quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Isso não precisa ser assim

Muito proveitoso e esclarecedor nosso encontro de ontem. Ou só eu penso assim? É preciso, antes de mais nada, agradecer à Carmen, nossa colega, que, com sua contribuição e comentários ao exercício de ontem no blogue e com sua reflexão acerca dos últimos encontros, trouxe à luz alguns pontos a respeito dos quais precisamos aprofundar nossa própria reflexão. Individualmente, dia a dia, para, quem sabe, nalgum momento repartir com todos as conclusões a que chegamos. Ou não. O que nos parecer melhor.

É claro que ainda estamos todos, ou quase todos, eu diria, praticamente o tempo todo cercados, quando não inteiramente imersos, ou até mesmo esmagados, por situações advindas do mundo criado pelo sistema de pensamento do ego. Mas, como o ensinamento nos diz, isso não precisa ser assim. Os encontros semanais e o blogue, ou os exercícios diários, têm de - e podem, se decidirmos assim - ser para nós uma oportunidade para o recolhimento, para o afastamento temporário daquele sistema e daquelas situações. Uma oportunidade para nos voltarmos para nós mesmos, deixando de lado o julgamento que o ego faz deste mundo em que pensamos viver, e que ainda não nos pôs em contato com a alegria perfeita, com a Vontade de Deus para nós.

Creio estar bastante claro que esta oportunidade vai depender de abandonarmos as resistências que o ego oferece ao se perceber ameaçado. Precisamos também ficar muito atentos ao fato de que, apesar de os símbolos de que nos valemos para falar de um mundo diferente daquele que o sistema de pensamento do ego cria estarem sempre sujeitos à controvérsia, a interpretações, parece-me claro também que só podemos falar desse mundo diferente, do mundo que queremos, utilizando símbolos. Pois como o Curso diz, na lição 184:

Seria, de fato, estranho se te fosse pedido para ires além de todos os símbolos do mundo, esquecendo-os para sempre; e que, ao mesmo tempo, te fosse pedido para assumires uma função de professor. Tu tens necessidade de utilizar os símbolos do mundo por algum tempo. Mas não te deixes enganar por eles também. Eles não representam absolutamente nada e, na tua prática, é esta ideia que vai te libertar deles. Eles virão a ser apenas meios pelos quais podes te comunicar de forma que mundo possa compreender, mas que tu reconheces que não são a unidade na qual se pode encontrar a comunicação verdadeira.

Parafraseando Kenneth Wapnick, o Curso define o ego como o falso eu que construímos como substituto do Ser que Deus criou. Se, de fato, quisermos adquirir consciência - e eu acredito que todos queremos - de nossa Identidade verdadeira e de nossa vida em Deus, precisamos nos desfazer das intromissões do ego. O objetivo do Curso é oferecer uma forma de fazê-lo.

Continuemos, pois, a "jornada sem distância", de que nos fala o UCEM, com o terceiro parágrafodo texto que oferece resposta à questão: O que é o Cristo? Questão que dá unidade à série de lições que ora praticamos. Ele diz o seguinte:

3. Lar do Espírito Santo e à vontade em Deus apenas, Cristo continua em paz no interior do Céu de tua mente santa. Na verdade, esta é a única parte de ti que tem realidade. O resto são sonhos. Esses sonhos também serão entregues ao Cristo, para se desvanecerem diante de Sua glória e para, enfim, revelarem a ti teu Ser santo, o Cristo.

Dito isto, vamos à lição 273 que, neste dia 30 de setembro, convida a receber e aceitar hoje como nossa a serenidade da paz de Deus. Do seguinte modo:

A serenidade da paz de Deus é minha.

1. Agora talvez estejamos prontos para um dia de tranquilidade imperturbada. Se isso ainda não for possível, ficamos contentes e até mesmo mais do que satisfeitos em aprender de que modo se pode alcançar tal dia. Se dermos espaço para um incômodo, vamos aprender como desfazê-lo para voltar à paz. Precisamos apenas dizer a nossas mentes com convicção: "A serenidade da paz de Deus é minha", e nada pode se intrometer na paz que o Próprio Deus dá a Seu Filho.

2. Pai, Tua paz é minha. Que necessidade tenho de temer que qualquer coisa possa roubar de mim aquilo que Tu queres que eu conserve? Eu não posso perder Tuas dádivas para mim. E, assim, a paz que Tu deste a Teu Filho ainda está comigo, na quietude e no meu amor eterno por ti.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O sonho de Borges e o nosso

Neste dia 29 de setembro, a lição de número 272 nos convida a refletir a respeito das ilusões que criamos e construímos para a satisfação do ego, neste mundo de formas e sentidos. E a pergunta/ideia para as práticas é bem clara: Como ilusões podem satisfazer o Filho de Deus? Eu diria que, se pensarmos bem, as ilusões não satisfazem nem mesmo o ego. Ou já não nos apercebemos de que os egos não se satisfazem com nada? Querem sempre mais. Sonham sempre mais.

Agora, em se tratando deste mundo, existe alguma coisa além da ilusão? Do sonho? Em um poema intitulado Descartes, Jorge Luis Borges, o grande poeta argentino, e desculpem-me se me alongo nesta introdução, mas creio que vale a pena pensar um pouco mais a respeito do que imaginamos ser o mundo, diz o seguinte:

Sou o único homem sobre a terra e talvez não exista terra nem homem.
Talvez um deus me engane.
Talvez um deus tenha-me condenado ao tempo, essa longa ilusão.
Sonho a lua e sonho meus olhos, que percebem a lua.
Sonhei a tarde e a manhã do primeiro dia.
Sonhei Cartago e as legiões que desolaram Cartago.
Sonhei Lucano.
Sonhei a colina do Gólgota e as cruzes de Roma.
Sonhei a geometria.
Sonhei o ponto, a linha, o plano e o volume.
Sonhei o amarelo, o azul e o vermelho.
Sonhei minha enfermiça infância.
Sonhei os mapas e os reinos e aquele duelo ao alvorecer.
Sonhei a inconcebível dor.
Sonhei minha espada.
Sonhei Elizabeth da Boêmia.
Sonhei a dúvida e a certeza.
Sonhei o dia de ontem.
Não tive ontem, talvez; talvez não tenha nascido.
Quem sabe eu sonhe ter sonhado...

Dando sequência à parte introdutória e tema central desta nova série de lições, conforme prometi ontem, vamos ao segundo paráfrafo do texto, que buscando responder à pergunta: O que é o Cristo? e diz o seguinte [amanhã teremos o terceiro paráfrafo]:

2. Cristo é o elo que te mantém uno com Deus e garante que a separação não é mais do que uma ilusão do desespero, pois a esperança habitará n'Ele para sempre. Tua mente é parte da d'Ele e a d'Ele da tua. Ele é a parte aonde a Resposta de Deus está; aonde todas as decisões já foram tomadas e os sonhos acabaram. Ele permanece intocado por qualquer coisa que os olhos do corpo percebem. Pois, embora Seu Pai tenha posto n'Ele o meio para tua salvação, ainda assim Ele continua sendo o Ser Que, do mesmo modo que Seu Pai, não conhece nenhum pecado.

Lembrando que as práticas de cada lição em cada série pedem que estudemos o tema que as unifica, a lição de hoje se apresenta assim:

Como ilusões podem satisfazer o Filho de Deus?

1. Pai, a verdade me pertence. Meu lar está estabelecido no Céu por Tua Vontade e pela minha. Sonhos podem me satisfazer? Ilusões podem me trazer felicidade? O que, a não ser a lembrança de Ti, pode satisfazer Teu Filho? Não aceitarei nada menos do que Tu me deste. Estou cercado por Teu Amor, sereno para sempre, eternamente bondoso e seguro para sempre. O Filho de Deus tem de ser tal qual Tu o criaste.

2. Hoje não tomaremos conhecimento das ilusões. E, se ouvirmos a tentação nos chamar para pararmos e nos demorarmos em um sonho, nós nos desviaremos e nos perguntaremos se nós, os Filhos de Deus, poderíamos nos contentar com sonhos, quando tão facilmente quanto o inferno podemos escolher o Céu, e o amor substituirá todo o medo com alegria.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Agradecer e compartilhar

Gostaria de começar hoje com um agradecimento especial a todos que acessam este espaço e leem as postagens, ou já as leram alguma vez. Ou seja, a todos que se cadastraram e aparecem na condição de seguidores do blogue. Entendo que isso significa que, de vez em quando, depois do cadastramento, eles e elas acessam, ou acessaram em algum momento, as postagens e praticam as lições. Ou não. Isso, no entanto, não pode e nem deve ser objeto de especulação. Eles e elas estão lá e basta.

Em particular gostaria de enviar meu muito obrigado, de coração, às pessoas que se dão, ou já se deram, ao trabalho de comentar ou compartilhar suas dúvidas e descobertas. Enfim, aos que resolvem se manifestar de alguma forma, nalgum momento. Isso é muito bom e faz muito bem. Principalmente porque ajuda a dissipar a sensação de que falo sozinho, uma sensação própria do ego, que se manifesta às vezes, mesmo quando sei que isso não é bem verdade. Acho que todos sabemos do que se trata, não é mesmo? Ora, todos nós sabemos também que quem sai na chuva tem de estar preparado para se molhar. O que não mata ninguém. Em condições normais.

E digo isto hoje a propósito da postagem de sábado e ao comentário que fiz a seu respeito na de domingo. Apenas para ressaltar a orientação de que ninguém deve se sentir na obrigação de fazer qualquer comentário e/ou agradecer pelo que digo ou por qualquer mensagem que, eventualmente, venha a extrair desta ou daquela postagem. Apenas para reforçar a atenção que devemos ter para aquilo que o ensinamento do UCEM diz em uma de suas lições, por que já passamos: tudo o que dou é dado a mim mesmo. Ou ainda, dito de outra forma no texto, só temos, de verdade, aquilo que damos. É isto que busco praticar com este blogue.

