sábado, 31 de outubro de 2009

Olhar para o mundo com os olhos de Cristo

Ufa! Demorou mas aí vai a lição 304, deste dia 31 de outubro. Uma lição que nos convida a repensar o mundo que criamos e construímos a partir do sistema de pensamento do ego, como forma de esconder de nós mesmos aquilo que somos verdadeiramente. Por isso, a ideia da lição de hoje nos pede para praticar de forma a não permitir que este mundo oculte de nós a visão de Cristo, o Filho de Deus, que somos de fato. Do seguinte modo:

Que meu mundo não esconda a visão de Cristo.

1. Eu posso esconder minha visão sagrada, se impuser meu mundo a ela. E também não posso ver as cenas sagradas para as quais Cristo olha, a menos que utilize Sua visão. A percepção é um espelho, não um fato. E aquilo para que olho é meu estado de espírito projetado para fora. Eu quero alcançar o mundo olhando para ele com os olhos de Cristo. E olharei para os sinais seguros de que todos os meus pecados foram perdoados.

2. Tu me conduzes da escuridão à luz, do pecado à santidade. Permite que eu perdoe e, assim, receba a salvação para o mundo. A salvação é Tua dádiva, meu Pai, dada a mim para eu oferecer a Teu Filho santo, para que eu possa encontrar novamente a memória de Ti e de Teu Filho tal qual Tu o criaste.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Permitir o renascimento do Cristo

A lição 303, para este dia 30 de outubro, nos convida a praticar a ideia de permitir o novo nascimento do Cristo em nós hoje. Pratiquemos deste modo:

O Cristo santo nasce em mim hoje.

1. Vigiai comigo, anjos, vigiai comigo hoje. Deixai que todos os Pensamentos santos de Deus me envolvam e permanecei em silêncio comigo enquanto nasce o Filho do Céu. Deixai que os sons da terra silenciem e que desapareçam as cenas a que estou acostumado. Deixai Cristo ser acolhido no lugar em que Ele se sente em casa. E deixai que Ele ouça os sons que Ele compreende e veja apenas as cenas que mostram o Amor de Seu Pai. Permiti que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasce novamente em mim.

2. Teu Filho é bem-vindo, Pai. Ele vem para me salvar do ser maligno que criei. Ele é o Ser que Tu me dás. Ele é apenas aquilo que, na verdade, sou. Ele é o Filho que Tu amas acima de todas as coisas. Ele é meu Ser tal qual Tu me criaste. Não é Cristo que pode ser crucificado. A salvo em Teus Braços, permite que eu receba Teu Filho.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ver a luz do espírito e não as trevas do ego

Comecemos dando as boas vindas a Alessandra Clodoaldo, que se juntou a nós. E também a Dagmar, que frequentou nosso grupo de estudos por algum tempo, antes de mudar para Juiz de Fora, se não me engano, não é Dagmar? Bem-vindas! Obrigado por se unirem a nós com sua energia amorosa, para nos ajudar a aprender como desfazer os equívocos juntos e a aceitar a Expiação para nós mesmos, integrando em nós todas as partes da criação, todos os aspectos de nós mesmos, que pensamos separados, como forma de voltarmos ao contato com o divino em nós mesmos, com nossa própria santidade e com Deus.

Neste dia 29 de outubro, a lição 302 nos convida a praticar a ideia de substituir as trevas do ego pela luz do espírito. Do seguinte modo:

Eu vejo luz onde havia escuridão.

1. Pai, finalmente nossos olhos estão se abrindo. Teu mundo santo nos espera, uma vez que nossa visão é, por fim, devolvida e podemos ver. Pensávamos sofrer. Mas tínhamos nos esquecido do Filho que Tu criaste. Agora vemos que as trevas são nossa própria fantasia, e que a luz está aí para vermos. A visão de Cristo transforma as trevas em luz, pois o medo tem de desaparecer quando o amor chega. Permite-me perdoar Teu mundo santo hoje, para que eu possa ver sua santidade e compreender que ela apenas reflete minha própria santidade.

2 Nosso Amor nos espera enquanto vamos a Ele, e anda a nosso lado indicando o caminho. Ele não falha em nada. É Ele o Fim que buscamos, e é Ele o Meio pelo qual vamos a Ele.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aprender a olhar para o mundo de Deus

Iniciamos hoje a nona série das lições que, nesta segunda parte do Livro de Exercícios, foram desenhadas para oferecer a "percepção verdadeira". O tema que dá unidade às próximas lições é a Segunda Vinda [do Cristo]. Como de costume, o tema central abre cada uma das séries de dez lições e a orientação do Curso para toda esta segunda parte é a de que revisitemos o tema inicial diariamente antes das práticas do dia. Para a série que começamos hoje, portanto, a introdução se apresenta da seguinte forma:
9. O que é a Segunda Vinda?
1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção dos erros e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que devolve o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. É o convite para que o Verbo de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão descanse sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu advento benigno, que abarca todas as coisas vivas contigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda, porque brilha sobre todas as coisas como um só. E, desse modo, a unidade é por fim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo final que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o tempo em que todas as mentes são entregues nas mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido como uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não descanses nisso. Ela precisa de teus olhos, e ouvidos e mãos e pés. Ela necessita de tua voz. E, mais do que tudo, ela necessita de tua disposição. Regozijemo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e nos unirmos em sua luz santa. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por meio d'Ele.

*

A lição 301, deste dia 28 de outubro, está, por mais incrível que possa parecer, estreitamente relacionada à leitura que fizemos ontem à noite no grupo de estudo do UCEM. Acredito mesmo que ela responde de forma bastante literal e direta à pergunta do Cassio [Obrigado por seus comentários no blogue à lição de ontem.] acerca do modo como vemos o mundo. Por isso, para quem não estava presente, e para os que desejarem aprofundar um pouco mais a reflexão a que nos remete a ideia para as práticas de hoje, informo que a leitura foi a do texto intitulado As condições da paz, o oitavo subcapítulo do capítulo 17 do texto, da página 392 até a página 394.

A lição de hoje se apresenta assim:

E o Próprio Deus enxugará todas as lágrimas.

1. Pai, a não ser que eu julgue, não posso chorar. Tampouco posso sentir dor, ou sentir que estou abandonado ou que sou desnecessário no mundo. Este é meu lar porque não o julgo e, por isso, ele é apenas aquilo que Tu desejas. Permite-me, hoje, vê-lo sem condenação, com os olhos felizes que o perdão libera de todas as distorções. Deixa-me ver Teu mundo em lugar do meu. E todas as lágrimas que derramei serão esquecidas, pois sua fonte secou. Pai, não julgarei Teu mundo hoje.

2. O mundo de Deus é feliz. Os que olham para ele só podem somar a alegria deles a ele e abençoá-lo como um motivo de mais alegria em si mesmos. Chorávamos porque não compreendíamos. Mas aprendemos que o mundo víamos era falso e, hoje, olharemos para o mundo de Deus.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um instante que já dura 300 dias

E eis que, neste dia 27 de outubro, chegamos à lição de número 300. Vivas! Um marco! Não lhes parece? A lição de hoje encerra mais uma das séries desta segunda parte do Livro de Exercícios e nos leva até mais perto da "percepção verdadeira". De nós mesmos, do mundo e de tudo o que aparentemente existe nele. Este mundo que, vamos aprender a ver, não dura mais do que apenas um instante.

Sou imensamente grato a todos vocês que andam comigo e ajudam a manter meus passos firmes ao longo desta jornada. Acho que podemos nos alegrar pelo feito. Afinal estamos juntos há 300 dias. Indo na mesma direção. Indo na direção de nós mesmos. Na direção de Deus, nossa meta. Obrigado. Muitíssimo obrigado.

Continuemos, então, com a ideia para as práticas de hoje, que se apresenta assim:

Este mundo dura só um instante.

1. Este é um pensamento que pode ser usado para dizer que a morte e a dor são o destino inevitável de todos que vêm aqui, pois suas alegrias desapareceram antes de serem possuídas ou mesmo apreendidas. Porém, esta também é a ideia que não permite que nenhuma percepção falsa nos mantenha sob seu controle, nem represente mais do que uma nuvem passageira em um céu eternamente sereno. E é essa serenidade que buscamos hoje, sem nuvens, óbvia e segura.

2. Buscamos Teu mundo santo hoje. Pois nós, Teus Filhos amados, nos desviamos do caminho por algum tempo. Mas ouvimos Tua Voz e aprendemos o que fazer exatamente para sermos devolvidos ao Céu e a nossa Identidade verdadeira. E damos graças que o mundo dure apenas por um instante. Queremos ir além desse instante diminuto até a eternidade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Entrar em contato com a santidade

Vamos, hoje, começar agradecendo a 'rchrispim' por ter se juntado a nós neste domingo. Bem-vinda, R.! Espero que você se sinta à vontade para comentar, compartilhar e oferecer sua contribuição. Sem susto, sem medo. Carmen, mais uma vez obrigado por sua contribuição. É muito importante termos em mente que a escolha de ser a vítima ou a de ser o vitimizador são a mesma coisa [a mesma ilusão] para o ensinamento. E quem sempre se regozija com tais escolhas [e as aconselha] é o ego. Tanto escolher ser a vítima quanto escolher ser o carrasco é escolher o ego e deixar Deus de lado.

A este respeito, entre outras coisas, o UCEM diz que: "O desejo de seres tratado injustamente [vítima] é uma tentativa de transigência que pretende combinar o ataque e a inocência. Quem é capaz de combinar o que é totalmente incompatível e fazer uma unidade do que jamais pode ser unido? (...) Sempre que consentires em sofrer dor, ser excluído, ser tratado de forma injusta ou sentir necessidade de qualquer coisa, tu apenas acusas [carrasco] teu irmão de estar atacando o Filho de Deus" (T-27.I.1:1-2;3:1). Para curar isso precisamos entrar em contato com a santidade de Deus em nós mesmos. É disso que trata a lição 299, deste dia 26 de outubro.

Assim, começamos a semana praticando uma ideia que nos devolve a nós mesmos, e ao que somos no mundo real. Vocês ainda lembram que as ideias para nossas práticas desta série estão vinculadas ao tema: O que é o mundo real?, não é mesmo?

Do seguinte modo:

A santidade eterna habita em mim.

1. Minha santidade está muito além de minha própria capacidade de compreender ou conhecer. Porém, Deus, meu Pai, reconhece minha santidade como a Sua. Nossa Vontade conjunta a compreende. E nossa Vontade conjunta sabe que é assim.

