terça-feira, 21 de julho de 2015

Não estamos todos buscando voltar para casa?


LIÇÃO 202

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (182) Eu me aquietarei por um momento e irei para casa.

Por que eu escolheria ficar por mais um momento onde não é meu lugar, quando o Próprio Deus me dá Sua Voz e me chama de volta a casa?

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 202

Vou repetir mais uma vez o comentário feito a esta lição nos últimos anos, por continuar a vê-lo como pertinente com o que vamos praticar. Aí vai então:

Como vimos ontem, de acordo com a instruções que recebemos para as práticas durante este período de revisão, qualquer uma das lições que vamos praticar, entendida, praticada, aceita e aplicada a tudo o que aparentemente nos acontecer ao longo de todo o dia, todos os dias, é suficiente para nossa salvação individual e, por consequência, para a salvação do mundo inteiro, uma vez que cada uma delas contém todo o currículo. Isto também vale para todas e cada uma das lições do Curso inteiro, e não apenas para as vinte que revisamos no momento. Lembremo-nos também de que cada um de nós traz em si o mundo inteiro.

Assim é que a ideia que praticamos hoje chama nossa atenção para o anseio que nos leva a buscar de forma incessante um modo de voltar para casa, uma vez que, em geral, mesmo que de modo muito sutil e, muitas vezes - a maioria delas, eu diria -, inconsciente, não nos sentimos em casa aqui, neste mundo, estejamos aonde estivermos.

A razão para este "desconforto", para esta "inquietação", já sabemos, ou já deveríamos saber a esta altura, está na crença na separação. A percepção do mundo das formas nos mostra, separados de nós, aspectos do divino em nós mesmos em tudo e em todos, que muitas vezes temos dificuldade para reconhecer, aceitar e acolher. Entre estes aspectos está aquele que se denomina "sombra".

Ken Wilber, em seu livro A Visão Integral, entre outros, diz que "sombra" é um termo que representa "o inconsciente pessoal ou o material psicológico que reprimimos, negamos, dissociamos ou rejeitamos". Diz mais que, "infelizmente, negar esse material não faz com que ele vá embora; pelo contrário, ele volta para nos perturbar com dolorosos sintomas neuróticos, obsessões, medos e ansiedades. Trazer este material à superfície, familiarizar-se com ele e apropriar-se dele é necessário não apenas para a eliminação dos sintomas dolorosos, mas também para a formação de uma auto-imagem mais verdadeira e saudável".

Acredito, como já disse outras vezes, que a prática diária pode nos dar condições de reconhecer, sem medo, aqueles aspectos de nós que buscamos reprimir, negar, dissociar ou rejeitar. Mais: os exercícios com as ideias que o Curso nos apresenta são um ótimo instrumento para aprendermos a aceitá-los, acolhê-los, encará-los, conversar com eles e integrá-los a nossa experiência. Isto tudo facilita a volta a casa, que não é nada mais nada menos do que voltar para nós mesmos, incluindo tudo o que vemos aparentemente separado de nós.

Voltar a casa, pode-se dizer, talvez seja apenas reconhecer e aceitar a verdade daquilo que o Curso diz, quando diz: "já somos aquilo que estamos buscando".

Basta, portanto, como nos ensina o Curso pela ideia que praticamos hoje, que nos aquietemos por um instante e voltaremos para casa.

Às práticas?

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