domingo, 10 de janeiro de 2016

Consciência para transformar o medo em amor


LIÇÃO 10

Meus pensamentos não significam nada.

1. Esta ideia se aplica a todos os pensamentos de que estejas ciente, ou dos quais te tornes ciente nos períodos de prática. A razão pela qual a ideia é aplicável a todos eles é que eles não são teus pensamentos verdadeiros. Fizemos esta distinção antes e a faremos novamente. Tu ainda não tens nenhuma base para comparação. Quanto tiveres, não terás nenhuma dúvida de que aquilo que acreditavas serem teus pensamentos não significava nada.

2. Esta é a segunda vez que usamos este tipo de ideia. Apenas a forma é ligeiramente diferente. Desta vez a ideia é apresentada com "Meus pensamentos" em lugar de "Estes pensamentos" e não se faz nenhuma ligação com as coisas ao teu redor de modo evidente. Agora a ênfase está na falta de realidade daquilo que pensas que pensas.

3. Este aspecto do processo de correção começou com a ideia de que os pensamentos de que estás ciente são sem significado, estão fora de ti em vez de estarem dentro e, em seguida, enfatizou-se sua condição de passados em lugar de sua condição de pensamentos presentes. Agora enfatizamos que a presença destes "pensamentos" significa que não estás pensando. Este é simplesmente outro modo de repetir nossa declaração anterior de que tua mente é, de fato, um espaço em branco. Reconhecer isto é reconhecer o nada, quando pensas que o vês. Como tal, este é o pré-requisito para a visão.

4. Fecha os olhos para estes exercícios e começa-os repetindo a ideia de hoje para ti mesmo bem devagar. Acrescenta em seguida:

Esta ideia ajudará a me liberar de tudo aquilo em que acredito agora.

Os exercícios, como antes, consistem em investigar tua mente em busca de todos os pensamentos disponíveis para ti, sem seleção ou julgamento. Tenta evitar qualquer tipo de classificação. De fato, se achares útil fazê-lo, poderias imaginar que estás vendo passar uma procissão estranha e sortida de pensamentos, que tem pouco ou nenhum significado pessoal para ti. À medida que cada um passa por tua mente, dize:

Meu pensamento sobre __________ não significa nada.
Meu pensamento sobre __________ não significa nada.

5. A ideia de hoje pode servir obviamente para qualquer pensamento que te aflija em qualquer momento. Além disso, recomenda-se cinco períodos de prática, cada um envolvendo não mais do que cerca de um minuto de exame mental. Não se recomenda que o tempo do período seja estendido, e ele deve ser reduzido para meio minuto ou menos, se experimentares desconforto. Lembra-te, porém, de repetir a ideia lentamente antes de aplicá-la de forma específica e também de acrescentar:

Esta ideia ajudará a me liberar de tudo aquilo em que acredito agora.

*

COMENTÁRIO:

Reprisando uma vez mais inclusive o título da postagem: 

Bem... embora o ditado diga que "tudo o que é bom dura pouco", podemos invertê-lo à luz do ensinamento do Curso e dizer: tudo o que é bom dura para sempre. Chegamos hoje, mais uma vez, à última das dez lições para as quais encontramos comentários no livro de Tara Singh. E estes comentários hão de durar para sempre, enquanto existirem pessoas dispostas a fazer os exercícios, a praticar as lições.

Espero, como disse também nos anos anteriores, que todos tenham tirado bastante proveito das reflexões que ele nos convidou a fazer lição por lição. E, mais uma vez, acreditando ser necessário manter por algum tempo esta forma de comentário, vou continuar tentando, a partir de amanhã, algo parecido. 

Espero também, como antes, poder contar com a ajuda de todos vocês para me dizerem como me saio e, claro, deixo a cargo do Espírito Santo a inspiração que vai me ajudar a escolher as palavras para falar das lições que virão.

Vamos, então, ao último dos comentários de Tara? E ele começa, como sempre, chamando nossa atenção para a ideia para as práticas do dia. Assim:


"Meus pensamentos não significam nada."

E continua: O espaço que damos a qualquer coisa que lemos determina seu impacto sobre nós. Se lemos a lição de forma apressada, ela é apenas uma grande quantidade de palavras. Vês, nossas mentes estão sempre preocupadas, [Isto é, pré-ocupadas, o que significa dizer, ocupadas por antecedência, a maioria das vezes sem razão e sem necessidade]. Isto é um fato.