2. Pai, minha santidade não vem de mim. Ela não é minha para ser destruída pelo pecado. Ela não é minha para sofrer ataque. Ilusões podem escondê-la, mas não podem apagar seu brilho nem diminuir sua luz. Ela permanece perfeita e intocada para sempre. Todas as coisas são curadas nela, porque continuam a ser tal qual Tu as criaste. E eu posso conhecer minha santidade. Pois a Própria Santidade me criou, e posso conhecer minha Fonte porque é Tua Vontade que Tu sejas conhecido.

domingo, 25 de outubro de 2009

Aceitar a condição de filhos muito amados

A lição 298, para este domingo dia 25 de outubro nos convida a declarar a verdade a respeito do amor que sentimos pelo Pai e por Seu Filho. Uma declaração que nos liberta de uma vez por todas do medo. Certos de que nosso amor é aceito sem reservas. Pois reconhecer nosso amor, declará-lo com gratidão e reconhecer nossa completa e total dependência de Deus é aceitar nossa condição de filhos muito amados do Pai, para aprender e ensinar a viver a alegria perfeita, que é a Vontade d'Ele para cada um de nós.

Nossas práticas devem se dar da seguinte forma:

Eu Te amo, Pai, e amo Teu Filho.

1. Minha gratidão permite que meu amor seja aceito sem medo. E, dessa forma, sou por fim devolvido a minha realidade. O perdão retira tudo o que atrapalhava minha visão santa. E eu chego perto do fim de jornadas sem sentido, de carreiras loucas e de valores artificiais. Em lugar disso, aceito o que Deus estabeleceu como meu, certo de que só nisso serei salvo; certo de que atravesso o medo para encontrar meu Amor.

2. Pai, venho a Ti hoje, porque não quero seguir nenhum caminho a não ser o Teu. Tu estás a meu lado. Teu caminho é seguro. E eu sou grato por Tuas dádivas de refúgio garantido e de saída para tudo o que quer ocultar mu amor por Deus, meu Pai e por Seu Filho santo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Aceitar a Expiação para salvar o mundo

Neste sábado, dia 24 de outubro, a lição 297 nos convida a praticar com a ideia que traz consigo a fórmula básica para a salvação. A ideia de que tudo o que dou é a mim mesmo que dou. E isso é verdadeiro para cada um de nós e para todos nós. Porque, conforme nos diz o ensinamento do UCEM e conforme já aprendemos [Lembram do texto de Wei Wu Wei?], não existe nada fora de mim.

Ela se apresenta da seguinte forma:

O perdão é a única dádiva que dou.

1. O perdão é a única dádiva que dou, porque ele é a única dádiva que quero. E tudo o que dou dou a mim mesmo. Esta é a fórmula básica da salvação. E eu, que quero ser salvo, quero fazê-la minha, para que ela seja o modo como vivo em um mundo que precisa de salvação, e que será salvo quando eu aceitar a Expiação para mim mesmo.

2. Pai, quão certos são Teus caminhos; quão seguro é o resultado final deles, e quão confiantemente cada passo de minha salvação já foi estabelecido e realizado por Tua graça. Graças sejam dadas a Ti por Tuas dádivas eternas, e eu Te agradeço por minha Identidade.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dando voz ao Espírito Santo

Um agradecimento a mais. Ao Cassio, por seu comentário à lição de quarta, dirigindo-se a Sania e compartilhado sua experiência de estudante de internato. Muito bem, Cassio. Quando fiz a postagem ontem, seu comentário ainda não aparecia, por isso não me referi a ele. E, mais uma vez, os agradecimentos a Carmen por sua longa contribuição e complementação à ideia das práticas de ontem. Logicamente também sou grato a Sania por sua manifestação.

Antes de passar à ideia da lição 296, para este dia 23 de outubro, gostaria de lhes apresentar uma versão de uma passagem de um livro intitulado Ask the Awakened [que se poderia traduzir por Pergunta ao(s) Iluminado(s) ou Pergunta ao(s) Desperto(s)], de um autor que se apresenta como Wei Wu Wei. Gostaria ainda de dedicar ou oferecer esta passagem especialmente ao Salviano (agradeço se alguém o avisar), nosso amigo e colega estudante de milagres, na esperança de que ele faça algum comentário a respeito. Isso porque acho que ela tem a ver com o conteúdo de um CD com a fala de Kenneth Wapnick acerca de alguns tópicos do UCEM que ele me deu para ouvir e, é claro, com o próprio ensinamento do Curso.

O trecho se chama O Caminho e diz o seguinte:

Talvez jamais se tenha dito nada mais significativo do que a simples declaração de Hui Neng: "Desde o início nem uma coisa sequer existe [é]". A grandeza disso, estranho dizer, sempre foi reconhecida, e todos nós a sabemos, pois ela tem a simplicidade da Verdade.

Mas esquecemos de que naquela declaração a realidade também é excluída do existir, pois ela também é uma "coisa", uma idéia, e pode-se acrescentar a palavra "real" à última palavra sem prejudicar o significado da declaração.

Entendemos quão importante é perceber claramente que não há coisas tais como realidade em nosso universo, que a realidade não existe [não é], não existe para nós, pois falar dela como se fosse algo nos desvia do caminho e nos mantém no erro, lançando-nos mais profundamente no abismo da ignorância.

Tudo o que pode existir para nós é a não-realidade, e a contrapartida dela nós não podemos conhecer. Por quê? Obviamente porque nunca houve, não há, e nunca haverá qualquer coisa "fora" de nós mesmos, nenhuma "coisa" absolutamente ou nenhuma ideia que possa existir por si mesma, em seu próprio direito, o que seria necessário a fim de que ela pudesse ser real. Não pode existir nada objetivo. Até mesmo o sujeito não pode existir, pois, ao ser reconhecido como sujeito, ele, por via disso, se torna um objeto.

É claro que podemos falar de Subjetividade, do Absoluto, da Mente Única, da Consciência pura, como símbolos, mas neste caso os símbolos são alegorias de alguma coisa. Na medida em que elas podem ser necessárias para a comunicação de ideias, podemos usar estas palavras como sinais, como indicadores, e também "realidade", mas faremos bem em não esquecer que Huang Po, depois de uma longa apresentação acerca da "Mente", terminou sua fala chamando a atenção, como quem não quer nada, é claro, para o fato de que não havia tal coisa. Esse foi certamente o ponto culminante, o essencial, de sua apresentação.

Vamos seguir sua preciosa orientação, aqui como sempre - pois ele foi um dos maiores e mais brilhantes professores iluminados; somente a Não-"realidade" existe, e é ela o Caminho.

Para nossas prática de hoje a lição se apresenta do seguinte modo:

O Espírito Santo fala por meu intermédio hoje.

1. O Espírito Santo precisa de minha voz hoje, para que o mundo inteiro possa ouvir Tua Voz e escutar Teu Verbo por meu intermédio. Estou decidido a permitir que Tu fales por meio de mim, pois não quero usar outras palavras que não as Tuas e não quero ter nenhum pensamento separado dos Teus, pois só os Teus são verdadeiros. Quero ser um salvador para o mundo que criei. Pois, tendo-o amaldiçoado, quero libertá-lo para poder achar uma saída e ouvir o Verbo que Tua Voz santa me dirá hoje.

2. Ensinamos, hoje, aquilo que queremos aprender*, e só isso. E, então, a meta de nosso aprendizado se torna uma meta sem conflitos e pode ser facilmente atingida e realizada. Quão alegremente o Espírito Santo vem para nos resgatar do inferno, quando, permitimos que Seu ensinamento, por nosso intermédio, convença o mundo a buscar e a encontrar o caminho natural para Deus.

* Lembram da mensagem do Neale, de ontem?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Emprestando os olhos a Cristo

Bem... já somos 43 agora, comigo 44, sem contar os que ainda não se apresentaram para comentar. Acho que o 43º é uma pessoa que se chama Rosana [mais uma?] e me perdoem, por favor, se este for um equívoco. Mas, uma vez que nem todos estão ligados à internet ao mesmo tempo, não é possível fazer a chamada e ouvir a resposta característica: "Presente!" E isso é muito bom, e é como o aprendizado costuma se dar. Cada um aprende o que quer, quando quer, sem exigências ou cobranças. Sem provas semanais, mensais, bimestrais ou exames anuais. Estão todos previamente aprovados. Parabéns! A nós todos.

Nina, obrigado por compartilhar, pelo incentivo e pela confiança.

Sania, dearest, Gibran disse:

"Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da saudade da Vida por si mesma.
Eles vêm através de vós mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podereis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós;
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, também ama o arco que permanece estável".

Parabéns por sua decisão em relação a seu filho. É lógico que pais são apenas instrumentos para dar oportunidade a que os filhos exerçam seu papel, cumpram sua função e venham a ser expressões de Deus no mundo. Temos, sim, de ser muito, muito, muito agradecidos pelo privivégio de tê-los gerado, alimentado, criado e "educado" para serem livres no mundo. E pelo privilégio de tê-los conosco enquanto estão conosco, aparentemente. Quanto à gramática, não se preocupe. A linguagem tem de servir à comunicação perfeita - aquela que se dá entre seres, que não precisam dela e que não se preocupam com a forma. A preocupação com as formas é do ego apenas. Se for necessário, fique à vontade para utilizar o inglês. Quando for o caso, a gente traduz para quem não entender.

Dani, querida, a respeito da ideia do corpo apenas como um instrumento [neutro], que ele é, de fato, lembrei-me também de outro exemplo, o do físico Stephen Hawking [há inúmeros outros, é claro], que quase todos conhecem, cujo corpo é apenas um arremedo daquilo que o ego acredita ser sua casa, seu lar. No entanto, este físico tem feito um trabalho impressionante no que respeita à pesquisa acerca das origens de nosso Universo e também na tentativa de obter respostas para muitas das questões do funcionamento dele. Tudo dentro da ilusão, é claro. O que não deixa de lhe valer grande mérito, por provar, sendo um exemplo vivo disso, que todos os limites que julgamos existir são sempre limites auto-impostos. Isto é, cada um de nós escolhe e estabelece aonde quer chegar, no matter what [aconteça o que acontecer].

Estendendo ainda um pouco mais este preâmbulo à lição 295, que vai servir para as práticas deste dia 22 de outubro, gostaria de dividir com vocês, uma vez mais, a mensagem de Neale Donald Walsch para hoje, que diz o seguinte:

Neste dia de tua vida, caro amigo, acredito que Deus quer que saibas...

... que a maneira mais rápida de aprender alguma coisa é ensiná-la.

