sábado, 28 de fevereiro de 2009

Deus é a única Fonte!

Neste sábado, 28 de fevereiro, vamos revisar, com a lição 59, as ideias da lições que começam no número 41 e vão até o 45, obedecendo às mesmas orientações dadas desde o início desta primeira revisão. As ideias são:



(41) Deus vai comigo aonde eu for.

(42) Deus é minha força. A visão é Sua dádiva.

(43) Deus é minha Fonte. Não posso ver separado d'Ele.

(44) Deus é a luz na qual eu vejo.

(45) Deus é a Mente com a qual eu penso.



A prática dos exercícios diários já me autoriza a pensar que, de fato, se Deus está na minha mente, uma vez que ela é parte da Mente d'Ele, não há nenhum lugar a que eu possa ir sem que Ele vá comigo. E o texto me convida a perguntar: como posso me sentir só, se Deus vai comigo aonde eu vou? E mais, como posso ter dúvidas e me sentir inseguro, se a certeza perfeita habita n'Ele e Ele está comigo o tempo inteiro? Mesmo quando não me lembro disso. Como posso me deixar perturbar por qualquer coisa, se Ele descansa em mim na paz perfeita? Como posso sofrer se com Ele estou cercado pelo amor e pela alegria?



Posso, e devo, lembrar de agradecer a toda hora e a todo momento pelo exercício me devolver a memória de que minha força vem de Deus, que também me dá a visão. Separado d'Ele não posso ver, não posso existir distante de minha fonte. É d'Ele que vem a luz que me permite ver. É d'Ele a Mente na qual posso pensar. Na verdade, vivo e me movimento em Deus, com Deus e por Deus. Não há nada que eu possa fazer separados d'Ele. Nem de minha santidade.



A questão é: vou conseguir [lembrando que conseguir é sinônimo de querer] me lembrar disso tanto quanto preciso para cumprir minha própria vontade, que é a Vontade de Deus, ou vou me deixar enganar pelas falsas necessidades criadas pelo mundo para esquecer de minha santidade. O que vou escolher?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Entrar em contato com a santidade

Antes de passarmos à revisão das ideias da lição 58, deste dia 27 de fevereiro, gostaria de chamar sua atenção mais uma vez para a última ideia dos exercícios de ontem, que diz: Minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou verdadeiramente santo.



Voltemos à segunda parte da ideia - eu sou verdadeiramente santo - para falar um pouquinho a respeito da santidade, um conceito com o qual o mundo não está muito acostumado a lidar no dia a dia. Ou tem uma série de preconceitos e noções erradas da ideia que está por trás das palavras santo e santidade. Elas até chegam a ser motivo de zombaria em alguns círculos mundanos. Ou envolvem um julgamento pejorativo para definir alguém ["santo", "santinho"] que não quer fazer alguma coisa que lhe pareça ser contrária àquilo em que acredita. É a pressão social [do ego] fazendo força para o indivíduo contrariar a si mesmo. Ou para forçá-lo a fazer coisas das quais ele tem consciência de que os resultados não o levarão para mais perto da alegria.



Para o UCEM, parece-me, a santidade é nosso estado natural. Por isso lhes trago aqui a definição de santidade, dada por Roberto Crema em um livro chamado Normose, para aprendermos, talvez, a apagar a noção errada que temos, julgando-nos incapazes de alcançar um tal estado, ou porque nos subestimamos, ou porque não queremos ser excluídos de nossos círculos de amizade parecendo carolas ou certinhos, além das medidas aceitas para o convívio em grupo. Assim, diz ele, "... a santidade [sinônimo de plenitude] não é um privilégio de poucos; é uma responsabilidade de todos nós. Ser santo é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente. É ser tudo aquilo que realmente somos. É uma conquista do processo de individuação*, da travessia das sombras rumo ao ser, processo que jamais termina e que começa com o primeiro passo neste labirinto de nós mesmos".



Dito isto, vamos as ideias para a revisão de hoje, seguindo as mesmas orientações dadas para as lições anteriores. São elas:



(36) Minha santidade envolve tudo o que vejo.

(37) Minha santidade abençoa o mundo.

(38) Não há nada que minha santidade não possa fazer.

(39) Minha santidade é minha salvação.

(40) Eu sou abençoado como um Filho de Deus.



Entendendo, conforme vimos acima, a santidade como o estado natural do Filho de Deus, que somos todos e cada um de nós, podemos perfeitamente praticar as ideias que o livro nos sugere para os exercícios de hoje sem receio algum de ir contra qualquer coisa que o mundo nos apresente. E, melhor ainda, com a certeza de que o mundo não pode, nem vai, nos apresentar nada que não possamos envolver em santidade, uma vez que, ao nos descobrirmos em nosso estado natural, só podemos abençoar o mundo e tudo o que há nele. Ao mesmo tempo, podemos também conservar em mente a certeza de que não há nada que não possamos fazer. A certeza de que qualquer coisa que fizermos pode ser abençoada, pois aponta para a salvação que nossa santidade garante. E é assim que precisamos aprender a viver nossos dias, envoltos na gratidão, sendo gratos por tudo, porque nos sabemos abençoados como um Filho de Deus. Que é o que somos, na verdade.



Ainda no mesmo livro, Crema cita o poeta Juan Ramon Jimenez que diz: "Não corras. Não tenhas pressa. Aonde tens que ir é só a ti".

Vamos começar a jornada?



*Individuação: na psicologia de Jung, a individuação é um processo psíquico de amadurecimento e transformação frequentemente descrito em conjunto com os conceitos de autorealização e totalização da pessoa. Simplificando enormemente o conceito, para trazê-lo aos termos do UCEM, poder-se-ia dizer que a individuação é a viagem que fazemos durante toda nossa vida, partindo do modo de conhecer do ego para chegar ao Ser, para entrar em contato com a santidade, nosso estado natural. Isto é, a jornada de que fala o poeta.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pode-se ser a vítima da própria criação?

As ideias para os exercícios deste dia 26 de fevereiro, que vamos revisar na liçâo 57, trazem à tona, entre outras, a questão da autoria do mundo. São as ideias que vimos nas lições do período de 31 de janeiro a 4 de fevereiro e que estão expressas assim:



(31) Eu não sou a vítima do mundo que vejo.

(32) Eu invento o mundo que vejo.

(33) Existe outro modo de olhar para o mundo.

(34) Eu poderia ver paz em vez disso.

(35) Minha mente é a parte da Mente de Deus. Eu sou verdadeiramente santo.



A forma para a prática continua sendo a mesma utilizada para as ideias da lições de revisão dos últimos dias. Dedicamos um tempo pela manhã e um à tarde para ler todas as ideias para o dia. Durante o resto do dia precisamos nos lembrar delas ou exercitar apenas aquela que nos parecer a mais adequada para o período, por cerca de um minuto a cada vez.



Podemos, para ajudar na prática, pensar nas seguintes questões: Se sou eu quem inventa o mundo que vejo, como posso ser a vítima deste mesmo mundo? Isso é uma escolha que faço ou que alguém, que não sei como definir, faz por mim? Será que o mundo pode escolher alguém para ser sua vítima? Se me considero a vítima do mundo que vejo e sou eu quem o inventa, não será possível outro modo de olhar para ele? E, se eu olhar para ele de modo diferente, o que vou ver? O que é preciso mudar em meu modo de olhar para o mundo para ver paz em lugar do caos que vejo?



Se eu olhar para o mundo de modo diferente e vir paz em lugar da confusão que penso ter criado, quando reconheço o mundo que vejo como uma criação minha, posso compartilhar a paz do mundo com todos os meus semelhantes e começar a compreender que esta paz só pode vir do fundo de mim mesmo. Olhar para o mundo de outro modo, de modo amoroso, o reveste da luz do perdão que brilha de volta para mim e me permite ver o que escondem minhas ilusões acerca de mim mesmo. Olhar para o mundo de outro modo me permite começar a compreender a santidade de todas as coisas vivas. E me permite perceber que eu sou verdadeiramente santo, porque minha mente é parte da Mente de Deus.



Vale a pena tentar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Se ataco ao mundo, ataco a mim mesmo?

As ideias para a revisão neste dia 25 de fevereiro, dia da lição de número 56, são as que seguem:


(26) Meus pensamentos de ataque atacam minha invulnerabilidade.

(27) Acima de tudo, eu quero ver.

(28) Acima de tudo, quero ver de modo diferente.

