domingo, 2 de agosto de 2015

Não existe "não" no universo das potencialidades


LIÇÃO 214

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (194) Entrego o futuro nas Mãos de Deus.

O passado se foi; o futuro ainda não existe. Agora estou livre de ambos. Pois o que Deus dá só pode ser para o bem. E eu aceito apenas o que Ele dá como aquilo que me pertence.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 214

Recomeço a exploração da ideia que vamos praticar com esta lição fazendo de novo as perguntas  que fiz nos anos passados:

Alguém sabe me dizer aonde está o meu passado? Ou o passado em geral? Alguém, quem quer que seja, sabe dizer aonde está seu próprio passado? Ou todo o passado? Existe? Existiu?

E aonde estará meu futuro? Alguém sabe me dizer? Alguém sabe dizer aonde estará seu futuro? Existe? Vai existir, de fato?

Conforme o Curso ensina, e alguns de nós já aprendemos, o único tempo que existe é o presente, o agora. A partir do aprendizado disto, podemos ficar tranquilos em relação a tudo o que aparentemente existe em nossa vida. E principalmente em relação a tudo o que queremos que venha a existir. Pois tudo o que ainda não existe só existe - só pode existir - de verdade apenas em potencial, como possibilidade. E só em nossos pensamentos. Não há como materializar qualquer coisa, se não a tivermos primeiro visualizado em pensamento.

Daí, pode-se deduzir logicamente que tudo quanto pensamos existir, antes de existir, foi um pensamento, não? E o que queremos para a nossa vida? Basta que desejemos em pensamento alguma coisa para que ela passe a existir potencialmente. Quanto mais forte nosso desejo, tanto maior a possibilidade de que tal coisa venha a se materializar em nossas vidas.

Mas... Cuidado! Isto vale também para aquilo de que temos medo, vale para aquilo que NÃO queremos, para aquilo que abominamos, aquilo em que gostaríamos de poder nem pensar a respeito - mas pensamos, por medo, por mágoa, por ressentimento, por raiva ou por qualquer razão que seja, ainda que inevitavelmente ligada ao julgamento que fazemos de outros e, por consequência, de nós mesmos. 

No universo das potencialidades não existe o "não". E tudo aquilo que pensamos, para o bem ou para o mal, pode vir a se materializar a depender da intensidade de nosso desejo, ou de nosso medo. Pois nossos pensamentos são energia e tudo se materializa da energia.

É por isso que a ideia que vamos revisar hoje, como eu já disse antes também, é um passo gigantesco na direção da salvação rápida e eficaz, pois cobre uma distância tão grande na direção daquilo que somos na verdade, que nos "coloca bem perto do Céu". Pois esta ideia nos permite agir no mundo, esquecendo-nos de uma vez por todas daquilo que chamamos passado. E, por nos oferecer a possibilidade de deixar o futuro nas Mãos de Deus, nos devolve ao presente. Ao único tempo que existe de fato.

É esta a ideia que, praticada juntamente com as afirmações que unificam as práticas durante esta revisão [Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou], vai nos permitir "ultrapassar toda ansiedade, todos os abismos do inferno, todo o negror da depressão, dos pensamentos de pecado e da desolação trazida pela [crença na ideia da] culpa", que se origina da crença na separação.

O que podemos temer depois de aceitarmos esta ideia? Já não há passado e qualquer coisa que possamos esperar do futuro, que ainda não existe, está nas Mãos de Deus, porque nós entregamos o futuro a Ele. Isto não é absolutamente libertador? Salvar-se - salvar o mundo - não será apenas isto: confiar o futuro às Mãos de Deus? Abrir mão de qualquer pretensão de controle sobre qualquer coisa?

Pois de que nos valeram até agora todos os esforços - e o orgulho que os motiva - para controlar nossos próprios caminhos? Alguém, alguma vez, conseguiu, consegue, ou virá a conseguir, de fato, prever ou mudar o papel que lhe cabe no plano de Deus para a salvação do mundo, sem se render por completo a Ele e a Seu plano? Sem compreender que a Vontade de Deus é a mesma que a nossa?

Não é este tipo de esforço que nos desgasta, que nos apavora e que nos enche de terror ao se revelar inútil? Quanto nos debatemos e quanto ainda vamos nos debater antes de aceitar que basta nos rendermos à Vontade de Deus, que é também a nossa, para que tudo se ilumine e encha de alegria, de amor e de paz todos os caminhos que trilhamos? 

Às práticas?

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