Por isso, não esperes até "saberes tudo sobre o assunto", ou até teres "dominado por completo" aquilo que desejas compartilhar, antes de começar a compartilhá-lo.

O mundo precisa mais daquilo a respeito de que queres aprender mais. Então, ensina. Compartilha. Ajuda outros. E não te preocupes tanto acerca do que "não sabes". Preocupa-te com o que não fazes. Porque estás roubando de nós enquanto esperas para te tornar um "expert".

Bem, dito isso, resta apenas acrescentar que a idéia para nossas práticas de hoje tem absolutamente tudo a ver com tudo o que se disse acima e também, é claro, com os comentários feitos à lição de ontem [obrigado a todos]. Ela se apresenta assim:

*Hoje, o Espírito Santo olha através de mim.

1. Cristo pede para usar meus olhos hoje e, assim, redimir o mundo. Ele pede esta dádiva a fim de poder me oferecer paz de espírito e afastar todo o medo e toda a dor. E, quando eles [o medo e a dor] se afastam de mim, os sonhos que eles pareciam estabelecer no mundo desaparecem. A redenção tem de ser uma só. Quando sou salvo, o mundo é salvo comigo. Pois todos temos de ser redimidos juntos. O medo se apresenta de muitas formas diferentes, mas o amor é um só.

2. Meu Pai, Cristo me pediu uma dádiva, e uma dádiva que ofereço para que ela me seja dada. Ajuda-me a usar os olhos de Cristo hoje, para permitir, deste modo, que o Amor do Espírito Santo abençoe todas as coisas sobre as quais eu venha a pousar meu olhar, para que Seu Amor misericordioso possa permanecer em mim.

*No original a ideia é: The Holy Spirit looks through me today. O verbo to look mais a partícula through normalmente significaria ver através, no sentido de o olhar atravessar alguma coisa, ou seja, um olhar que vê além do que está aparente. Em inglês a particula through, além de através, no sentido dado acima, também tem o sentido de por meio de, por intermédio de, ou simplesmente por. Daí, algumas variantes de tradução possíveis para a frase, em função do texto que se segue a ela, isto é, a solicitação de Cristo para usar nossos olhos, seria: O Espírito Santo olha por mim hoje. Ou, O Espírito Santo olha por meu intermédio hoje. Ou ainda, Hoje, o Espírito Santo olha por meio de mim. Todas as opções atendendo ao sentido de que é por meio de meu olhar, de meus olhos, que o Espírito Santo olha para o mundo hoje.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Colocar-se à disposição do Espírito Santo

Ora, vejam só que maravilha. Mais uma vez várias contribuições. Vários colegas expressando seu ponto de vista, oferecendo, com seus comentários, sua percepção. Tomara mais gente se arrisque e "ouse" participar da conversa. Uma canção antiga que costumávamos cantar, e que se refere ao chamado a que todos, mais dia, menos dia, temos de responder diz: "são muitos os convidados, quase ninguém tem tempo". O UCEM diz isso de modo diferente. Diz que todos estão [são] convidados, poucos escolhem ouvir [o chamado a participar, a contribuir]. Afinal, este é um mundo de egos, não é mesmo?

E neste ponto é bom lembrar que o ensinamento diz que "a salvação é um empreendimento de colaboração" (T-4.VI.8:2). Por isso, quanto mais nos libertarmos do medo, oferecendo nosso modo de ver as coisas, como forma de buscar esclarecer e entender a(s) ilusão(ões) que criamos no ego, partilhando-a(s) da forma como a(s) vemos, tanto mais instrumentos vamos oferecer uns aos outros para melhor entendermos a uns e outros e para entendermos melhor a nós mesmos. Mais condições teremos de aprender a agradecer, a ser gratos, a partilhar nossa gratidão, por tudo e todos, ao mesmo tempo em que abarcarcamos, acolhemos e perdoamos tudo e todos que se apresentam a nós como resultado das escolhas que fazemos, uma vez que teremos entendido e aceito que tudo é parte do que somos. Tudo o que vemos nos define ou define alguma parte de nós que, às vezes, não conseguimos ver em nós mesmos sem a presença do(s) outro(s).

Mudando um pouquinho de direção, gostaria de agradecer ao colega e 'professor' Cassio, pela condução da leitura de ontem no grupo de estudos. Mais uma vez, vale afirmar a importância de que estejamos todos dispostos a assumir o papel de canal para a manifestação do Espírito Santo. Porque dispor-se a fazer a leitura não é nada mais do que render-se ao Espírito e oferecer nossa voz para que Ele se manifeste. Para o bem comum. Não precisamos, como já disse antes e como o livro diz, saber o que dizer, nem a quem. Nem tem importância quem vai ouvir. Basta estar-se disposto a aprender a aceitar que, de acordo com o UCEM:

Eu estou aqui apenas para ser verdadeiramente útil.
Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho de me preocupar com o que dizer ou o que fazer,
porque Aquele que me enviou me orientará.
Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,
sabendo que Ele vai comigo.
Eu serei curado na medida em que permitir que Ele
me ensine a curar (T-2.V.18:2-6).

O texto e as conversas que ele gerou no encontro de ontem e também os comentários do Cassio, da Carmen e da Sania, respeito da lição de ontem [Obrigado!] têm tudo a ver com a ideia da lição 294, que o Livro de Exercícios oferece para nossas práticas de hoje. Ela se apresenta assim:

Meu corpo é uma coisa totalmente neutra.

1. Eu sou um Filho de Deus. E posso ser também outra coisa? Deus criou o mortal e o perecível? Que utilidade tem para o Filho amado do Deus aquilo que tem de morrer? E, no entanto, uma coisa neutra não vê a morte, pois não há pensamentos de medo investidos nela, tampouco se coloca sobre ela um arremedo de amor. Sua neutralidade a protege enquanto tiver alguma utilidade. E, mais tarde, sem uma finalidade, ela é abandonada. Ela não está doente, nem velha ou ferida. Ela simplesmente não tem mais função, é desnecessária e [é, por isso,] deixada de lado. Permite que eu não a veja como mais do que isso hoje; útil por algum tempo e própria para atender a uma necessidade, para manter sua utilidade enquanto puder servir e, para ser, então, substituída por um bem maior.

2. Pai, meu corpo não pode ser o Teu Filho. E aquilo que não é criado não pode ser pecaminoso nem inocente; nem bom nem ruim. Por isso, permite que eu use este sonho para ajudar em Teu plano, a fim de que despertemos de todos os sonhos que fizemos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Aprender a viver o Céu integralmente

Ora, vivas... só se pode agradecer tantas manifestações, contribuições. Obrigado, Carmen. Mais uma vez. Obrigado, Nina. Obrigado, Sania, por suas "cotações"... (risos). "Quotations" em português é citações. Ótimo, não? [Parece-me que você está mais à vontade com o inglês do que com o português. Impressão?]

É muito bom ver, e acolher, tanta gente querendo compartilhar. É este o espírito que pensei para o blogue. Pois só por meio da troca, do compartilhar, seremos capazes de incluir o mundo inteiro em nosso abraço. Só sendo capaz(es) ouvir o que o(s) outro(s) pensa(m) serei(emos) capaz(es) de perceber todo o mundo, e tudo e todos no mundo, como parte(s) de nós mesmos. Partes essenciais das quais não podemos prescindir. É este o significado do ensinamento quando diz que enquanto um só não for perdoado não há como vivermos o Céu integralmente. É como Anna Sharp costuma dizer: "ou vamos todos ou não vai ninguém".

A lição 293, deste dia 20 de outubro, nos convida a olhar para o mundo sem medo para perceber nele, e em tudo o que há nele, apenas a única coisa verdadeira que existe: o amor. Lembrando-nos sempre de dar uma passada de olhos no texto que unifica esta série de lições, hoje praticamos da seguinte forma:

Todo o medo passou e só há amor aqui.

1. Todo o medo passou porque sua fonte acabou e todos os seus pensamentos acabaram com ela. O amor, cuja Fonte está aqui para todo o sempre, fica sendo o único estado presente. O mundo pode parecer luminoso e puro, e seguro e acolhedor, com todos os meus erros do passado a pressioná-lo e a me mostrar formas distorcidas de medo? No presente, porém, é fácil de se reconhecer o amor, e seus efeitos são visíveis. O mundo inteiro brilha como reflexo de sua luz santa e eu percebo, por fim, um mundo perdoado.

2. Pai, não deixes que Teu mundo sagrado fuja de minha vista hoje. Nem deixes que meus ouvidos fiquem surdos aos hinos de gratidão que o mundo canta sob os sons do medo. Existe um mundo verdadeiro que o presente mantém a salvo de todos os erros do passado. E eu quero ver só este mundo diante de meus olhos hoje.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aprendendo a esperar só resultados felizes

Obrigado, Carmen pela exposição franca de suas sensações e percepções acerca de sua experiência de conduzir a leitura do UCEM para o grupo. É bom saber que sempre há alguém disposto e capaz de continuar abrindo os espaços interiores para que a luz em si mesmo se mostre. Uma das melhores maneiras de permitir que a luz no(s) outro(s) também se mostre.

Obrigado, Cassio [vanicer], e Vanice, por sua manifestação e por vocês estarem presentes em nossos encontros sempre que possível. É claro que todos nós sabemos o quanto o ego reluta em se mostrar, se expor. Afinal, se ele se revelar vamos ficar sabendo de sua insanidade e vamos aprender a identificar os equívocos de seu sistema de pensamento. E a reconhecer as ilusões que ele cria apenas como ilusões. Por isso, obrigado mais uma vez por seu comentário. Fique à vontade, por favor, para nos oferecer suas ponderações e contribuições quando lhe parecer conveniente.

Por fim, obrigado, Sania. É muito bom tê-la aqui conosco. Como diz a Carmen, a partir do ensinamento - e isso vale para todos nós -, não temos de nos preocupar com o que vamos dizer, a quem ou como vamos dizer. Quando for a hora, o Espírito nos guiará, se permitirmos. Porque a decisão de ouví-Lo é sempre nossa - de cada um de nós individualmente. Porque só Ele sabe o que precisamos dizer e a quem. Só Ele sabe quem precisa ouvir, de que modo e em que momento.

A lição 292, para este dia 19 de outubro, dentro da nova série que iniciamos ontem, nos oferece a certeza de que só resultados felizes hão de vir para nós, quando aprendermos a entregar nossa vontade ao Espírito Santo, entregando também a Ele os resultados todos de nossas escolhas, deixando a cargo d'Ele a satisfação de todos os nossos desejos.

Hoje, praticamos assim:

É certo um resultado feliz para todas as coisas.