Isto posto, podemos seguir adiante, não? Com a lição 271, damos início, hoje, a uma nova série de exercícios. Uma série que tem como tema central a pergunta: O que é o Cristo? Pergunta a que o texto introdutório à série vai responder e nos ajudar a aprender a resposta em cinco parágrafos, que devem ser visitados diariamente, e dez lições. Comecemos com o primeiro parágrafo aqui e, em seguida, com a lição.

O que é o Cristo?

1. Cristo é o Filho de Deus tal qual Ele O criou. Ele é o Ser que compartilhamos, que nos une uns aos outros e também a Deus. Ele é o Pensamento que ainda mora no interior da Mente que é Sua Fonte. Ele não abandonou Seu lar santo, tampouco perdeu a inocência na qual Ele foi criado. Ele habita na Mente de Deus imutável para sempre.

Amanhã teremos a continuação, com o segundo parágrafo. Hoje, a lição 271, a primeira desta nova série traz para as práticas a seguinte ideia:

A visão de Cristo é a que usarei hoje.

1. Todo dia, toda hora, todo instante escolho o que quero ver, os sons que quero ouvir, as evidências daquilo que quero que seja a verdade para mim. Hoje escolho ver aquilo que Cristo quer que eu veja, escutar a Voz de Deus e buscar as provas para aquilo que é verdadeiro na criação de Deus. Na visão de Cristo, o mundo e a criação de Deus se encontram e, ao se reunirem, toda a percepção desaparece. Sua visão generosa redime o mundo da morte, pois nada do que Ele olha não deve senão viver, lembrando o Pai e o Filho, Criador e criação unificados.

2. Pai, a visão de Cristo é o caminho para Ti. O que Ele vê solicita que Tua lembrança me seja devolvida. E escolho isso para ser o que quero ver hoje.

domingo, 27 de setembro de 2009

Aprender a abandonar as expectativas

É muito interessante notar o quanto, em geral, nossas expectativas se - e nos - frustram, quando as temos. Quando, por exemplo, estimulados por alguém que nos fala de um filme, buscamos assistí-lo esperando que ele traga, no mínimo, uma revelação. Não acontece nada! Nada! Ou quando um(a) amigo(a) nos indica um livro e o abrimos esperando encontrar nele a resposta para todas as perguntas que temos. Ou a expressão definitiva da beleza, do amor, da alegria e de tudo o que julgamos importante ter bem definido em nossas vidas. Nada! Às vezes nem conseguimos passar das primeiras páginas do livro. Digo isso, hoje, agora, em função do que escrevi ontem neste blogue, por ter imaginado que, em virtude da importância do tema, e também porque achei que tinha escrito bem - direitinho, bonitinho -, os comentários choveriam. Pois vejam só. O único comentário que recebi [Obrigado, Duda!] nem sequer se referia ao que eu havia dito.

Não, não! Não estou frustrado. Mesmo! Já aprendi que as expectativas só existem para serem frustradas. Na verdade, elas mais impedem do que ajudam as coisas a acontecerem, pois limitam as possibilidades. E nós nunca sabemos, de fato, o que pode nos fazer felizes. De acordo com o UCEM, os problemas que somos levados a enfrentar nesta vida, neste mundo, se devem ao fato, não de pedirmos muito, de termos grandes expectativas, e sim de pedirmos e esperarmos muito pouco. Isto é, ao fato de não termos consciência de que não é necessário ter nenhuma expectativa nunca, porque temos direito a tudo. Tudo o que existe está a nossa disposição o tempo todo. Por isso, é que, quando, aparentemente, uma qualquer de nossas expectativas se realiza, isto é, desobedece ao princípio de que elas existem para serem frustradas, sua realização sempre supera o que esperávamos. Pois, na verdade, não somos nem de longe capazes de imaginar o tamanho de nossa herança como Filhos de Deus. Só por isso limitamos nossos pedidos. Por isso e por, na maior parte do tempo, não nos julgarmos merecedores de mais. De tudo.

Isso também se deve, entre outras coisas, ao fato de que a orientação que recebemos para nossas vidas neste mundo foi a de ver com os olhos do corpo. E isso é ver de modo limitado. Ou todos nós não sabemos que existe muito mais do que sonha "nossa vã filosofia"? Não sabemos que há muito mais mundos do que sequer somos capazes de imaginar? Não nos apercebemos ainda de que há tantos mundos quantas são as criaturas [Torga, em A Criação do Mundo]? E que até mesmo no interior de cada um de nós existem infinitos mundos a espera de serem descobertos? E que isso significa que nenhum deles, visto com os olhos do corpo, corresponde à realidade?

Roberto Crema, no livro Normose, de que já falei outras vezes, diz que "... todos nós somos filhos e filhas de uma promessa que fizemos. Encarnamos para lembrar e cumprir essa promessa através da realização de uma tarefa individual intransferível. É essa aventura que nos convida a penetrar no labirinto de nós mesmos, em direção ao diamante do ser, no coração de pedra bruta de nossa existência". Isso demanda um jeito diferente de olhar, um jeito diferente de ver.

E é deste jeito diferente que se ocupam nossas práticas da ideia da lição 270, neste domingo, dia 27 de setembro. Ela se apresenta assim:

Hoje não usarei os olhos do corpo.

1. Pai, a visão de Cristo é Tua dádiva para mim e ela tem poder para traduzir tudo aquilo que os olhos do corpo veem na visão de um mundo perdoado. Quão sublime e generoso é este mundo! E quão mais vou perceber nele além do que a visão pode dar. O mundo perdoado exprime de forma clara que Teu Filho reconhece seu Pai, permite que seus sonhos sejam trazidos à verdade e espera ansioso aquele único instante a mais que resta do tempo, que se acaba para sempre, quando Tua lembrança volta a ele. E, nesse momento, a vontade dele é a mesma que a Tua. A função dele, agora, é apenas Tua Própria função, e todos os pensamentos, não ser Teus Próprios Pensamentos, desaparecem.

2. A tranquilidade de hoje abençoará nossos corações e, por meio deles, a paz virá para todos. Cristo é os nossos olhos hoje. E pela visão d'Ele oferecemos a cura ao mundo, por intermédio d'Ele, o Filho santo a quem Deus criou íntegro, o Filho santo a quem Deus criou uno.

sábado, 26 de setembro de 2009

Para refletir um pouco acerca do amor

Leo Buscaglia publicou, há muitos anos, um livro intitulado Amor, resultado de um curso, dedicado ao crescimento pessoal, ao qual ele deu o nome de "Curso do Amor", ciente de que não poderia "ensinar", no sentido acadêmico, o significado daquilo que dava nome a seu curso. Interessante, porém, é o motivo que o levou a organizar e levar adiante a ideia do curso, que resultou no livro, algo que ele conta logo na introdução do livro e que, é claro, não vou contar aqui para não estragar a surpresa de quem quer que resolva lê-lo.

Na introdução do texto de Um Curso em Milagres, aonde lemos a respeito do objetivo do Curso, de forma que lembra a consciência de Buscaglia, há a seguinte informação: O curso não tem por objetivo ensinar o significado do amor, pois isso está além do que pode ser ensinado. Ele objetiva, contudo, remover os bloqueios à consciência da presença do amor, que é tua herança natural.

Ora, o UCEM nos oferece um caminho para o auto-conhecimento. Logo, remover os bloqueios à consciência do amor só pode significar remover os obstáculos do caminho que pode nos conduzir a nós mesmos, à consciência do que somos, na verdade. À descoberta, ou à lembrança, de nossa verdadeira Identidade. Ao encontro com nossa Fonte, de onde nunca saímos.

Buscaglia, lá pelo final de seu livro, esculpiu em seu texto uma frase que considero memorável a respeito do amor e da relação amorosa. A frase que me levou a pensar a respeito desta introdução para a lição 269 deste dia 26 de setembro, que nos convida, hoje, a exercitar a visão para ver em todos [e em tudo] apenas o amor [a face de Cristo]. A frase é a seguinte:

Quando a relação amorosa não me conduz a mim mesmo, quando eu, numa relação de amor, não conduzo outra pessoa a si própria, este amor, mesmo que pareça a ligação mais segura e extasiante que já tive, não é amor verdadeiro.

Vamos, pois, à ideia para as práticas de hoje. Mais uma vez estou lhes oferecendo aqui uma versão diferente da que está no livro. Não se preocupem, por favor, com isto. Sigam a orientação de seus corações e mentes e utilizem a lhes soar melhor.

Minha visão se apressa para ver a face de Cristo.

1. Peço Tua bênção para minha visão hoje. Ela é a forma que Tu escolheste para vir a ser o modo de me mostrar meus erros e de olhar para além deles. Cabe a mim encontrar uma nova percepção a partir do Guia que me deste e ultrapassar a percepção e voltar à verdade por meio das lições d'Ele. Peço a ilusão que transcende todas as que criei. Hoje escolho ver um mundo perdoado, no qual todos me mostram a face de Cristo e me ensinam que aquilo que vejo me pertence, que não existe nada a não ser Teu Filho santo.

2. Hoje, nossa visão é, de fato, abençoada. Compartilhamos uma única visão, quando olhamos para a face d'Aquele Cujo Ser é o nosso. Somos um só por causa d'Ele Que é o Filho de Deus; d'Ele Que é nossa própria Identidade.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Algumas respostas ao questionamento

Além do comentário que fiz ao comentário da Duda a respeito da lição de ontem, gostaria de dizer que, aparentemente, a ideia que vamos praticar neste dia 25 de setembro, com a lição de número 268, é uma espécie de complementação ao que eu dizia a ela [Poder-se-ia até pensar na lição de hoje como uma mensagem endereçada especifa e diretamente a ela. Vejam depois, por favor, e me digam se estou equivocado.]. Por isso, é claro, serve perfeitamente de resposta aos questionamentos que ela faz, além, é claro, de servir também de orientação quanto às direções a serem tomadas. E, sem dúvida, assim como atende às necessidades que ela exprime, atende também a todos e a cada um de nós, por nos trazer, no exato momento - este em que nos encontramos -, como sempre, as respostas de que precisamos para as perguntas mais cruciais de nossas vidas. Uma resposta que serve a cada um de uma maneira peculiar e própria, e que respeita sempre a capacidade de compreensão que cada um de nós tem.