(29) Deus está em tudo o que vejo.

(30) Deus está em tudo o que vejo, porque Deus está em minha mente.


A prática com estas ideias deve obedecer às mesmas orientações dadas no início deste período de revisão.


Tivemos contato com estas ideias entre os dias 26 e 30 de janeiro e é normal que já as tenhamos esquecido a esta altura. Mas aquela parte de nossa mente que está em contato constante com Deus, e com a verdade, ainda lembra. Porém, a parte de nossa mente responsável pela criação do mundo do modo como o vemos precisa ser lembrada. Por isso o Curso oferece os períodos de revisão após uma série de exercícios e lições. É também por isso que o Curso repete algumas ideias, mudando ligeiramente sua forma, às vezes.


Lembremo-nos, pois, de pôr em prática as ideias de hoje para abandonar os ataques que nos impedem de conhecer nossa verdadeira identidade de Filhos de Deus. Busquemos reconhecer que tudo aquilo que vemos é apenas o reflexo daquilo que pensamos ser, e que isso deixa transparecer que nossa maior necessidade é a visão. A verdadeira visão, que vai fazer desaparecer a falsa imagem que criamos de, e para, nós mesmos. Se permitirmos que ela seja substituída pela verdade. Pois enquanto vemos o mundo da forma pela qual o vemos agora, a verdade não pode entrar em nossa consciência. E enquanto não abrirmos as portas de nosso mundo para a verdade não poderemos ver o mundo de modo diferente. Não poderemos ver que Deus está em tudo o que vemos. Não se abrirá para nós a compreensão de que, por trás de cada imagem que criamos, "a verdade permanece imutável", porque, apesar dos véus que tecemos para cobrir a face do amor, sua luz permanece clara e límpida. Não estaremos prontos a entender que, apesar de todos os nossos desejos loucos, nossa vontade verdadeira permanece unida à Vontade do Pai, que está em todos os lugares e em tudo para sempre.


E não poderia ser de outra forma. Pois, por trás de todos os nossos pensamentos insanos de separação e ataque, está o conhecimento de que tudo é um para sempre. E, se não existe nenhum lugar sequer em que Deus não esteja, Ele tem de estar em tudo o que vemos, da mesma forma que tem de estar na mente de cada um de nós. É a lembrança disto que precisamos exercitar em nossa prática diária.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Qual será minha fantasia mais bela?

Terça-feira gorda! Carnaval! Não vivemos constantemente um carnaval de emoções desencontradas, de desfiles de fantasias que nem sempre nos parecem as mais belas? E os personagens? Vivemo-los minuto a minuto, segundo a segundo, dia a dia, a depender da situação em que nos encontremos. E eles nem sempre desempenham um papel que nos agrada, não é mesmo? O que podemos fazer para ver as coisas de modo diferente? O que podemos fazer para ver? Verdadeiramente!
Neste dia 24 de fevereiro, a lição 55 nos convida a revisar as ideias que praticamos entre 21 e 25 de janeiro. A lição 21, aliás, foi o ponto de partida deste blog. Foi um novo começo. Esperemos que tenha sido e que continue a ser, de fato, "O" Novo Começo, para todos e cada um de nós. As ideias para a revisão de hoje são:

(21) Estou decidido a ver as coisas de modo diferente.
(22) O que vejo é uma forma de vingança.
(23) Posso escapar deste mundo desistindo dos pensamentos de ataque.
(24) Eu não percebo meus maiores interesses.
(25) Eu não sei para que serve coisa alguma.

Algumas poucas perguntas que podemos nos fazer para refletir acerca de cada uma das ideias que o Curso nos apresenta à reflexão e à prática são:

Estou feliz com o mundo que vejo hoje?
Ele se assemelha, de alguma forma, com o mundo que imagino ter sido criado por um Deus de Amor?
É uma representação de pensamentos amorosos?
Meus pensamentos são amorosos? Se a resposta for não, estou apenas projetando ataques sobre o mundo, o que é uma forma de vingança, não é mesmo?
O que aconteceria se eu desistisse de meus pensamentos de ataque? De que forma o mundo se apresentaria a mim se todos os meus pensamentos fossem amorosos?
O que parece ser meu maior desejo? Sei exatamente quais são meus maiores interesses? Será possível que eu nem saiba quem sou exatamente? E, se não me conheço, como posso saber quais são meus maiores interesses?
O mundo serve apenas para provar que minhas ilusões a respeito de mim mesmo são verdadeiras? É com este fim que tento fazer uso de tudo e de todos? Será que esta é a razão pela qual o mundo me parece assustador?
Há muito a se pensar, não?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tudo depende de minha decisão.

A lição 54, desta segunda-feira de carnaval, dia 23 de fevereiro, nos apresenta para a revisão, da mesma forma que as anteriores, as ideias das lições do período entre 16 e 20 de janeiro, que são as seguintes:

(16) Eu não tenho nenhum pensamento neutro.
(17) Eu não vejo nenhuma coisa neutra.
(18) Não estou só ao experimentar os efeitos do que vejo.
(19) Não estou só ao experimentar os efeitos de meus pensamentos.
(20) Estou decidido a ver.

Se pensarmos bem, mesmo que apenas por um instante, há poder em todos os pensamentos que temos. São eles que criam e inventam tudo a nossa volta, seja a favor da alegria, seja a favor da tristeza e do sofrimento. Isto significa que não existem pensamentos neutros e, por consequência, não podemos ver coisas neutras. Significa também que meus pensamentos criam efeitos ao serem pensados.
Por outro lado, é muito importante pensar também que, se meu pensamento cria o mundo que vejo, ele o cria completo. Tudo o que existe nele, absolutamente tudo, é parte de minha criação. E, se sou afetado pelos meus pensamentos, o mundo todo sofre os efeitos deles [lembram d'O Efeito Borboleta?].
Agora, lembremo-nos de que, em teoria, a partir das ideias que revisamos na lição de ontem, já sabemos que o mundo não faz sentido porque é apenas uma imagem criada por meus pensamentos sem sentido, que me impedem de ver verdadeiramente. Se estou transtornado e tenho medo de viver neste mundo, então, na prática, o que preciso é me decidir a ver. A menos que queira me manter vivendo uma ilusão que criei no passado, mantendo ao mundo todo prisioneiro dela e deste passado.
Tudo depende apenas desta minha decisão [e, claro, da decisão de todos e de cada um de nós].

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Como ver sentido no mundo?

A lição de número 53, deste dia 22 de fevereiro, trata de revisar as ideias que apareceram originalmente nas lições que vão de 11 a 15. Estas ideias são as seguintes:

(11) Meus pensamentos sem sentido me mostram um mundo sem sentido.
(12) Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem sentido.
(13) Um mundo sem sentido gera medo.
(14) Deus não criou um mundo sem sentido.
(15) Meus pensamentos são imagens que crio.

Se quisermos, de verdade, entender o que se passa no mundo, precisamos primeiro buscar a compreensão do que se passa em nossa mente. Em que momento, pensemos com vagar, se deu a separação entre nós e Deus? Houve, de fato, um momento em que isto aconteceu? Se acreditamos nisso, conforme nos ensina o mundo, não há nenhuma surpresa no fato de o mundo não fazer sentido, de nossos pensamentos não fazerem sentido. Não podemos nem mesmo ficar supresos por ver um mundo sem sentido, o que pode, aparentemente, nos transtornar. E é muito claro que um mundo sem sentido pode gerar medo. Aliás, tudo o que não faz sentido pode ser fonte de medo, não é mesmo?
E, se Deus não criou um mundo sem sentido, quem o criou? Será ele também uma das imagens criadas por meus pensamentos? Quem é este "eu" que cria este mundo sem sentido? O que se pode fazer para ver sentido no mundo?
Continuemos, pois, a refletir.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A realidade só pode trazer paz.

Neste dia 21 de fevereiro, continuamos a revisar, com a lição 52, a série de ideias das primeiras cinquenta lições. Hoje, vamos dedicar nosso tempo à prática das cinco que se seguem às de ontem, da sexta à décima, que são:

(6) Estou transtornado porque vejo o que não existe.
(7) Eu vejo só o passado.
(8) Minha mente está preocupada com pensamentos passados.
(9) Eu não vejo nada tal qual é no presente.
(10) Meus pensamentos não fazem nenhum sentido.