Quando nos aproximamos de algo sagrado, precisamos fazer nossa parte em preparar um espaço, sentando-nos em silêncio por alguns instantes em primeiro lugar.

Curso insiste em que leiamos devagar, isto é, com atenção. A atenção pergunta: O que isto significa? O que me está sendo pedido para ver? O Curso pede que trabalhemos a lição com precisão, de forma objetiva. Sabemos o que isto significa? Alguma vez somos precisos? Se fizéssemos estas exigências a nós mesmos, seríamos responsáveis e sábios. Não mais seríamos vagos, indiferentes ou casuais. Cada lição oferece um desafio do qual nossa má vontade intrínseca quer fugir. Meus pensamentos não significam nada é um desafio e tanto.

Se meus pensamentos não significam nada, então porque tenho tanta certeza deles? Por que me afirmo? Por que defendo minha posição? Se meus pensamentos não significam nada, posso julgar o outro? Pergunta a ti mesmo. Fica com isto.

O primeiro parágrafo contém a essência da lição.


Esta ideia se aplica a todos os pensamentos
de que estejas ciente...

O que acontece agora? Ou percebes a verdade disto, a ignoras, ou discordas. Qual delas? Tu a ignoras. Como vais descobrir se a estás ignorando? Isto não é, também, um pensamento?


Esta ideia se aplica a todos os pensamentos
de que estejas ciente, ou de que te tornes
ciente no período da prática.

O período de prática pede que participes ativamente, que te tornes cientes dos pensamentos fugazes que cruzam tua mente.


A razão pela qual a ideia é aplicável a todos eles 
é que eles não são teus pensamentos verdadeiros.

Não são teus pensamentos verdadeiros? Estás inventando pensamentos que pensas agora que são verdadeiros?

Podes começar a questionar teus pensamentos a teu próprio respeito, a respeito das pessoas que conheces, das coisas que acontecem?

É muito difícil admitir que não conheces - não conheces a ti mesmo ou a quem quer que seja. Só a humildade admitiria isso. A humildade é uma dádiva preciosa que te é dada quando te apercebes de que teus pensamentos não significam nada.


Meus pensamentos não significam nada.

A razão pela qual a ideia é aplicável a todos eles 
é que eles não são teus pensamentos verdadeiros. 
Fizemos esta distinção antes e a faremos novamente. 
Tu ainda não tens nenhuma base para comparação.

Podemos parar e perceber o que significa comparação?

No nível da ilusão, tudo o que percebes são diferenças entre isto e aquilo. E esta dualidade está tanto dentro de ti, quanto fora. Ela é a fonte do conflito doloroso e completamente sem importância em tua vida. A partir da perspectiva da Realidade, não obstante, estas diferenças não são importantes.

O discernimento pode distinguir o pensamento verdadeiro do pensamento sem significado e, deste modo, pôr fim ao conflito. Os pensamentos sem significado estão sempre em conflito. Gostas de alguém num momento e no instante seguinte não gostas. Em função de uma única coisinha minúscula, mudas de ideia a respeito daquela pessoa e, então, teus sentimentos são feridos. O pensamento é a mãe do sentimento. Tu pensas que teus sentimentos são sempre verdadeiros quer o pensamento seja, quer não.


Tu ainda não tens nenhuma base para comparação. 
Quanto tiveres, não terás nenhuma dúvida de que aquilo 
que acreditavas serem teus pensamentos não significava nada.

Deixa-me te perguntar: "O que acontece quando te apercebes de que teus pensamentos não significam nada?" Se isto não for tua experiência real, ainda estarás acalentando pensamentos sem significado. Se for tua experiência real, dirás: "Eu me torno ciente." E eu te perguntaria: "Tu te tornas ciente de quê?" Poderias responder: [De que] "Meus pensamentos não significam nada."

Entretanto, se estiveres verdadeiramente ciente, percebes que teus pensamentos se baseiam em medo, insegurança e solidão. Tua consciência te apresenta a teu medo. Então, por um instante, a mesma consciência muda teu estado de ser do medo para o amor.

Esta mudança ocorre de fato somente quando colocas energia nela. Percebes que de uma forma básica teus pensamentos se baseiam no medo. É por isso que eles não significam nada. Mas existem também pensamentos verdadeiros - pensamentos de amor.