E para que não fiquemos apenas no questionamento como propus ontem, gostaria de lhes indicar a leitura de dois pontos do livro, que podem vir a ser muito esclarecedores, no sentido de nos deixar em paz com tudo o que experimentamos e, ao mesmo tempo, nos trazer alguma luz acerca do sentido de tudo o que estudamos, do sentido de tudo o que experimentamos, inclusive a respeito de todas as questões com as quais nos defrontamos no processo que é viver "neste mundo". Leiam, e releiam, se preciso for, pois, os subtítulos I. Ensinamento certo e aprendizado certo e II. O ego e a falsa autonomia, que fazem parte do capítulo 4, AS ILUSÕES DO EGO, do UCEM. E comentem aqui, se possível, para eu - e todos os que acompanham este blogue - saber se encontraram lá alguma resposta. E algumas tantas outras dúvidas.

Agora, a ideia para nossas práticas de hoje, que se apresenta assim:

Que todas as coisas sejam exatamente como são.

1. Senhor, permite que, hoje, eu não seja Teu crítico e julgue contra Ti. Que eu não tente me intrometer com Tua criação para distorcê-la em formas doentias. Permite-me ficar disposto a retirar meus desejos da unidade dela e a permitir, assim, que ela seja tal qual Tu a criaste. Pois assim também serei capaz de reconhecer meu Ser tal qual Tu me criaste. Fui criado no amor e permanecerei para sempre no amor. O que pode me assustar, se eu permitir que todas as coisas sejam exatamente com são?

2. Não permitas que nossa visão seja blasfema hoje, nem permitas que nossos ouvidos deem atenção a línguas mentirosas. Só a realidade está livre da dor. Só a realidade está livre da perda. Só a realidade está inteiramente segura. E é só isso que buscamos hoje.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Questões para se pensar

Neste dia 24 de setembro, antes de nos voltarmos à ideia da lição 267 para as práticas, gostaria de lhes oferecer alguns pontos para questionamento. E sei que a lição vai ajudar a esclarecer muitos deles, se não todos.

A primeira questão se refere ao que ainda não aprendemos. E o que é que ainda não aprendemos, em meio a tanta informação que recebemos, em meio a tantos conteúdos que estudamos, em meio a tantos caminhos que se apresentam e que as vezes nos deixam confusos quanto a qual, ou quais, escolher?

É claro que tudo isso remete a muitas outras questões, mas eu diria que a primeira coisa que precisamos aprender, e que ainda não aprendemos - a maioria de nós -, é que não sabemos nada. Na verdade, a condição básica para aprendermos alguma coisa é reconhecer que não sabemos. Ou alguém alguma vez se matricula para fazer qualquer curso a respeito de um assunto que julga dominar? Lembram-se da historinha da taça cheia? Não há como colocar mais nada em uma taça que já está cheia. Eu acho que podemos dizer que todas as nossas dificuldades têm origem neste fato. Estamos tão cheios de nós mesmos e de nossa própria sabedoria que julgamos não precisar aprender mais nada.

A segunda se refere a algo que o ensinamento do UCEM recomenda e que temos também muita dificuldade em reconhecer - que dirá fazer. É reconhecer nossa total e completa dependência de Deus. E, eu diria, reconhecer, primeiro, que não sabemos nada facilita muito dar este segundo passo. Creio que, é mais ou menos óbvio, não?, enquanto não dermos aquele primeiro passo, não seremos capazes do segundo.

Para finalizar, por enquanto, para não me alongar muito, um terceiro ponto. O ego. Ah, o ego! O ego que, para o ensinamento do UCEM, é o reponsável por toda a ilusão de mundo que construímos e "criamos" a partir de pensamentos equivocados, a partir de crenças a respeito de nós mesmos que não têm fundamento. O ego, que não existe, que é ilusão, conforme o Curso diz com todas as letras em vários pontos, quer no texto, quer no Livro de Exercícios, quer no Manual de Professores.

Assim, de acordo com um ensinamento muito antigo, precisamos reconhecer que "todo o mal do mundo, e toda a infelicidade, vem do conceito de eu" [o ego que separa]. Ou ainda, aprender a reconhecer que "nós não possuímos um 'ego'. Somos possuídos pela ideia de um". Para dizer ainda de outra forma, de acordo com este mesmo ensinamento milenar, que está em consonância com o que o UCEM ensina:

Por que tu és infeliz?
Porque 99,9 por cento
De tudo o que pensas,
E tudo o que fazes,
É para ti mesmo -
E não existe um.
Dito isto vamos à ideia para as práticas de hoje, que se apresenta da seguinte maneira:
Meu coração pulsa na paz de Deus.
1. Toda a vida que Deus criou em Seu Amor está a minha volta. Ela me chama a cada batida do coração e em cada respiração; em cada ação e em cada pensamento. A paz enche meu coração e inunda meu corpo com o propósito do perdão. Minha mente está curada agora, e tudo o que preciso para salvar o mundo me é dado. Cada batida do coração me traz paz; cada respiração me infunde força. Eu sou um mensageiro de Deus, guiado por Sua Voz, animado por Ele no amor, e mantido em serenidade e paz para sempre em Seus Braços amorosos. Cada batida do coração chama Seu Nome e cada uma recebe a resposta da Sua Voz, que me garante que n'Ele estou em casa.
2. Que eu dê ouvidos a Tua Resposta, não a minha. Pai, meu coração pulsa na paz que o Coração do Amor* criou. É aí, e só aí, que eu posso estar em casa.

*No original: the Heart of Love. A palavra heart, em seu uso corrente no inglês, muitas vezes tem o significado de núcleo, centro, o ponto básico, a origem, o cerne de alguma coisa. Ter isso em mente talvez facilite o entendimento de que é só em Deus, tendo-O como o Centro de todo o amor, que podemos nos sentir em casa.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Compartilhar a beleza e a alegria

Caros, caras,

Tivemos ontem o início da primavera e, apesar de o dia ter se parecido mais com um daqueles dias chuvosos e modorrentos de inverno, acho que vale lembrar e registrar a entrada na estação das flores. O início da estação que celebra a vida com as cores, com a alegria do canto dos pássaros. Um momento próprio para a meditação, para a reflexão, que nos devolve à ideia de ontem, que nos permite ver a benignidade da criação mais facilmente. Por isso posto aqui, hoje, o link abaixo que remete a uma montagem feita com fotos, música e poesia. As fotos foram feitas por minha mulher, a música é conhecida, a poesia é do amigo poeta Donizete Galvão e a montagem e narração são de outro amigo, Carlos Machado, aliás, o responsável criador do site www.algumapoesia.com.br, poeta também. Convido-os, pois, a compartilharem a alegria e a beleza reunidas, se lhes aprouver. Liguem o som antes de clicar no link.

http://www.algumapoesia.com.br/som/ipes.wmv

Depois do contato com a beleza e com a alegria, voltemo-nos, com elas em mente, para a lição 266 que, neste dia 23 de setembro, nos dá, para as práticas, a ideia de onde mora o Ser [aquilo que somos, na verdade]. Onde podemos encontrá-lo, na criação, da maneira mais fácil e óbvia. Da seguinte forma:

Meu Ser santo habita em ti, Filho de Deus.

1. Pai, Tu me deste todos os Teus Filhos para serem meus salvadores e conselheiros para a minha visão; os portadores da Tua Voz santa para mim. Tu estás refletido neles e, neles, Cristo olha de volta para mim a partir do meu Ser. Não deixes que Teu Filho esqueça Teu Nome santo. Não permitas que Teu Filho esqueça sua Fonte sagrada. Não permitas que Teu Filho esqueça que o Nome dele é o Teu.

2. Neste dia entramos no Paraíso, invocando o Nome de Deus e o nosso próprio nome, reconhecendo nosso Ser em cada um de nós; unidos no santo Amor de Deus. Quantos salvadores Deus nos deu! Como podemos perder o caminho até Ele, quando Ele enche o mundo com aqueles que O mostram e nos dá a visão para olhar para eles?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Para ver a realidade além das formas

"Perceber verdadeiramente é estar ciente de toda a realidade pela consciência de tua própria [realidade]. Mas, para isso [acontecer], nenhuma ilusão pode ser tornar visível a tua vista, pois a realidade não deixa nenhum espaço para qualquer erro."

" Tu consideras "natural" utilizar tua experiência passada como ponto de referência a partir do qual julgar o presente. No entanto, isso não é natural porque é ilusório [enganador, falso]."

"O tempo tanto pode libertar quanto aprisionar, dependendo de quem é a interpretação dele que usas. Passado, presente e futuro não são contínuos, a menos que tu lhes imponhas continuidade. Podes percebê-los como contínuos e os tornar contínuos para ti. Mas não te deixes enganar, para então acreditares que é assim que é. Pois acreditar que a realidade é aquilo que queres que ela seja, de acordo com teu uso para ela, é ilusório [é delírio]."

Os textos acima foram extraídos do capítulo 13 do UCEM, O MUNDO SEM CULPA. Para ser mais específico, de seu sexto subtítulo: Encontrar o presente. E eu os estou citando como introdução à lição 265, deste dia 22 de setembro, para lhes oferecer uma oportunidade de reflexão a respeito da forma pela qual olhamos para o mundo, e para o que pensamos ser a "realidade". Para que lhes seja mais fácil entender e praticar a ideia que o ensinamento nos oferece hoje. E também para lembrar que nesta segunda parte do Livro de Exercícios estamos caminhando na direção da "aquisição de percepção verdadeira".

A ideia para nossas práticas de hoje convida a ver a realidade da criação, isto é, a ver a benignidade que existe em tudo aquilo onde pousa nosso olhar, isto é, aquilo que só podemos ver quando temos consciência de nossa própria realidade. Mas, para isso, mais do que apenas olhar com os olhos do corpo, é preciso que busquemos ver com nosso ser inteiro, que é mais do que só o corpo. E ver mais do que o que as ilusões das formas nos mostram.

