pois, porque depois da revisão que começaremos amanhã e que durará exatos vinte dias, vamos dar início à segunda parte dos exercícios. Já nos esquecemos de muitas das coisas que o mundo nos ensinou acerca de nós mesmos. Já somos capazes de perceber quando ele busca nos levar de volta ao auto-engano. E isto significa que atingimos os objetivos a que visam as primeiras 220 lições.

Pratiquemos, por isto, com alegria, pois já podemos vislumbrar a certeza de que estamos cada vez mais próximos de nós mesmos e, com isto, mais perto da aceitação da Vontade de Deus para nós como sendo nossa própria vontade.

domingo, 18 de julho de 2010

O instrumento para a comunicação perfeita

LIÇÃO 199

Eu não sou um corpo. Sou livre.

1. A liberdade tem de ser impossível enquanto perceberes a ti mesmo como um corpo. O corpo é um limite. Aquele que quer buscar liberdade em um corpo a procura aonde ela não pode ser encontrada. A mente pode se tornar livre quando não mais se vir em um corpo, amarrada firmemente a ele e protegida por sua presença. Se isto fosse a verdade, a mente seria, de fato, vulnerável.

2. A mente que serve ao Espírito Santo é ilimitada para sempre de todas as formas, está além das leis de tempo e espaço, livre de quaisquer preconceitos e com força e poder para fazer qualquer coisa que se pedir a ela. Pensamentos de ataque não podem entrar em uma mente como esta, porque ela foi dada à Fonte do amor, e o medo não pode entrar nunca em uma mente que se ligue ao amor. Ela descansa em Deus. E quem poderia ter medo se vive na Inocência e apenas ama?

3. É essencial para teu progresso neste curso que aceites a ideia de hoje e que lhe dês muito valor. Não te preocupes que ela seja bem insana para o ego. O ego preza o corpo porque mora nele e vive unido à casa que contrói. O corpo é uma parte da ilusão que o protege de se descobrir ilusório.

4. Ele se esconde aí e aí pode ser visto como é. Manifesta tua inocência e estás livre. O corpo desaparece, porque não tens nenhuma necessidade dele, exceto a que o Espírito Santo vê. Para isto, o corpo se apresentará como uma forma útil para aquilo que a mente tem de fazer. Deste modo, ele vem a ser um veículo que ajuda o perdão a ser estendido à meta todo-abrangente que o perdão precisa alcançar, de acordo com o plano de Deus para a salvação.

5. Sustenta a ideia de hoje e pratica-a, hoje, e todos os dias. Torna-a uma parte de todos os períodos de prática que empreenderes. Não há nenhum pensamento, em razão disso, que não se aperfeiçoe em poder para ajudar o mundo, e nenhum que não ganhe também mais dádivas para ti. Anunciamos o chamado da liberdade no mundo inteiro com esta ideia. E tu te dispensarias da aceitação das dádivas que dás?

6. O Espírito Santo é o lar das mentes que buscam liberdade. N'Ele elas encontram o que buscam. Agora a finalidade do corpo está clara. E ele se torna perfeito na capacidade de servir a uma meta não-dividida. Em resposta inequívoca e livre de conflitos à mente que tem por meta apenas o pensamento da liberdade, o corpo serve, e serve bem, ao seu objetivo. Sem o poder de escravizar, ele é um valioso servidor da liberdade que a mente, no interior do Espírito Santo, busca.

7. Liberta-te hoje. E carrega a liberdade como tua dádiva àqueles que ainda acreditam ser escravos dentro de um corpo. Liberta-te, a fim de que o Espírito Santo possa fazer uso de tua saída da escravidão para libertar os muitos que se percebem como presos e desamparados, e com medo. Deixa que o amor substitua seus medos por teu intermédio. Aceita a salvação agora e dá tua mente Àquele Que te chama para Lhe dares esta dádiva. Pois Ele quer te dar a liberdade completa, a alegria completa e a esperança que encontra sua realização plena em Deus.

8. Tu és o Filho de Deus. Tu vives na imortalidade para sempre. Não queres devolver tua mente a isto? Então pratica bem o pensamento que o Espírito Santo te dá para hoje. Nele teus irmãos ficam livres contigo; o mundo é abençoada juntamente contigo; o Filho de Deus não chorará mais e o Céu dá graças pela aumento da alegria que tua prática traz até mesmo para ele. E o Próprio Deus estende Seu Amor e felicidade cada vez que disseres:

Eu não sou um corpo. Sou livre. Ouço a Voz que Deus
me dá e é apenas a isto que minha mente obedece.

* 

COMENTÁRIO:

Muitas das pessoas que se aproximam do ensinamento do UCEM à procura de uma resposta para seus problemas e para as situações que enfrentam em sua vida pessoal e que, após um breve tempo, se afastam dele aparentemente sem razão alguma, fazem-no porque, quando começam a ouvir o que ele diz a respeito do ego e a respeito do corpo, que o Curso identifica como a casa do ego, percebem de modo equivocado uma ameaça àquilo que acreditam ser. Isto é, o Curso, de fato, é uma ameaça à manutenção da crença no ego, que se acredita capaz de nos convencer de que somos apenas corpos e que não há nada além dele em nós.

A lição deste domingo, dia 18 de julho, nos oferece para as práticas a ideia que coloca as coisas nos devidos lugares, apresentando-nos o corpo como apenas "uma forma útil para aquilo que a mente tem de fazer", uma ferramenta, um instrumento que deve nos permitir alcançar a comunicação perfeita. Ou, como diz a lição, o corpo é "um veículo que ajuda o perdão a ser estendido à meta todo-abrangente que o perdão precisa alcançar, de acordo com o plano de Deus".

É a prática desta ideia que pode nos dar a liberdade que pensamos ter perdido ao nos acreditarmos corpos por sugestão do ego. Livres da crença a que o ego quer nos induzir, libertamo-nos de todos os conflitos, pois o corpo já não pode mais nos escravizar e passa a ser apenas "um servidor valioso".

Duas pequenas observações: Vou estar fora de São Paulo nos próximos dez dias e as lições vão ser postadas de acordo com a programação enviada ao Blogger. Gostaria de lhes pedir e avisar, caso haja algum contratempo e alguma lição deixe de ser postada no dia programado, que busquem as lições a partir da 201 até 210, se isto acontecer, nas postagens de julho de 2009. As lições estão lá, da mesma forma que as programei para este período, inclusive com algum comentário a cada uma.

A segunda observação é que temos um 67º/ª seguidor(a), que não consegui identificar. Quero apenas lhe dar as boas vindas, deixando os espaço aberto a suas contribuições e manifestações sempre que ele(a) quiser partilhar qualquer de suas impressões ou experiências conosco. Obrigado por se fazer presente. Bem-vindo(a).

sábado, 17 de julho de 2010

Perdoar... alargar o círculo de compaixão.

LIÇÃO 198

Só minha condenação me fere.

1. O ferir é impossível. E, no entanto, ilusão cria ilusão. Se podes condenar, podes ser ferido. Pois acreditas que podes ferir e o direito que estabeleceste para ti mesmo agora pode ser usado contra ti, até que o abandones por inútil, indesejado e irreal. Então, a ilusão deixa de ter efeitos e aqueles que parecia ter serão desfeitos. Estás livre, então, pois a liberdade é tua dádiva e agora podes receber a dádiva que deste.

2. Condena e te tornas prisioneiro. Perdoa e ficas livre. Esta é a lei que rege a percepção. Não é uma lei que o conhecimento entende, pois a liberdade é uma parte do conhecimento. Assim, condenar é, na verdade, impossível. O que parece ser suas influências e seus efeitos absolutamente não aconteceu. No entanto, por algum tempo, temos de lidar com eles como se tivessem acontecido. Ilusão cria ilusão. Exceto uma. O perdão e ilusão que é resposta e todas as restantes.

3. O perdão varre todos os outros sonhos e, embora ele mesmo seja um sonho, ele não provoca nenhum outro. Todas as ilusões, salvo esta, têm de se multiplicar milhares de vezes. Mas é aqui que as ilusões acabam. O perdão é o fim dos sonhos, porque ele é um sonho de despertar. Ele, em si mesmo, não é a verdade. Mas ele aponta para o lugar em que a verdade tem de estar e dá a orientação com a certeza do Próprio Deus. Ele é um sonho no qual o Filho de Deus deperta para seu Ser e para seu Pai, sabendo que Eles são um só.

4. O perdão é a única via que conduz para longe do desastre, para além de todo o sofrimento e, finalmente, para longe da morte. Como poderia have outro caminho, se este é o plano do Próprio Deus? E por que te oporias e ele, brigarias com ele, buscarias achar milhares de maneiras pelas quais ele tem de estar errado, milhares de possibilidades outras?

