sábado, 13 de fevereiro de 2016

Até quando vamos aceitar os enganos do ego?


LIÇÃO 44

Deus é a luz na qual eu vejo.

1. Hoje estendemos a ideia de ontem acrescentando-lhe outra dimensão. Tu não podes ver no escuro e não podes criar luz. Tu podes fazer a escuridão e, então, pensar que vês nela, mas luz reflete vida e é, por isso, um aspecto da criação. A criação e as trevas não podem coexistir, mas luz e vida têm de estar em harmonia, por serem apenas aspectos diferentes da criação.

2. Tens de reconhecer, a fim de veres, que a luz está dentro, não fora. Tu não vês fora de ti mesmo; tampouco a capacidade de ver está fora de ti. Uma parte essencial desta capacidade é a luz que torna possível ver. Ela está sempre contigo, tornando a visão possível em todas as circunstâncias.

3. Hoje vamos tentar alcançar essa luz. Para este fim, usaremos uma forma de exercício sugerida antes, e que utilizaremos cada vez mais. É uma forma particularmente difícil para a mente indisciplinada e representa uma das metas mais importantes do treinamento da mente. Ele exige precisamente aquilo que falta para a mente não-treinada. Mas este treinamento tem de ser bem-sucedido, se for para veres.

4. Faze pelo menos três períodos de prática hoje, cada um com três a cinco minutos. Recomenda-se muito um tempo maior, mas só se achares que o tempo passa com pouca ou nenhuma sensação de esforço. A forma de prática que utilizaremos hoje é a mais natural e fácil do mundo para a mente disciplinada, exatamente do mesmo modo que parece ser a mais estranha e difícil para a mente sem treino.

5. Tua mente não é mais totalmente sem treino. Estás bastante preparado para aprender a forma de exercícios que usaremos hoje, mas é possível que descubras que vais encontrar forte resistência. A razão é muito simples. Enquanto praticares deste modo, deixarás para trás tudo aquilo em que acreditas agora, e todos os pensamentos que inventaste. Na verdade, isto é a liberação do inferno. Entretanto, aos olhos do ego, é perda de identidade e uma descida ao inferno.

6. Se puderes te afastar do caminho do ego, por pouco que seja, não terás nenhuma dificuldade para reconhecer que sua contrariedade e seus medos não têm significado. Podes achar proveitoso, de vez em quando, lembrar-te de que alcançar a luz é escapar das trevas, apesar de qualquer coisa que possas acreditar em contrário. Deus é a luz na qual vês. Estás tentando alcançá-Lo.

7. Começa o período de prática repetindo a ideia de hoje com os olhos abertos e fecha-os lentamente, repetindo a ideia várias vezes mais. Tenta, em seguida, mergulhar na tua mente, abandonando qualquer tipo de intromissão e intrusão, aprofundando-te serenamente além delas. Tua mente não pode ser impedida disso, a menos que tu escolhas impedi-la. Ela está apenas seguindo seu curso natural. Tenta observar os pensamentos que passam sem envolvimento e passa por eles calmamente.

8. Embora não se recomende nenhuma abordagem particular para esta forma de exercício, o que é indispensável é uma percepção da importância do que fazes; seu valor inestimável para ti; e uma consciência de que estás te aventurando em algo verdadeiramente santo. A salvação é a tua realização mais feliz. Ela também é a única que tem qualquer significado, porque é absolutamente a única que tem qualquer utilidade verdadeira para ti.

9. Se surgir resistência, de qualquer forma, faze um intervalo longo o suficiente para repetir a ideia de hoje, mantendo os olhos fechados, a menos que fiques ciente de medo. Neste caso, é provável que aches mais tranquilizador abrir brevemente os olhos. Tenta, porém, voltar aos exercícios com os olhos fechados assim que possível.

10. Se estiveres fazendo os exercícios corretamente, deves experimentar uma sensação de relaxamento, e até mesmo um sentimento de que estás te aproximando, se não, de fato, entrando na luz. Tenta pensar em luz sem forma e sem limite, ao passares pelos pensamentos deste mundo. E não te esqueças de que eles não podem te prender ao mundo, a menos que tu lhes dês o poder para fazê-lo.

11. Repete a ideia muitas vezes ao longo do dia, de olhos abertos ou fechados, conforme te parecer melhor no momento. Mas não te esqueças. Acima de tudo, decide-te a não esquecer hoje.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 44

"Deus é a luz na qual eu vejo."

Se Deus é tudo de tudo e nada existe fora d'Ele, só podemos acreditar que vemos a partir da Luz que emana d'Ele, da Luz que Ele é e que é também o que somos n'Ele, na Verdade.

A lição começa assim:

Hoje estendemos a ideia de ontem acrescentando-lhe outra dimensão. Tu não podes ver no escuro e não podes criar luz. Tu podes fazer a escuridão e, então, pensar que vês nela, mas luz reflete vida e é, por isso, um aspecto da criação. A criação e as trevas não podem coexistir, mas luz e vida têm de estar em harmonia, por serem apenas aspectos diferentes da criação.