1. As promessas de Deus não fazem nenhuma exceção. E Ele assegura que só se pode achar a alegria como resultado final de todas as coisas. Depende de nós, porém, o momento em que isso será alcançado; por quanto tempo permitiremos que uma vontade estranha pareça se opor à d'Ele. E, enquanto pensarmos que essa vontade é real, não acharemos o final que Ele estabeleceu como resultado para todos os problemas que percebemos, para todas as aflições que vemos e para situação com que nos deparamos. Contudo, o fim é certo. Pois a Vontade de Deus se faz na terra e no Céu. Nós vamos buscar e achar segundo a Vontade d'Ele, que assegura que nossa vontade seja feita.

2. Nós Te agradecemos, Pai, por Tua garantia de apenas resultados felizes no final. Ajuda-nos a não atrapalharmos e, assim, atrasar os finais felizes que Tu nos prometeste para cada problema que podemos perceber; para cada provação que pensamos ter de enfrentar ainda.

domingo, 18 de outubro de 2009

Nós e o tempo dos relógios

Lembraram de adiantar os relógios à meia-noite do sábado? Perceberam que, se seguida a rotina de todos os dias de forma normal, perdeu-se uma hora nesta brincadeira? Brincadeirinha mesmo! Isso não lhes faz pensar e perceber que o tempo [dos relógios, do mundo da ilusão e dos sentidos], de fato, não existe? É apenas uma convenção. Não se acende uma 'luzinha' em sua cabeça com a ideia de que podemos fazer o que quisermos com o tempo? Que o que somos, na verdade, não tem absolutamente nada a ver com o tempo? Pois está além dele e de tudo o que aparentemente existe no tempo.

Vamos começar hoje a oitava série de dez lições desta segunda parte do Livro de Exercícios. Esta série terá como tema central a questão: O que é o mundo real? Uma questão que o Curso responde na introdução à série. Introdução à qual devemos voltar diariamente antes das práticas. Assim, antes da lição 291, deste dia 18 de outubro, passemos ao tema central.

8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, como o resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente os testemunhos do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, para que eles vejam um mundo no qual o terror seja impossível e não se possam encontrar os testemunhos do medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma correção infalível para as cenas do medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada senão tranquilidade. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí, porque nada permanece fora do perdão. E as visões são de paz. Só cenas e sons felizes podem chegar à mente que se perdoou.

3. Que necessidade tal mente tem para pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que existe que ela escolheria condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que ele [o tempo] serviu ao propósito d'Ele [do Espírito Santo]. Agora, Ele espera apenas aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixando apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar a casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolveu.

Depois disso, a ideia para as práticas de hoje se apresenta assim:

Este é um dia de serenidade e de paz.

1. A visão de Cristo olha por meu intermédio hoje. A visão d'Ele me mostra todas as coisas perdoadas e em paz, e oferece esta mesma visão do mundo. E eu aceito esta visão em seu nome, tanto para mim quanto para todo o mundo também. Quanta graça vemos hoje! Quanta santidade vemos à volta de nós! E podemos reconhecer que é uma santidade da qual compartilhamos; é a Santidade do Próprio Deus.

2. Hoje minha mente está calma para receber os Pensamentos que Tu me ofereces. E eu aceito o que vem de Ti em lugar do que vem de mim mesmo. Eu não conheço o caminho para Ti. Mas Tu és inteiramente digno de confiaça. Pai, guia Teu Filho pelo caminho sereno que conduz a Ti. Permite que meu perdão seja completo e deixa que a lembrança de Ti volte para mim.

sábado, 17 de outubro de 2009

Uma ideia para se aprender e lembrar

O atraso para a postagem de ontem me fez atrasar também o agradecimento a algumas pessoas pelos comentários feitos à lição do dia 15. Faço-o agora. Obrigado, Ana Paula. É bom contar com sua presença entre nós. Também quero dar as boas vindas a Silvana Nunes, a Sania Jennings e a Rosana. A Sania é amiga [pelo que entendi] de nossa querida Dani e também mora na Indonésia. Você também é brasileira, Sania? Obrigado por suas palavras, por estar conosco e por se dispor a compartilhar. Boas vindas também a Rosana, que se registrou apenas. Fique à vontade, por favor, Rosana para comentar, criticar, perguntar, compartilhar, esclarecer dúvidas, contribuindo da forma que lhe parecer mais conveniente. Na dúvida, perguntamos ao Espírito Santo.

Vou aproveitar, ainda, para convidá-los a todos a se unirem a nós para enviar uma "bola de luz" a nossa querida Anna Sharp que aniversaria hoje. Desejando a ela uma nova idade cheia de alegria, de saúde, de paz, de amor e de felicidade, com direito a todos os milagres que ela julgar necessários. Agradecendo a ela ao mesmo tempo por ter dividido conosco sua sabedoria de professora de milagres por tantos anos. Foi com ela que tive contato com o UCEM pela primeira vez há mais de dez anos.

A lição 290, deste sábado, 17 de outubro, encerra mais uma de nossas séries, com uma ideia que precisamos praticar não apenas hoje. Uma ideia para ser aprendida e lembrada com frequência. Um ideia à qual vale a pena recorrer em todos os momentos de nossa vida. Para usá-la como o instrumento perfeito para nos mantermos no presente, no aqui e agora, todas as vezes que nos distrairmos e desviarmos na direção do passado ou do futuro. Ela se apresenta assim:

A minha felicidade deste momento é tudo o que vejo.

1. A não ser que eu olhe para aquilo que não existe, a minha felicidade deste momento é tudo o que vejo. Olhos que começam a se abrir veem enfim. E eu quero que a visão de Cristo venha a mim neste dia mesmo. Aquilo que percebo sem a Própria Correção de Deus para a visão que criei é assustador e doloroso de se ver. Porém não vou permitir nem mais um instante que minha mente seja enganada pela crença de que o sonho fiz é real. Este é o dia em que busco a minha felicidade deste momento e não olha para mais nada exceto para aquilo que busco.

2. Com esta decisão, venho a Ti e peço que Tua força me sustente hoje, enquanto busco fazer apenas Tua Vontade. Tu não podes deixar de me ouvir, Pai. Aquilo que pedi Tu já me deste. E estou certo de que verei minha felicidade hoje.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Aprender a abandonar o passado

Neste dia 16 de outubro, a ideia da lição de número 289 nos convida a refletir a respeito do tempo, como forma de abrir a mente para um vislumbre do mundo real, o mundo que está além da ilusão de mundo que construímos e criamos todos os dias a partir de nossa identificação com o ego. De certo modo, a lição de hoje estende e amplia a de ontem, que nos exortava a esquecer o passado de nosso irmão. Só assim podemos olhar para ele no presente, libertando-o de todo e qualquer julgamento. Libertando-o de qualquer imagem dele que tenhamos construído anteriormente. Para aprendermos a nos perdoar pelas imagens e julgamentos que fazemos, perdoando-o e nos perdoando nele.

Apenas para nos lembrarmos de que forma o Curso trata a questão do tempo, vejamos o que ele diz em seu décimo terceiro capítulo:

O ego tem uma estranha noção do tempo e é com essa noção que teu questionamento certamente poderia começar. O ego investe maciçamente no passado e, no final, acredita que o passado é o único aspecto do tempo que é significativo. Lembra-te de que sua ênfase na culpa lhe permite assegurar a própria continuidade tornando o futuro igual ao passado e, assim, evitando o presente. A partir da ideia de pagar pelo passado no futuro, o passado se torna o determinante do futuro, tornando-os contínuos sem a intervenção de um presente. Pois o ego considera o presente apenas uma breve transição para o futuro, transição na qual ele traz o passado ao futuro interpretando o presente em termos do passado.

É claro que uma tal noção de tempo impede que vejamos qualquer coisa como ela de verdade é. A partir de tal ideia tudo o que podemos ver são projeções de imagens que criamos no passado. Nunca a coisa em si. É também a partir de tal ideia que elaboramos todas as defesas de que pensamos necessitar, pois um mundo construído dessa forma só pode ser ameaçador e não pode nunca oferecer perdão ou paz a nada nem a ninguém. Ele não permite a mudança. Não admite a possibilidade de se olhar para todas as coisas de modo diferente.

É este olhar para o mundo de modo diferente, sem o passado, que não existe, que a lição de hoje nos convida a aprender. Assim:


O passado acabou. Não pode me tocar.

1. A menos que o passado esteja acabado em minha mente, o mundo real tem de fugir a minha vista. Pois não estou olhando para lugar algum, de fato; e vejo apenas o que não existe. Como posso perceber, então, o mundo que o perdão oferece? O passado foi feito para esconder isso, por esta razão este é um mundo que só pode ser visto no presente. Ele não tem passado. Pois o que pode ser perdoado é só o passado, e se for perdoado ele desaparece.

2. Pai, permite que eu não olhe para um passado que não existe. Pois Tu me ofereces Teu Próprio substituto, em mundo presente que o passado deixa intocado e livre de pecado. Eis aqui o fim da culpa. E aqui eu fico pronto para Teu passo final. Vou pedir que Tu esperes mais para que Teu Filho encontre a graça que Tu planejaste para ser o fim de todos os seus sonhos e de toda a sua dor?

Uma observação e um pedido de desculpas: Acabei atrasando a postagem de hoje porque estive sem acesso à internet até pouco tempo atrás. Meu provedor estava fazendo manutenção e isso me deixou fora do ar. Espero que isso não tenha sido nenhum transtorno para ninguém. De qualquer forma isso também faz parte do ensinamento que nos diz que "todas as coisas estão absolutamente certas exatamente da maneira como estão". Sempre. Mesmo que aparentemente não vejamos isso. Mesmo que não tenhamos consciência disso no momento em que elas se apresentam

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aprender a tornar santo(s) o(s) encontro(s)

Antes de passarmos à ideia da lição 288, que vai ser objeto de nossas práticas neste dia 15 de outubro, Dia do Professor, gostaria de lhes oferecer à reflexão um parágrafo e parte de outro, ambos do capítulo oito do texto, que, parece-me, pode ser de grande auxílio para entendermos por que se faz necessária a prática com a ideia do exercício de hoje. Lá, o Curso diz o seguinte:

Quando encontrares qualquer pessoa, lembra-te de que esse é um encontro santo. Da mesmo forma que a vires verás a ti mesmo. Do modo com que a tratares tratarás a ti mesmo. Da maneira que pensares dela pensarás de ti mesmo. Não te esqueças disso nunca, pois nela te encontrarás ou te perderás. Sempre que dois Filhos de Deus se encontram, eles recebem mais uma chance de salvação. Não deixes ninguém sem lhe oferecer a salvação e sem recebê-la para ti mesmo...