5. Não é mais sábio ficar alegre por teres a resposta para teus problemas em tuas mãos? Não é mais inteligente agradecer Àquele Que dá a salvação e aceitar sua dádiva com gratidão? E não é uma bondade para contigo mesmo ouvir Sua Voz e aprender as lições simples que Ele quer ensinar, em lugar de tentar rejeitar Sua palavras e colocar as tuas próprias palavras no lugar das d'Ele?

6. As palavras d'Ele funcionarão. As palavras d'Ele salvarão. As palavras d'Ele contêm toda a esperança, toda a bênção e toda a alegria que alguma vez já puderam ser encontradas nesta terra. As palavras d'Ele nasceram em Deus e chegam a ti com o amor do Céu sobre elas. Aqueles que ouvem Suas palavras ouvem a canção do Céu. Pois estas são as palavras nas quais todas se fundem como uma só finalmente. E, quando esta única palavras desaparecer, o Verbo de Deus virá tomar o lugar dela, pois então ela será lembrada e amada.

7. Este mundo tem muitos territórios aparentemente separados em que a misericórdia não tem significado e onde o ataque parece ser justificado. Mas todos são um só; um lugar no qual se oferece a morte ao Filho de Deus e a seu Pai. Podes pensar que Eles aceitam. Mas, se olhares novamente para o lugar em que vês o sangue d'Eles, vais perceber um milagre em lugar dele. Que tolice é acreditar que Eles poderiam morrer! Que tolice acreditar que podes atacar! Que loucura é pensar que poderias ser condenado e que o Filho santo de Deus pode morrer!

8. A serenidade de teu Ser permanece inalterada por pensamentos como estes e não tem consciência de qualquer condenação que poderia necessitar de perdão. Sonhos de qualquer espécie são estranhos e hostis à verdade. E o que, a não ser a verdade, poderia ter um Pensamento que constrói uma ponte para si, que leva as ilusões para o outro lado?

9. Hoje praticamos deixar a liberdade vir para construir sua casa contigo. A verdade dá estas palavras a tua mente, a fim de que possas achar a chave para a luz e deixar que a escuridão acabe:

Só minha condenação me fere.
Só meu próprio perdão me liberta.

Não te esqueças hoje de que não pode haver nenhuma forma de sofrimento que não deixe de esconder um pensamento de rancor. E que também não existe nenhuam forma de dor que o perdão não possa curar.

10. Aceita a única ilusão que afirma que não há nenhuma condenação no Filho de Deus e o Céu é lembrado imediatamente; esquece-se o mundo, esquece-se todas as suas crenças estranhas com ele, quando a face de Cristo aparece, enfim, sem véu neste sonho único. Esta é a dádiva de Deus, teu Pai, que o Espírito Santo guarda para ti. Deixa que este dia também seja celebrado tanto na terra quanto em teu lar santo. Sê benigno para Ambos, enquanto perdoas as faltas das quais pensaste que Eles eram culpados e vê, desde a face de Cristo, tua inocência brilhar sobre ti.

11. Agora há silêncio no mundo inteiro. Agora existe serenidade onde antes havia uma torrente frenética de pensamentos sem sentido. Agora existe uma luz tranquila sobre a face da terra, que se acalmou em um sono sem sonhos. E agora só o Verbo de Deus permanece sobre ela. Só se pode perceber isso por mais um instante. Então, os símbolos acabam e tudo o que já pensaste ter feito se desvanece por completo da mente que Deus sabe ser Seu único Filho para sempre.

12. Não há nenhuam condenação nele. Ele é perfeito em sua santidade. Ele não precisa de nenhum pensamento de misericórdia. Quem poderia lhe dar as dádivas se tudo é seu? E quem poderia sonhar em oferecer perdão ao Filho da Própria Inocência, tão igual a Ele, De Quem é Filho, que olhar para o Filho é deixar de perceber para só conhecer o Pai? Nesta visão do Filho, tão breve que nem ao menos um instante se interpõe entre a visão única e a própria intemporalidade, vês a visão de ti mesmo e, então, desapareces para sempre em Deus.

13. Hoje chegamos ainda mais perto do fim de tudo o que ainda quer se interpor entre esta visão e nossa vista. E estamos contentes por chegar tão longe e reconhecer que Aquele Que nos trouxe até aqui não nos abandonorá agaora. Pois Ele quer nos dar a dádiva que Deus nos dá por Seu intermédio hoje. Agora é o momento de tua libertação. Chegou a hora. A hora chegou hoje.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 17 de julho, a ideia que praticamos é complementar às ideias das duas lições anteriores. Ela nos assegura, bem como as outras duas, que não há absolutamente nada fora de nós mesmos. O que equivale a dizer que tudo o que vemos é apenas uma projeção de nossos próprios pensamentos. Que o mundo que se apresenta a nossa visão é apenas uma ilusão, um pensamento ao qual damos forma. E, se este mundo aparentemente nos causa alguma dor, algum sofrimento, nos afasta da paz e nos dá a sensação de uma solidão insuportável, a única maneira de mudá-lo é mudando nossa percepção de nós mesmos. É o perdão o instrumento de que podemos nos valer para curar o mundo e para nos curarmos de tudo o que pensamos que pode nos ferir.

Einstein pode nos ajudar a pensar um pouco a respeito disto. Diz-nos ele: "Um ser humano é uma parte do todo a que se chama 'universo', uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele se experimenta, seus pensamentos e sensações, como algo separado do restante, uma espécie de ilusão de ótica da ... consciência. Esta ilusão é um tipo de prisão para nós, restringindo-nos a nossos desejos pessoais e à afeição por algumas poucas pessoas mais próximas de nós. Nossa tarefa tem de ser a de nos libertarmos desta prisão pelo alargamento de nosso círculo de compaixão para incluir todas as criaturas vivas e a totalidade da natureza em sua beleza. Ninguém é capaz de alcançar isto totalmente, mas o esforço por tal realização é parte da libertação e uma base para a segurança interior".

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O pensamento não pode nos tornar livres.

LIÇÃO 197

Só posso ganhar a minha gratidão.

1. Eis aqui o segundo passo que damos para libertar nossa mente da crença em uma força externa contrária a tua. Fazes esforços de bondade e de perdão. No entanto, tu os transformas em ataque novamente, a menos que encontres gratidão externa e agradecimentos generosos. Tuas doações têm de ser recebidas com reverência a fim de que não sejam retiradas. E, assim, pensas que as dádivas de Deus, na melhor das hipóteses, são empréstimos; na pior, enganos que te privariam de defesas para garantir que quando Ele atacar não deixe de matar.

2. Quão facilmente aqueles que não sabem o que seus pensamentos podem fazer confundem Deus e culpa. Nega tua força e a fraqueza tem de se tornar a salvação para ti. Vê a ti mesmo como prisioneiro e as grades se tornam teu lar. E também não deixarás a prisão ou reivindicarás tua força até que culpa e salvação não sejam vistas como uma só e que liberdade e salvação sejam vistas como unidas, com a força a seu lado para ser buscada e reclamada, e encontrada e plenamente reconhecida.

3. O mundo tem de te agradecer quando lhe ofereces a liberação de tuas ilusões. Contudo, teus agradecimentos também te pertencem, pois a liberaão do mundo só pode refletir a tua. Tua gratidão é tudo o que tuas dádivas pedem, para serem uma oferenda duradoura de um coração agradecido, livre do inferno para sempre. É isto que queres desfazer tomando de volta tuas dádivas porque não foram reconhecidas? És tu quem as reverencia e lhes dá os agradecimentos devidos, pois és tu quem recebe as dádivas.

4. Não importa se outro considera tuas dádivas indignas. Em sua mente, há uma parte que se junta a tua para te agradecer. Não importa se tuas dádivas parecem perdidas e inúteis. Elas são recebidas aonde são dadas. Em tua gratidão elas são aceitas universalmente e reconhecidas com gratidão pelo Coração do Próprio Deus. E tuas as tomarias de volta se Ele as aceitou com gratidão?

5. Deus abençoa toda dádiva que Lhe dás e toda dádiva é dada a Ele, porque ela só pode ser dada a ti mesmo. E aquilo que pertence a Deus tem de ser d'Ele Mesmo. No entanto, nunca perceberás claramente que as dádivas d'Ele são certas, eternas, imutáveis, infinitas, que dão eternamente, estendendo amor e somando-se a tua alegria sem fim, enquanto perdoares apenas para atacar mais uma vez.

6. Retira as dádivas que dás e pensarás que aquilo que te foi dado foi retirado de ti. Mas aprende a deixar que o perdão afaste os pecados que pensas ver fora de ti mesmo e não poderás jamais pensar que as dádivas de Deus são apenas emprestadas por algum tempo antes que Ele as tome de volta novamente na morte. Pois a morte, então não fará nenhum sentido para ti.