Não podemos ver no escuro, mas podemos fazer a escuridão, podemos escolher trazê-la a nossas vidas, negando a luz em nós. Isso acontece muito. Muitas vezes nos recusamos a ver. Principalmente quando não conseguimos ver sentido para a vida que vivemos, mas também quando espalhamos as trevas à volta de nós, acreditando que todos que nos cercam se apresentam apenas para mostrar os aspectos "negativos" do mundo. Quando olhamos para tudo e para todos com os olhos julgadores do ego, interpretando o mundo, as pessoas, as situações e acontecimentos a partir da crença na separação. 

Deus é a luz na qual eu vejo.

Já passamos algumas vezes neste espaço pelos momentos em que tivemos a oportunidade de tomar a decisão de ver, e de ver todas as coisas de modo diferente. Lembram-se das lições em que praticamos as ideias: Estou decidido a ver. Ou: Estou decidido a ver as coisas de modo diferente. Ou ainda: Acima de tudo eu quero ver. E mais:Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente?

Continuemos a explorar a lição:

Tens de reconhecer, a fim de veres, que a luz está dentro, não fora. Tu não vês fora de ti mesmo; tampouco a capacidade de ver está fora de ti. Uma parte essencial desta capacidade é a luz que torna possível ver. Ela está sempre contigo, tornando a visão possível em todas as circunstâncias.

Eis aí, mais uma vez, de modo definitivo a nova oportunidade que justifica a tomada de decisão em favor de ver todas as coisas de modo diferente.

Eis aí também a razão pela qual nossa salvação e a salvação do mundo todo dependem de nós. A luz, que é o que somos, está dentro de nós. Dentro, não fora. Não há nada fora. Isso quer dizer que quando olhamos para fora e vemos, se vemos, apenas escuridão, trevas, é porque nos decidimos a negar a luz a nós mesmos, negando-a, por consequência, a todos a nossa volta e ao mundo todo.

Já pensamos na responsabilidade que temos a partir da informação que nos oferece a verdade eterna nas entrelinhas do que ensina esta lição: Tu não vês fora de ti mesmo; tampouco a capacidade de ver está fora de ti...

O que vemos então quando olhamos para o mundo e a luz, aparentemente, não está lá? Apenas a escuridão que fizemos dentro de nós. As trevas que permitimos que crescessem no interior de nós mesmos.

Deus é a luz na qual eu vejo.

Quem tem medo do escuro? Quem tem medo dos "males do mundo"? Quem ainda acredita que o mundo é mau, que ele é povoado por gentes ambiciosas, egoístas, corruptas, e que não há salvação para ele, nem para ninguém?

É mais do que tempo de abandonarmos estas crenças, que se originam todas da crença na separação: o único problema que precisamos resolver, de acordo com o Curso.

É isto que a lição nos convida a fazer, dando-nos os instrumentos e orientando-nos como usá-los. Vejamos pois:

Hoje vamos tentar alcançar essa luz. Para este fim, usaremos uma forma de exercício sugerida antes, e que utilizaremos cada vez mais. É uma forma particularmente difícil para a mente indisciplinada e representa uma das metas mais importantes do treinamento da mente. Ele exige precisamente aquilo que falta para a mente não-treinada. Mas este treinamento tem de ser bem-sucedido, se for para veres.

É aquilo que o Curso já em seu capítulo inicial, referindo-se a si mesmo, traz: Este é um curso de treinamento da mente. Todo aprendizado envolve atenção e estudo em algum nível.

É claro, há que haver disposição para se embarcar em um programa de treinamento da mente. Ou algum de nós tem a ilusão de que basta estalar os dedos e o mundo, este mundo, vai se transformar em uma versão do paraíso da noite para o dia?

Precisamos considerar quanto tempo o ego investiu - e continua a investir ainda - para nos fazer acreditar na separação. Quanto tempo nos deixamos enganar por ele, acreditando-nos frágeis, coitadinhos, vítimas de um mundo exterior a nossa consciência.

É por isso que digo que tomar a decisão é o passo mais importante. Mais, como veremos à frente em uma das lições que vamos praticar, cuja ideia é:O poder de decisão é meu. Uma lição que vai nos ensinar a assumir o poder que temos e a nos aceitarmos apenas como a Vontade de Deus nos criou para sermos.

Deus é a luz na qual eu vejo.

Mas não nos adiantemos muito neste momento. Por ora basta-nos atender às orientações que a lição de hoje dá, atentos em particular à necessidade de que nos decidamos, acima de tudo, a não nos esquecermos de praticar.

Assim:

Se estiveres fazendo os exercícios corretamente, deves experimentar uma sensação de relaxamento, e até mesmo um sentimento de que estás te aproximando, se não, de fato, entrando na luz. Tenta pensar em luz sem forma e sem limite, ao passares pelos pensamentos deste mundo. E não te esqueças de que eles não podem te prender ao mundo, a menos que tu lhes dês o poder para fazê-lo.

Repete a ideia muitas vezes ao longo do dia, de olhos abertos ou fechados, conforme te parecer melhor no momento. Mas não te esqueças. Acima de tudo, decide-te a não esquecer hoje.

Às práticas?

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