terça-feira, 6 de outubro de 2015

É vital manter o estado da "mente que não sabe"


LIÇÃO 279

A liberdade da criação garante minha própria liberdade.

1. O fim dos sonhos está garantido para mim, porque o Filho de Deus não fica abandonado pelo Amor d'Ele. Somente nos sonhos existe um momento em que ele parece estar na prisão e esperar por uma liberdade futura, se ela existir de alguma forma. Na realidade, porém, seus sonhos acabaram com a verdade estabelecida no lugar deles. E agora a liberdade já é dele. Devo esperar a liberação preso a correntes que já foram cortadas, se Deus me oferece a liberdade agora?

2. Aceitarei tuas promessas hoje e depositarei minha fé nelas. Meu Pai ama o Filho Que Ele criou como Seu Próprio Filho. Tu me negarias as dádivas que me deste?

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 279

"Busca em primeiro lugar o Reino de Deus e todas as coisas te serão acrescentadas". [Lucas 12:31]

É só a decisão de pôr em primeiro lugar o Reino, como eu já disse inúmeras vezes e como dizem todos os mestres com quem temos contato em todas as tradições de sabedoria, que pode garantir que tenhamos a liberdade de que somos herdeiros pela condição de filhos de Deus.

E por quê?

Porque nada no mundo pode satisfazer nosso anseio pela liberdade. Nada no mundo ou do mundo pode nos oferecer a alegria e a paz que encontramos ao viver para o Reino. Precisamos compreender - no sentido de aceitar - que só existe um único poder e que é a ele que temos de nos render. Enquanto não nos decidirmos pela rendição completa e absoluta a este único poder, viveremos constantemente a impressão de altos e baixos.

Da mesma forma, precisamos renunciar a toda e qualquer ideia que tenhamos a respeito de nós mesmos, do mundo e de tudo o que há para se fazer no mundo. É esta renúncia que pode nos dar a liberdade de que fala a ideia que praticamos hoje. A liberdade que nos é garantida pela liberdade da criação. Pois, de acordo com Stephen Mitchell, "a única liberdade fundamental é a liberdade de nossas próprias ideias". Isto é, precisamos nos permitir duvidar de tudo - absolutamente tudo, sem exceção - o que o sistema de pensamento do ego quer que pensemos a nosso próprio respeito e a respeito do mundo todo. Ou, como os budistas ensinam, é vital que sejamos capazes de aprender a nos manter no estado da "mente que não sabe". 

É também de Mitchell a ideia segundo a qual "...pode-se dizer que só vive verdadeiramente em harmonia com o divino aquele que está pronto para tudo, que não exclui nenhuma experiência, nem mesmo a mais incompreensível".

Aproximamo-nos hoje do final de mais um período de prática, cuja unidade se deu pela pergunta: O que é o Cristo? Uma pergunta cuja resposta está diretamente relacionada à ideia que se oferece para nosso treino. Pois o que pode ser o Cristo que não nossa Identidade verdadeira, que permite compreender que ainda somos livres como Deus nos criou.

Do mesmo modo a criação toda é livre para se exprimir e é nela  que podemos perceber o reflexo de nossa própria liberdade, como já disse outras vezes. Mesmo naqueles momentos em que parece que as coisas se apresentam a nossa experiência sem que aparentemente sejamos capazes de qualquer interferência. Quer dizer, mesmo quando o que acontece parece ter acontecido sem que tenhamos escolhido.

Isto não é verdade, conforme já vimos em uma lição anterior que dizia:

É impossível que qualquer coisa não solicitada por mim mesmo venha a mim. Mesmo neste mundo, sou eu que governo meu destino. Aquilo que eu desejo é o que acontece. O que não acontece é aquilo que eu não quero que aconteça.

E, repetindo ainda uma vez o final de comentário feito em anos anteriores, é isto, por incrível que pareça, que diz também o livro A Biologia da Crença, de Bruce H. Lipton, cuja leitura recomendo enfaticamente de novo. Diz ele que:

"... o controle de nossa vida não depende de sorte ou das características [genéticas] estabelecidas no momento da concepção, mas sim de nós mesmos. Somos os senhores de nossa biologia [assim como de tudo o que nos cerca]; administradores do programa de processamento. Temos a capacidade de editar os dados que entram em nosso bio-computador, assim como todas as palavras que são digitadas."

Não será isto a confirmação de que, de fato, somos absolutamente livres, em todo e qualquer sentido, para escolher quaisquer experiências que queiramos viver neste mundo e em qualquer mundo que queiramos inventar para nós?

É a resposta a esta pergunta que as práticas de hoje oferecem. 

Às práticas?

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