Toda vez que estiveres com um irmão, estás aprendendo o que és porque estás ensinando o que és. Ele reagirá com dor ou com alegria, dependendo do professor que estiveres seguindo. Ele será aprisionado ou liberado de acordo com tua decisão, e tu também. Não te esqueças nunca de tua responsabilidade para com ele, porque ela é tua responsabilidade para contigo mesmo. Dá-lhe o lugar dele no Reino e terás o teu
.

Creio que saber disso, aprender isso, e ensinar isso, pode ser de grande ajuda para as práticas da ideia da lição de hoje e, muito mais do que isso, para a aplicação da ideia em nossos dias. Vejamos, pois, a lição que se apresenta assim:

Que hoje eu esqueça o passado do meu irmão.*

1. Este é o pensamento que mostra o caminho para Ti e me leva a minha meta. Não posso chegar a Ti sem meu irmão. E para conhecer minha Fonte, tenho primeiro de reconhecer aquilo que Tu criaste uno comigo. É a mão de meu irmão que me guia no caminho para Ti. Os pecados dele estão no passado, junto com os meus, e eu estou salvo porque o passado se foi. Não permitas que eu o acalente em meu coração ou perderei o caminho para ir a Ti. Meu irmão é meu salvador. Não deixes que eu ataque o salvador que Tu me dás. Mas deixa-me render homenagem àquele que carrega Teu Nome e, assim, lembrar que Ele é meu próprio nome.

2.Perdoa-me, então, hoje. E saberás que me perdoas se olhares para teu irmão na luz da santidade. Ele não pode ser menos santo do que eu e tu não podes ser mais santo do que ele.

*O original diz: Let me forget my brother's past today. Esta frase permite várias alternativas à tradução dada no livro como o conhecemos. Entre elas, por exemplo: Dá-me, hoje, esquecer o passado de meu irmão. Ou: Deixa-me esquecer o passado de meu irmão hoje. Ou ainda: Hoje, deixa que eu esqueça o passado de meu irmão. Ou, uma última alternativa: Permite que eu esqueça o passado de meu irmão hoje. Dentre todas eu ficaria com a primeira, que postei em negrito, por se parecer mais a uma prece, um pedido da graça de ser capaz de esquecer [perdoar] o passado de meu irmão [o que significa perdoar e esquecer meu próprio passado também].

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Agradecer com alegria

Dois registros que me parece importante fazer.

O primeiro se refere a nossas colegas Daniela e Cristiane. Conforme se pode ver em seus últimos comentários, elas se mantêm firmes no estudo e nas práticas do UCEM. Temos muito a agradecer pela colaboração delas que, com seus comentários, compartilham conosco sua experiência de estar neste mundo. Uma experiência que se dá aparentemente tão longe de nós, na Indonésia e em Cingapura, mas que é distante apenas para a percepção, para os sentidos. Pois, também a partir da participação delas, podemos concluir que, de fato, como nos ensina o Curso, e como tantos mestres já ensinaram tantas vezes, partilhamos a mesma Mente, nossa origem está na mesma Fonte. E é claro que também há que se agradecer sempre a todos que se juntam a nós para nos revelar aspectos de nós mesmos que não sabemos como descobrir sozinhos. E agradecer pela alegria que isso nos traz. Agradecer com alegria.

O segundo é para enviar um 'Muito obrigado!' cheio de carinho a Carmen, nossa colega e professora de milagres, que aceitou o desafio de fazer a leitura para o grupo no encontro de ontem, do qual não pude participar. Como não poderia deixar de ser, a condução do grupo pela Carmen foi um sucesso, pelo que soube. Uma alegria imensa fazer parte de tal grupo. Resta agora pedir que ela nos conte como foi sua experiência. Se quiser, é claro. E se achar que vale a pena partilhá-la. Super obrigado, Carmen, em meu nome e em nome de todos do grupo. Agora já sabemos que o grupo pode ir um pouco mais longe.

Agora, antes da ideia da lição 287 para as práticas deste 14 de outubro, convido-os a um pouco mais da reflexão do jagunço Riobaldo.

... Todo caminho da gente é resvaloso. Mas, também, cair não prejudica demais - a gente levanta, a gente sobe, a gente volta! Deus resvala? ... hoje em dia acho que Deus é alegria e coragem - que Ele é bondade adiante... (...) O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza. Só assim, de repente, na horinha em que se quer, de propósito - por coragem.

E a lição de hoje indica a direção em que podemos caminhar para chegar à alegria, à coragem, à única meta que pode nos devolver à unidade, a nós mesmos e ao que somos, na verdade, e a Deus. Da seguinte forma:

Tu és minha meta, meu Pai. Apenas Tu.

1. Aonde eu iria a não ser para o Céu? O que poderia ser um substituto para a felicidade? Que dádiva eu poderia preferir diante da paz de Deus? Que tesouro eu buscaria, e acharia, e conservaria, que pudesse se comparar a minha Identidade? E eu preferiria viver com medo a viver com amor?

2. Tu és minha meta, meu Pai. O que, a não ser Tu, eu poderia desejar ter? Por que caminho, exceto aquele que conduz a Ti, eu poderia desejar andar? E o que, exceto a lembrança de Ti, poderia indicar para mim o fim dos sonhos e dos substitutos inúteis para a verdade? Tu és minha meta. Teu Filho quer ser tal qual Tu o criaste. Por que caminho, a não ser este, eu poderia esperar reconhecer meu Ser e estar em unidade com minha Identidade?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Um descanso na loucura

Caros, caras, atrasei-me mais uma vez na postagem, mas gostaria, antes de passarmos à ideia da lição 286, deste dia 13 de outubro, que ouvíssemos mais uma vez o jagunço Riobaldo, em sua reflexão.

...Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem necessidade de aumentar a cabeça para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente - o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Deus é que me sabe...

E a lição de hoje nos oferece um descanso na loucura e a possibilidade de aumentar a cabeça para o total da seguinte forma:

O silêncio do Céu ocupa meu coração hoje.

1. Pai, quão tranquilo hoje! Quão tranquilamente as coisas encontram seu lugar! Este é o dia escolhido como o momento em que chego a compreender a lição de que não há necessidade de eu fazer qualquer coisa. Todas as escolhas já estão feitas em Ti. Todos os conflitos já estão resolvidos em Ti. Em Ti, tudo o que espero achar já me foi dado. Tua paz é minha. Meu coração está em paz e minha mente descansa. Teu amor é o Céu e Teu Amor é meu.

2. A serenidade de hoje vai nos dar a esperança de que encontramos o caminho e de que fomos longe nele em direção a uma meta inteiramente certa. Hoje não duvidaremos do final que o Próprio Deus nos garantiu. Confiamos n'Ele e em nosso Ser Que ainda é um com Ele.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Escolhendo viver "o instante santo"

Mia Couto, escritor moçambicano, em seu livro mais recente, diz a certa altura que "não chegamos realmente a viver durante a maior parte de nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências".

Isso, de certa forma, equivale a dizer que, durante a maior parte do tempo de nossas vidas, não estamos conscientes do que somos. Não estamos presentes em nossa própria vida. E a vida se desenrola a nossa frente, ao nosso lado e em volta de nós, sem que cheguemos a nos perceber nela, ou a percebê-la em nós. Sem que nos deixemos envolver na corrente. Com relação a isso, o ensinamento do UCEM nos traz o conceito do "instante santo", um momento em que temos um vislumbre da totalidade, ou da unidade, se preferirem. Isto é, "o instante santo" acontece quando somos a experiência que experimentamos. Ou, em outras palavras, quando nos envolvemos por inteiro na experiência de nossa vida, no presente, o único tempo que existe.

Um personagem de um filme pergunta a outro: - O que é a vida? E, depois de uma série de respostas sem sentido de seu interlocutor, diz: - A vida é um salto único para a alegria! E é este salto que precisamos dar, me parece. É esta a única escolha que precisamos fazer para acender nossas vidas, e vivê-las na luz dos instantes santos, mais do que "apenas por breves intermitências".

E é a isto que nos convida a ideia da lição 285, para as práticas neste dia 12 de outubro. Da seguinte forma:

Hoje minha santidade brilha luminosa e pura.

1. Hoje desperto com alegria, esperando que apenas as coisas felizes de Deus venham a mim. Peço que só elas venham e percebo claramente que meu convite será aceito pelos pensamentos aos quais o envio. E pedirei somente coisas alegres no momento em que eu aceitar minha santidade. Pois qual seria a utilidade da dor para mim, a que finalidade serviria meu sofrimento e de que forma a tristeza e a perda me beneficiariam, se a insanidade se afastar de mim hoje e eu aceitar minha santidade em seu lugar?

2. Pai, minha santidade é Tua. Permite que eu me regozije nela e que seja devolvido à sanidade por seu intermédio. Teu Filho ainda é tal qual Tu o criaste. Minha santidade é parte de mim e parte de Ti também. E o que pode mudar a Própria Santidade?

domingo, 11 de outubro de 2009

Para escolher viver a alegria perfeita

Neste domingo, dia 11 de outubro, a lição 284 nos convida a revisitar uma das ideias do Curso, com a qual já devemos estar bem familiarizados a esta altura. Pois ela se origina da afirmação que o ensinamento faz, segundo a qual, o mundo que vemos [e construímos] só existe como criação nossa, como projeção de nossos pensamentos e crenças acerca de nós mesmos. O que torna óbvio que podemos, a nosso bel-prazer, mudá-lo de acordo com nossos desejos, e escolher viver aqui apenas a alegria perfeita, que é a Vontade de Deus para todos e cada um de nós.

Assim, a ideia para nossas práticas de hoje se apresenta da seguinte forma:

Posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem.

1. A perda não é perda quando percebida de forma correta. A dor é impossível. Não há absolutamente qualquer causa para nenhuma aflição. E o sofrimento, em qualquer forma, não é nada a não ser um sonho. Esta é a verdade, primeiro para ser dita apenas e, em seguida, repetida muitas vezes: e depois para ser aceita como apenas parcialmente verdadeira, com muitas reservas. Para, mais tarde, se refletir cada vez mais seriamente e para ser, finalmente, aceita como a verdade. Eu posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem. E quero ir além destas palavras hoje, e além de todas as reservas, e chegar à aceitação plena da verdade nelas.