Entre os pensamentos que podem nos ajudar a trabalhar com as ideias que a lição nos propõe para os exercícios de hoje está o fato de que a realidade, quando a vemos, nunca é assustadora e não pode nos transtornar nunca. Só pode nos trazer paz. Ou todos nós já não vivemos uma situação em que, ao enfrentar a realidade, percebemos que o que nos deixava transtornados ou amedrontados eram apenas as ilusões que inventamos para substituir a realidade?
Outro fato é que, se analisarmos bem, raramente estamos vivendo "o presente". E tudo o que pensamos acerca do mundo e das pessoas e coisas do mundo tem a ver com um conceito, uma imagem ou um preconceito que criamos/inventamos no passado e que, trazido ao momento presente, nem de longe se parece com o que pensávamos. A ideia de que só vemos o passado, uma ideia que o mundo não nos ensina a identificar como a responsável pelas ilusões que criamos o tempo todo, se aprendida, pode nos ajudar a viver mais no presente, que é o único tempo que existe.
Em decorrência de nossa falta de atenção ao momento presente, deixamos que nossa mente se ocupe e pré-ocupe com coisas que já não existem, o que nos impede de ver qualquer coisa tal qual ela é no momento em que a vemos. O que significa que, na maior parte do tempo, de fato, não vemos. Por consequência, nosso pensamentos não podem mesmo fazer nenhum sentido. E vivemos a confusão e o caos que nos parecem ser o mundo.
A orientação acerca da forma de usar a ideia é a mesma para todo este período de revisão. Fazemos duas leituras de todas as ideias e dos comentários a respeito delas que o livro contém. Uma pela manhã e uma à noite. E, durante o dia, dedicamos cerca de um minuto a cada uma delas. Também podemos nos dedicar a apenas uma das ideias, se ela nos parecer mais adequada ao que vivemos durante o dia.
Vamos experimentar?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Revisando o significado do mundo.

Iniciei - iniciamos - a série de reflexões acerca dos exercícios do Ucem neste espaço pela lição de número 21, para não interromper as lições feitas desde o dia primeiro do ano, neste que é o ano em que começo a série de exercício pela décima vez.

Entendia - entendo ainda - que todos os exercícios são importantes e que, uma vez que o livro tem um exercício para cada dia do ano, não faria - nem faz - nenhum sentido alguém começar sua série pela lição 125 ou pela 302, por exemplo, embora o livro dê ao leitor/estudante a mais completa liberdade quanto à maneira pela qual ele(a) deseje começar a estudar o livro [sei de casos de pessoas que fazem os exercícios ao acaso, isto é, praticando a ideia da lição que cair na abertura casual do livro, o que me parece fugir um pouco da ideia do Curso, mas quem sou eu para questionar as razões que outros buscam para suas escolhas?]. Quem acompanha as publicações diárias deste blog vai lembrar que eu disse ter escolhido a forma que fiz apenas porque sabia que teríamos, após a lição de número 50, uma revisão que permitiria o contato de todos com as primeiras 20 lições, as que pulamos no início do blog, e que são extremamente importantes e interessantes como forma de pôr em xeque os ensinamentos que recebemos do mundo. Para nos ensinar a desaprender o que o mundo ensina. É o que faremos nos próximos dez dias, com as lições que vão da 51ª à 60ª.

Começamos hoje, 20 de fevereiro, com a lição 51, a revisar cinco das primeiras 50 lições por dia. E, tanto para quem está familiarizado com os exercícios quanto para quem não está, a orientação é que selecionemos, durante o dia, uma a uma, as cinco ideias a serem revisadas e dediquemos cerca de um minuto a cada uma delas, duas ou três vezes no dia. A recomendação é que façamos a leitura de todas as cinco ideias pelo menos duas vezes no dia, uma pela manhã e outra à noite. Durante o resto do período, se nos parecer conveniente, podemos nos deter para praticar apenas uma das ideias. A que nos parecer mais adequada para a situação que vivemos.

É preciso lembrar, conforme o Curso aconselha na introdução ao Livro de Exercícios, que não é necessário acreditar nas ideias, julgá-las, aceitá-las e nem mesmo acolhê-las bem. Tudo o que o se pede é que as apliquemos de modo específico, de acordo com a orientação que o livro dá.

Assim as ideias para a revisão de hoje são:

(1) Nada do que vejo significa coisa alguma.
(2) Dou ao que vejo todo o significado que tem para mim.
(3) Eu não entendo nada do que vejo.
(4) Estes pensamentos não significam coisa alguma.
(5) Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.

É claro que precisamos colocar toda a atenção possível a quaisquer objetos, pessoas, pensamentos e situações que se apresentem durante o dia, para tornar concreta a experiência a que se refere a ideia que vamos usar a cada vez.

Se houver quaisquer dúvidas, fiquem à vontade, por favor, para fazer suas perguntas e para recorrer ao livro.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

É o Amor de Deus que me anima.

A lição deste dia 19 de fevereiro, a de número 50, encerra a primeira e mais importante série de exercícios do Ucem. Mais importante, apesar do julgamento de valor, eu diria, porque esta primeira série lida com o desaprender dos conceitos, ideias e pensamentos mais simples, e que estão mais arraigados em nós; frutos do sistema de pensamento do mundo, baseados nos equívocos e julgamentos do ego para a criação da ilusão, que é a matéria prima deste mundo.

A lição 50, cuja ideia central é: O Amor de Deus é meu sustento, nos põe em contato com aquilo que verdadeiramente nos anima, nos dá forças, nos dá alento e nos mantém vivos. Ela traz em si a resposta para todos os problemas que enfrentaremos hoje, amanhã e ao longo do tempo. Dá-nos a oportunidade de questionar aonde, de fato, pomos nossa fé e nos convida a colocá-la por inteiro no Amor de Deus, "eterno, imutável e para sempre infalível", dentro de cada um de nós.

A instrução é que nos dediquemos à ideia de hoje durante dez minutos inteiros pela manhã e à noite, deixando que ela mergulhe profundamente em nossa consciência.

Convido-os(as) a tentarem.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Voz de Deus fala comigo todo o dia.

Neste dia 18 de fevereiro, depois de termos aprendido que "não há nada a temer", vamos aprender, da lição de número 49, que é "bem possível escutar a Voz de Deus durante todo o dia", sem interromper de maneira nenhuma as atividades rotineiras. Porque aquela parte de nossa mente, na qual a verdade habita, "está em constante comunicação com Deus", quer estejamos cientes disso quer não.

A ideia central para o exercício diz: A Voz de Deus fala comigo durante todo o dia. E o livro nos aconselha a fazer quatro períodos de prática, de cinco minutos completos cada um, nos quais tentaremos, de fato, "ouvir a Voz de Deus". Para nos aproximarmos do pensamento mais feliz e mais sagrado com toda a confiança, sabendo que, ao fazê-lo, unimos nossa vontade à d'Ele.

Para tanto, é preciso silêncio. O silêncio mais profundo possível. O silêncio a que só podemos chegar mergulhando profundamente na paz, que está além de todos os ruídos do mundo e de suas fantasias loucas. Além de todos os sons do mundo, que encobrem nossos pensamentos verdadeiros e escondem nossa ligação eterna com Deus.

Além dos quatro períodos mais longos, o livro recomenda a repetição da ideia de hoje com a maior frequência possível. Fazendo isso sempre que pudermos, estaremos convidando a Voz de Deus a falar conosco.

Vamos experimentar?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Não há nada a temer.

