sábado, 15 de agosto de 2015

Só existe este instante, tão santo quanto todos nós


LIÇÃO 227

Este é meu instante santo de liberação.

1. Pai, é hoje que fico livre, porque minha vontade é Tua. Pensei atender a outra vontade. Porém não existe nada do que pensei separado de Ti. E sou livre porque estava equivocado, e não afetei de modo algum minha própria realidade com minhas ilusões. Agora desisto delas e as abandono aos pés da verdade, para serem eliminadas para sempre de minha mente. Este é meu instante santo de liberação. Pai, sei que minha vontade é una com a Tua.

2. E, assim, hoje, ficamos cientes de nossa volta alegre ao Céu, que, de fato, nunca deixamos. O Filho de Deus abandona seus sonhos neste dia. O Filho de Deus volta novamente para casa neste dia, liberado do pecado e coberto de santidade com sua mente correta devolvida a ele finalmente.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 227

Em texto do Curso que lemos nos grupos recentemente aprendemos que a única coisa que precisamos fazer para alcançarmos a visão e chegarmos à realização da Vontade de Deus de alegria e paz completas para nós é dizer o seguinte com convicção, isto é, dizer apropriando-nos do sentido, decididos a aceitar nosso papel na salvação - a nossa própria e a do mundo: 

Eu sou responsável pelo que vejo. 

Eu escolho os sentimentos que experimento e
eu decido quanto à meta que quero alcançar.
E todas as coisas que parecem me acontecer
eu as peço e as recebo conforme pedi. 


Este é o instante em que podemos nos libertar de vez do jugo do mundo e das coisas e pessoas do mundo. O instante em que tomamos a decisão de assumir toda a responsabilidade por nossa vida e pelo mundo inteiro, por tudo o que acontece no mundo inteiro e que nos chega à consciência. Ninguém, a não ser cada um de nós mesmos, é responsável por nada do que nos acontece. Ninguém, a não ser cada um de nós mesmos, escolhe os sentimentos que sentimos, as emoções que experimentamos, as experiências que vivemos.

Portanto, não há ninguém a quem culparmos por nada do que acontece em nossas vidas. Tampouco há algum culpado por qualquer coisa que aconteça em sua vida ou no mundo inteiro. Tudo o que existe é neutro. E tudo está sob nossa própria responsabilidade apenas. É nosso olhar que valoriza, classifica, compara e julga o que vê, quer em nós mesmos, quer no(s) outro(s) aparentemente fora de nós, quer no mundo inteiro. 

Assim, não há o que perdoar, não há a quem perdoar, a não ser a nós mesmos. E não porque pecamos, ou porque fizemos, fazemos ou podemos vir a fazer alguma coisa errada, mas apenas pelo equívoco de nos considerarmos separados daquilo que somos na verdade, uns dos outros e do divino em nós. 

É para que saibamos o quanto é urgente tomarmos a decisão de viver a partir do divino em nós que as lições nos orientam. Pois, afinal, o que prezamos tanto neste mundo de ilusões e de insatisfações? Alguém de nós ainda acredita mesmo que poder haver aqui, ou em qualquer lugar neste mundo, algo, alguém, alguma coisa que poderá satisfazê-lo(a) por completo e lhe dar a paz e a alegria que só o divino em nós pode dar? 

Há ainda outro trecho do texto que gostaria de destacar, como o fiz no comentário do ano passado para esta lição. É o seguinte - e a partir dele o comentário se repete:   

O perdão é para todos. Mas quando ele está em todos, está completo e todas as funções deste mundo estão completas com ele. Então, o tempo não mais existe. Entretanto, enquanto ainda se está no tempo, há muito a se fazer. E cada um tem de fazer o que lhe cabe, pois o plano todo depende da parte de cada um. 

Este texto, é claro, a meu modo de ver, abre, mais uma vez, as portas todas para a tomada de decisão de que lhes falei acima e também nos comentários feitos a esta lição em anos anteriores. Vejam, por favor, se não é já chegada a hora de se pensar em tomar a decisão pelo Céu, de se alinhar com o ensinamento e de se estabelecer, em conjunto com ele - e com todos os que vivem no mundo conosco -, a meta da verdade. Até quando pensamos poder adiá-la? Até quando vamos seguir nos auto-enganando? Ou alguém entre nós ainda acredita que engana alguém que não a si mesmo(a)?

A ideia que praticamos hoje leva ao aprendizado que se refere à tomada de decisão, repetindo. Nunca é demais. Como já perguntei antes, em que momento devemos tomar a decisão? Em que momento fazer a escolha pelo Céu? Será que podemos deixar para depois, daqui a pouco, amanhã. Um dia, talvez, quem sabe? 

Lembremo-nos de algo que eu disse há pouco, numa lição anterior. De acordo com Einstein, "as coisas só acontecem quando algo se move". E, conforme a terceira lei espiritual que se ensina na Índia, "sempre que você começar algo, é o momento certo". A pergunta é, então, até quando vamos adiar a tomada de decisão? Até quando vamos nos contentar em viver uma vida de auto-enganos, percebendo-nos como vítimas de um mundo cruel, impiedoso, que não nos oferece nada? Vejam que as perguntas se repetem. Às vezes, para alguns de nós, é preciso desenhar, não é mesmo?

Como lhes tenho dito ao longo destas práticas neste tempo todo, de acordo com o que nos diz o ensinamento, o único tempo que existe é o presente. Só podemos ser livres agora. No momento em que escolhemos sê-lo, no instante em que tomamos efetivamente a decisão de ser livres. Não há outro tempo, nem outro lugar. 

Na verdade, nós - todos e cada um de nós - só possuímos o agora, o momento presente, e é nele - neste agora, precisamente - que Deus está. É o único lugar em que Ele pode estar. Agora. Aqui. Neste momento presente. E só aqui e agora podemos, de fato, tomar a decisão.

O lugar em que nos encontramos é sempre o lugar certo. E o que nos acontece é sempre a única coisa que poderia ter acontecido, lembrando-nos de mais uma das leis espirituais da Índia. Quando tomamos a decisão de viver a experiência do mundo, no mundo, a partir daquilo de mais santo que sabemos existir em nós, do divino em nós, nada mais pode nos impedir de sermos livres.

É para aprender que é este o instante de nossa liberação que praticamos. Pois, na verdade, reforçando, só existe este instante e ele é tão santo quanto cada um de nós é santo.

Às práticas?

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