7. E, com o fim desta crença, o medo acaba para sempre. Agradece a teu Ser por isto, pois Ele é grato a Deus e Ele agradece por ti a Si Mesmo. Cristo ainda virá a todos que vivem, pois todos têm de viver e se mover n'Ele. O Ser que Ele é está seguro em seu Pai, porque a Vontade d'Eles é a Mesma. A gratidão d'Eles a tudo o que Eles criaram não tem fim, pois a gratidão continua a ser uma parte do amor.

8. Graças sejam dadas a ti, o Filho santo de Deus. Pois da forma pela qual foste criado, conténs todas as coisas em teu Ser. E tua ainda és como Deus te criou. E também não podes turvar a luz de tua perfeição. O Coração de Deus está assentado em teu coração. Ele gosta de ti porque tu és Ele Mesmo. Toda a gratidão te pertence, em razão do que és.

9. Dá graças do mesmo que recebes. Liberta-te de toda ingratidão a qualquer pessoa que torna teu Ser completo. E ninguém fica fora deste Ser. Dá graças por todos os incontáveis canais que estendem este Ser. Tudo o que fazes é dado a Ele. Tudo o que pensas só podem ser os Pensamentos d'Ele, ao compartilhar com Ele os Pensamentos santos de Deus. Conquista agora a gratidão que negaste a ti mesmo quando esqueceste a função que Deus te deu. Mas não penses nunca que Ele deixa de dar graças a ti alguma vez.

*

COMENTÁRIO:

Vale a pena lembrar aqui o poema que trata da possibilidade de uma relação livre do engaiolamento que, em geral, buscamos em todas as relações, com tudo e com todos. O poema que citei algumas lições atrás:

Eu sou eu. 
Você é você. 
Eu não estou neste mundo para atender
as suas expectativas.
E você não está no mundo para atender
as minhas expectativas.
Eu faço a minha coisa.
Você faz a sua.
E quando nos encontramos
É muito bom.

É para isto que lição desta sexta, 16 de julho, chama nossa atenção. Lembrando de outra lição que diz que "tudo o que dou dou a mim mesmo", a ideia de hoje remete ao pensamento de que "só posso ganhar minha própria gratidão". Isto quer dizer que tudo o que vivo tem de ser vivido apenas para minha própria satisfação, para minha própria alegria e para minha própria salvação.

Num dos volumes da trilogia Conversando com Deus, falando pelas palavras de Neale Donald Walsch, Deus afirma que a única responsabilidade que qualquer pessoa tem é apenas para consigo mesma. Isto é egoísmo? Para o sistema de pensamento do ego, talvez. Porém, se pensarmos bem, veremos que não. Pois tudo começa em nós mesmos. Em cada um de nós.

Lembro de Fritjof Capra que, após uma palestra de Krishnamurti, foi se aconselhar com ele a respeito da questão para a qual ansiava por uma resposta. Sua questão era: "Como posso ser um cientista e ainda assim seguir seu conselho para interromper o pensamento e libertar-me do conhecido?"

Capra conta que Krishnamurti, sem hesitar, respondeu a sua pergunta em dez segundos, e de um modo que resolveu completamente seu problema. A resposta foi: "Primeiro você é um ser humano e depois um cientista. Antes você tem de se tornar livre, e essa liberdade não pode ser atingida por meio do pensamento. Ela é atingida pela meditação - a compreensão da totalidade da vida, em que cessam todas as formas de fragmentação". 

Resumindo, vivemos e temos de viver para o que somos, para o Ser. As práticas das lições são o equivalente da meditação neste nosso mundo de pressas e prazos e atribulações. Elas nos proporcionam alguns intantes a cada dia para nos voltarmos para nós mesmos em busca da "compreensão da totalidade da vida", livres de pensamentos e de expectativas, livres de "todas as formas de fragmentação". Pois, voltando a algo a que já me referi antes, ficar livre dos pensamentos é alcançar aquele estado de espírito no qual abandonamos todos os esforços para compreender a vida a partir do intelecto.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Nascemos para manifestar a glória de Deus."

LIÇÃO 196

Só posso crucificar a mim mesmo.

1. Quando isto for bem compreendido e mantido em plena consciência, não tentarás te ferir nem tornar teu corpo escravo da vingança. Não atacarás a ti mesmo e perceberás claramente que atacar outro é apenas atacar a ti mesmo. Ficrás livre da crença louca de que atacar um irmão te salva. E compreenderás que a segurança dele é a tua própria segurança e que com a cura dele ficas curaado.

2. A princípio, talvez não compreendas como se pode encontrar a misericórdia que é ilimitada e mantém todas as coisas sob sua proteção segura na ideia que praticamos hoje. De fato, ela pode parecer um sinal de que não se pode nunca fugir ao castigo porque o ego, sujeito àquilo que vê como ameaça, está pronto para citar a verdade para proteger suas mentiras. Porém, deste modo, ele só pode deixar de compreender a verdade de que se vale. Mas tu podes aprender a perceber estas aplicações tolas e negar o significado que parecem tem.

3. Desta forma, também ensinas tua mente que não és um ego. Pois as maneiras pelas quais o ego quer distorcer a verdade não te enganarão mais. Não acreditarás que és um corpo a ser crucificado. E verás, na ideia de hoje, a luz da ressurreição olhando para os pensamentos de libertação e de vida, além de todos os pensamentos de crucificação e de morte.

4. A ideia de hoje é um passo que damos para nos conduzir, da escravidão, ao estado de perfeita liberdade. Vamos dar este passo hoje, a fim de podermos seguir rapidamente pelo caminho que a salvação nos mostra, dando cada passo na sequência estabelecida, enquanto a mente renuncia a seus fardo um a um. Não é de tempo que necessitamos para isto. Só de vontade. Pois aquilo que parecia precisar de mil anos pode ser feito facilmente em um só instante pela graça de Deus.

5. O pensamento sombrio e sem esperança de que podes fazer ataques a outros e te salvar te prega na cruz. Talvez ele parecesse ser a salvação. Mas ele apenas defendeu a crença de que o medo de Deus é verdadeiro. E o que é isto senão o inferno? Quem poderia acreditar que seu Pai é seu inimigo mortal, que está separado de si, e que espera para destruir sua vida e apagá-lo do universo sem medo do inferno em seu coração?

6. Esta é a forma de loucura em que acreditas, quando aceitas o pensamento amedrontador de que podes atacar outro e ficar livre. Até que esta forma mude, não há esperança. Até que, ao menos, vejas que isto tem de ser inteiramente impossível, como poderia haver saída? O medo de Deus é real para quem quer que pense que este pensamento é verdadeiro. E ele não perceberá sua tolice, ou nem mesmo verá que ela existe de modo que lhe seja possível questioná-la.

7. Para questioná-la de algum modo, primeiro sua forma tem de mudar pelo menos tanto quanto permitir que se abrande o medo de represália e que a responsabilidade te seja, até certo ponto, devolvida. A partir daí podes pelo menos considerar se queres continuar neste caminho doloroso. Até que esta mudança se realize, não podes perceber que são apenas teus pensamentos que te amedrontam e que tua libertação depende de ti.

8. Nossos próximos passos serão fáceis, se deres este hoje. A partir daí vamos adiante bem rápido. Pois tão logo compreendas que é impossível seres ferido a não ser por teus próprios pensamentos, o medo de Deus tem de desaparecer. Não podes, então, acreditar que o medo seja causado fora de ti. E Deus, A Que pensaste em banir pode ser acolhido de volta na menta santa que Ele nunca deixou.

9. Pode-se, com certeza, ouvir a canção da salvação na ideia que praticamos hoje. Se só podes crucificar a ti mesmo, não feriste o mundo e não precisas temer sua vingança e sua perseguição. Tampouco precisas te esconder aterrorizado pelo medo mortal de Deus que a projeção esconde atrás de si. A coisa que mais temes é tua salvação. Tu és forte e é força que queres. E és livre e alegre pela liberdade. Buscaste ser tão fraco quanto limitado, porque temias tua força e tua liberdade. Contudo, a salvação está nelas.

10. Há um instante em que o terror parece se apoderar de tua mente de forma tão completa que a saída parece bastante desanimadora. Quando perceberes claramente, de uma vez por todas, que é a ti mesmo que temes, a mente se perceberá dividida. E isto ficou escondido enquanto acreditaste que o ataque poderia ser dirigido para fora e devolvido de fora para dentro. Parecia existir um inimigo fora que tinhas de temer. E deste modo um deus fora de ti mesmo se tornou teu inimigo mortal; a fonte do medo.