Uma pequena observação. Traduzi gentleness, do texto original, por benignidade, por acreditar que a palavra benignidade [mais do que gentileza, conforme a versão da Lillian] exprime melhor aquilo que a lição e o ensinamento dizem que precisamos ver como realidade neste mundo que criamos e construímos com nossos pensamentos. Mas, como já disse outras vezes, isso não modifica em nada a eficácia das práticas. Fiquem à vontade, por favor, para continuar utilizando a forma que aparece no texto traduzido.

Nossa lição fica, então, assim:

A benignidade da criação é tudo o que vejo.

1. De fato, eu compreendo mal o mundo, porque depositei sobre ele meus pecados e os vi olhando de volta para mim. Quão ameaçadores me pareceram! E quão enganado estive ao pensar que aquilo que eu temia estava no mundo, e não apenas em minha cabeça. Hoje, vejo o mundo na benignidade celestial com a qual a criação brilha. Não há nenhum medo nela. Que nenhuma ocorrência de meus pecados esconda a luz do Céu que brilha sobre o mundo. O que se reflete aí está na Mente de Deus. As imagens que vejo refletem meus pensamentos. No entanto, minha mente está em unidade com A de Deus. E, por isso, posso perceber a benignidade da criação.

2. Em paz, quero olhar para o mundo, que só reflete Teus Pensamentos, e também os meus. Que eu me lembre de que eles são os mesmos, e verei a benignidade da criação.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A prece da salvação

A lição 264, cuja ideia vamos utilizar para as práticas neste dia 21 de setembro, nos convida a pensar, melhor seria dizer a lembrar, que estamos cercados pelo Amor de Deus. Não importa aonde estejamos, não importa aonde vamos, com quem estamos ou em que momento de nossas vidas. Deus está sempre conosco. O Amor não se afasta de nós em momento algum. Nós pensamos poder afastá-lo. Um equívoco. Um grande engano.

Da mesma forma é um engano a ideia de que estamos separados uns dos outros, de que podemos estar de alguma forma separados de alguma coisa que viva, ou de que podemos nos separar de Deus. Não podemos! Mesmo quando pensamos odiar alguém ou alguma coisa, ou quando imaginamos que alguém não gosta de nós, que é inimigo. Tudo o que fazemos não é nada mais do que buscar dar realidade ao engano, aumentar o auto-engano.

Para escapar deste auto-engano é que servem nossas práticas, para que nos lembremos da Fonte de onde viemos todos, da Fonte que nos une, a Fonte que, na verdade, não deixamos e na qual vivemos na unidade em Deus permanentemente. Assim, hoje praticamos do seguinte modo.

Eu estou cercado pelo Amor de Deus.

1. Pai, Tu estás diante de mim e atrás de mim, ao meu lado, no lugar em que me vejo, e em todos os lugares aonde vou. Tu estás em todas as coisas que vejo, nos sons que ouço, e em todas as mãos que buscam alcançar a minha. O tempo desaparece em Ti, e o espaço se torna uma crença sem sentido. Pois aquilo que envolve Teu Filho e o mantém seguro é o próprio Amor. Não existe nenhuma fonte a não ser essa, e não há nada que não compartilhe sua santidade; nada que esteja além de Tua única criação, ou fora do Amor que mantém todas as coisas no interior de si mesmo. Pai, Teu Filho é igual a Ti Mesmo. Hoje vimos a Ti em Teu Próprio Nome, para ficarmos em paz no Teu Amor eterno.

2. Meus irmãos, juntem-se a mim neste propósito hoje. Esta é a prece da salvação. Não temos de nos unir naquilo que vai salvar o mundo juntamente conosco?

domingo, 20 de setembro de 2009

Um modo novo de olhar para as formas

Logo no início do primeiro livro da série Conversando com Deus, Neale [Donald Walsch] pergunta a Deus por que Ele não Se revela de forma clara e incontestável e recebe a resposta que diz que todas as formas O revelam, e que todas as formas são contestáveis.

Isto é, Deus está em tudo o que existe. Vê-Lo depende apenas de uma decisão nossa. Pois, recorrendo ainda à resposta dada a Neale, Deus não Se revela pela e para a observação externa, mas a partir da experiência interna. Quando nossa experiência interna revelar Deus a nós e em nós, a observação externa deixará de ser necessária. E, enquanto a observação externa nos parecer necessária, a experiência interior [de Deus em nós] não será possível.

Acho que é importante termos isso em mente ao longo deste dia 20 de setembro, em que as práticas com a ideia que nos oferece a lição 263 vão nos convidar a ver o mundo a partir da decisão interior de ver Deus em tudo aquilo para que dirigimos nosso olhar. Ou perceber a pureza em todas as coisas não significará isso? É deste modo que, acredito, podemos ver Deus em tudo e em todos.

Minha visão santa percebe todas as coisas [como sendo] puras.

1. Pai, Tua Mente criou tudo o que existe, Teu Espírito penetrou em tudo, Teu Amor deu vida a tudo. E eu quero olhar para aquilo que Tu criaste como se ele pudesse se tornar pecaminoso? Eu não quero perceber tais imagens negras e amedrontadoras. O sonho de um louco dificilmente é adequando como minha escolha, em lugar de toda a beleza com a qual Tu abençoaste a criação; toda sua pureza, sua alegria e sua morada eterna e serena em Ti.

2. E, enquanto ainda permanecemos do lado de fora do portão do Céu, olhemos para tudo o que vemos a partir da visão santa e dos olhos de Cristo. Que todas as aparências nos pareçam puras, para podermos passar por elas na inocência e caminhar juntos para a casa de nosso Pai como irmãos e como os Filhos santos de Deus.

sábado, 19 de setembro de 2009

Abandonar o julgamento e achar a paz

Neste 19 de setembro, a lição 262, nos convida a esquecer o(s) julgamento(s) em todas as suas formas, para experimentar, ainda que por breves instantes, a paz e a alegria que pode nos dar a unidade. Para afastar a ideia da separação de que falamos ontem. Para afastar de uma vez por todas a ideia de que somos um corpo e de que ele nos separa uns dos outros. Isso só pode acontecer no tempo, que também é uma parte da grande ilusão deste mundo.

Assim, antes de entrar, de fato, na ideia para as práticas de hoje, gostaria de compartilhar com vocês dois pedacinhos da fala de Guimarães Rosa, pelo jagunço Riobaldo que, refletindo a respeito de suas experiências no tempo, diz: 'Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data". Isto é o mesmo que dizer que o tempo é uma ilusão e que, na verdade, não existe.

Noutra de suas falas ele diz: "eu queria decifrar as coisas que são importantes... Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder. O que induz a gente para más ações estranhas, é que a gente está pertinho do que é nosso, por direito, e não sabe, não sabe, não sabe!" Ou seja, em nosso(s) julgamento(s) ou em nossa(s) interpretação(ões) de tudo e de todas as coisas que aparentemente nos acontecem, muitas vezes pensamos não ter controle de nossas ações, de nossos pensamentos. Porque não temos - e nem buscamos ter - consciência de que o que é nosso por direito está pertinho, muito pertinho, muito mais pertinho do que podemos imaginar.

Por isso é que exercitamos hoje deixar de lado o julgamento, escolhemos buscar não ver diferenças, que separam. Do seguinte modo:

Que eu não perceba nenhuma diferença hoje.

1. Pai, Tu tens um único Filho. E é para ele que quero olhar hoje. Ele é Tua única criação. Por que eu deveria perceber mil formas naquilo que continua a ser um só? Por que eu deveria dar mil nomes a ele quando um só é suficiente? Pois eu Filho tem de levar Teu Nome, porque Tu o criaste. Que eu não o veja como um estranho para seu Pai, nem como um estramos para mim mesmo. Pois ele é parte de mim e eu dele, e nós, unidos eternamente em Teu Amor, somos parte de Ti Que és nossa Fonte; o Filho santo de Deus eternamente.

2. Nós, que somos um só, queremos reconhecer a verdadea respeito de nós mesmos neste dia. Queremos ir para casa e descansar na unidade. Pois a paz está lá e não pode ser buscada e encontrada em nenhum outro lugar.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O sonho da separação

"O que é o corpo?" Este é o tema central da nova série de dez lições que iniciamos neste dia 18 de setembro, começando com a lição 261 e se estendendendo até a 270.

Na introdução a esta série, o Curso diz que "o corpo é uma cerca que o Filho de Deus imagina ter construído para separar partes de seu Ser de outras partes. É dentro desta cerca que ele pensa viver, para morrer quando ela enfraquecer e se deteriorar". Isto é, é como pensar que podemos, no corpo que pensamos ter e ser, separar alguns órgãos de outros e acreditar que eles podem desempenhar suas funções individualmente.

Diz também que "o corpo é um sonho" que "algumas vezes parece retratar a felicidade, mas [que] pode bem repentinamente voltar-se para o medo, onde nascem todos os sonhos". Afinal, todos já passamos por experiências de sonhos da mais absoluta alegria e felicidade, dos quais acordamos radiantes, e por pesadelos dos quais acordamos apavorados, dando graças a Deus ao perceber que tinha sido apenas um sonho ruim. Assim também é nossa experiência no corpo, mesmo quando nos sentimos aparentemente acordados. Ora estamos felizes [com o corpo], ora estamos nos sentindo miseráveis [com o corpo].

Isso significa que não nos sentimos cem por cento seguros no corpo. Sentimos sua vulnerabilidade. Nós mesmos somos responsáveis por ela quando acalentamos pensamentos de medo. Significa que não consideramos nosso corpo um abrigo inteiramente seguro, porque sabemos que ele, como um sonho, não vai durar. Não recebemos dele toda a proteção de que pensamos necessitar. Nem ele poderia oferecê-la, sendo uma cerca imaginária, que só nos oferece o sonho da separação.

Nossas práticas de hoje, por isso, visam a nos pôr em contato com nosso verdadeiro abrigo, com nossa verdadeira proteção, que não tem nada a ver com um corpo perecível.

Do seguinte modo:

Deus é meu abrigo e minha proteção.