Qual é seu maior medo? Você tem algum medo? Existe alguma coisa na qual você não pode nem pensar, que sente arrepios? O mundo lhe parece um lugar assustador? Você tem medo de sair de casa? Você tem medo de andar à noite? A ideia de dirigir em São Paulo lhe provoca calafrios? Ir ao denstista? Ir ao médico? Ir a uma reunião? A uma entrevista de emprego? Uma prova? Falar em público?
Não há nada a temer. Isto é o que afirma a ideia central da lição 48, para este dia 17 de fevereiro.
Mas... e a morte? E se não existir nada depois desta vida?
Imaginemos que não exista nada depois deste tempo que é a duração de nossa vida num corpo, neste mundo. O que faria diferença em nosso modo de viver? Se soubéssemos que não existe nada além desta experiência que estamos tendo agora, no presente, neste lugar em que nos encontramos? O que faríamos diferente? Será que adiariamos tanto nossa tomada de decisões? Será que relutaríamos tanto em falar de nosso amor pelas pessoas todas com que convivemos? Será que valorizaríamos tanto nossa própria opinião, querendo ter razão sempre? Será que dedicaríamos tanto do tempo que temos a criar experiências que nos colocam em contato com a dor e com o sofrimento?
Paulinho Moska, cantor brasileiro acho que nem tão conhecido, tem uma música intitulada O Último Dia, em cuja letra pergunta "o que você faria se só te restasse um dia?", algo parecido com o que vivemos dia a dia, se pensarmos bem. Afinal, quem sabe o que lhe reserva o momento seguinte? E este talvez seja um exercício bom de se fazer. Pensar a respeito do que faríamos se soubéssemos exatamente qual é o tempo que nos resta para utilizar o corpo que temos. Na verdade, temos medo de pensar nisso. Ou, pelo menos, a maioria de nós tem.
No entanto, a lição de hoje nos convida a repetir, com a maior frequência possível, a ideia: Não há nada a temer. Porque, de acordo, com o que ensina o Ucem, como já vimos anteriormente, tudo está sempre absolutamente certo exatamente como está. E nenhum um de nós pode estar em nenhum lugar diferente daquele em que está no presente momento. E isso vale para todos e para cada um de nós. E para a experiência que criamos coletivamente também, que não pode ser diferente da que é, para todos e para cada um.
Se há algo de que ainda temos medo, se existe alguma coisa depois desta vida que vivemos agora ou não, se só nos restar este dia ou se ainda teremos muitos e muitos dias pela frente, não tem a menor importância. Basta sabermos que fazemos o melhor que podemos o tempo inteiro e que isso é cumprir a Vontade de Deus para nós, mesmo quando não temos consciência disso. Seja qual for o nome que damos a Ele.
O que acham?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Para alcançar a força e a paz

Quantas vezes fraquejamos em nossas decisões? Quantas vezes sentimos nos faltarem as forças necessárias para seguir em frente depois de termos escolhido um caminho que se revela mais difícil do que parecera anteriormente? Quantas vezes, por orgulho, assumimos uma posição ou nos comprometemos com alguma coisa, ou com alguém, sem muita certeza de que seríamos capazes de honrar a posição, ou de manter compromisso? O que sabemos, de fato, acerca daquilo que é o melhor para nós mesmos e para todos os envolvidos em nossa vida? Quantas vezes temos todas as informações necessárias para tomar a decisão correta, aquela que vai permitir que apenas o bem seja o resultado de nossas ações?
É disso que trata o exercício da lição 47, deste dia 16 de fevereiro, cuja ideia central para nossa prática é: Deus é a força na qual eu confio.
E o Curso nos garante que é possível alcançar uma profunda sensação de paz, ainda que breve, se fizermos o exercício corretamente. Porque ele vai nos permitir alcançar um lugar em nós mesmos aonde nada é impossível. O lugar onde a força de Deus habita em nós.
Vamos experimentar?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Deus é o Amor no qual eu perdoo.

Deus é o Amor no qual eu perdoo. A lição 46, deste dia 15 de fevereiro, nos traz a ideia do perdão. A única forma pela qual podemos nos salvar, e ao mundo todo. A lição enfatiza que Deus não necessita perdoar a nenhum de nós, porque Ele nunca nos condena.
Entre os pontos mais importantes que a lição nos convida a exercitar hoje está a ideia de que só podemos perdoar a nós mesmos. E isso é absolutamente lógico [para os que precisam da lógica para se orientarem neste mundo] se considerarmos algumas das lições anteriores que nos falavam sobre quem cria o mundo tal como o vemos. Da mesma forma que podemos entender que só nós criamos as experiências que queremos viver neste mundo, também podemos entender que, em função disso, somos nós mesmos que criamos o julgamento e a condenação que precisam ser perdoados. E se somos nós os criadores do equívoco, apenas nós mesmo podemos corrigí-lo. Logo, só podemos perdoar a nós mesmos. E, ao fazermos isso, perdoamos o mundo inteiro. E ele está salvo. E nós estamos salvos com ele.
Vamos refletir a este respeito? Vamos experimentar pôr em prática o que a lição nos aconselha?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Deus é a Mente com a qual eu penso.

Deus é a Mente com a qual eu penso. Eis a lição de número 45, para este dia 14 de fevereiro. Tal qual a anterior, o livro sugere que mantenhamos três períodos de prática de cinco minutos, utilizando a mesma forma geral utilizada para a ideia de ontem.

Se tentarmos de verdade, diz o livro, este exercício pode nos ajudar a "compreender que só aquilo que Deus quer que façamos é o que queremos fazer". E também "que não podemos falhar em fazer aquilo que Ele quer que façamos".

As repetições da ideia de acordo com as instruções do livro, também podem ser facilitadas se dissermos a nós mesmos:


Meus pensamentos reais estão na minha mente.

Eu gostaria de achá-los.


Também é bom lembrarmos de fazer vários períodos mais curtos ao longo do dia em que repetimos a ideia algumas vezes.


Deus é a luz na qual vejo.

Deus é a luz na qual vejo.
Esta é a ideia central da lição 44, para ser trabalhada nas práticas do exercício deste dia 13 de fevereiro, sexta-feira.
A recomendação é que se façam três períodos que durem de três a cinco minutos. O livro recomenda períodos mais longos. Mas apenas se a passagem do tempo no período não exigir esforço algum de parte do praticante.
A orientação é para que iniciemos os períodos de prática pela repetição da ideia de olhos abertos, fechando-os em seguida devagar, repetindo a ideia várias vezes mais, buscando, a seguir, mergulhar o mais profundamente possível em nossa própria mente, abandonando quaisquer interferências e intromissões simplesmente indo mais fundo. A mente não poderá ser impedida disso, a menos que queiramos. Ela vai simplesmente seguir seu próprio curso natural.
Experimentemos, pois.
Comentem em seguida. Compartilhem, por favor.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Um programa de treinamento da mente

Plotino, filósofo egípcio que viveu entre 205 e 270, citado por Roger Walsh e Frances Vaughan em um livro de 1980, intitulado Além do Ego, diz que "devemos fechar os olhos e invocar uma nova maneira de ver, um estado de vigília que pertence a todos por direito, embora poucos o usem".
No mesmo livro, uma citação do filósofo contemporâneo Jacob Needleman, diz que "sempre se supôs, no nosso mundo moderno ... que, para se observar, basta a pessoa 'olhar para dentro de si'. Ninguém sequer imagina que a auto-observação pode ser uma habilidade altamente disciplinida que requer um treinamento mais longo do que toda habilidade que conhecemos... A ... má reputação da 'introspecção'... resulta da noção particular de que, com seus próprios recursos e sem orientação ou treinamento, a pessoa pode chegar a observações precisas e distintas do seu próprio pensamento e de sua própria percepção. Contudo, pode-se muito bem dizer que o ponto vital das disciplinas psicológicas do Oriente e do mundo ocidental antigo consiste no treinamento do estudo de si mesmo".
Tanto a primeira ideia quanto a segunda podem caber perfeitamente nos ensinamentos do Ucem. Basta voltarmos nossa atenção para uma lição anterior que afirma, como Plotino, existir outro modo de se olhar para o mundo. Um modo que pode nos dar uma visão da paz em lugar de todos os conflitos e do caos, que normalmente vemos nele. Quanto ao que nos diz Needleman o próprio Curso afirma: "Este é um curso de treinamento da mente". ... "É um programa organizado, bem estruturado e cuidadosamente planejado [no qual embarcamos], com o objetivo de aprender como oferecer ao Espírito Santo tudo o que não [queremos]".
Assim, pode-se dizer que a prática regular dos exercícios vai treinar nossa mente não apenas para olhar o mundo de modo diferente, mas também vai nos proporcionar um estudo de nós mesmos. Porque, como a lição de ontem dizia, "tudo o que é perfeito está dentro de ti, pronto para se irradiar de ti para o mundo todo".
Embora inicialmente possamos não acreditar nalgumas das ideias que os exercícios oferecem, o uso continuado delas, atendendo à orientação que o livro dá, pode vir a se provar extremamente benéfico para nosso estar-no-mundo. O treinamento que o exercício diário nos dá busca nos auxiliar a ultrapassar uma nuvem escura e pesada de pensamentos loucos, difíceis de entender e confusos - mas que representam tudo o que vemos -, sob a qual está escondida a luz. Busca ainda, como a lição de ontem, nos ajudar a lembrar que Deus vai conosco aonde formos. O tempo inteiro. Não estamos separados d'Ele. Ele não nos abandonou nem nunca abandonará.
Daí, na continuação do treinamento, a ideia para o exercício deste 11 de fevereiro, da lição de número 42, ser: Deus é minha força. A visão é Sua dádiva. A combinação de dois pensamentos muito poderosos, ambos de enorme importância. Pensamentos que o Curso nos aconselha a usar com a maior frequência possível durante o dia inteiro, bem como a quaisquer outros que estejam relacionados a eles. Mas sem fazer esforço para buscar pensamentos pertinentes. O uso de tal ideia é um primeiro passo para a unificação de nossos pensamentos, para entendermos que o que estudamos no Curso é "um sistema de pensamente unificado, ao qual não falta nada do que é necessário e no qual não se inclui nada que seja contraditório ou inoportuno".
Vamos experimentar?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma observação útil

Não sei por que o blog não liberou o espaço que permite que se façam comentários ao texto de hoje. Devo ter apertado algum botão errado, o que talvez tenha causado esta falha. Apenas para corrigir a falha e permitir que se façam os comentários estou adicionando esta observação. Por favor, quem quiser comentar ou compartilhar qualquer experiência tanto a respeito do texto quanto da lição, como sempre, fique à vontade.