11. Agora, por um instante, um assassino é percebido dentro de ti, ansioso por tua morte, concentrado em tramar o castigo para ti até o momento em que ele possa matar finalmente. No entanto, é neste instante também que a salvação chega. Pois o medo de Deus desaparece. E tu podes chamá-Lo para te salvar, com Seu Amor, das ilusões, chamando-O de Pai e a ti mesmo de Filho d'Ele. Reza para que o instante possa ser logo -, hoje. Afasta-te do medo e tenta te aproximar do amor.

12. Não há nenhum Pensamento de Deus que não vá contigo para te ajudar a alcançar este instante e ir além dele rapidamente com segurança para sempre. Quando o medo de Deus desaparece não há nenhum obstáculo que ainda permaneça entre tu e a santa paz de Deus. Quão benigna e misericordiosa é a ideia que praticamos! Dá-lhe boas vindas, como deves, pois ela é tua libertação. De fato, apenas tua mente é que pode tentar crucificar. Mas ao mesmo tempo tua redenção também virá de ti.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quinta-feira, dia 15 de julho, para começar, vale a pena chamar a atenção para uma frase do nono parágrafo. Uma frase que é também reveladora do medo de Deus a que o texto da lição se refere. O medo que a lição quer nos ajudar a eliminar. Ela diz: "a coisa que mais temes é tua salvação". E por quê?

Se pensarmos bem, nos veremos forçados a concordar com o que  a frase diz. Ela diz, de outro modo, a mesma coisa que Marianne Williamsom nos diz em seu livro Um Retorno ao Amor, a respeito do poder que temos. Diz ela: "Nosso medo mais profundo não é o de que sejamos medíocres. Nosso medo mais profundo é o de que sejamos poderosos além de qualquer medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos:  'Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso, fabuloso?' Na verdade quem é você para não ser? Tu és um filho de Deus. Fingir-se de pequeno não ajuda o mundo em nada. Não há nada de iluminado em se encolher para que os outros não se sintam inseguros a sua volta. Fomos feitos para brilhar, como as crianças. Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus que habita no interior de todos nós. Ela não está apenas em alguns de nós; está em todos nós. E, quando deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos permissão aos outros para que façam o mesmo. Quando nos libertamos de nosso próprio medo, nossa presença libera os outros automaticamente".

Vamos pensar a respeito disto durante as práticas?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O mundo como ferramenta para o aprendizado

LIÇÃO 195

O amor é o caminho que sigo com gratidão.

1. Gratidão é uma lição difícil de aprender para aqueles que olham para o mundo de maneira imprópria. O máximo que eles podem fazer é verem a si mesmos como melhores do que outros. E tentam ficar satisfeitos porque outro parece sofrer mais do que eles. Quão mesquinhos e censuráveis são tais pensamentos! Pois quem tem motivos para agradecer enquanto outros têm menos motivos? E quem pode sofrer menos porque vê outro sofrer mais? Tua gratidão se deve só Àquele Que fez desaparecer do mundo inteiro toda razão para o sofrimento.

2. É insano dar graças pelo sofrimento. Mas é igualmente insano faltar com a gratidão Àquele Que te oferece o meio seguro pelo qual toda dor é curada e o sofrimento substituído pelo riso e pela felicidade. E nem os que ainda são parcialmente sãos poderiam se recusar a dar os passos que Ele indica e a seguir pelo caminho que Ele coloca diante deles para fugirem da prisão que eles pensavam não ter nehuma porta para a liberdade que agora percebem.

3. Teu irmão é teu "inimigo" porque vês nele o rival para tua paz; um saqueador que tira sua alegria de ti e não te deixa nada a não ser um desespero negro, tão amargo e inexorável que não sobra nenhuma esperança. Agora a vingança é tudo o que existe para se desejar. Agora, só tentas derrubá-lo para que repouse na morte contigo, tão inútil quanto tu mesmo; com tão pouco deixado em seus dedos ávidos quanto nos teus.

4. Tu não ofereces gratidão a Deus porque teu irmão é mais escravo do que tu, nem poderias, em sã consciência, ficar com raiva se ele parecer ser mais livre. O amor não faz comparações. E a gratidão só pode ser sincera se estiver unida ao amor. Damos graças a Deus, nosso Pai, porque todas as coisas encontrarão sua liberdade em nós. Nunca acontecerá de alguns serem libertados enquanto outros ainda estiverem presos. Pois quem pode barganhar em nome do amor?

5. Por isto, dá graças, mas com sinceridade. E deixa tua gratidão dar espaço a todos que se libertarão contigo; o doente, o fraco, o necessitado e medroso, e aqueles que choram uma perda aparente ou sentem o que parece ser dor, que sofrem frio ou fome ou que andam pelo caminho do ódio e pela senda da morte. Todos estes vão contigo. Não nos comparemos a eles, pois desta forma nós os separamos de nossa consciência da unidade que compartilhamos com eles, do mesmo modo que eles têm de compartilhar conosco.

6. Agradecemos a nosso Pai por uma única coisa: por não estarmos separados de nenhuma coisa viva e, por isto, sermos um com Ele. E nos regozijamos porque não se pode fazer nunca nenhuma exceção que reduziria nossa totalidade, nem prejudicar ou mudar nossa função de completar Aquele Que é Ele Mesmo completude. Damos graças por toda coisa viva, pois do contrário não damos graças por nada e deixamos de reconhecer as dádivas de Deus para nós.

7. Deixemos, então, nossos irmãos apoiarem suas cabeças cansadas em nossos ombros enquanto descansam por um instante. Nós damos graças por eles. Pois se pudermos lhes indicar a paz que queremos encontrar, o caminho se abre, enfim, para nós. Uma porta antiga balança mais uma vez livremente; uma Palavra esquecida há muito tempo ressoa de novo em nossa lembrança e ganha clareza quando estamos dispostos mais uma vez a ouvir.

8. Segue, então, pelo caminho do amor com gratidão. Pois, quando abandonamos as compararações, esquece-se o ódio. O que mais fica como obstáculo à paz? O medo de Deus se desfaz, por fim, e nós perdoamos sem comparar. Deste modo, não podemos escolher deixar de ver algumas coisas e, ao mesmo tempo, manter outras trancadas como "pecados". Quando teu perdão for completo, terás total gratidão, porque verás que todas as coisas, por serem amorosas, se tornam merecedoras do direito ao amor, tanto quanto teu Ser.

9. Hoje aprendemos a pensar na gratidão em lugar de raiva, malícia e vingança. Tudo nos foi dado. Se nos recusarmos a reconhecê-lo, não teremos, por consequência, direito a nossa amargura e a uma percepção de nós mesmo que nos vê em um lugar de perseguição implacável, no qual somos rotulados de forma constante e empurrados de um lado para outro sem um pensamento ou cuidado por nós ou por nosso futuro? A gratidão é o pensamento singular com que substituímos estas percepções insanas. Deus Se importa conosco e nos chama de Filho. Pode existir mais do que isto?

10. Nossa gratidão preparará o caminho para Ele e encurtará nosso tempo de aprendizado mais do que poderias sonhar alguma vez. A gratidão anda de mãos dadas com o amor e onde um está o outro tem de ser encontrado. Pois a gratidão é apenas um aspecto do Amor que é a Fonte de toda a criação. Deus dá graças a ti, Seu Filho, por seres quem és; Sua Própria completude e a Fonte do amor juntamente com Ele. Tua gratidão a Ele é una com a d'Ele para ti. Pois o amor não pode andar por nenhuma estrada que não a da gratidão e, deste modo, nós, que andamos no caminho para Deus, seguimos.

*

COMENTÁRIO:

Um ditado antigo diz que todos os caminho levam à Roma, e podemos muito bem pensar, ampliando o alcance de seu significado, que todos os caminhos levam a Deus. Pois, se nos lembrarmos de uma lição bastante recente todas as coisas são lições que Deus quer que aprendamos. Isto é, todas as pessoas, todas as situações, todas as experiências que se apresentam em nossa vida, aparentemente surgidas do nada algumas vezes, só se apresentam para nos indicar o caminho do amor que devemos seguir com gratidão.

Dito de outra forma, de acordo com a ideia da lição que praticamos nesta quarta-feira, dia 14 de julho, tudo o que percebemos e vemos no mundo tem apenas um propósito: o de fazer com que nos voltemos para o interior de nós mesmos, para o lugar onde podemos encontrar o divino, o Ser, que continua a ser como Deus O criou. Uma parte de Si Mesmo, que está por inteiro em nós.

As práticas de hoje nos dão o instrumento mais eficaz para a mudança em nosso modo de olhar para o mundo, e para todas as coisas nele. Pois a gratidão, uma vez aprendida, vai nos permitir perceber o mundo de forma correta: como apenas uma ferramenta para o aprendizado. Uma ferramenta de que podemos nos valer do modo que melhor nos aprouver, mas uma ferramenta, por si só, incapaz de causas quaisquer efeitos ou de efetuar qualquer mudança naquilo que Deus criou.