1. Eu me identificarei com aquilo que penso ser abrigo e proteção. Eu me verei aonde percebo minha força e penso que vivo no interior da fortaleza na qual estou seguro e não posso ser atacado. Que hoje eu não busque proteção no perigo e nem tente achar minha paz no ataque assassino. Vivo em Deus. N'Ele encontro meu abrigo e minha força. N'Ele está minha Identidade. N'Ele está a paz eterna. E só aí me lembrarei de Quem sou verdadeiramente.

2. Que eu não busque ídolos. Hoje quero voltar para Ti, meu Pai. Decido ser como Tu me criaste e achar o Filho a quem Tu criaste como meu Ser.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A necessidade da repetição

Neste dia 17 de setembro, com a lição 260, encerramos mais uma das séries de lições deste segunda parte do Livro de Exercícios, a parte que busca nos levar à "aquisição de percepção verdadeira", conforme o texto propõe, como já disse várias outras vezes.

As repetições são necessárias? Ou tantas repetições são mesmo necessárias?, podemos nos perguntar. E a resposta, eu diria, é bem simples. A mente que compartilhamos, ou melhor, as formas de pensar que compartilhamos são o resultado de milhares de anos de aperfeiçoamento do raciocínio lógico e de pesquisas científicas, psicológicas e filosóficas, que nos legaram a ideia de que existe alguma coisa verdadeira no mundo material, no mundo das formas. E o mundo todo, e as coisas todas do mundo, e as pessoas todas no mundo, continua a desenvolver este mesmo tipo de raciocínio, continua a tentar nos ensinar que tudo o que somos é um corpo, que somos mortais, e que não restará nada de nós, quando o tempo do corpo findar.

Quantos de nós ainda acreditam que é preciso fazer alguma coisa no mundo para melhorá-lo?

Quanto tempo, então, vocês acham que devemos dedicar a treinar nossa mente para escapar de todo este engano? Para nos livrarmos deste auto-engano? Não valerá a pena repetir e repetir tantas vezes quantas necessário, para podermos entrar em contato com a verdade a nosso próprio respeito? Para descobrirmos nossa verdadeira Identidade? Não é pela repetição que as criancinhas aprendem? E não recebemos a indicação de que, se quisermos entrar no Reino, precisamos nos tornar iguais às criancinhas?

A ideia para nossas práticas de hoje busca nos chamar a atenção para algo que esquecemos, para algo que a crença no pecado "aparentemente" apagou em nós. E que precisamos resgatar. Para viver o que, de fato, somos. E para experimentar viver no mundo, apesar dele, a alegria perfeita que é a Vontade de Deus para nós. Praticamos, então, assim:

Que eu me lembre de que Deus me criou.

1. Pai, eu não criei a mim mesmo, apesar de, em minha loucura, pensar tê-lo feito. Entretanto, como Teu Pensamento, não deixo minha Fonte, e continuo a ser parte Daquele que me criou. Teu Filho, meu Pai, chama por Ti hoje. Que eu me lembre de que Tu me criaste. Que eu me lembre de minha Identidade. E permita que minha inocência se eleve novamente diante da visão de Cristo, por meio da qual quero olhar para meus irmãos e para mim mesmo hoje.

2. Agora nossa Fonte é lembrada e Nela encontramos, enfim, nossa verdadeira Identidade. Somos, de fato, santos, porque nossa Fonte não pode conhecer nenhum pecado. E nós, que somos Filhos de Deus, somos iguais uns aos outros e iguais a Ele.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O pecado não existe

Comecemos este dia 16 de setembro, dando as boas vindas a Ana Paula, que se junta a nós para as práticas de todos os dias, em busca, espero, do autoconhecimento, que é também o que fazemos pelas práticas da lições buscando lembrar-nos de nós mesmos e buscando entrar em contato com o divino em nós, com o que realmente somos. E que esquecemos. Bem vinda, Ana Paula. Fique à vontade para compartilhar sua experiência e seu aprendizado com todos nós.

A ideia da lição 259, que praticamos hoje, serve para facilitar as coisas para nós. Pois ela nos convida a lembrar que o pecado não existe. Não interessa o que nos ensinaram. Não importa nada do que aprendemos no passado. O passado não existe. O pecado não existe. O Filho de Deus é incapaz de pecar.

A experiência da qual resolvemos participar ao escolher vir ao mundo e viver a ilusão de, e em, uma forma perecível só pode nos oferecer as possibilidades relacionadas a erros e acertos, comuns a qualquer experiência, condição do aprendizado. Isto é o mesmo que dizer que, quando percebemos de forma equivocada, corremos o risco de errar e temos de arcar com a responsabilidade por tudo o que resultar da escolha não acertada. O mesmo vale para as escolhas que fazemos a partir da percepção verdadeira, que é o que estes exercícios visam a nos dar. E, neste caso, podemos nos regozijar pela alegria que resulta de acertar. Mas - e é muito importante lembrar disso - tanto os erros quanto os acertos não são nada mais do que partes da mesma grande ilusão. A grande ilusão, que não vai durar, e que apenas esconde de nós mesmos, e do mundo, por algum tempo, o que somos verdadeiramente.

A lição de hoje, então, como todas as outras busca nos mostrar o que precisamos fazer, o que precisamos pensar para apagar de nossas mentes a crença na ideia do pecado. A crença na ideia de que existe alguma coisa capaz de tornar um erro irreversível. Algo que, na verdade, não existe, algo que, na verdade, não podemos cometer.

Assim:

Que eu me lembre de que o pecado não existe.

1. O pecado é o único pensamento que faz a meta de Deus [nossa lição de ontem, lembram?] parecer inatingível. O que mais poderia nos cegar para o óbvio e fazer o estranho e o torto parecerem mais claros? O que mais gera nossos ataques a não ser o pecado? O que mais poderia ser a fonte da culpa que exige castigo e sofrimento, a não ser o pecado? E o que, a não ser o pecado, poderia ser a fonte do medo, que esconde a criação de Deus; e que dá ao amor as características do medo e do ataque?

2. Pai, hoje não quero ser louco. Não quero ter medo do amor nem buscar abrigo em seu oposto. Pois o amor não pode ter nenhum oposto. Tu és a Fonte de tudo o que existe. E todas as coisas que existem permanecem Contigo e Tu com elas.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Para endireitar a percepção

Antes de apresentar a ideia da lição 258, deste dia 15 de setembro, gostaria de lembrar a todos que passeiam por este espaço que o tema central desta série de lições é o pecado. Melhor dizendo, é o aprendizado de que "o pecado não existe", e de que a simples idéia de que o Filho de Deus possa pecar é insanidade. Loucura.

Aproveito também para lembrar que, nesta segunda parte do Livro de Exercícios, nossas práticas visam à "aquisição de percepção verdadeira". Ou, dito de outra forma, as lições, agora, querem facilitar que nossa percepção seja endireitada, porque "as percepções equivocadas produzem medo", enquanto as percepções verdadeiras estendem o amor. Entretanto, é bom lembrar, que todas as percepções são temporárias, não trazem certeza e variam. "A percepção verdadeira", porém, nos ensina o Curso, "é a base para o conhecimento... e está além de todas as percepções".

Lembrando ainda o que disse ontem, antes da ideia para as práticas, a percepção sempre envolve interpretação, "e as interpretações não podem ser reais em nenhum sentido". Por isso é que nossas práticas de hoje tratam de nos chamar a atenção para aquilo que, de fato, é a nossa meta. Da seguinte forma:

Que eu lembre que Deus é minha meta.

1. Tudo o que é necessário é treinar nossas mentes para relevarem todos os objetivos pequenos e sem sentido, e para lembrarem que nossa meta é Deus. A lembrança d'Ele está escondida em nossas mentes, oculta apenas por nossas metas pequenas e inúteis, que não oferecem nada e que não existem. Continuaremos a permitir que a graça de Deus brilhe na inconsciência, enquanto buscamos as mentiras e as ninharias do mundo em seu lugar? Deus é nossa única meta, nosso único Amor. Não temos nenhum objetivo a não ser lembrar-nos d'Ele.

2. Nossa meta é apenas seguir no caminho que leva a Ti. Não temos nenhuma meta a não ser esta. O que poderíamos querer exceto lembrar-nos de Ti? O que poderíamos buscar a não ser nossa Identidade?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Aprendendo a perdoar as ilusões

Antes de falar da ideia da lição 257, deste dia 14 de setembro, vamos aproveitar alguns pensamentos de dois escritores que dizem a mesma coisa em obras diferentes, em momentos diferentes e de modos diferentes. Pensamentos que podem nos levar a pensar de forma mais profunda a respeito da unidade, da verdade, a respeito das ilusões que aparentemente vemos e construímos no mundo e a respeito do que somos, na verdade. Vale salientar que ambos dizem coisas que têm a ver com aquilo que é central no ensinamento do UCEM e que servem para mostrar de forma clara que não há como julgar qualquer coisa neste mundo. Tudo é apenas parte da experiência que escolhemos viver.

Do primeiro, Guimarães Rosa, dois momentos do livro Grande Sertão: Veredas. Num, ele diz, pela voz do jagunço Riobaldo que "perdoar é sempre o justo e o certo..." Em seguida, Riobaldo reflete: "Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de uma espécie de encanto. As pessoas, e as coisas, não são de verdade".

O segundo adotou o nome de Wei Wu Wei para escrever e é aparentemente desconhecido no Brasil, apesar de sua obra ser uma reflexão a respeito da verdade do que somos e tratar dos ensinamentos espirituais que herdamos e das formas como eles se apresentam tanto no Oriente quanto no Ocidente. Diz ele, em um de seus livros, que "todas as 'coisas' e todos os sentimentos são apenas interpretações, e interpretações não podem ser reais em nenhum sentido". E ainda: "Se isso for entendido com discernimento, torna-se claro que apenas a mente existe, que ela é uma não-entidade impessoal, e que quem quer que esteja ciente disso é isso e nada mais".

Dito isto, vamos à lição que, hoje, nos convida a lembrar de nosso propósito, da seguinte forma:

Que eu lembre qual é meu propósito.