Podes pensar que aprendeste a diferença entre pensamento sem significado e pensamento verdadeiro, mas estás simplesmente substituindo um pensamento pelo outro? Podes perceber que tua forma de pensar ainda é sem significado? Tu simplesmente tiveste uma nova ideia. Vês como te enganas em pensar que aprendeste algo novo. Quando lhe dás significado, o pensamento sem significado se apresenta como verdadeiro.

Vês que o pensamento em que acreditas te impede de perceber claramente teu pensamento verdadeiro? Se vês, então, o pensamento verdadeiro, que não conhecias antes, te alivia e te liberta.

Curso diz:


Tu ainda não tens nenhuma base para comparação. 
Quanto tiveres, não terás nenhuma dúvida de que aquilo 
que acreditavas serem teus pensamentos não significava nada.

A mudança acontece por confiares em teu pensamento para receber a ajuda que o pensamento verdadeiro oferece.

Teu coração pula de alegria porque alguma coisa que nunca conheceste antes quer te ajudar a chegar à consciência? Esta é a bênção da lição. Ela não é um ensinamento; é uma energia diferente. É a energia do Céu te ajudando. Recebeste esta dádiva? Perseverarias em fazer espaço para recebê-la?


Os exercícios, como antes, consistem em investigar tua mente em busca de todos os pensamentos disponíveis para ti, sem seleção ou julgamento. Tenta evitar qualquer tipo de classificação. De fato, se achares útil fazê-lo, poderias imaginar que estás vendo passar uma procissão estranha e sortida de pensamentos, que tem pouco ou nenhum significado pessoal para ti. À medida que cada um passa por tua mente, dize:

Meu pensamento sobre __________ não significa nada.

Não temos nenhuma rixa com os pássaros, as árvores, ou o rio que corre. Nossa única dificuldade se refere às pessoas.

Há sempre alguém a respeito de quem estás total e fanaticamente convencido de que ele [ou ela] te causou mal. Passam-se os anos e tua lembrança daquela ofensa nunca perde a força. E quando o Cursote pede para pensares em alguém de quem realmente não gostas, um nome te vem à cabeça instantaneamente. Dirias que teus pensamentos acerca daquela pessoa são sem significado?

Esta pode ser a lição que vai curar aquela mágoa? Estarias disposto a dissipar tua aversão? Poderias dar algum espaço à questão, a fim de ficares liberado da dor que ela provoca?

Fecha os olhos. Senta em silêncio e lembra-te da pessoa que pensas ter te enganado ou ferido. Pensa naquela pessoa. Observa que ele, ou ela, não está presente. Descobre que é só tua opinião o fato de que ele, ou ela, é ruim. Vê se és capaz de te permitires receber a ajuda que a lição promete. O que aconteceria então?

Deixa-me dizer de outro modo. Tu estás pedindo ao Espírito Santo para te ajudar a ficar livre de tua mágoa. Agora precisas descobrir se tua prece é verdadeira ou se ela é só uma ideia.

Começa a descobrir o modo com que tua mente funciona. É só uma ideia tua a de que queres ser liberado ou é tua intenção verdadeira? Talvez descubras que não queres ser liberado. O que é, de verdade, isso que não queres? Minha explicação disso toma tempo, mas tua experiência real pode ser imediata. Podes saber se queres ou não liberado realmente.

Qual é a diferença entre aceitares a ajuda e te convenceres de que perdoaste o outro? Se acreditares que perdoaste aquela pessoa sem a ajuda do Céu, estás equivocado. Teu "perdão" é só uma crença sem sentido.

Mas, se aceitaste a ajuda, a diferença é óbvia. Teu amor vai imediatamente até aquela pessoa. Imediatamente. Verás que ela percebe de modo equivocado exatamente como tu percebes de modo equivocado. Já não há mais culpa em tua mente; tampouco vês a outra pessoa como culpada. O passado acaba. Olhas amavelmente para a pessoa. E tua liberação não é uma crença. Recebeste a ajuda, e a ajuda é o amor que dás.

O perdão oferece tudo o que queres [referência à lição 122]. E não há nada que teu perdão não possa fazer. Se perdoaste uma pessoa, podes receber ajuda para perdoar outra. Mas nunca tomarás o crédito para ti mesmo - que tu o fizeste. Serás grato porque o amor de Deus flui através de ti. 

Às práticas? 

5 comentários:

  1. https://www.google.com.br/#q=mundos+internos+e+mundos+externos
    Vale a pena, como disse o Heitor, ver o vídeo.