Aproveito também para dar as boas vindas ao Vitor Meireles, que se juntou a nós para conhecer um pouco mais a respeito de si mesmo. Fique à vontade Vitor, por favor, para se manifestar e enriquecer nossa experiência com seus comentários e impressões. Seja bem-vindo!

terça-feira, 13 de julho de 2010

"A entrega é a atitude fundamental da fé."

LIÇÃO 194

Entrego o futuro nas Mãos de Deus.

1. A ideia de hoje é outro passo na direção à salvação rápida e é um passo gigantesco, de fato! Tão grande é a distância que ele cobre que te coloca bem perto do Céu, com a meta à frente e os obstáculos atrás. Teus pés alcançaram os gramados que te recebem com alegria no portão do Céu; o lugar sereno da paz, onde aguardas com certeza o passo final de Deus. Quão longe da terra avançamos agora. Quão perto chegamos de nossa meta! Quão curta a jornada a percorrer ainda.

2. Aceita a ideia de hoje e ultrapassas toda a ansiedade, todos os abismos do inferno, todo o negror da depressão, dos pensamentos de pecado e da desolação trazida pela culpa. Aceita a ideia de hoje e liberas o mundo de toda prisão por soltares as correntes pesadas que trancavam a porta da liberdade para ele. Tu estás salvo e tua salvação, deste modo, se torna a dádiva que dás ao mundo porque aceitas.

3. Não se sente depressão, não se experimenta dor ou se percebe perda em nenhum momento. Em nenhum momento se pode colocar a tristeza em um trono e adorá-la de modo sincero. Em nenhum momento alguém pode sequer morrer. E, por isto, cada momento dado a Deus ao passar, com o seguinte já dado a Ele, é um tempo de tua liberação da tristeza, da dor e até mesmo da própria morte.

4. Deus mantém teu futuro da mesma forma que Ele mantém teu passado e teu presente. Para Ele, eles são um só e, por esta razão, eles devem ser um para ti. Porém, neste mundo, o curso do tempo ainda parece real. E, por isto, não se pede a ti que entendas a falta de sequência que realmente se encontra no tempo. Pede-se apenas que soltes o futuro e que o coloques nas Mãos de Deus. E verás por tua experiência que depositaste também nas Mãos d'Ele o passado e o presente, porque o passado não te punirá mais e o medo do futuro não terá sentido agora.

5. Libera o futuro. Pois o passado se foi, e o que é presente, livre de seu legado de pesar e tristeza, de perda e de dor, se torna o momento em que tempo foge da escravidão das ilusões, onde segue seu curso impiedoso, inevitável. Então, cada instante que era escravo do tempo se transforma em um instante santo, quando a luz que se mantinha escondida no Filho de Deus é libertada para abençoar o mundo. Agora ele está livre e toda sua glória brilha sobre um mundo libertado com ele para compartilhar sua santidade.

6. Se puderes ver a lição de hoje como a libertação que ela realmente é, não hesitarás em dedicar um esforço tão sólido quanto possível para torná-la parte de ti. À medida que ele se tornar um pensamento que rege tua mente, um hábito em teu repertórios para a solução de problemas, uma forma de reação rápida à tentação, estenderás teu aprendizado ao mundo. E quando aprenderes a ver a salvação em todas as coisas, o mundo também perceberá que está salvo.

7. Que preocupação pode assaltar aquele que entrega seu futuro às Mãos amorosas de Deus? O que ele pode sofrer? O que pode lhe causar dor, ou lhe trazer experiência de perda? O que ele pode temer? E a que ele pode dar atenção exceto com amor? Pois aquele que escapou de todo o medo da dor futura encontrou seu caminho para a paz presente e a certeza de cuidado que o mundo não pode ameaçar jamais. Ele tem certeza de que sua percepção pode ser imperfeita, todavia nunca lhe faltará correção. Ele está liver para escolher novamente quando se enganar; para mudar sua forma de pensar quando cometer erros.

8. Coloca, então, teu futuro nas Mãos de Deus. Pois, assim, pedes que a lembrança d'Ele venha de novo, para substituir pela verdade do amor todos teus pensamentos de pecado e de mal. Pensas que deste modo o mundo poderia deixar de ganhar e que toda criatura viva não reagiria com a percepção curada? Aquele que se entrega a Deus também confia o mundo às Mãos a que ele mesmo recorre em busca de conforto e segurança. Ele abandona as ilusões doentia do mundo juntamente com as suas e oferece paz a ambas.

9. Agora estamos salvos de verdade. Pois descansamos tranquilos nas Mãos de Deus, certos de que só o bem pode vir a nós. Se esquecermos, seremos tranquilizados de modo benigno. Se aceitarmos um pensamento que não perdoa, ele logo será substituído pelo reflexo do amor. E se formos tentados a atacar, recorreremos Àquele Que protege nosso descanso para que faça por nós a escolha que deixa a tentação bem para trás. O mundo não é mais nosso inimigo, porque escolhemos ser amigos dele.

* 

COMENTÁRIO:

Se pensarmos bem, o que podemos, de fato, fazer para provocar qualquer mudança verdadeira no mundo que vemos? Lembremo-nos mais uma vez de aceitar com humildade, de aceitar serena e tranquilamente que não sabemos mesmo nada a respeito de nada. Nem sequer sabemos como escolher o caminho que nos leva à felicidade, pois não sabemos também o que é a felicidade. Aceitar isto, de coração e mente abertos, nos liberta por completo do jugo da pretensa onipotência do ego.

Alan Watts diz que "da mesma forma que a visão surge de algo invisível, também quando sabemos que não sabemos, sabemos realmente. Sabemos porque perceber claramente que não sabemos é um estado de espírito no qual temos de abandonar nossos esforços para compreender a vida a partir do intelecto".

É isto que nossa prática da ideia para esta terça, dia 13 de julho, nos oferece. A oportunidade de nos libertarmos do auto-engano, a oportunidade de reconhecermos que não há nada que precisemos fazer. Tudo está com tem de estar. Sempre! E não poderia ser de outra forma. Basta que entreguemos tudo nas Mãos de Deus. Pois, ainda de acordo com Watts, "a entrega é a atitude fundamental da fé". 

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A lição que resume e dá unidade a todas as lições

LIÇÃO 193

Todas as coisas são lições que Deus quer que eu aprenda.

1. Deus não conhece aprendizado. Mas Sua Vontade se estende àquilo que Ele não compreende, no sentido de que Ele deseja que a felicidade que Seu Filho herdou d'Ele seja serena, eterna e ganhe alcance para sempre, que se expanda eternamente na alegria da criação completa e perenemente aberta e inteiramente ilimitada n'Ele. Esta é a Vontade d'Ele. E, desta forma, a Vontade d'Ele oferece os meios para que isto se realize.

2. Deus não vê nenhuma contradição. Mas Seu Filho pensa vê-las. Assim, ele tem uma necessidade de Alguém Que possa corrigir sua visão desviada e lhe dar a visão que o conduzirá de volta ao lugar em que a percepção acaba. Deus não percebe absolutamente. Mas é Ele Quem dá o meio pelo qual a percepção se torna verdadeira e bela o suficiente para permitir que a luz do Céu brilhe sobre si. É Ele Quem responde àquilo que Seu Filho quer contestar e mantém sua inocência a salvo para sempre.

3. Estas são as liçoes que Deus quer que aprendas. A Vontade d'Ele reflete todas elas e elas refletem Sua bondade amorosa para com o Filho que Ele ama. Cada lição tem um pensamento central, o mesmo em todas elas. Só a forma muda, com circunstâncias e acontecimentos diferentes; com personagens e temas diferentes, aparentes mas não reais. Todas são iguais em seu conteúdo básico. É este:

Perdoa e verás isto de modo diferente.

4. É certo que nem toda a aflição parece ser apenas falta de perdão. Mas é este o conteúdo sob a forma. É esta igualdade que torna certo o aprendizado, porque a lição é tão simples que, no fim, não pode ser rejeitada. Ninguém pode se esconder para sempre de uma verdade tão verdadeiramente óbvia que aparece sob formas incontávies e, ainda assim, é tão facilmente reconhecida em todas elas, se se quiser ver apenas a simples lição aí.

5.                      Perdoa e verás isto de modo diferente.

Estas são as palavras que o Espírito Santo diz em todas as tuas tribulações, toda tua dor, todo sofrimento, independente de sua forma. Estas são as palavras com as quais a tentação termina, e a culpa, abandonada, não é mais reverenciada. Estas são as palavras que põem fim ao sonho do pecado e livram a mente do medo. Estas são as palavras pelas quais a salvação chega para o mundo inteiro.