1. Se eu esquecer minha meta, só posso ficar confuso, incerto do que sou e, deste modo, ser incongruente em minhas ações. Ninguém pode servir bem a metas contraditórias. Tampouco pode atuar sem uma angústia profunda e uma enorme depressão. Vamos nos decidir, portanto, a lembrar daquilo que queremos hoje, para podermos unificar nossos pensamentos e ações de forma significativa e alcançar somente aquilo que Deus quer que alcancemos hoje.

2. Pai, o perdão é o meio que Tu escolheste para nossa salvação. Não nos esqueçamos hoje de que não podemos ter nenhuma vontade a não ser a Tua. E de que, por isso, nosso propósito também tem de ser o Teu, se quisermos alcançar a paz que Tu desejas para nós.

domingo, 13 de setembro de 2009

Para escapar do auto-engano

A lição 256, deste dia 13 de setembro, nos convida a escapar do auto-engano a que o ego quer nos induzir, buscando fazer que nos afastemos de Deus por nos levar a nos afastarmos de nós mesmos, por nos fazer acreditar em uma separação que, de fato, não existe, nem nunca existirá. Convidando-nos a perseguir metas que não nos levam a lugar nenhum.

A ideia que praticamos hoje é, na verdade, um convite a que nos lembremos de que nossa única meta é Deus, hoje e sempre. Vivemos e nos movemos n'Ele o tempo todo. Precisamos apenas buscar ter consciência disso mais vezes. É isso que "a percepção verdadeira", que tentamos adquirir com as práticas desta segunda parte do Livro de Exercícios, pode nos dar, e, de fato, nos dá.

Nossa lição, hoje, se apresenta, então, da seguinte forma:

Deus é a única meta que tenho hoje.

1. O caminho para Deus aqui passa pelo perdão. Não há nenhum outro caminho. Se o pecado não tivesse sido alimentado pela mente, que necessidade haveria de encontrar o caminho para o lugar aonde estás? Quem ainda estaria inseguro? Quem poderia estar em dúvida acerca de quem é? E quem ainda permaneceria adormecido em nuvens carregadas de dúvidas a respeito da santidade daquele que Deus criou inocente? Só podemos sonhar aqui. Mas podemos sonhar que o perdoamos naquele em que todos os pecados continuam a ser impossíveis, e é isto que escolhemos sonhar hoje. Deus é nossa meta; o perdão é o meio pelo qual nossas mentes voltam a Ele enfim.

2. E, assim, Pai nosso, queremos vir a Ti no caminho por Ti designado. Não temos nenhuma meta senão ouvir Tua Voz, e encontrar o caminho que Tua Voz sagrada nos indica.

sábado, 12 de setembro de 2009

Aprender a perceber e a escolher

Logo no início de seu livro Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa diz algo que pode dar muito o que pensar. E que, acho, pode nos levar a manter a decisão que a ideia da lição 255, deste dia 12 de setembro, nos convida a tomar. A escolha que o Curso nos oferece, e convida a fazer: a de passar um dia em perfeita paz. O que diz Guimarães Rosa?

Diz o seguinte [e lembrem-se de que o que ele diz se refere a este mundo, ao mundo da percepção e das formas, o mundo que construímos e criamos com nossos pensamentos, e que, sabemos, não passa de uma grande ilusão]: "E é e não é... Tudo é e não é... Quase todo mais grave criminoso feroz, sempre é muito bom marido, bom filho, bom pai, e é bom amigo-de-seus-amigos! Sei desses. Só que tem os depois - e Deus junto."

"E Deus junto"! Outro escritor diz que "não é função de Deus criar, ou não criar, as situações ou funções de nossas vidas. Ele nos criou a Sua imagem e semelhança. Nós - cada um de nós a seu jeito - criamos o resto, com o poder que Ele nos dá. Deus criou o processo da vida e a própria vida como os conhecemos. Mas nos deu o livre arbítrio para fazer da vida o que queremos". Ou, nas palavras de Ramana Maharshi, "uma vez que os seres colhem os frutos de suas ações [ou preces] segundo as leis de Deus, a responsabilidade é deles, não de Deus".

Lembram-se da lição de dois dias atrás, sobre o poder e a responsabilidade que temos como senhores do universo? Este poder e esta responsabilidade nos permitem, pois, escolher viver o que a lição de hoje nos convida a praticar. Da seguinte forma:

Escolho passar este dia em perfeita paz.

1. Não me parece que eu posso escolher ter apenas paz hoje. E, não obstante, meu Deus me garante que Seu Filho é como Ele Mesmo. Que neste dia eu tenha fé n'Aquele Que diz que eu sou Filho de Deus. E permita que a paz que escolho para ser minha hoje testemunhe a verdade daquilo que Ele diz. O Filho de Deus não poder ter nenhuma preocupação e tem de permanecer na paz do Céu para sempre. Em Nome d'Ele, eu dedico este dia de hoje a encontrar aquilo que meu Pai quer para mim, aceitando-o como meu e o oferecendo a todos os Filhos de meu Pai junto comigo.

2. E, assim, meu Pai, quero passar este dia Contigo. Teu Filho não Te esqueceu. A paz que Tu deste a Ele ainda está em sua mente e e lá que eu escolho passar o dia de hoje.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Aprender o silêncio

Uma música que aprendi na Igreja [Católica], à época em que frequentava regularmente as missas, dizia o seguinte: "Faça silêncio em seu coração, pois o Senhor lhe quer falar". Acho que era cantada antes das leituras da Bíblia, que se fazem em algum momento da celebração. E é disto, do silêncio, que trata a lição 254, deste dia 11 de setembro. Uma das maiores dificuldades que temos. Aparentemente gostamos do barulho, da algazarra, da confusão. Sentimo-nos seguros nela. Ela nos continuar a fingir que nos sentimos felizes e que estamos, de fato, fazendo tudo aquilo que gostaríamos de fazer. Estamos?

O fato é que adoramos ouvir nossa própria voz. O ego não quer parar de falar. Não quer ouvir. E nos leva a confundir o silêncio com a interrompução da fala por alguns momentos, com parar de fazer algum barulho. Isto é até relativamente fácil para quase todos nós. Para quase todos os egos. Mas o silêncio necessário para se ouvir a Voz por Deus é de outro tipo. É de um tipo que exige atenção total, que abre espaço e cria um vazio para que Deus Se torne presente. É o silêncio que nos devolve à Unidade e nos preenche da alegria perfeita, da felicidade plena e da paz que dura para sempre.

É deste tipo de silêncio que nossas práticas tratam hoje. Da seguinte forma:

Que todas as vozes, exceto A de Deus, se calem em mim.

1. Pai, hoje quero ouvir só Tua Voz. Quero vir a Ti no silêncio mais profundo, para ouvir Tua Voz e receber Teu Verbo. Não tenho nenhuma prece senão esta: venho a Ti para Te pedir a verdade. E a verdade é apenas Tua Vontade, que quero compartilhar Contigo hoje.

2. Hoje não permitiremos que nenhum pensamento do ego guie nossas palavras ou ações. Quando tais pensamentos ocorrerem, daremos um passo atrás suavemente e olharemos para eles e, em seguida, os abandonaremos. Não queremos o que eles trazem consigo. E, por isso, não escolhemos mantê-los. Agora eles estão em silêncio. E, na quietude abençoada por Seu Amor, Deus fala conosco e nos fala a respeito de nossa vontade, uma vez que escolhemos nos lembrar d'Ele.

Post Scriptum: Apenas para completar a ideia que a lição de ontem trouxe, ocorreu-me ainda, bem mais tarde, após a postagem, que poderíamos traduzir a ideia central para as práticas com a frase: Meu Ser é o senhor do universo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Ser: o poder e a liberdade que Ele nos dá

O dia teve um início um pouco agitado hoje e não pude postar a lição mais cedo, apesar de ter pensado em fazê-lo. Apesar de ter até imaginado começar de modo diferente neste 10 de setembro, em função da importância da ideia que o Curso nos oferece para as práticas hoje com a lição de número 253. Uma ideia que pode nos levar a repensar todo o modo pelo qual nos relacionamos com o mundo, com as coisas todas e com todos os seres que pensamos povoar o mundo. Uma ideia que nos convida a entender e aceitar o poder e a liberdade que temos. Nossa herança de Filhos de Deus, criados a Sua semelhança.

A ideia no original diz: My Self is ruler of the universe. Isso quer dizer, literalmente, Meu Ser é o soberano do universo. Soberano, rei, líder ou qualquer outra palavra que seja sinônimo de soberano, daquele que tem todo o poder e toda a liberdade para governar, para exercer o domínio sobre seu reino de modo a enchê-lo da alegria perfeita, da abundância, da felicidade e da paz. Significando, pois, que não existe nada no universo, nem o próprio universo, eu diria, que não seja regido, controlado, dominado e governado pelo meu Ser. Entendendo-se por meu Ser o Ser que, na verdade, sou e que compartilho com tudo o que vive, com tudo o que existe no universo em que me vejo. Exista, na realidade, um universo ou não.

É possível, portanto, perceber a importância que aprender, aceitar e praticar tal ideia tem? Vejamos, então, de que maneira nossas práticas vão se dar. Atenção para o fato de que me utilizo da forma original, traduzindo-a literalmente, o que não significa que seja necessário praticá-la assim. É perfeitamente possível trabalhar com a lição na forma em que ela se apresenta no livro, sem prejuízo algum para o aprendizado.

Meu Ser é o soberano do universo.

1. É impossível que qualquer coisa não solicitada por mim mesmo venha a mim. Mesmo neste mundo sou eu quem governa meu destino. Aquilo que acontece é o que desejo. O que não acontece é aquilo que eu não quero que aconteça. Tenho de aceitar isso. Pois desta forma sou levado, para além deste mundo, até minhas criações, filhas de minha vontade, no Céu onde meu Ser sagrado habita com elas e com Aquele Que me criou.