A Fonte da alegria perfeita

Alguém me diz que não estou sendo suficientemente claro em meus textos. Que eles estão mais difíceis do que o texto do próprio UCEM. E que não estou respondendo aos comentários, quando deveria. Isso definitivamente não torna mais fácil fazer o trabalho a que me propus, que é apenas abrir um espaço para os interessados em um local para acompanhar os exercícios do UCEM dia após dia, um após o outro. Enfim, o mundo que criamos é fruto da percepção de cada um. Não há o que comentar a respeito. Cada um percebe como percebe. Não há como ser diferente.
Porém, quem quer que abra um espaço como este, quer me parecer, se coloca à disposição de todos para todo e qualquer tipo de comentário e deseja, com toda a certeza, ser claro e transparente no compartilhar de suas ideias e percepções acerca daquilo de que fala. Seja o que for. Se não o consegue é um problema com o qual tem de lidar, buscando atender a indicações de leitores e tentando se fazer cada vez mais claro. A aprender e a mudar. Por isso, todos os que me leem neste blog, podem ficar certos de que em nenhum momento desejei, desejo ou pretendo alimentar a intenção de substituir o que o texto diz por aquilo que compreendo. Ao contrário, exponho aqui meu modo de entender com exemplos tirados de minha própria experiência e de historinhas a que tive acesso pela leitura apenas como forma de colocar à disposição de quem visita este espaço uma das infinitas formas de entendimento, que não é nem mais certa, nem mais errada nem mais simples, nem mais complicada do que qualquer outra. É diferente apenas. E pode ou não coincidir com a maneira de pensar de outros. O que não é nenhum erro, nenhum pecado ou crime. [Aliás, creio ter frisado bem em meu primeiro texto que, no caso da necessidade de se esclarecer quaisquer dúvidas, aconselho que se recorra ao texto do UCEM, porque minha interpretação pode muito bem ser equivocada.]
Bem... para tentar deixar ainda mais claro o que espero para o espaço, vou dizer mais uma vez. Espero que ele seja um espaço livre para qualquer pessoa se manifestar, da forma que lhe parecer mais conveniente, a respeito daquilo de que falo, a respeito de minha compreensão dos ensinamentos do UCEM. Um canal onde quem estiver interessado vai encontrar a ideia central do exercício do dia, considerando-se que a série começou, como expliquei em texto anterior, no dia primeiro de janeiro. Por fim, este espaço também pode servir - eu pelo menos gostaria que ele servisse -, quando for o caso, para oferecer respostas a dúvidas e questões que surjam da lição do dia ou dos comentários feitos a respeito dela. Gostaria, porém, de pedir a todos que quiserem contribuir com seus comentários que manifestassem claramente seu interesse em receber uma resposta, uma confirmação ou alguma ponderação a respeito de sua contribuição. Isso porque acho que certos comentários não envolvem nenhuma dúvida nem requerem complementação. São apenas o compartilhar de uma situação que tem a ver ou com o que escrevi ou com a ideia da lição do dia. Algo pelo qual apenas posso agradecer.
Dito isto, vamos ao que interessa: a alegria perfeita.
No conto/romance Campo Geral, Guimarães Rosa, põe na boca de um de seus personagens à beira da morte, Dito, a seguinte fala:

- "Miguilim, Miguilim, vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro!..."
E Miguilim, ao lembrar do Dito, após sua morte, pensava de onde é que ele "descobria a verdade dessas coisas?" Lembrava que "... o Dito dizia que o certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundas. Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma".

Isso não lhes parece uma amostra da alegria perfeita. É difícil de entender?
A lição deste dia 10 de fevereiro, a de número 41, pede que pratiquemos a ideia de que: Deus vai comigo aonde eu for. E diz ainda entender que não acreditemos nisso. Que é difícil acreditarmos porque nossa luz [a de cada um] está escondida nas profundezas, sob uma nuvem pesada de pensamentos loucos, difíceis de entender e ambíguos, mas que, ainda assim, representam tudo o que vemos.
A prática da ideia de hoje, garante o livro, vai fazer com que superemos por completo a sensação de solidão e de abandono que experimentamos por nos acreditarmos separados. E afirma, em seu quarto parágrafo, o seguinte:

Tu não podes jamais ser privado de tua santidade perfeita porque a Fonte dela vai contigo aonde tu fores. Tu não podes sofrer nunca porque a Fonte de toda a alegria vai contigo aonde tu fores. Tu nunca podes estar sozinho porque a Fonte de toda a vida vai contigo aonde fores. Nada pode destruir tua paz de espírito porque Deus vai contigo aonde tu fores.

Vale a pena, então, praticar tal ideia?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Três grandes lições. E uma quarta.

Uma das lições que considero mais importantes para minha vida me foi dada por um amigo, padre franciscano, frei Wilson João, há muitos anos. Ele disse, na ocasião, que um dos segredos para se viver bem é estar sempre preparado para o inesperado. Isto, aparentemente, é "chover no molhado", óbvio, lógico e simples. Mas não é tão fácil quanto parece. Porque gostamos de ter o controle das coisas, tudo aquilo que surge de modo inesperado nos pega, muitas vezes, desprevenidos. Esquecemo-nos de que o controle é falso e de que, de fato, a maior parte do tempo, não temos nem mesmo o controle sobre nossos próprios pensamentos. Apenas porque não damos a eles a devida atenção.
Aliás, esta ideia de controle sobre os pensamentos traz em si a segunda grande lição de minha vida. A primeira que aprendi depois de ter contato com o UCEM. Quem a deu foi Anna Sharp, professora querida do UCEM, que em um dos primeiros encontros de que participei, ao falar das emoções, disse que nossas emoções - todas - são apenas o resultados de processos bioquímicos em nosso organismo, processos estes que são desencadeados pelos pensamentos. Na ocasião ela disse, com todas as letras, que podemos, sim, regular e controlar todas as nossas emoções, bastando para isso que prestemos atenção à força e ao poder que damos a determinados pensamentos. Isso equivale a dizer que aqueles de nós que prestam atenção a seus pensamentos são capazes de alterar seu estado de espírito da forma que bem entenderem, quando quiserem, para experimentar cada vez mais o contato com a alegria perfeita, sem se deixarem enganar por estados emocionais que possam afastá-los dela.
A terceira grande lição, em meu modo de entender, me foi dada por uma fala de São Francisco, em um livro biográfico que narrava uma viagem dele com um grupo de soldados na época das Cruzadas. Certa noite, se bem me lembro, conversando com um soldado ele afirmou que "a paz entre os homens jamais será conseguida contra outros homens, nem de resto contra qualquer coisa que seja". A ideia é esta. A frase talvez não seja exatamente assim porque a cito de memória, uma vez que emprestei o livro a um amigo e nunca mais o vi. Nem o amigo.
Mas comecei este texto pensando em citar uma frase do UCEM que me parece conter outra grande lição, que tem a ver com todas estas de que falei acima. Ao se referir à pergunta a respeito de como a mente pôde criar o ego, o Curso diz que esta é a melhor pergunta que podemos fazer, mas que é uma à qual não faz sentido responder em termos de passado, "porque o passado não importa e a história não existiria se os mesmos erros não estivessem sendo repetidos no presente".
E por que repetimos no presente os erros do passado? Esta é uma pergunta que me fiz durante muitos anos, até cruzar com o livro O Homem à Procura de Si Mesmo, de Rollo May, que a respondeu falando da necessidade que cada um de nós tem de experimentar por si mesmo. Apesar dos exemplos da história, quer seja a de cada indivíduo no grupo de que faz parte, quer seja a da humanidade toda, pelas informações que nos chegam ao conhecimento, precisamos testar para comprovar e aprovar, ou desaprovar, pessoalmente, um comportamento, uma atitude ou uma solução para uma questão qualquer que nos aflija. Isto é, a maioria de nós não é adepta daquela frase famosa que diz que o tolo só aprende - quando aprende - a partir de seus próprios erros, enquanto o sábio aprende também com os erros dos outros. Somos todos tolos a maior parte do tempo. Ou vivemos como tolos. Porque é o que o mundo nos ensina.
Assim, talvez, seja interessante experimentar por alguns momentos pôr em prática a ideia que nos traz a lição do UCEM para este dia 9 de fevereiro, a de número 40, que trata de nos ensinar a "reivindicar algumas da coisas felizes" a que temos direito por sermos o que somos. O Curso nos aconselha a usar a ideia a cada dez minutos, se for possível. Se não, que a usemos sempre que for possível, dizendo simplesmente: Eu sou abençoado como um Filho de Deus. Quem sabe esta ideia seja o começo de uma mudança que vai nos preparar para o inesperado, que vai nos fazer parar quando aparecer em nós o pensamento de lutar contra, ou de ser contra qualquer coisa, e que vai nos ensinar a colocar a atenção em nossos pensamentos como forma de aprendermos a assumir o controle pelas emoções que criamos em relação a todos os esperados e inesperados que se apresentarem a nossa experiência. Aliás, é bem possível que esta ideia nos mostre que tudo o que se apresenta a nós é uma bênçao, que normalmente não sabemos reconhecer ou agradecer.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A quem podemos culpar pelo inferno?