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    1. Obrigado, Cida, pelo link.

      Vou assistir, sim.

      Obrigado mais uma vez pela dica, Heitor.

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  2. Eis aqui, David e amigos e amigas, mais uma forma de se responder à questão a respeito da reencarnação e também de responder a qualquer outra questão a quem tenhamos em nossas vidas.

    Nossos pensamentos, em geral e praticamente na maior parte do tempo, não significam nada.

    Os pensamentos fazem parte de nossa experiência ilusória de um mundo que só existe na ilusão.

    Quando estamos presentes, isto é, no "agora", por inteiro em qualquer lugar o situação em que nos encontremos, estamos vivendo um "instante santo". No instante santo não temos pensamentos, não temos questões ou problemas que precisem ser resolvidos, pois nos encontramos em nós mesmos, no divino, que é o que somos.

    Quem já teve qualquer preocupação ou questão que gostaria de ver resolvida num instante em que esteve imerso em si mesmo e viveu, ou experimentou, a harmonia e a sintonia do divino em si mesmo, ao perceber, não com os sentidos, ao se dar conta ainda que de forma não consciente, que tudo está absolutamente certo exatamente como está?

    Reencarnação?

    Separação?

    Problemas, preocupações, escassez, falta, necessidades, medo, angústia, culpa?

    Tudo isso se vai quando deixamos de nos ligar à fonte ilusória do mundo que nos diz que precisamos pensar, que precisamos melhorar, que precisamos reformar e salvar o mundo, para que ele seja um lugar melhor para todos, um lugar de justiça e de oportunidades iguais para todos.

    Não há mundo! O Curso ensina. É possível viver sem os pensamentos, porque, como disse acima, são os pensamentos que nos limitam e aprisionam.

    Reflitamos! Meditemos!

    Paz e bem a todos/as!

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  3. Comprovo, tudo que disse Moises, na prática. Esse recomeçar do curso em Milagres está totalmente diferente, para mim, nesse ano. Parece que sou outra pessoa fazendo os exercícios, outras reflexões, outros pensamentos e conclusões.Para onde foram tantas resistências e pensamentos anteriores? De onde surgiam e como foram embora? Eram reais? Percebo que o bom é ir soltando-se nas orientações do Curso acreditando que trarão bons resultados. A questão da reencarnação,quando questionava, recorria a hereditariedade. Sempre aceitei-a, então chegava a conclusão de que temos em nosso genes memórias ancestrais,registros de vidas anteriores( pais, avós, bisavós...) e que trazemos isso em nossas vidas, manifestam-se como doenças, lembranças,atitudes, reações. Disso não há dúvidas, pois vemos características dos avós nos filhos, netos etc. Tanto físicas como de atitudes. É incrível! Se chamo de encarnação ou hereditariedade pouco importa.
    Vamos em frente,libertando-se de nossas limitações,abandonando as falsa imagens de Deus ou de qualquer outra concepção, aceitando que o caminho é uma bênção que não pode ser forçado. Feliz ano para você.

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    1. Então, Cida, e amigas e amigos,

      É mais ou menos por aí também. Os conceitos que aprendemos com o mundo só têm alguma utilidade no mundo, apenas como multiplicadores das formas da ilusão.

      Como a lição de hoje ensina, o que pensamos não tem significado algum. Não muda nada, a não ser na ilusão de que alguma coisa muda.

      O que somos, na verdade, é o que somos em Deus, com Ele. Lembrando que Deus é o que somos e que somos o que Ele é. Não há separação possível.

      A hereditariedade, explicação para características que as pessoas trazem por laços familiares, para o bem ou para o mal, também não se sustenta à luz do espírito.

      Em livro que já citei aqui: A Biologia da Crença, Bruce Lipton, o autor, afirma que podemos, é, pelo que ele diz, cientificamente possível alterarmos nosso próprio DNA, mudando nossas crenças.

      Ora, como o Curso ensina, ainda somos como Deus nos criou. Não existe "eu" separado de Deus, assim como não existe Deus separado de algum de nós. Logo, só podemos concluir que, de fato, a experiência que vivemos de seres separados de Deus e uns dos outros, ou mesmo a experiência individual de alguém que se crê separado de si mesmo - a dissociação que muitos de nós experimentam -, só pode ser atribuída à ilusão.

      Um ótimo ano para você também, Cida. E, claro, para todos nós.

      Paz e bem!

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