6. Não aprenderemos a dizer estas palavras quando formos tentados a acreditar que a dor é real e que a morte é nossa escolha em lugar da vida? Não aprenderemos a dizer estas palavras quanto tivermos entendido seu poder para liberar todas as mentes da escravidão? Estas são as palavras que te dão poder sobre todos os acontecimentos que parecem ter recebido poder sobre ti. Tu os vês de modo correto quando manténs estas palavras em plena consciência e não te esqueces de que elas se aplicam a tudo o que vês ou a qualquer coisa que algum irmão vê de maneira imprópria.

7. Como podes saber quando vês de forma errada ou quando alguém deixa de perceber a lição que deveria aprender? A dor parece real à percepção? Se parecer, fica certo de que a lição não foi aprendida. E de que uma falta de perdão continua escondida na mente que vê a dor pelos olhos que a mente controla.

8. Deus não quer que sofras deste modo. Ele quer te ajudar a te perdoares. Seu Fiho não se lembra de quem é. E Deus quer que Ele não se esqueça de Seu Amor e de todas as dádivas que Seu Amor traz consigo. Queres renunciar a tua própria salvação agora? Queres deixar de aprender as simples lições que o Professor do Céu põe diante de ti a fim de que toda dor possa desaparecer e Deus possa ser lembrado por Seu Filho?

9. Todas as coisas são lições que Deus quer que aprendas. Ele não quer deixar um único pensamente de falta de perdão sem correção, nem sequer um espinho ou prego para ferir Seu Filho de qualquer modo. Ele quer garantir que seu descanso sagrado permaneça tranquilo e sereno, sem nenhuma preocupação, em um lar eterno que cuide dele. E Ele quer que todas as lágrimas sejam enxugadas, que não fique nenhuma por derramar e que nenhuma fique apenas esperando o tempo estabelecido para cair. Pois Deus quer que o riso substitua cada uma delas e que Seu Filho seja livre novamente.

10. Hoje tentaremos superar milhares de aparentes obstáculos à paz em só dia apenas. Deixa que a misericórdia venha a ti mais rapidamente. Não tentes evitá-la por mais um dia, mais um minuto ou mais um instante. Para isto se fez o tempo. Usa-o hoje para aquilo que é a finalidade dele. Dedica, pela manhã e à noite, o tempo que puderes para atender ao objetivo que lhe é próprio e não deixes que seja menor do que aquele que pode atender a tua necessidade mais profunda.

11. Dá tudo o que puderes e um pouco mais. Pois agora queremos nos levantar com urgência e ir para a casa de nosso Pai. Estivemos fora tempo demais e não queremos nos demorar mais aqui. E, ao praticarmos, pensemos em todas as coisas que deixamos para resolver por nós mesmos e que nos mantiveram separados da cura. Vamos dá-las todas Àquele Que conhece o modo de olhar para elas a fim de que desapareçam. Sua mensagem é a verdade; Seu ensinamento é a verdade. São Suas as lições que Deus quer que aprendamos.

12. Hoje, e nos próximos dias, a cada hora, passa algum tempo praticando a lição do perdão na forma estabelecida para o dia. E tenta aplicá-la aos acontecimentos da hora, para que a seguinte fique livre da anterior. Deste modo as amarras do tempo se afrouxam facilmente. Não deixes que nenhuma hora lance suas sombras sobre a seguinte e, quando esta passar, deixa que tudo o que aconteceu nela se vá com ela. Assim, permanecerás livre, em paz eterna no mundo do tempo.

13. Esta é a lição que Deus quer que aprendas: há um modo de olhar para cada coisa que permite que ela seja outro passo em direção a Ele e à salvação do mundo. A tudo o que fala de terror, responde assim:

Perdoarei e isto desaparecerá.

Para cada receio, cada preocupção e cada forma de sofrimento, repete estas mesmas palavras. E assim seguras a chave que abre os portões do Céu e traz o Amor de Deus Pai, enfim, para a terra, para elevá-la ao Céu. Deus Mesmo dará este passo final. Não negues os pequenos passos que Ele te pede para dar em direção a Ele.

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 12 de julho, a ideia que vamos praticar nos assegura que todas as coisas são lições que Deus quer que aprendamos. E mais: todas as coisas e todas as lições não contêm nada mais do que uma única lição, independente da forma com que se apresentem.

É esta única lição por detrás de todas as aparentes lições, por trás de todas as coisas e acontecimentos aparentemente diferentes, que pode nos pôr em contato com a ideia que torna mais rápido o aprendizado de nossa função de salvadores do mundo. Ela também torna possível a realização de nossa função mais rápida e seguramente.

Nada daquilo que vemos a partir da percepção, a partir dos sentidos, pode permanecer do mesmo modo quando nos valemos da ideia que resume e unifica todas as lições, que é a seguinte: Perdoa e verás isto de modo diferente.

Enfim, quem quer que já tenha experimentado utilizar o poder destas palavras na prática já percebeu e viveu a verdade que elas carregam. E quem ainda não as experimentou precisa experimentá-las, se, de fato, quiser aceitar o papel que lhe cabe no plano de Deus para a salvação do mundo. E para sua própria salvação.

domingo, 11 de julho de 2010

Aprendendo a não reforçar o equívoco

LIÇÃO 192

Tenho uma função que Deus quer que eu cumpra.

1. É a Vontade santa de teu Pai que tu O completes e que teu Ser seja o Filho sagrado d'Ele, puro como Ele para sempre, criado do amor, protegido no amor, estendendo amor, criando em seu nome, um com Deus e com teu Ser eternamente. Porém, o que tal função pode significar em um mundo de inveja, ódio e ataque?

2. Por isto tens uma função no mundo em seus próprios termos. Pois quem pode compreender uma linguagem muito fora de seu simples entendimento? O perdão descreve tua função aqui. Ele não é criação de Deus, pois é o meio pelo qual a falsidade pode ser desfeita. E quem perdoaria o Céu? No entanto, na terra, tu precisas do meio para abandonar as ilusões. A criação espera tua volta apenas para ser reconhecida, não para se completada.

3. A criação não pode nem mesmo ser concebida no mundo. Ela não tem sentido aqui. O perdão é o mais próximo da terra que ela pode vir. Pois, sendo natural do Céu, ela não tem absolutamente nenhuma forma. No entanto, Deus criou Alguém Que tem o poder de traduzir em forma aquilo que é completamente sem forma. O que Ele cria são sonhos, mas de um tipo tão parecido com o despertar que a luz do dia já brilha sobre eles e os olhos que já estão se abrindo têm as visões alegres que suas oferendas contêm.

4. O perdão olha de modo benigno para todas as coisas desconhecidas no Céu, vê-as desaparecerem e deixa o mundo um lousa limpa e sem marcas sobre a qual a Palavra de Deus pode agora substituir os símbolos sem sentido escritos aí anteriormente. O perdão é o meio pelo qual o medo da morte é vencido porque agora ele não exerce nenhuma atração violenta e a culpa desapareceu. O perdão permite que se perceba o corpo como ele é: um simples recurso de ensino, a ser deixado de lado quando o aprendizado estiver completo, mas que dificilmente muda de algum modo aqule que aprende.

5. A mente sem o corpo não pode cometer erros. Ela não pode pensar que morrerá, nem ser presa do ataque impiedoso. A raiva fica impossível e, então, onde está o terror? Que medos ainda poderiam assaltar aqueles que perderam a fonte de todo ataque, o centro da angústia e a morada do medo? Só o perdão pode aliviar a mente do pensamento de que o corpo é seu lar. Só o perdão pode devolver a paz que Deus pretendeu para seu Filho Santo. Só o perdão pode convencer o Filho a olhar novamente para sua santidade.

6. Comm a ira anulada, tu, de fato, perceberás que, em troca da visão de Cristo e da dádiva da visão, não se pediu nenhum sacrifício e que apenas se retirou a dor de uma mente doente e torturada. Isto não é bem-vindo? É algo para se temer? Ou é algo a se esperar, para se encontrar com gratidão e para se aceitar com alegria? Nós somos um só e, por isto, não desistimos de nada. Mas, de fato, tudo nos foi dado por Deus.

7. Contudo, precisamos do perdão para perceber que isto é verdade. Sem a luz benigna do perdão, tateamos nas trevas, usando a a razão apenas para justificar nossa raiva e nosso ataque. Nossa compreensão é tão limitada que aquilo que pensamos entender é apenas confusão nascida do erro. Estamos perdidos em névoas de sonhos transitórios e de pensamentos assustadores, com nossos olhos bem fechados contra a luz; nossas mentes envolvidas na adoração daquilo que não existe.

8. Quem pode renascer em Cristo a não ser aquele que perdoa todos que vê, ou pensa, ou imagina? Quem poderia se libertar enquanto aprisionar alguém? Um carcereiro não é livre, pois está preso junto de seu prisioneiro. Tem de ter certeza de que ele não fugirá e, assim, passa seu tempo a vigiá-lo. As barreiras que limitam o prisioneiro passam a ser o mundo no qual seu carcereiro vive junto com ele. E é da liberdade dele que depende o caminho para a libertação de ambos.