Se, como disse ontem, estamos sozinhos no mundo, não há ninguém a quem possamos culpar por nossos infortúnios ou pela situação que o mundo vive. Ninguém, a não ser eu mesmo, tem culpa ou responsabilidade por nenhuma sequer das situação com que me deparo em meu dia a dia. E só preciso reconhecer isso para perceber que a culpa é uma fantasia que criei em meu mundo, para afastar de mim mesmo a responsabilidade por minhas criações equivocadas. É preciso que a culpa exista para eu poder atribuí-la a alguém por minha falta de compromisso comigo mesmo e para com o mundo que crio.
Eu preciso da existência da culpa para justificar meu afastamento da santidade. Para poder julgar o mundo e ver nele a expressão concreta de meus próprios medos, a materialização dos pensamentos que acho necessário esconder. Aqueles pensamentos que acredito me fazer ver o mundo como um lugar horrível, cheio de problemas e, possivelmente, sem salvação possível. Uma amostra do inferno, quando não o próprio inferno. O exercício deste dia 8 de fevereiro, a lição de número 39, pergunta: "Se a culpa é o inferno, qual é seu oposto?" E nos convida a pensar se, de fato, acreditamos que a culpa é o inferno. E eu diria que é exatamente esta a questão. Quem de nós acredita verdadeiramente que a culpa é o inferno?
Ou talvez seja melhor reformular a pergunta. O mundo que vemos é possível sem acreditarmos na existência da culpa? A menos que estejamos absolutamente certos de que a culpa não existe e de que é a ideia dela que cria a possibilidade da existência do inferno não vamos conseguir entrar em contato com nossa santidade, para criar apenas experiências que nos levem em direção da alegria perfeita. Não será possível salvar o mundo. Não será possível salvar a nós mesmos.
E é isso que a lição de hoje nos convida a fazer. A pôr em prática a ideia de que: Minha santidade é minha salvação. Porque é acreditando nesta ideia que podemos nos salvar e, por consequência, salvar o mundo inteiro.
O que acham de tentar?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O que significa ser santo?

Alguém já se deu conta de que estamos sozinhos no mundo? Isto é, a partir da ideia de que cada um de nós cria o mundo que vê, posso pensar que não há ninguém no mundo além de mim. Até porque não há nenhum mundo além do meu.
Que lhes parece tais pensamentos?
Posso pensar ainda, de acordo com outra ideia do Curso, que nada do que faço para o outro ou outros tem qualquer efeito, a não ser em mim mesmo. Isto é, usando a própria ideia do UCEM, tudo o que faço é a mim mesmo que faço.
Como é, então, que crio as mais variadas formas de experimentar sensações que aparentemente me tornam infeliz, me afastam da alegria perfeita e me levam a viver um pesadelo e a transformar minha vida num inferno na terra?
Ou sou só eu?
Já falamos em outras ocasiões que tudo o que vivemos, cada um de nós, é apenas o fruto ou frutos de nossas escolhas. Somos nós mesmos os semeadores. Lembram-se de uma das parábolas de Jesus? A questão com que temos de lidar, parece-me, é exatamente a mesma de que falava a parábola, além das sementes que queremos plantar, a qualidade da terra onde deitamos as sementes de nossos pensamentos. E, aparentemente, nossa cabeça é um solo fértil para as sementes de ervas daninhas, as ideias que resultam em plantas com frutos amargos e impossíveis de comer e digerir.
A lição de hoje, a de número 38, porém, oferece uma boa semente para a fertilidade do solo de que somos proprietários ao afirmar que: Não há nada que minha santidade não possa fazer.
Mas é preciso que eu acredite em minha santidade. É preciso que eu acredite que minha santidade pode me mostrar o mundo de modo diferente. Pode salvar o mundo. Transformá-lo no mundo da alegria perfeita. O que não significa que vou deixar de ver problemas ou deixar de ver coisas que não são exatamente aquilo que eu gostaria de ver. Significa apenas que não vou lutar contra nada do que vejo, que não vou fazer nenhum esforço que me afaste de minha santidade. Significa apenas que vou buscar pôr minha atenção em cada escolha que eu fizer e mudá-la sempre que o resultado dela não me puser em contato com a alegria perfeita, que é o que quero viver. Viver minha santidade significa aceitar com gratidão tudo aquilo que o mundo aparentemente me oferece. Significa reconhecer que o mundo é apenas um efeito de meus próprios pensamentos, uma imagem externa daquilo que se passa em meu interior.
Minha santidade é o meio que me permite entender a finalidade do mundo, minha função nele e a finalidade de todas as coisas que vejo. Tudo no mundo - o próprio mundo, inclusive -, como já o disse alguém antes de mim, é um através, que me permite ver a mim mesmo. Ver todos os aspectos diferentes de mim mesmo, que não são visíveis sem os relacionamentos que crio com todas as pessoas, sem as relações que estabeleço com todas as coisas do mundo. Quanto mais eu exercito minha capacidade de olhar para tudo pelos olhos de minha santidade, tanto mais santo se torna o mundo, tanto mais me aproximo da alegria perfeita, porque a compreensão de minha santidade me permite compreender quem sou na verdade.
Vamos refletir a respeito disso. Pôr em prática? Exercitar a santidade?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vamos nos permitir viver a santidade?