2. Pai, aquilo que Tu dás não pode ferir, por isso aflição e dor têm de ser impossíveis. Permite que eu não deixe de confiar em Ti hoje, aceitando como dádivas Tuas apenas aquilo que é alegre, aceitando como a verdade apenas aquilo que é alegre.

sábado, 10 de outubro de 2009

Deus é a Fonte de nossa Identidade

Dani, Cristiane, Silvana, Carmen, Nina, e todos(as) aqueles(as) que se manifestam vez ou outra, ou que apenas se cadastraram como seguidores(as) do blogue e a todos(as) que passeiam por este espaço sem se identificar, sou muito grato a todos vocês por enriquecerem meu mundo e minha experiência nele. Todas as palavras que eu disser serão insuficientes para manifestar meu mais sincero agradecimento a vocês.

Muito obrigado por seus comentários, por seu interesse e pelo incentivo que eles representam ao trabalho que me propus a fazer ao criar este espaço. Um espaço para a troca de impressões acerca dos ensinamentos do UCEM e, ao mesmo tempo, para facilitar a prática dos exercícios diários e, também, servir de inspiração para que façamos todos um esforço conjunto para aprender a olhar para o mundo, e para nós mesmos, que o criamos e construímos a cada dia, de modo diferente. Perdoando-o, e nos perdoando também. Perdoando a tudo e a todos que povoam nosso(s) mundo(s), para curá-lo - e curar-nos -, para salvá-lo e para, da mesma forma, nos salvarmos com ele.

Depois de mais uma leitura do texto de introdução ao tema que dá unidade à série de lições que ora praticamos, a ideia da lição de número 283, para as práticas deste sábado, dia 10 de outubro, se apresenta da seguinte forma:

Minha Identidade verdadeira habita em Ti.

1. Pai, eu criei uma imagem de mim mesmo e é a ela que chamo de Filho de Deus. Porém, a criação é como sempre foi, pois Tua criação é imutável. Que eu não adore ídolos. Eu sou aquele a quem meu Pai ama. Minha santidade continua a ser a luz do Céu e o Amor de Deus. Aquilo que Tu amas não está seguro? A luz do Céu não é infinita? Teu Filho não é minha Identidade verdadeira, se Tu criaste tudo o que existe?

2. Agora somos um só na Identidade compartilhada com Deus, nosso Pai, como nossa única Fonte e todas as coisas criadas como parte de nós. E, por isso, oferecemos bênçãos a todas as coisas, unindo-nos amorosamente no mundo, que nosso perdão torna um conosco.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aprender a utilizar a Graça. Agradecer.

Nesta sexta-feira, dia 9 de outubro, antes de passarmos à ideia da lição 282, gostaria de lhes apresentar uma observação feita por Ramana Maharshi, certa ocasião, a um devoto. Disse-lhe Ramana: - Você agradece a Deus pelas boas coisas que lhe acontecem, mas não lhe agradece as coisas que lhe parecem más; aí é que você faz mal.

Se lembrarmos que o UCEM nos diz que todas as coisas são neutras, haveremos de perceber a propriedade do que diz Ramana, pois, se as coisas são, de fato, neutras, somos nós que lhes damos as qualidades que pensamos perceber nelas, para o bem ou para o mal. Assim, raramente somos capazes de atribuir uma qualidade boa a uma situação que julgamos ser ruim. Não temos consciência do quadro mais geral e abrangente em que a situação se insere. Daí nossa aparente incapacidade de agradecer por coisas pretensamente ruins que nos acontecem.

Ramana afirma também que "Deus não tem propósitos. Ele não está preso a qualquer ação. As atividades mundanas não podem afetá-lo. (...) Deus não tem qualquer desejo ou propósito em seus atos de criação, manutenção, destruição, retirada e salvação a que os seres estão sujeitos. À medida que os seres colhem os frutos de suas ações em obediência às Sua leis, a responsabilidade é deles e não de Deus. Deus não está preso a qualquer ação". Assim, a única coisa que precisamos fazer é um esforço para aprender a utilizar plenamente a Graça que Ele nos dá.

Podemos aprender a fazer isso com as práticas da ideia da lição de hoje que, após uma breve leitura do tema de introdução a esta serie, se apresenta assim:

Hoje não terei medo do amor.

1. Se hoje eu pudesse perceber apenas isso de forma clara, a salvação para todo o mundo seria alcançada. Esta a decisão de não ser louco e de me aceitar como o Próprio Deus, meu Pai e minha Fonte, me criou. Esta a decisão de não ficar dormindo em sonhos de morte, enquando a verdade permanece viva para sempre na alegria do amor. E esta a escolha de reconhecer o Ser a Quem Deus criou como o Filho que Ele aa e Que continua a ser minha única Identidade.

2. Pai, Teu Nome é Amor e, por isso, o meu também. Esta é a verdade. E pode-se mudar a verdade dando-lhe outro nome simplesmente? O nome do medo é apenas um equívoco. Que eu não tenha medo da verdade hoje.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Aceitar o substituto de Deus para os sonhos

Dani, obrigado por dar notícias. Fico feliz em saber que está tudo bem com você e com os seus, apesar do momento aparentemente caótico por que passa esta região em que vocês estão. Também me alegra saber que você continua firme em seu estudo do UCEM e na prática dos exercícios. Veja bem que a lição de hoje tem tudo a ver com o que você diz em seu comentário, referindo-se a sua própria condição. Não se preocupe quanto à forma como seus comentários se apresentam. Todas as formas, normalmente, são apenas expressões de nossa [de cada um de nós e de nós todos] própria confusão interior. Uma projeção apenas da luta interna que o ego "aparentemente" trava contra a aceitação do divino em nós, cujo resultado quase nunca reflete, de fato, aquilo que somos. Isto é, quase nunca é o divino em nós que se mostra ao mundo, ou a nós mesmos. Por isso é que, na ilusão de mundo do ego, vemos tantas coisas diferentes. Por isso é que cada um de nós, a maioria das vezes, vê as mesmas coisas que nós de modo diferente.

Neste dia 8 de outubro, vamos começar uma nova série de dez lições. O tema que dá unidade a ela busca responder, como vocês podem ler abaixo, à seguinte questão:

O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção conduz ao conhecimento por meio da graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltam para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele oferece, todos os sonhos são levados à verdade para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Cenas e sons são abandonados aí para sempre. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o fim tranquilo da percepção.

2. A meta que o ensinamento do Espírito Santo estabelece é apenas este fim dos sonhos. Pois cenas e sons têm de ser transformados, de testemunhas do medo, em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado, à medida que o Espírito Santo o guia para o resultado que Ele percebe para ele [para o aprendizado], vem a ser o meio para ir além de si mesmo, para ser substituído pela verdade eterna.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que Sua Voz chamasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto [o Espírito Santo] para as imagens e sonhos amedrontadores que criaste, por intermédio dos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios para o exílio, que fizeste, para devolver tua mente ao lugar aonde ela verdadeiramente se sente em casa.

4. O Espírito Santo te chama, a partir do conhecimento, aonde Ele foi colocado por Deus, para que deixes o perdão repousar sobre teus sonhos, e para sejas restituído à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo o Amor de teu Pai não voltará para indicar claramente que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, para que o Amor seja apenas Ele Mesmo. O Espírito Santo é Sua dádiva, por meio da qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, quando tudo o que Ele quer é que tu sejas completo?

*

Gostaria de chamar sua atenção para a necessidade de que, antes das práticas de cada uma das ideias das lições desta série, voltemos a este texto introdutório para não perdermos de vista a unidade que precisamos perceber nela. Comecemos, então, com a lição 281, que se apresenta assim:

Nada pode me ferir, exceto meus pensamentos.

1. Pai, Teu Filho é perfeito. Quando penso estar ferido de qualquer forma, é porque me esqueci de quem sou e de que sou tal qual Tu me criaste. Teus Pensamentos só podem me trazer felicidade. Se alguma vez fico triste, ou ferido, ou doente, esqueci o que Tu pensas e pus minhas ideias insignificantes e sem sentido no lugar que pertence aos Teus Pensamentos e aonde eles estão. Nada pode me ferir, exceto meus pensamentos. Os Pensamentos que tenho Contigo só podem abençoar. Só os Pensamentos que tenho Contigo são verdadeiros.

2. Não vou ferir a mim mesmo hoje. Pois estou muito além de qualquer dor. Meu Pai me pôs a salvo no Céu e vela por mim. E eu não quero atacar o Filho que Ele ama, porque aquilo que Ele ama também me cabe amar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vamos nos decidir pelo Céu ou pela culpa?

Oba! Temos mais uma adesão. Bem-vindo, Eduardo. Fique à vontade, por favor, para se manisfestar, compartilhar, contribuir, comentar e até mesmo, eventualmente, corrigir o que lhe parecer equivocado sempre que achar necessário.

Estou querendo ter notícias da Dani, em virtude das informações que nos chegam pela imprensa a respeito da situação lá na Indonésia. Você pode nos dizer alguma coisa, Dani? Cris, você tem notícias dela? E em Cingapura como estão as coisas?

Antes de passarmos à ideia do exercício 280, deste dia 7 de outubro, que encerra mais uma de nossas séries, gostaria de chamar a atenção de todos os que passeiam por este espaço para algo que surgiu das conversas em nosso encontro para leitura do UCEM, ontem à noite. Para o Roberto, nosso querido amigo e colega de grupo, trazemos todos uma culpa, dita atávica, gerada pela crença na separação. Isto é, pelo fato de termos escolhido viver a experiência dos sentidos em um mundo ilusório. Para ele, não podemos nos livrar desta culpa enquanto estivermos no ego. Até porque ela é, na maior parte do tempo, inconsciente.

No entanto, como nos diz o Curso, a separação nunca aconteceu. Nem o ego, nem o corpo, nem o mundo existem. Assim, esta culpa, dita atávica, é também uma invenção do ego, para nos convencer de que ele, sim, existe, e para tentar nos convencer de que ele é real e verdadeiro. Da mesma forma que todas as coisas que ele, ego, cria na ilusão de sua própria existência. Ora, o ensinamento busca nos mostrar que o ego, bem como tudo o que ele cria, não existe e que a culpa é só uma "armação" dele, logo, acredito, é sim possível viver a ilusão deste mundo sem a culpa. Sabendo, é claro, que ele [o mundo] é apenas um sonho, que não vai durar, mas um sonho que pode ser "o sonho feliz" de que nos fala o Curso, em lugar do pesadelo que o ego quer que vivamos na culpa, enquanto ainda não somos capazes de abrir mão do sonho de mundo. Acreditar na culpa, atávica ou não, é que é dar força às ilusões do ego e prender-se à crença em sua existência e na realidade da separação. É limitar o Filho de Deus à condição de um corpo [que não existe] em um mundo [que também não existe].