9. Por isto, não aprisiones ninguém. Libera em vez de prender, pois assim tu te tornas livre. O caminho é simples. Todas as vezes que sentires uma punhalada de raiva, percebe claramente que seguras uma espada sobre tua cabeça. E ela cairá ou será desviada na medida em que escolheres ser condenado ou livre. Desta forma, cada um que parecer te tentar a ficar com raiva simboliza teu salvador da prisão da morte. E, assim, tu lhe deves gratidão em vez de dor.

10. Sê misericordioso hoje. O Filho de Deus merece tua misericórdia. É ele quem pede que aceites o caminho para a liberdade agora. Não o rejeites. O Amor de seu Pai por ele te pertence. Tua função aqui na terra é só perdoá-lo, para poderes aceitá-lo de volta como tua Identidade. Ele é como Deus o criou. E tu és o que ele é. Perdoa os pecados dele agora e verás que tu és um com ele.

*

COMENTÁRIO:

Duas coisinhas apenas a respeito da ideia que vamos praticar neste domingo, dia 11 de julho. Ambas estão no nono parágrafo. A primeira diz: "O caminho é simples". Algo que o Curso fala muitas vezes, mas que, no ego, não acreditamos. Preferimos, como ele já disse em uma lição anterior, adiar o Céu, postergar o instante santo.

A outra:  "... cada um que parecer te tentar a ficar com raiva simboliza teu salvador... tu lhe deves gratidão em vez de dor". Ou de raiva, ou de qualquer outra emoção que represente a crença em que podemos de algum modo estar separados de qualquer coisa que viva.

Se mantivermos presente a lembrança das quatro leis da espiritualidade a que me referi dia destes, vamos perceber de forma clara que só nós mesmos nos condenamos ou ferimos, algo que o Curso também diz de maneira bem clara, tanto no texto quanto em várias das lições que já praticamos. E de modo mais específico em duas das próximas lições que dizem: "só posso crucificar a mim mesmo" e "só minha condenação me fere".

Voltando ainda à questão da Ana Cláudia - lembram? -, penso que esta lição amplia a resposta dada pela lição anterior em que me referi à questão, pois esta assegura que "só o perdão pode aliviar a mente do pensamento de que o corpo é seu lar". Como pensar a respeito de e/ou lidar com uma situação em que alguém, quem quer que seja, próximo a nós, ou mesmo aparentemente distante de nós, "escolhe" se aprisionar em uma experiência corpórea [doença, invalidez, perda de membros, perda de memória, afasia...] que sejamos "obrigados" a compartilhar? E precisamos nos lembrar sempre de que esta escolha, na maioria das vezes, não é consciente.

E nossa "obrigação" pode se dever a vínculos relacionados à proximidade que temos com ela - parentesco, relacionamento - ou, quando não há vínculos nem proximidade, pelo fato de ela ser alguém que serve como referência, uma pessoa muito conhecida, uma personalidade, uma pessoa de destaque social, político, um artista. E podemos até pensar em um exemplo recente que é o caso deste menino, o Bruno, que é goleiro do Flamengo, sobre quem "se abateu" uma tragédia.

Qualquer atitude que tenhamos, e que leve ao aprisionamento da pessoa na escolha que fez e que julgamos equivocada simplesmente porque não a compreendemos, vai reforçar o equívoco e, por consequência o auto-engano. Isto é, buscamos nos eximir de qualquer responsabilidade, entregando-a às feras do julgamento, à raiva, aos médicos, à prisão e a quaisquer símbolos da separação que possam momentaneamente nos afastar dela, por ela ter deixado de atender às expectativas que tínhamos, o que nos autoriza a rejeitá-la.

Voltemo-nos, então, para o que diz o último parágrafo desta lição: "Sê misericordioso hoje. O Filho de Deus merece tua misericórdia (...) Não o rejeites (...) Tua função aqui... é só perdoá-lo..." É esta atitude que pode nos mostrar o caminho para a liberdade. É isto que pode transformar cada instante de nossa experiência em um "instante santo". É isto que pode nos garantir que nos decidimos pelo Céu.

sábado, 10 de julho de 2010

A verdade a nosso respeito não muda

LIÇÃO 191

Eu sou o Próprio Filho santo de Deus.

1. Eis aqui tua declaração de independência da escravidão do mundo. E aqui o mundo inteiro também é liberado. Tu não percebes o que fizeste ao dares o mundo o papel de carcereiro do Filho de Deus. O que ele poderia ser senão perverso e amedrontado, assustado com sombras, punitivo e violento, destituído de todo bom senso, cego e louco de ódio?

2. O que fazes para que teu mundo seja este? O que fazes para ser isto o que vês? Nega tua própria Identidade e é isto que fica. Olhas para o caos e declaras que ele é tu mesmo. Não há nenhuma visão que deixe de testemunhar isto para ti. Não há nenhum som que não fale da fragilidade dentro e fora de ti; nenhum ar que respires que não pareça te levar para mais perdo da morte; nenhuma esperança que tenhas que não se desfaça em lágrimas.

3. Nega tua própria Identidade e não fugirás da loucura que levou a este pensamento estranho, não natural e arrepiante que zomba da criação e ri de Deus. Nega tua própria Identidade e investes violentamente sozinho contra o universo, sem um amigo; uma minúscula partícula de pó contra as legiões de teus inimigos. Nega tua própria Identidade e olhas para o mal, para o pecado e para a morte e observas o desespero arrebatar cada pedacinho de esperança de tuas mãos, não te deixando nada a não ser o desejo de morrer.

4. No entanto, o que é isto exceto uma brincadeira que fazes, na qual a Identidade pode ser negada? Tu és como Deus te criou. Acreditar em tudo o mais que não nesta única coisa é loucura. Todos se libertam neste único pensamento. Nesta única verdade todas as ilusões desaparecem. Neste único fato afirma-se a inocência para que ela seja parte de todas as coisas para sempre, o núcleo central da existência delas e sua garantia de imortalidade.

5. Mas deixa a ideia de hoje encontrar um lugar entre os teus pensamentos e te elevarás muito acima do mundo e de todos os pensamentos mundanos que o mantêm prisioneiro. E a partir deste ponto de segurança e liberdade voltarás e o libertarás. Pois aquele que pode aceitar sua verdadeira Identidade está salvo de verdade. E sua salvação é a dádiva que ele dá a todos, em gratidão Àquele Qeu indicou o caminho para a felicidade que mudou toda sua perspectiva do mundo.

6. Um único pensamento santo como este e estás livre; tu és o Próprio Filho santo de Deus. E com este pensamento santo aprendes também que libertaste o mundo. Tu não tens nenhuma necessidade de usá-lo de maneira cruel e, então, perceber esta necessidade perversa nele. Tu o libertas de sua prisão. Tu não verás uma imagem perturbadora de ti mesmo andando pelo mundo aterrorizada, com o mundo se retorcendo em agonia porque teus medos impuseram a marca da morte sobre seu coração.

7. Alegra-te hoje com a facilidade tamanha com que o inferno se desfaz. Só precisas dizer a ti mesmo:

Eu sou o Próprio Filho santo de Deus. Não posso
sofrer, não posso sentir dor; não posso sofrer perda,
nem deixar de fazer tudo o que a salvação pede.

E, neste pensamento, tudo o que olhas se transforma por completo.

8. Um milagre ilumina todas as cavernas escuras e antigas onde os ritos de morte ecoaram desde o início do tempo. Pois o tempo perde seu controle sobre o mundo. O Filho de Deus vem em glória para redimir os perdidos, para salvar os desamparados e para dar ao mundo a dádiva de seu perdão. Quem poderia ver o mundo como sombrio e pecaminoso, quanto, enfim, o Filho de Deus chega novamente para libertá-lo?

9. Tu, que te percebes fraco e frágil, com esperanças inúteis e sonhos perturbadores, nascido para morrer, para chorar e sentir dor, ouve isto: todo o poder te foi dado na terra e no Céu. Não existe nada que não possas fazer. Tu jogas o jogo da morte, de estar desamparado, lamentavelmente preso à degradação em um mundo que não demonstra nenhuma misericórdia por ti. No entanto, quando lhe concederes misericórdia, a misericórdia dele brilhará sobre ti.

10. Deixa, então, o Filho de Deus despertar de seu sono e, ao abrir seus olhos santos, voltar mais uma vez para abençoar o mundo que ele criou. Ele começou no erro, mas terminará no reflexo de sua santidade. E ele não dormirá mais e nem sonhará com a morte. Une-te, então, a mim hoje. Tua glória é a luz que salva o mundo. Não detenhas mais a salvação. Olha para o mundo e vê aí o sofrimento. Teu coração não está disposto a trazer descanso a teus irmãos fatigados?