2. Tu és o Ser A Quem criaste Filho, que cria como Tu Mesmo e que é Um Contigo. Meu Ser, que governa o universo, é apenas Tua Vontade em união perfeita com a minha, que só pode oferecer a aceitação alegre da Tua, para que ela possa ser estendida a Si Mesma.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para ver a harmonia na aparente desarmonia

Neste dia 9 de setembro, a ideia da lição 252 trata de revelar nossa verdadeira Identidade. Por isso gostaria de começar esta postagem com uma das falas de Ramana Maharshi, que pode ser de grande auxílio para entendermos a Identidade de que nos fala o Curso e as razões para sua busca.

Ramana diz o seguinte: "Embora o estado atual do mundo pareça desarmonioso, [ele] faz parte de uma harmonia mais vasta; e desenvolvendo o Autoconhecimento pode-se a um só tempo conhecer essa harmonia e exercer uma influência harmônica muito maior sobre o curso dos acontecimentos. (...) Assim como você é, assim é o mundo. Sem compreender-se a si mesmo [de] que adianta tentar compreender o mundo? Eis uma questão que aqueles que procuram a verdade não precisam tomar em conta. As pessoas costumam esbanjar suas energias com tais assuntos. Primeiro, descubra a Verdade anterior a si [ao seu ego], então estará numa posição melhor para compreender a Verdade anterior ao mundo do qual você faz parte".

Nossas práticas de hoje, então, devem servir para aprendermos a reconhecer nossa Identidade verdadeira, a que conhece o caminho para "a aquisição da percepção verdadeira", porque conhece a percepção verdadeira. Essa percepção vai nos permitir, como o quer o Maharshi, que estejamos aptos a "exercer uma influência harmônica muito maior sobre o curso dos acontecimentos" e, por consequência, servir de instrumento para que deixemos de acrescentar ilusão sobre as ilusões que criamos, ou, melhor ainda, vai nos permitir que percebamos as ilusões apenas como ilusões.

O exercício se apresenta, então, assim:

O Filho de Deus é minha Identidade.

1. Meu Ser é mais santo do que todos os pensamentos de santidade que posso conceber agora. Seu cintilar e sua pureza perfeita são muito mais brilhantes do que qualquer luz para a qual já olhei. Seu amor é ilimitado, e tem uma intensidade que abarca em si todas as coisas, na serenidade da certeza íntima. Sua força não vem dos impulsos apaixonados que movem o mundo, mas do Amor infinito do Próprio Deus. Quão distante deste mundo meu Ser tem de estar e, no entanto, quão perto de mim e quão próximo de Deus.

2. Pai, Tu conheces minha Identidade verdadeira. Revela-A agora a mim que sou Teu Filho, para que eu possa despertar para a verdade em Ti e saber que o Ceu me é devolvido.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"Pecado é loucura."

Bem... as oportunidades continuam a se apresentar. E, por isso, se não escolhemos a ideia de ontem para transformá-la na ideia que nos daria a independência, a liberdade, a salvação, hoje podemos escolher mais uma vez. Ou não. Lembrando-nos sempre de que a responsabilidade por quaisquer experiências e/ou situações que se apresentem em nossa vida são sempre resultantes e resultados de escolhas que fizemos. Ou mesmo de escolhas que deixamos de fazer. Porque não escolher também é uma escolha não é mesmo?

Começamos, neste dia 8 de setembro, com a lição de número 251, a quarta série de lições desta segunda parte do Livro de Exercícios, desta vez tendo por tema central o pecado. Ou a loucura, que é a melhor definição de pecado que nos dá o Curso, ao afirmar que o pecado "é o meio pelo qual a mente é levada à loucura", buscando permitir que "as ilusões tomem o lugar da verdade". Ao apresentar o tema O que é o pecado?, o Curso diz que "o pecado é o lar de todas as ilusões, que representam coisas imaginárias, que resultam de pensamentos que não são verdadeiros".

Diz ainda que "os sonhos de um louco são assustadores" e que "o pecado parece, de fato, aterrorizar. E [que], no entanto, aquilo que o pecado percebe é apenas uma brincadeira infantil". Mas nos pergunta, uma vez que é esta brincadeira que nos mantém presos às ilusões que vivemos neste mundo, até quando vamos sustentar "a brincadeira do pecado". E pergunta mais: já não será hora de abandonarmos "estes brinquedos de criança com pontas afiadas"? Pergunta ainda: quando estaremos prontos para voltar a casa? "Hoje, talvez?" E o melhor de tudo, ele diz, "não existe nenhum pecado. A criação é imutável".

Apressemo-nos, pois, a praticar a ideia que pode orientar com segurança nossa caminhada em direção à casa, se a entendermos, aceitarmos e a estendermos, pela prática, ao mundo inteiro à volta de nós. Ela representa a verdade e pode nos devolver "a percepção verdadeira", se, de fato, a quisermos.

Nossas práticas se fazem então da seguinte forma:

Não tenho necessidade de nada a não ser da verdade.

1. Busquei muitas coisas e achei o desespero. Agora busco uma coisa só, pois nela está tudo o que preciso, e a única coisa de que preciso. Eu não precisava, e nem sequer queria, nada do que busquei antes. Eu não reconhecia minha única necessidade. Mas agora percebo que só preciso da verdade. Nela todas as necessidades são satisfeitas, todos os anseios acabam, todas as expectativas são, enfim, realizadas e os sonhos acabam. Agora tenho tudo o que podia precisar. Agora tenho tudo o que podia querer. E agora, por fim, me encontro em paz.

2. E damos graças por esta paz, Pai nosso. Tu nos devolveste aquilo que negamos a nós mesmos e é só isso que queremos de verdade.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O dia da independência

Tomara que este dia 7 de setembro possa vir a ser, de verdade, o dia de nossa independência, a de cada um de nós, o dia de nossa libertação das ilusões e dos auto-enganos do ego. E ele pode ser. Basta que tomemos a decisão de ouvir a Voz por Deus em nós mesmos e de entregar ao Espírito Santo e a Deus tudo o que não sabemos, ou tudo o que não somos capazes de decidir por nós mesmo.

A lição 250, para este dia, oferece esta possibilidade ao nos convidar para a prática da ideia que permite que não nos vejamos como limitados. Não o somos. Somos Filhos de Deus e herdamos d'Ele poder suficiente para criar e construir um mundo no qual possamos experimentar a alegria perfeita, que é a Vontade d'Ele para todos e para cada um de nós.

Encerramos também com as práticas de hoje mais uma série desta segunda parte do Livro de Exercícios. Preparamo-nos, assim, para mais um passo na direção da "aquisição da percepção verdadeira".

Vamos, então, à lição deste dia, que se apresenta assim:

Que eu não veja a mim mesmo como limitado.

1. Que eu veja o Filho de Deus hoje, e testemunhe sua glória. Que eu não tente ocultar a luz santa nele para ver sua força diminuída e reduzida à fragilidade; nem perceber as falhas a partir das quais eu atacaria sua soberania.

2. Ele é Teu Filho, meu Pai. E hoje quero ver sua doçura em lugar de minhas ilusões. Ele é o que eu sou e do mesmo modo como o vejo vejo a mim mesmo. Hoje quero ver verdadeiramente, a fim de que neste dia eu possa enfim me identificar com ele.

domingo, 6 de setembro de 2009

O perdão que liberta

A ideia da lição 249, para este dia 6 de setembro, nos põe mais uma vez em contato com o tema central dos ensinamentos do Curso, que é também o ponto central do ensinamento de Jesus em sua passagem por este mundo: o perdão.

Se pensarmos bem a respeito de todas as experiências por que passamos e nas dificuldades todas que enfrentamos ao longo de nossa vida, havemos de concluir que tudo sempre se resolveu da melhor maneira possível quando aprendemos e decidimos nos perdoar, e perdoar todos os envolvidos em quaisquer situações que se nos apresentaram problemáticas. É este o poder que tem o perdão: o de limpar e libertar todos os equívocos que cometemos ou que pensamos que outros cometeram.

E é disso que tratam nossas práticas hoje, que tomam a seguinte forma:

O perdão é o fim de todo sofrimento e de toda perda.

1. O perdão retrata um mundo no qual o sofrimento acabou, a perda se torna impossível e a raiva não faz nenhum sentido. O ataque acabou e a loucura tem um fim. Que sofrimento é concebível agora? Que perda pode ser mantida? O mundo passa a ser um lugar de alegria, abundância, caridade e doação infinita. Ele ficou agora tão parecido com o Ceu que se transforma rapidamente na luz que reflete. E, assim, a jornada que o Filho de Deus começou termina na luz da qual ele veio.

2. Pai, queremos devolver nossas mentes a Ti. Nós as traímos, as mantivemos em um laço de amargura e as amedrontamos com pensamentos de violência e de morte. Agora queremos descansar em Ti mais uma vez, tal qual Tu nos criaste.

sábado, 5 de setembro de 2009

Quem é responsável por nossos pensamentos?

Neste dia 5 de setembro, sábado, a lição 248 nos mostra mais uma forma de ver a verdade a respeito de nós mesmos, acerca do que somos, de fato, para aprendermos a neutralizar, e a abandonar, o que nos ensina o sistema de pensamento do ego.

Em uma da leitura do texto que fiz esta semana, o Curso ensina que: "ficar com medo parece ser involuntário; algo além de teu próprio controle... Porém, ... só os atos construtivos devem ser involuntários... Há aqui uma confusão [de níveis] que farias bem em olhar com clareza. Tu podes pensar que és responsável pelo que fazes, mas não pelo que pensas. A verdade é que és responsável pelo que pensas, porque é só nesse nível que podes exercitar a escolha. O que fazes vem do que pensas. Tu não podes te separar da verdade 'dando' autonomia ao comportamento".

Um pouco mais adiante o Curso afirma que "tanto os milagres quanto o medo vêm dos pensamentos", e que, se não estivermos livres para escolher um deles, também não estaremos livres para escolher o outro. Na sequência, ele diz que "escolhendo o milagre rejeitas o medo, mesmos que apenas temporariamente". A conclusão neste ponto do texto é que "o conflito fundamental neste mundo se dá entre criação e criação equivocada", sendo a primeira fruto do amor e a segunda do medo. O que nos deixa, então, com a ideia de que todos os conflitos são sempre resultantes do conflito entre amor e medo.