Para curar este auto-engano, o Curso nos oferece os exercícios diários, com ideias que, praticadas, podem, sim, nos afastar de quaisquer pretensas culpas e nos levar cada vez mais perto da Vontade de Deus de alegria perfeita para nós. A lição de hoje se apresenta da seguinte forma:

Que limites posso impor ao Filho de Deus?

1. Aquele que Deus criou sem limites é livre. Posso inventar uma prisão para ele, mas só em ilusões, não na verdade. Nenhum Pensamento de Deus deixa a Mente de Seu Pai. Nenhum Pensamento de Deus é limitado de forma alguma. Nenhum Pensamento de Deus é nada a não ser puro para sempre. Posso impor limites ao Filho de Deus, cujo Pai quis que ele seja sem limites e seja igual a Ele Mesmo na liberdade e no amor?

2. Permite que eu preste homenagem a Teu Filho, hoje, pois só assim encontro o caminho para Ti. Pai, eu não imponho limites ao Filho que Tu amas e que criaste sem limites. A homenagem que presto a ele é Tua, e o que é Teu também pertence a mim.

Mais uma observaçãozinha final em relação ao que diz nosso colega e amigo Roberto em relação à culpa atávica me ocorre agora. Quando ele diz que ao buscarmos olhar para nós mesmos, em busca da paz, do amor ou da alegria, vamos sempre encontrar uma "eca", resultado dessa culpa, se buscarmos bem fundo mesmo. Isso não precisa ser assim, de acordo com o Curso. O treinamento da mente que a ideia, ou as ideias, do ensinamento nos oferece acerca do que é o ego e a respeito do que somos, na verdade, serve precisamente para que sejamos capazes de olhar o mais profundamente possível para o interior de nós mesmos e constatar que não há lá nenhuma "eca". Que continuamos a ser exatamente como Deus nos criou, que nunca nos separamos d'Ele e que estamos no Céu o tempo todo, em qualquer lugar em que estivermos. Pois, como o Curso diz, para finalizar, o Céu é apenas uma decisão que temos de tomar.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O que ainda precisamos aprender?

Ainda não dei as boas vindas a Ana Paula Maranhão, que se juntou a nós há alguns dias e algumas lições atrás. Seja bem-vinda, Ana Paula. Espero que você encontre aqui motivos para continuar sua busca e que este espaço sirva para você compartilhar conosco sua(s) experiência(s) de aprendizado e as descobertas a respeito de si mesma que o Curso lhe deu, dá ou ainda vai dar. Aquelas que você julgar conveniente dividir conosco, é claro.

Carmen, querida, obrigado por seus comentários e muito obrigado por você oferecer sua contribuição e nos convidar também a refletir acerca das questões que continuam a nos desafiar e nos estimulam a seguir em frente. Você já entendeu que, no geral, em qualquer situação, falamos sozinhos, não? Sempre! Ou quase sempre. Ou você ainda carrega a expectativa ilusória de que pode fazer qualquer coisa para que outro(s) mude(m) sua(s) forma(s) de pensar e ver o mundo? Você ainda não percebeu que aquilo a que chamamos de diálogo não existe? Que só somos capazes do que convencionamos chamar de monólogo? Ou você tem a ilusão de que alguém, quem quer que seja, nalgum momento ouve o que você diz?

Não, não! Em geral, gostamos tanto de nossa própria voz que só conseguimos ouvir a nós mesmos. Tanto isso é verdade que se pode comprovar facilmente. E não sou só eu quem diz isso. Muita gente já disse isso antes. Ao vivo ou por escrito. Por exemplo, dada uma situação qualquer, quando não somos os protagonistas dela, nossos ouvidos vão escutar de quem fala apenas aquilo que encontra eco em nossa voz interior. Isto é, só vamos ouvir do(s) outro(s) aquilo que já existe dentro de nós e que a fala do(s) outro(s) corrobora, confirma. Em outras palavras, todos nós só ouvimos o que queremos ouvir.

Carl Rogers, o psicólogo da educação, dedicou toda sua vida ao estudo das maneiras pelas quais aprendemos, e ao desenvolvimento da compreensão dos mecanismos pelos quais facilitar a aprendizagem. São famosos, clássicos, nos cursos de Psicologia da Educação, seus livros Tornar-se Pessoa e Liberdade Para Aprender, nos quais a ideia básica, grosso modo, é o permitir-se ao aluno que ele se desenvolva, num clima livre e amoroso, na direção daquilo que ele [já] é potencialmente, ajudando-o tão somente a dar os passos iniciais, quando necessário. Orientando-o a respeito dos recursos de que ele dispõe internamente e acerca das formas de aprender, e fornecendo-lhe fontes renovadas e renováveis para a busca e para a pesquisa, sempre que for o caso.

Ao final de sua vida, Rogers concluiu que só aprende quem quer e só aquilo que quer e julga necessário para sua vida. Exatamente como nos diz o Curso: "Ninguém aprende a menos que queira e acredite que precisa do aprendizado de alguma forma" (T-1.VI.1:2). Por que, então, ainda teimamos em ficar surpresos quando alguém aparentemente - em nosso julgamento - dá demonstrações de que não aprendeu nada? Ou não demonstra estar disposto a fazer o esforço necessário ao aprendizado? Ou resiste a ele? Pretensa onipotência do ego, que quer, na ilusão de mundo que cria, que todos andem de acordo com o passo que ele quer determinar.

Estamos muito acostumados a questionar as posições de outras pessoas em relação a seus modos de vida, sua postura, e dizemos muitas vezes não entender como alguns de nós, nossos semelhantes, se sujeitam a experimentar formas de viver que se nos afiguram absurdas, incompatíveis com as escolhas que fizemos, ou faríamos, para nossas vidas. Imputamos, por exemplo, aos moradores de rua e mendigos, faltas que acreditamos terem, sem saber, ou melhor, sem nos apercebermos da verdade que há na afirmação de que não existe "nenhuma falta na criação de Deus" (T-1.VI.1:3). Apenas nos arvoramos em juízes do que vemos e ficamos transtornados porque não acreditamos que o transtorno está, verdadeiramente, no fato de que sempre que nos aborrecemos de alguma maneira é porque vemos algo que não existe (LE-6). Como acreditar nisto, no entanto?

A ideia da lição 279, para as práticas deste dia 6 de outubro, nos dá algumas pistas.

A liberdade da criação assegura minha própria liberdade.

1. O fim dos sonhos está garantido para mim, porque o Filho de Deus não foi abandonado pelo Amor d'Ele. Somente em sonhos há um momento em que ele parece estar na prisão e esperar por uma liberdade futura, se ela existir de algum modo. Na realidade, porém, seus sonhos acabaram, e a verdade se instalou no lugar deles. E agora a liberdade já é dele. Devo esperar pela libertação preso a correntes que já foram cortadas, se Deus me oferece a liberdade agora?

2. Aceitarei Tuas promessas hoje e depositarei nelas minha fé. Meu Pai ama o Filho Que Ele criou como Seu Próprio Filho. Tu me negarias as dádivas que me deste?

Lembremo-nos da orientação de dar uma passada de olhos no texto introdutório a esta série de lições antes das práticas. Agora, para complementar o comentário que fazia acima, convido-os a uma reflexão mais profunda a partir do que nos diz o Curso, e quero lembrar-lhes também que, em qualquer caso, "A melhor defesa, como sempre, é não atacar a posição do outro, mas, em lugar disso, proteger a verdade" (T-3.I.2:1). [Nós, via de regra, não sabemos o que é a verdade.] Ou: "Se atacas o erro em outra pessoa, tu te ferirás. Não podes conhecer teu irmão quando o atacas" (T-3.III.7:1-2). Para finalizar, sem me estender por demais, utilizando ainda a orientação que nos dá o texto, vejamos o que ele nos diz que ainda precisamos aprender, e que, é claro, a prática dos exercícios pode, e busca, nos ensinar: "Agora precisas aprender que só a paciência infinita produz efeitos imediatos. Ela é o caminho no qual troca-se o tempo pela eternidade. A paciência infita invoca o amor infinito e ao produzir resultados agora, torna o tempo desnecessário" (T-5.VI.12:1-3).

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Buscando vencer as limitações

Vocês acham que vale a pena estender a reflexão a partir da pergunta de Eileen, postada ontem? Sim? Bem... para continuar, a sequência do texto de ontem, no livro dela, com outras palavras, diz que nenhum de nós pode viver das experiências, glórias e triunfos de outras pessoas. Ninguém pode saber como é estar em unidade com Deus, a partir do que outros dizem. Ou a partir do que outros contam que ouviram dizer.

Essa experiência, por ser única, exige que cada um a busque e a encontre por si próprio. Até porque, encontrada, ela é indescritível. Ela é o exemplo do "instante santo", de que fala o Curso. Assim, esperar que a experiência se apresente por intermédio de outro(s) é como tornar-se dependente de muletas para andar, é limitar-se e querer permanecer limitado. Não podemos depender delas. Ou corremos o risco de andar sozinhos, ou estaremos sujeitos a perder por completo o uso das próprias pernas.

O autoconhecimento, que nos mostra a unidade com Deus, exige que busquemos viver nossa própria experiência espiritual, abrindo-nos para receber a inspiração de dentro, não de fora. Cada um de nós vai recebê-la de maneira diferente e particular. Não há nenhum padrão. Nem certo, nem errado. Basta que tomemos a decisão de trilhar nosso próprio caminho, abandonado as aparentes limitações. Ou buscando superá-las. Sabendo que, para isso, podemos contar com a ajuda do Espírito Santo. Sempre.

A lição 278, deste dia 5 de outubro, tem muito mais a nos dizer a este respeito. Para tanto, nossas práticas de hoje se apresentam assim:

Se sou limitado, meu Pai não é livre.

1. Se eu aceitar que sou prisioneiro em um corpo, em um mundo no qual todas as coisas que dão a impressão de viver parecem morrer, então meu Pai é prisioneiro comigo. E é nisto que acredito, quando sustento que tenho de obedecer às leis que o mundo obedece; as fragilidades e os pecados que percebo são reais e não se pode fugir deles. Se sou limitado de qualquer modo não conheço meu Pai nem meu Ser. E estou perdido para toda a realidade. Pois a verdade é livre, e o que é limitado não é uma parte da verdade.