Lembrando ainda da lição de ontem, gostaria de incluir um comentário. A ideia me passou pela cabeça, mas não coube na tela, no momento em que a digitação começou. Sabem como é, não?
Que voz comandará nossos dedos, quando nos pomos a dividir/digitar ideias? Para quem falamos? Com quem falamos? Serão mesmo nossas as vozes em nossa cabeça? Alguém aí acredita em gnomos? Em devas? Em fadas e bruxas? Em magos e bruxos?
Mas estou divagando... O comentário a que me referi acima tem a ver com o ditado que usei. "Antes tarde do que nunca." Há pessoas que pensam, por alguma razão acreditaram no que lhes foi ensinado desde muito cedo, que, uma vez tomado um caminho, não há volta. E há muitas que se surpreendem com a descoberta, ou com qualquer indício, de que o caminho tomado não lhes deu a alegria que esperavam, mas acham que "agora" é muito tarde para mudar. Outras há ainda que se desesperam ao descobrir "agora" que tudo o que fizeram não serviu para nada "aparentemente", já que "no agora que estão" compreenderam que tudo o que gostariam de ter feito e, quem sabe, continuar a fazer, é aquela outra coisa, seja lá o que for, que as pôs em contato com a alegria de viver. Mas... é muito tarde. Têm tão pouco tempo de agora em diante. E resolvem continuar aonde estão. E há muitas que anseiam ser outra pessoa, sem ao menos saber ou procurar saber quem são.
Um de meus filhos falava outro dia sobre a necessidade de se quebrar paradigmas, em tom jocoso e de uma forma que transformava a ideia em algo como uma solução mágica, como a panaceia para todas as nossas atitudes diante da vida e para todos os impasses em que podemos nos encontrar e, principalmente, como um modo de se fugir de toda e qualquer orientação no sentido de se adotar uma determinada postura, de assumir a responsabilidade por alguma coisa que não se quer. Ou mesmo para questionar um hábito comprovadamente salutar, mas com o qual não se deseja assumir o compromisso naquele exato momento. Enfim, a ideia de quebrar paradigmas como uma maneira de se escapar daquilo que se tem de fazer, porque cientes de que não há nada melhor a ser feito, e não o contrário. Uma daquelas contradições com que convivemos na confusão que criamos em nossa mente.
Porém, como já disse um grande pensador em determinado momento, é claro que me contradigo, se não o fizesse não seria humano. Até porque, eu diria, viver é aprender a todo momento. Assim, algo que nos parece a ideia que faz acender em nós a lâmpada do gênio, num instante, no instante seguinte já não nos parece tão genial assim.
E somos todos santos.
E aqui eu gostaria de convidá-los a uma pequena reflexão acerca da santidade de que fala o UCEM. Não se trata, sem dúvida alguma, daquela ideia de santo a que nos habituamos a ouvir nos sermões de professores e padres [os que foram educados dentro da doutrina cristã da igreja católica apostólica romana]. A ideia de que ao santo, ou ao que gostaria de ser santo - e todos éramos instados a sê-lo -, nada é possível. Tudo o que é do mundo é proibido. O mundo é apenas um lugar de pecado, que devemos abominar. Longe disso. Para o Curso, somos santos exatamente como somos. Porque não há um estado, a que se possa chamar de ideal, diferente daquele em que nos encontramos neste exato momento. Nenhum de nós está em um lugar diferente daquele em que deve estar neste exato momento. E nem vive nenhuma situação diferente daquela que lhe cabe viver, e que traz em si, potencialmente, todas as possibilidades para que ele [ou ela] experimente a alegria perfeita. Vivemos a santidade todos os dias e em todos os momentos de nossa vida. O que não sabemos fazer é reconhecê-lo. Recusamo-nos a aceitá-la, em função do equívoco em relação à ideia que nos ofereceu o mundo.
Ser santo para o UCEM é abençoar o mundo e tudo o que existe nele o tempo inteiro. Se quisermos, de verdade, desaprender a ideia errônea de santidade que nos ensinaram, podemos, além de estudar o Curso e praticar o exercícios todos os dias - como apenas um dos caminhos possíveis -, buscar ler algumas biografias de santos reconhecidos. Quanto mais reconhecidos, veremos, tanto mais iguais a nossa foi a vida deles. Vidas cheias de conflitos, cheias de confusões e dúvidas, vidas atormentadas, nas quais o mais importante foi sempre a certeza de que se pode olhar o mundo de outra maneira. A certeza de que, dentre todas as palavras que conhecemos, a que mais se aproxima daquilo que Deus quer para cada um de nós é, verdadeiramente, a alegria perfeita. A alegria perfeita, que é o estado que nos coloca mais próximos da sensação de que somos amados de maneira infinita e de que tudo está absolutamente certo exatamente da forma como está, e de que nem o tempo nem o espaço podem mudar isso.
Isso não torna simples então dizer como a lição deste dia 6 de fevereiro, a de número 37, nos convida a fazer ao longo do dia: Minha santidade abençoa o mundo.
E quem pode nos tirar a alegria, quando vivemos em mundo abençoado? Não é possível, então, que sejamos capazes de entender e seguir o conselho do cantor que diz "hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos. Mesmo sem se sentir que não há tempo que volte, amor, vamos viver tudo o que há p'rá viver, vamos nos permitir"!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A santidade, a minha e a de cada um de nós

"Antes tarde do que nunca", não é o que diz o ditado? E gentes há que se preocupam com o fato de só terem descoberto agora, depois de muitos e muitos anos de vida, que existe outro modo de se olhar para o mundo. Que não somos as vítimas do mundo que vemos. Que nossa mente faz parte de Mente de Deus. Que somos santos. E que a Vontade de Deus para nós, de fato, a única Vontade que Ele tem para nós, é a alegria perfeita. E que viver esta alegria é apenas uma questão de escolha. Isto é, depende apenas de nós. De cada um de nós.
Estava distante de meu computador até agora, mas não esqueci da lição de hoje. E quase que íamos passar em branco, pois o computador não queria funcionar. Passava de qualquer página diferente da inicial e travava. Como explicar uma coisa assim? Talvez uma falha daquele que percebe. Talvez um lapso na mente, que impedia aquele que percebe de se sentir parte da Mente.
Bem... não vem ao caso. O que importa mesmo é lembrar que, de acordo com a ideia do exercício de hoje, o da lição de número 36, minha santidade envolve tudo o que vejo. Então, não é possível que o computador que me serve de instrumento para compartilhar a lição do UCEM não funcione, para minha alegria e para a alegria de todos os que esperam a informação deste espaço. De fato, bastou deixar que a Vontade de Deus prevalecesse para tudo se pôr no devido lugar.
Então é isso! Uma vez que o hoje está quase chegando ao fim, não vou me alongar muito. Deixemos, pois, que a santidade, que é minha e de cada um de nós todos, envolva tudo o que vemos e nos prepare para um novo dia, para uma nova lição.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Como ver o mundo que queremos?

Minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou muito santo. Alguém acredita ou conhece alguém que, de fato, acredita em uma destas afirmações, que são as ideias centrais da lição de hoje, dia 04 de fevereiro? Ou nas duas?
Todos dirão que acreditar nisso ou não tem a ver com a questão da fé. E muitos dirão que não têm fé. Enquanto outros dirão que a fé é algo que está relacionado à religião e que não querem saber de nada que se relacione a tal. O UCEM, em um de seus trechos, diz que o problema que temos em relação a este mundo e à vida que vivemos nele não é a falta de fé. Que ele afirma que todos nós temos. Ele diz que o problema está em onde a colocamos.
Este mundo, que construímos via sistema de pensamento do ego, está cheio de armadilhas, cheio de enganos. E, a todo momento, nos oferece desvios ao caminho que trilhamos em direção à alegria perfeita. E é a fé que colocamos em tal sistema de pensamento que determina a maior ou menor quantidade de tempo que vamos empregar para alcançar nossa meta.
A acreditarmos nos enganos que o mundo nos oferece, vamos nos considerar as vítimas de todas as circunstâncias que se apresentam. Vamos negar nossa responsabilidade por todas as nossas criações equivocadas e não vamos compreender nada do que vemos. Ou melhor, vamos acreditar que compreendemos tudo, apesar de nossas experiências deixarem bem claro que não sabemos nada. E, ainda assim, não vamos reconhecer isso.
Em nosso encontro de ontem, a leitura da introdução ao capítulo 21 do livro, afirmava que: "A projeção faz a percepção. O mundo que vês é o que deste ao mundo, nada mais do que isso". E alertava para o fato de que: "... embora [o mundo] não seja mais do que isso [isto é, o que deste ao mundo], não é menos. ... é importante para ti. ... é a testemunha do teu estado mental, o retrato externo de uma condição interna". Por isso cabe perguntar: o que estamos dando ao mundo? Que retrato de nós mesmos ele está nos mostrando? Será que, para usar uma expressão comum de nossos dias, "estamos bonitos na foto"?
A ideia da lição de hoje nos descreve de uma forma que não é a forma que utilizamos para pensar em nós mesmos normalmente. Em geral, vivemos nos condenando por milhares de pequenas falhas que nem ao menos temos certeza de serem de fato falhas ou não. E, por consequência, projetamos no mundo o julgamento que fazemos de nós mesmos. O tempo todo.
Por isso, creio que vale a pena dedicar um pouco de nosso tempo à ideia que o exercício de hoje nos apresenta, refletindo também a respeito da afirmação da leitura de ontem, segundo a qual "o mundo que vês apenas te mostra quanta alegria te permitiste ver em ti mesmo e aceitar como tua".
Vamos nessa?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A decisão de olhar de outro modo permite escolher