A ideia da lição de hoje nos oferece mais uma oportunidade para o esclarecimento deste conflito, o que pode permitir que aprendamos a escolher o que queremos experimentar neste mundo. Para tanto, então, nossas práticas se fazem da seguinte forma:

O que quer que sofra não é parte de mim.

1. Eu rejeito a verdade. Deixa que eu seja agora igualmente fiel para rejeitar a falsidade. O que quer que sofra não é parte de mim. Aquilo que se aflige não é o que eu mesmo sou. Aquilo que sente dor é só ilusão em minha mente. Aquilo que morre na realidade nunca esteve vivo, e apenas zomba da verdade a meu próprio respeito. Agora rejeito auto-conceitos e enganos e mentiras acerca do Filho de Deus. Agora estou pronto para aceitá-lo de volta tal como Deus o criou e tal qual ele é.

2. Pai, meu antigo amor por Ti volta e me permite também amar Teu Filho mais uma vez. Pai, eu sou como Tu me criaste. Agora Teu Amor, e o meu próprio, é lembrado. Agora compreendo que eles são um só.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A ideia fundamental para a salvação

Antes de nos dedicarmos às práticas da ideia que o Curso nos oferece com a lição de hoje, convido-os a todos a darmos as boas vindas ao Roberto Gaensly, a quem citei aqui outro dia. Um estudante aplicado do UCEM, que se junta a nós. É um prazer tê-lo aqui entre nós. Torcemos para que seus comentários enriqueçam nossas práticas, encorajem todos a emitirem seus comentários também e iluminem ainda mais o caminho que percorremos para encontrar a luz, que é o que somos, em última instância. Para podermos oferecê-la sempre mais ao mundo todo.

A lição 247, deste dia 4 de setembro, nos põe em contato com a ideia fundamental para a salvação. A ideia cuja prática é vital para nosso encontro com aquilo que somos todos, a ideia que nos aponta o caminho de nossa própria luz e nos conduz mais rapidamente por ele, para a libertação de todos os auto-enganos e de todas as ilusões deste mundo. Mundo este que é o tema central desta série de exercícios e objeto de nossas reflexões.

Ela se apresenta assim:

Sem perdão, ainda serei cego.

1. O pecado é o símbolo do ataque. Vê-o em qualquer lugar e eu sofrerei. Pois o perdão é o único meio pelo qual a visão de Cristo vem a mim. Que eu aceite o que a visão d'Ele me apresenta como a pura verdade, para eu ficar completamente curado. Irmão, vem e me deixa olhar para ti. Tua graça reflete a minha. Tua inocência é minha. Tu estás perdoado e eu estou contigo.

2. É assim que quero olhar para todos hoje. Meus irmãos são Teus Filhos. Tua Paternidade os criou e os deu todos a mim como parte de Ti e também de meu próprio Ser. Eu Te louvo hoje por meio deles e, desse modo, espero reconhecer meu Ser neste dia.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É preciso ensinar o que se quer aprender

Neste dia 3 de setembro, na lição 246, a ideia para as práticas é aquela que permite vislumbrar a possibilidade de um mundo de paz, um mundo fundado no amor. Um mundo, é claro, que tem de ser construído primeiro dentro de cada um de nós.

Aproveitando o comentário à lição de ontem feito pela Cristiane, pedindo paz para nós e para o mundo inteiro, uma vez que o exercício se referia à paz de Deus, que carregamos conosco aonde quer que formos, eu sugeriria que voltássemos nossa atenção para o capítulo 6 do livro, AS LIÇÕES DO AMOR, que nos diz com todas as letras: "para ter paz, ensina a paz para aprendê-la".

Isto é, só podemos viver e aprender aquilo que ensinamos. Assim, enquanto não descobrirmos, cultivarmos e alimentarmos apenas sentimentos de paz em nós mesmos, viveremos conflitos e experimentaremos aquilo a que o Curso chama de "a confusão entre dor e alegria". E continuaremos a construir ilusão sobre a ilusão, afastando-nos da verdade, e de nós mesmos, mantendo a crença na separação.

E a lição de hoje nos ajuda a dar um passo na direção de ensinar e aprender a paz, porque nos convida a aprender a amar Pai e Filho. Da seguinte forma:

Amar meu Pai é amar Seu Filho.

1. Que eu não pense que posso achar o caminho para Deus, se tiver ódio em meu coração. Que eu não tente ferir o Filho de Deus e pensar que posso conhecer seu Pai ou meu Ser. Que eu não deixe de me reconhecer e ainda acredite que minha consciência pode conter meu Pai, ou minha mente conceber todo o amor que meu Pai sente por mim, e todo o amor que retribuo a Ele.

2. Aceitarei o caminho que Tu escolheres para chegar a Ti, meu Pai. Pois ao fazê-lo serei bem sucedido, porque esta é Tua Vontade. E quero reconhecer que aquilo que Tu queres é também o que eu quero, e só isso. E, por isso, escolho amar Teu Filho. Amém.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Aceitar e assumir a santidade

Antes de passarmos às práticas da ideia que o Curso nos oferece neste dia 2 setembro com a lição 245, gostaria de registrar alguns comentários a respeito de nosso encontro de ontem à noite. Mais uma vez, conforme já disse em uma das primeiras lições deste ano, acho que lá por volta da segunda quinzena de fevereiro, acho necessário repensar alguns dos conceitos e crenças que trazemos conosco de nossa educação em ambiente cristão.

Um destes conceitos, muito importante porque o UCEM se refere muito a ele, é o de santidade. O que é ser santo para mim? É viver uma vida extremamente limitada, porque toda minha atenção está voltada ao cuidado para não fazer nada que possa ser considerado "pecado"? É viver e agir no mundo motivado pelo desejo de ser visto pelos outros e pelo mundo inteiro com aquela auréola com que os "santos" nos foram apresentados desde nossa mais tenra idade? Ou será assumir e aceitar minha própria santidade de Filho de Deus, aceitando por inteiro o que sou?

A santidade a que o Curso se refere, mais do que com o conceito que fazemos dela, tem a ver com o que Roberto Crema fala no livro Normose - A Patologa da Normalidade, referindo-se a afirmação de Teresa d'Ávila "de que a santidade não é um privilégio de poucos; é uma responsabilidade de todos nós. Ser santo é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente. É ser tudo aquilo que realmente somos. É uma conquista do processo de individuação, da travessia das sombras rumo ao ser, processo que jamais termina e que começa com o primeiro passo neste labirinto de nós mesmos".

Não será, pois, a manutenção destes conceitos equivocados a responsável pela confusão que fazemos entre dor e alegria, que a leitura do texto nos apresentou ontem? Não será, pois, a confusão que fazemos acerca de nós mesmos, considerando-nos pecadores e separados uns dos outros, o que nos impede de perceber e aceitar a Vontade de Deus como sendo nossa própria vontade. Jesus disse: "Sede santos, assim como vosso Pai é Santo". E nós entendemos que é preciso um grande sacrifício para se alcançar um estado a que denominamos "santidade", quando tudo o que é preciso entender é que o que ele nos recomendou é que sejamos nós mesmos, tal qual somos, por sermos filhos do Pai, Que É Santo, e Que estendeu Sua Santidade a cada um e a todos nós por igual. Só isso pode nos devolver a alegria e nos deixar em paz de forma duradoura.

Para tanto, vamos à ideia de hoje e às práticas. Isso pode, sim, nos auxiliar a entender, e a estender, a santidade, nossa herança de filhos e nos devolver a paz e a segurança que estão sempre conosco, porque Deus vai conosco aonde quer que vamos. A lição se apresenta, então, da seguinte forma:

Tua paz está comigo, Pai. Estou salvo.

1. Tua paz me envolve, Pai. Aonde eu for, Tua paz vai comigo. Ela derrama sua luz sobre todos que encontro. Eu a levo aos abandonados e solitários, e aos que têm medo. Eu ofereço Tua paz àqueles que sentem dor, ou se afligem pela perda, ou que pensam estar privados de esperança e de felicidade. Envia-os a mim, meu Pai. Deixa-me carregar Tua paz comigo. Pois quero salvar Teu Filho, como é Tua Vontade, para poder chegar a reconhecer meu Ser.

2. E assim vamos em paz. Damos ao mundo inteiro a mensagem que recebemos. E, desse modo, viemos para ouvir a Voz por Deus, Que nos fala enquanto anunciamos Seu Verbo, Cujo Amor reconhecemos porque compartilhamos o Verbo que Ele nos deu.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estamos sempre a salvo em Deus

Dia 1º de setembro. Lição 244. "O que é o mundo?" Esta é a pergunta, o tema central, que nos move ao longo desta série. Quem há de responder? Existe um mundo? Quem o criou? Quem o cria? Quem o move? O que há para se fazer aqui? O que viemos trazer aqui? Onde é aqui? Quem somos? Que perigos o mundo oferece? A quem? O mundo oferece algum perigo? Alguém ou algo no mundo pode oferecer algum perigo?

A ideia para as práticas de hoje, em meu modo de ver, responde a estas perguntas, e a muitas outras. Apenas para lembrar, ofereço-lhes aqui uma versão levemente diferente da que está no livro, observando sempre que o importante nunca é a forma. Dito isto, vamos a ela.

Não corro perigo em lugar algum do mundo.

1. Teu Filho está a salvo onde quer que esteja, porque Tu estás com ele. Ele só precisa chamar Teu Nome e se lembrará de sua segurança e de Teu Amor, pois eles são a mesma coisa. Como ele pode ter medo, ou duvidar, ou deixar de saber que não pode sofrer, correr perigo ou provar a infelicidade, quando ele pertence a Ti, amado e amoroso, na segurança de Teu abraço Paterno?

2. E aí estamos na verdade. Nenhuma tempestade pode alcançar o abrigo abençoado de nosso lar. Estamos seguros em Deus. Pois o que pode vir a ameaçar o Próprio Deus, ou amedrontar aquilo que será uma parte d'Ele para sempre?