2. Pai, não peço nada a não ser a verdade. Tenho muitos pensamentos tolos a respeito de mim mesmo e de minha criação, e trouxe um sonho de medo para minha mente. Hoje, não quero sonhar. Escolho o caminho para Ti em lugar da loucura e em lugar do medo. Pois a verdade é segura e só o amor é certo.

Lembremo-nos de dar uma passada de olhos no texto que introduz e dá unidade a série que praticamos.

domingo, 4 de outubro de 2009

Pontos sobre os quais vale refletir

Alguns tópicos para se pensar antes, ou depois, das práticas de hoje. Ou quando julgarmos conveniente refletir um pouco mais a respeito deles.

1. Hoje é o dia de São Francisco, pelo calendário católico. Apenas para registrar a data, e minha profunda admiração pela vida deste santo, ofereço-lhes, acho que mais uma vez, uma de minhas frases favoritas - uma grande lição - atribuída a ele.

A unidade entre os homens jamais será conseguida contra outros homens.
Nem de resto contra qualquer coisa, eu diria.

2. Eileen Caddy, uma das fundadoras da Findhorn Foundation [Fundação Findhorn], uma comunidade espiritual e centro de educação holística internacional no norte da Escócia, publicou, há anos, um livro intitulado Abrindo Portas Interiores. O livro funciona como um diário perene com mensagens para cada dia do ano, a partir da orientação pessoal recebida por ela de uma voz interior serena à qual Eileen chama de "o Deus interior". A mensagem para este dia começa com a pergunta:

Como queres viver uma vida espiritual profunda sem fazer nenhum esforço?

Algo a se pensar, não?

Vamos, pois, agora à lição 277 para este dia 4 de outubro, que se apresenta assim:

Que eu não limite o Filho de Deus com leis que fiz.

1. Teu Filho é livre, meu Pai. Não me deixes pensar que o limito às leis que fiz para governar o corpo. Ele não está sujeito a quaisquer leis que fiz, pelas quais tento tornar o corpo mais seguro. Ele não muda em razão daquilo que é mutável. Ele não é escravo de nenhuma lei do tempo. Ele é tal qual Tu o criaste, porque não conhece nenhuma lei exceto a do amor.

2. Não vamos adorar ídolos, nem acreditar em qualquer lei que a idolatria queira fazer para esconder a liberdade do Filho de Deus. Ele não está limitado senão por suas crenças. O que ele é, no entanto, está muito além de sua fé em escravidão e liberdade. E ele não pode ser limitado a não ser que a verdade de Deus possa mentir e a não ser que Deus possa querer enganar a Si Mesmo.

sábado, 3 de outubro de 2009

"A percepção verdadeira" de nós mesmos

Apenas para reforçar a orientação dada logo no começo da segunda parte do Livro de Exercícios, quero lembrá-los de que cada série de dez lições traz, antes de seu início, um tema central que dá unidade à série. O Curso pede que estudemos esse tema, ao menos uma vez a cada dia, antes das práticas diárias. Pois, da mesma forma que as lições, o tema também nos convida a olharmos para nós mesmos de modo a apreender "a percepção verdadeira", meta desta segunda parte.

Assim, neste dia 3 de outubro, antes de passarmos à ideia da lição 276, que vai ser objeto de nossas práticas, vamos ao texto completo do tema central, buscando descobrir o que somos, na verdade [a percepção verdadeira de nós mesmos], com a resposta à questão:

O que é o Cristo?

1. Cristo é o Filho de Deus tal qual Ele o criou. Ele é o Ser que compartilhamos, que nos une uns aos outros e também a Deus. Ele é o Pensamento que ainda mora no interior da Mente que é Sua Fonte. Ele não abandonou Seu lar santo, tampouco perdeu a inocência na qual Ele foi criado. Ele habita na Mente de Deus imutável para sempre.

2. Cristo é o elo que te mantém uno com Deus e garante que a separação não é mais do que uma ilusão do desespero pois a esperança habitará n'Ele para sempre. Tua mente é parte da d'Ele e a d'Ele [é parte] da tua. Ele é a parte aonde a Resposta de Deus está; aonde todas as decisões já foram tomadas e os sonhos acabaram. Ele permanece intocado por qualquer coisa que os olhos do corpo percebem. Pois, embora Seu Pai tenha posto n'Ele o meio para tua salvação, Ele, ainda assim, continua sendo o Ser Que, do mesmo modo que Seu Pai, não conhece nenhum pecado.

3. Lar do Espírito Santo e à vontade em Deus apenas, Cristo continua em paz no interior do Céu de tua mente santa. Na verdade, esta é a única parte de ti que tem realidade. O resto são sonhos. Esses sonhos também serão entregues a Cristo, para se desvanecerem diante de Sua glória e para, enfim, revelarem a ti teu Ser santo, o Cristo.

4. O Espírito Santo, a partir do Cristo em ti, alcança todos os teus sonhos e lhes ordena que venham a Ele para serem traduzidos em verdade. Ele os trocará pelo sonho final que Deus designou como o fim dos sonhos. Além do mais, quando o perdão descansar sobre o mundo e a paz chegar a todo Filho de Deus, o que poderia haver para manter as coisas separadas, pois o que resta para ver exceto a face de Cristo?

5. E por quanto tempo esta face santa será vista, se ela é apenas o símbolo de que agora o tempo para o aprendizado acabou e de que a meta da Expiação foi, enfim, alcançada? Deste modo, busquemos, portanto, achar a face de Cristo e não olhar para mais nada. Quando virmos Sua glória, saberemos que não temos nenhuma necessidade de aprendizado, ou de percepção, ou de tempo, nem de nada exceto do Ser santo, o Cristo a Quem Deus criou como Seu Filho.

*

Uma observação em relação à lição de hoje. Mais uma vez traduzi de forma diferente da que aparece no livro e mais uma vez lhes digo para não se preocuparem com isso. Usem, por favor, para as práticas, a forma que lhes soar melhor à mente e ao coração. Do modo que vejo, ela se apresenta assim:

Cabe a mim manifestar a Palavra de Deus.

1. O que é a Palavra de Deus? "Meu Filho é puro e santo como Eu Mesmo". E deste modo Deus Se tornou, de fato, o Pai do Filho que Ele ama, pois ele foi criado assim. Esta é a Palavra que Seu Filho não criou com Ele, porque Seu Filho foi criado nela. Vamos aceitar Sua Paternidade e tudo o que nos é dado. Neguemos que fomos criados em Seu Amor e negaremos nosso Ser, para ficarmos inseguros a respeito de Quem somos, de Quem é nosso Pai e do propósito para o qual viemos. E, no entanto, só precisamos reconhecer Aquele Que nos deu Sua Palavra em nossa criação para lembrar d'Ele e, assim, lembrar de nosso Ser.

2. Pai, Tua Palavra é minha. E é ela que quero levar a todos os meus irmãos, que me são dados para estimar como a mim mesmo, do mesmo modo com que sou amado, abençoado e salvo por Ti.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Prestar atenção à Voz por Deus em nós

Comecemos a sexta-feira com o quinto e último parágrafo do texto que apresenta e unifica a série de lições que ora praticamos e que busca responder à questão: O que é o Cristo? Amanhã, vamos juntar os cinco parágrafos para praticar com o texto completo. O quarto parágrafo, postado ontem, terminava também com uma pergunta: "o que resta para ver exceto a face de Cristo?"

E sua continuação fica assim:

5. E por quanto tempo esta face santa será vista, se ela é apenas o símbolo de que agora o tempo para o aprendizado acabou e que a meta da Expiação foi, enfim, alcançada? Deste modo, busquemos, portanto, achar a face de Cristo e não olhar para mais nada. Quando virmos Sua glória, saberemos que não temos nenhuma necessidade de aprendizado, ou de percepção, ou de tempo, nem de nada exceto do Ser santo, o Cristo a Quem Deus criou como Seu Filho.

A lição 275, deste dia 02 de outubro, nos assegura que a proteção de Deus recaiará sobre todas as coisas, quando resolvermos pôr a atenção na Voz d'Ele em nós. E nos convida às práticas da maneira que segue:

A Voz de Deus, que cura, protege todas as coisas hoje.

1. Vamos prestar atenção, hoje, à Voz por Deus, que nos fala de uma antiga lição, não mais verdadeira hoje do que em outro dia qualquer. Mas este dia foi escolhido para ser o momento em que buscaremos, e ouviremos, e aprenderemos, e entenderemos. Une-te a mim para ouvir. Pois a Voz por Deus nos fala de coisas que não podemos entender sozinhos, nem aprender separados. É nisto que todas as coisas estão protegidas. E nisto se encontra a cura da Voz por Deus.

2. Tua Voz que cura protege todas as coisas hoje e, então, deixo todas as coisas para Ti. Não preciso ficar ansioso com nada. Pois Tua Voz me dirá o que fazer e onde ir, a quem falar e o que lhe dizer, que pensamentos pensar e que palavras oferecer ao mundo. A segurança que trago me é dada. Pai, Tua Voz protege todas as coisas por meu intermédio.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Entregar o dia ao amor

Neste dia 1º de outubro, vamos dar continuidade as nossas práticas com a ideia da lição de número 274, que nos pede para entregarmos este dia ao amor e não ter medo. Antes de fazê-lo, vamos ao quarto parágrafo da introdução que dá unidade à serie, cujo tema central busca responder à pergunta: O que é o Cristo? Ele diz o seguinte:

4. O Espírito Santo, a partir do Cristo em ti, alcança todos os teus sonhos e lhes ordena que venham a Ele, para serem traduzidos em verdade. Ele os trocará pelo sonho final que Deus designou como o fim dos sonhos. Além do mais, quando o perdão descansar sobre o mundo e a paz chegar a todo Filho de Deus, o que poderia haver para manter as coisas separadas, pois o que resta para ver exceto a face de Cristo?

Lembremo-nos de que as práticas nesta segunda parte do Livro de Exercícios pedem que repassemos todo o texto que unifica as lições a cada dia juntamente com a lição para o dia. Hoje, então, praticamos assim:

Este dia pertence ao amor. Que eu não tenha medo.

1. Pai, hoje quero deixar que todas as coisas sejam tal qual Tu as criaste, e prestar a Teu Filho a homenagem devida a sua inocência; dar a Ele o amor de irmão a seu irmão e seu Amigo. Sou redimido por isso. Também por isso a verdade penetrará no lugar em que as ilusões estavam, a luz substituirá toda a escuridão e Teu Filho saberá que ele é como Tu a criaste.

2. Uma bêncão especial nos chega hoje d'Aquele Que é nosso Pai. Oferece este dia a Ele e não haverá medo hoje, porque o dia é entregue ao amor.