A partir da lição de ontem, que nos convidava a olhar para o mundo de outro modo, dá-se início a uma série de escolhas que podemos fazer em relação a tudo o que nos afeta no mundo que vemos. Isto é, se eu acreditar que há outro modo de olhar para o mundo e me decidir a olhá-lo deste outro modo, posso escolher o que quero ver. Ou, ainda, melhor dizendo, posso materializar no mundo apenas aquilo que serve para pavimentar meu caminho com a alegria perfeita. E, mais importante, compartilhar apenas isso.
Aliás, se alguém chegou a ver a lição de ontem, não sei. Ninguém se manifestou. Ou está tudo dito de forma muito clara ou tudo está absolutamente ininteligível. Ou o assunto não interessa a ninguém. Ou, ainda, ninguém quer dividir [o segredo] nada com ninguém. Não importa. Sigamos em frente, portanto.
Isso me lembra uma historinha a respeito de Santo Antônio, não sei qual deles, mas sei que é um dos seguidores de São Francisco. Ela conta que, certa ocasião, quando se pôs a falar na beira de um lago e as pessoas aparentemente não se mostraram muito interessadas no que ele dizia, ele simplesmente se virou de costas para as pessoas e passou a se dirigir aos peixes, que pulavam para fora das águas do lago aos milhares para ouvir suas palavras.
Voltando ao UCEM e às escolhas que ele nos oferece a partir de nossa decisão de olhar para o mundo de outro modo, o exercício de hoje diz o seguinte: Eu poderia ver paz em vez disso. Isto é, em lugar de qualquer outra coisa que vemos no momento, o outro modo de ver permite que nossa escolha recaia sobre a visão da paz. E isso vale para qualquer situação, acontecimento ou pessoa que nos cause inquietação, aborrecimento, raiva, nervosismo, ansiedade ou preocupação. O que equivale a dizer, como o Curso diz, que nossa paz de espírito tem de ser construída dentro de nós e depende de nossa escolha, de nossa decisão. Uma vez feito isso, podemos estendê-la a tudo o que aparentemente acontece do lado de fora.
O livro sugere várias formas de aplicação da ideia de hoje. Tomar a decisão de utilizar a ideia e de compartilhá-la, contudo, é mais importante do que fazer uso de um roteiro conforme a sugestão do livro. Tal decisão vai nos permitir usá-la sempre que necessário durante todo o dia [e ela vai passar a fazer parte de nosso repertórios de solução de problemas], quando qualquer coisa que se apresentar a nós trouxer consigo a impressão de conter a capacidade de levar embora nossa paz. Aí, então, paramos e aplicamos a ideia. Explicitando claramente o que queremos em relação ao que estamos vendo no momento. Lembrando-nos sempre de que nada do que existe fora pode, de verdade, perturbar nossa paz. A não ser que autorizemos. A decisão é sempre nossa, de cada um.
Vamos experimentar? Comentários...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Existe outro modo de olhar para o mundo

Existe outro modo de olhar para o mundo. Esta é a ideia da lição de número 33, a deste dia 2 de fevereiro, para quem iniciou os exercícios no dia primeiro do ano.
Haverá mesmo outro modo de olhar para o mundo?
Sim, eu diria. Não há apenas outro, mas muitos outros modos de se olhar para o mundo. Claro, cada um o vê, olha para ele, de um modo diferente, de um modo particular, único. Entretanto, o outro modo a que se refere a ideia de hoje do UCEM é ainda outro, parece-me, apenas no sentido de que é um modo que nos convida, respeitando nosso modo particular de olhar, a olhar para o mundo com olhos amorosos, com os olhos do perdão, isentando-o dos julgamentos que fazemos de nós mesmos e dos outros que existem no mundo. E absolvendo-o, e a tudo o que existe nele, de todo e qualquer pecado ou erro que podemos ter visto em alguma coisa ou em alguém nele.
Este modo, especificamente, é um modo que nos pede para pensar no mundo como um lugar neutro. Para pensar nele como se fosse uma folha de papel em branco ou uma tela livre de computador onde vamos registrar o que queremos. É este modo particular de olhar para o mundo que pode nos mostrar nele o lugar certo para vivermos "o sonho feliz". É onde podemos construir o sonho.
É claro que, como sempre, isso pede nossa participação atenta, pede que cada um assuma a própria responsabilidade pela criação.
Porém, uma das grandes vantagens deste modo de ver é que a criação das experiências que vão construir "o sonho feliz" neste mundo, cuja responsabilidade pertence a cada um de nós, pode contar com a ajuda, com o apoio e a aprovação de Deus, dê-se a Ele o nome que nos parecer mais adequado, e se tornar uma co-criação. Pois este modo de ver nos ensina a entregar a Ele todos os nossos desejos, todos os nossos anseios, e a confiar que Ele nos indicará o caminho e orientará todas as nossas ações na direção da alegria perfeita, que é Sua Vontade para todos e cada um de nós.
Como fazer isso, então? Como aprender a olhar para o mundo de outro modo? Sugestões... Comentários...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O mundo serve para quê?

Hoje, antes de falar da lição que o UCEM nos oferece, gostaria de tecer alguns comentários específicos, não apenas a respeito da ideia que o exercício traz, mas também acerca da forma como ela chega até nós, leitores de língua portuguesa.
É claro que, antes de mais nada, precisamos agradecer à Lilian pela maravilhosa tradução que seu imenso trabalho nos deu. No entanto, acho que todos podemos contribuir para o melhor entendimento daquilo que o livro quer nos dizer, "traduzindo" algumas ideias de um modo que facilite e/ou simplifique a mensagem de forma que ela possa ser mais claramente compreendida e, desta maneira, melhor aplicada na prática.
A lição de hoje, em sua forma original diz o seguinte: I have invented the world I see. E aqui acho que é preciso algum comentário a respeito do tempo verbal da língua inglesa. O uso do verbo "to have" em suas formas do presente [o que é em português o presente do indicativo] mais um verbo no particípio dá origem, em inglês, a um tempo verbal chamado "present perfect", que não tem correspondente em português. Este tempo normalmente se refere a uma ação que começou, no passado, e que continua a acontecer agora, no presente. Assim, creio que a melhor tradução para a ideia de hoje é: Eu invento o mundo que vejo. Porque tratamos aqui de um processo que não acabou. Um processo que, aliás, não acaba nunca.
Outra observação cabe em relação ao verbo "inventar". Dos nove possíveis significados [vide Dicionário Houaiss de Sinônimos] que ele tem em português, seis deles trazem como sinônimo o verbo "criar". Nada mais óbvio, então, que afirmar que a ideia de hoje pode ser traduzida como: Eu crio o mundo que vejo. O que é, se pensarmos em tudo o que já foi dito neste espaço anteriormente, expressão da mais absoluta verdade, considerando-se os ensinamentos do UCEM.
Aproveitemos, pois, para refletir, ainda que brevemente, nas possibilidades que a ideia de hoje nos traz. Além de incluir nesta reflexão, é claro, espaço e tempo para pensar quanto das informações e afirmações que nos chegam espelham, de fato, a verdade. Quanto daquilo que vemos e ouvimos falar de alguém traduz a verdade ou apenas uma forma que quem nos fala tem para traduzir o que entende? Quanto daquilo que nós mesmos dizemos revela a verdade ou apenas uma interpretação que fizemos ou fazemos dos fatos? Quantos fatos são, de verdade, fatos ou fantasias que "criamos" ou "inventamos" a respeito de acontecimentos ou de situações que gostaríamos fossem fatos?
Mais importante que tudo, porém, me parece, em relação à ideia de hoje é entendermos de uma vez por todas que o mundo não está à procura de vítimas. Que não somos - nenhum de nós é - a vítima do mundo que vemos, para lembrar também a lição de ontem. O mundo, como o vemos, e tudo o que existe nele, é uma criação individual nossa. O que equivale a dizer, como diz Miguel Torga em seu livro A Criação do Mundo, que existem tantos mundo quantos são os indivíduos. E que cada um cria, inventa, e constroi, o mundo no qual quer viver, apresente-se ele do modo que for.
Entender isso implica reconhecer a responsabilidade que cada um de nós tem com seu mundo, aquele que compartilha com todos. Ao mesmo tempo nos dá plena e total liberdade para mudar toda e qualquer coisa que não atenda nosso desejo de viver a alegria permanentemente.
Conto com sua contribuição e comentários.