11. Eles têm de esperar tua própria liberação. Eles ficam presos até que estejas livre. Eles não podem ver a misericórdia do mundo até que a encontres em ti mesmo. Eles sentem dor até que negues o controle dela sobre ti. Eles morrem até aceitares tua própria vida eterna. Tu és o Próprio Filho santo de Deus. Lembra-te disto e todo mundo fica livre. Lembra-te disto é a terra e o Céu se tornam uma coisa só.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 10 de julho, vamos aprender a declarar nossa própria independência da escravidão do mundo. Como disse a respeito da ideia desta lição no ano passado, a prática de hoje nos põe mais uma vez em contato com a verdade acerca daquilo que somos e, deste modo, nos devolve a identidade de Filho de Deus.

Ainda somos como Deus nos criou e, por mais que a crença em uma separação que nunca aconteceu venha rondar nossas mentes, esta verdade não muda. Por isto, neste dia, tudo o que temos de fazer é permitir que a ideia que praticamos encontre seu lugar em nossos pensamentos, para podermos nos elevar acima do mundo e das coisas do mundo e do valor que atribuimos equivocamente a ele e a elas, confundindo-os com o que somos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

As quatro leis da espiritualidade

LIÇÃO 190

Escolho a alegria de Deus em vez da dor.

1. A dor é uma perspectiva errada. Quando experimentada, sob qualquer forma, é uma prova de auto-engano. Ela não é absolutamente um fato. Não há nenhuma forma que ela tome que não desapareça se vista de forma correta. Pois a dor declara que Deus é cruel. Como isso poderia ser real sob qualquer forma? Ela é testemunha do ódio de Deus Pai por Seu Filho, da pecabilidade que Deus vê nele e do desejo louco de vingança e de morte de Deus.

2. Tais projeções podem ser provadas? Elas podem ser qualquer coisa a não ser totalmente falsas? A dor é apenas uma testemunha dos equívocos do Filho acerca do que ele pensa ser. É um sonho de uma retaliação violenta a um crime que não poderia ser cometido, pois ataca aquilo que é totalmente inatacável. É um pesadelo de abandono por um Amor Eterno, que não poderia deixar o Filho a quem Ele criou no amor.

3. A dor é um sinal de que as ilusões reinam no lugar da verdade. Ela demonstra que Deus é negado, confundido com o medo, percebido como louco e visto como traidor de Si Mesmo. Se Deus é real, a dor não existe. Ser a dor é real, Deus não existe. Pois a vingança não é parte do amor. E o medo, que nega o amor e utiliza a dor para provar que Deus está morto, mostra que a morte é vitoriosa sobre a vida. O corpo é o Filho de Dues, perecível pela morte, tão mortal quanto o Pai que ele assassinou.

4. Paz a tal insensatez! Cegou a hora de rir de tais ideias insanas. Não há nenhuma necessidade de se pensar nelas como crimes hediondos ou como pecados secretos com consequências funestas. Quem a não ser um louco poderia concebê-las como causa para qualquer coisa? Sua testemunha, a dor, é tão louca quanto elas e não deve ser mais temida do que as ilusões insanas que ela protege e tenta demonstrar que também têm de ser verdadeiras.

5. São só teus pensamentos que te causam dor. Nada fora de tua mente pode te ferir ou machucar de qualquer modo. Não há nenhuma causa além de ti mesmo que possa surgir e te trazer depressão. Ninguém, não ser tu mesmo, te afeta. Não existe nada no mundo que tenha o poder de te deixar doente ou triste, ou fraco, ou frágil. Mas és tu quem tem o poder para dominar todas as coisas que vês, reconhecendo simplesmente o que és. Quando perceberes que todas as coisas são inofensivas, elas aceitarão tua vontade santa como sendo a delas. E, agora, aquilo que se via como amedrontador se torna uma fonte de inocência e de santidade.

6. Meu irmão santo, pensa nisto um instante: o mundo que vês não faz nada. Ele não tem absolutamente nenhum efeito. Ele simplesmente representa teus pensamentos. E vai mudar completamente quando optares por mudar teu modo de pensar e escolheres a alegria de Deus como aquilo que realmente queres. Teu Ser fica radiante nesta alegria santa, inalterado, invariável e constante para todo o sempre. E negarias a um cantinho de tua mente sua própria herança e a manterias como um hospital para a dor, um lugar doentio onde as coisas vivas têm de vir para morrer finalmente?

7. O mundo pode parecer te causar dor. E, no entanto, o mundo, como algo sem causa, não tem nenhum poder, para causar. Como um efeito, ele não pode produzir efeitos. Como uma ilusão, ele é o que desejares. Teus desejos vãos representam suas fores. Teus desejos estranhos trazem sonhos maus a ele. Teus pensamentos de medo o envolve no medo, enquanto em teu perdão benigno ele vive.

8. A dor é o pensamento do mal tomando forma e produzindo destruição em tua mente santa. A dor é o resgate que pagas alegremente para não seres livre. Na dor, nega-se a Deus o Filho que Ele ama. Na dor, o medo parece triunfar sobre o amor e o tempo substituir a eternidade e o Céu. E o mundo se torna um lugar cruel e amargo, onde o sofrimento governa e pequenas alegrias recuam diante do ataque violento da dor terrível que espera para pôr fim a toda alegria na amargura.

9. Depõe tuas armas e vem sem defesa para o lugar tranquilo onde, enfim, a paz do Ceú mantém todas as coisas serenas. Renuncia a todos os pensamentos de perigo e de medo. Não permitas que nenhum ataque entre contigo. Depõe a espada cruel do julgamento que sustentas contra tua garganta e põe de lado os ataques destruidores com os quais buscas esconder tua santidade.

10. Aqui compreenderás que a dor não existe. Aqui a alegria de Deus te pertence. Este é o dia em que te é dado perceber claramente a lição que contém todo o poder da salvação. É esta: a dor é ilusão; a alegria, realidade. A dor é apenas sono; a alegria é despertar. A dor é engano; só a alegria é verdade.

11. E, assim mais uma vez fazemos a única escolha que em algum momento se pode fazer: escolhemos entre as ilusões e a verdade, ou entre a dor e a alegria, ou entre o inferno e o Céu. Deixemos que nossa gratidão para com nosso Professor encha nossos corações, à medida que ficamos livres para escolher a alegria em vez da dor, nossa santidade em lugar do pecado, a paz de Deus em vez do conflito e a luz do Ceú no lugar da escuridão do mundo.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, 9 de julho, a ideia que a lição nos oferece me trouxe à mente uma questão da Ana Cláudia, no encontro do grupo de estudos da última terça. Parece-me, na verdade, que tudo o que a lição nos diz, convidando-nos a aceitar como verdadeira a possibilidade que temos de escolher sempre a alegria de Deus em lugar de qualquer dor, responde diretamente à questão de Ana Cláudia. Uma questão com a qual, como não poderia deixar de ser, todos nós nos defrontamos muita vezes. Até porque, de fato, é muito difícil entender como podemos "aparentemente" escolher a dor, o sofrimento, o pesar, as limitações, se a escolha do Céu está sempre a nossa disposição.

O que acontece, em geral, é que queremos entender as coisas de maneira racional e lógica, a partir do que nos aconselha o sistema de pensamento do ego. Esquecemo-nos, porém, de que nosso lado racional e lógico, a consciência que temos das escolhas que fazemos, é apenas uma pontinha do iceberg. A maioria das vezes não temos a menor consciência dos processos que se desencadeiam em nosso interior, a partir de uma fala, de um gesto, de uma lembrança. Aquilo que aprendemos há muito tempo, e que pensávamos ter esquecido, fica registrado como uma memória, e está pronto a se manifestar à primeira oportunidade. Daí a necessidade da prática dos exercícios. Daí a necessidade da Expiação. Daí a necessidade da atenção que devemos dar a qualquer coisa que aparentemente contrarie nossos desejos conscientes. Ela bem pode ser resultado de uma escolha que não sabemos ter feito. De um programa obsoleto que ficou implantado em nossa memória e não foi apagado, como pensávamos que fora.

Mais importante que tudo isto, no entanto, é aprendermos a acolher quaisquer pessoas, situações e experiências que se apresentem, entendendo que elas sempre se apresentam para atender a uma escolha nossa, mesmo quando não temos consciência dela.

Ajuda, talvez, mantermos em mente as quatro leis da espiritualidade que se ensinam na Índia, e que são, de acordo com meu amigo Rivaldo C. Andrade, no facebook, as seguintes:

1ª. A pessoa que vem é a certa.

2ª. Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.

3ª. Toda vez que você iniciar é o momento certo.

4ª. Quando algo termina, acaba realmente.