segunda-feira, 18 de maio de 2015

Aprender a tomar a decisão que pode nos dar tudo


LIÇÃO 138

O Céu é a decisão que tenho de tomar.

1. Neste mundo, o Céu é uma escolha porque, aqui, acreditamos que há alternativas entre as quais escolher. Pensamos que todas as coisas têm um oposto, e que escolhemos o que queremos. Se o Céu existe, tem de haver também um inferno, pois a contradição é o modo com que fazemos aquilo que percebemos e aquilo que pensamos ser real.

2. A criação não conhece nenhum oposto. Mas, aqui, a oposição é parte de ser "real". É esta estranha percepção da verdade que faz a escolha do Céu parecer ser a mesma coisa que a renúncia do inferno. Isto não é realmente assim. Contudo, aquilo que é verdadeiro na criação de Deus não pode entrar aqui até ser mostrado de alguma forma que o mundo possa compreender. A verdade não pode vir a um lugar em que só seria percebida com medo. Pois isto seria o erro segundo o qual se pode trazer verdade às ilusões. A resistência faz com que a verdade seja mal-recebida e ela não pode vir.

3. A escolha é a saída evidente para o que se apresenta na forma de opostos. A decisão permite que um dos objetivos contraditórios se torne a meta do esforço e do dispêndio de tempo. Sem a decisão, o tempo é apenas uma extravagância e o esforço desregrado. Ele é gasto para nenhum retorno e o tempo passa sem resultados. Não há sensação de benefício, pois não se realiza nada; não se aprende nada.

4. Tu precisas ser lembrado de que pensas que te defrontas com mil escolhas, quando, realmente, há somente uma a se fazer. E mesmo esta apenas parece ser uma escolha. Não te confundas com todas as dúvidas a que te induziria uma miríade de decisões. Tu tomas apenas uma. E, quanto se toma essa, perceberás que ela não é absolutamente uma escolha. Pois a verdade é verdadeira e nada mais é verdadeiro. Não há nenhum contrário para se escolher no lugar dela. Não há nenhuma contradição para a verdade.

5. A escolha depende do aprendizado. E não se pode aprender a verdade, mas apenas reconhecê-la. A aceitação dela está no reconhecimento e, quando ela é aceita, ela é conhecida. Mas o conhecimento está além das metas que buscamos ensinar na estrutura deste curso. Nossas metas são metas de ensino, a serem alcançadas pelo aprendizado de como alcançá-las, quais são elas e o que elas te oferecem. As decisões são a consequência de teu aprendizado, pois elas se baseiam naquilo que aceitas como a verdade do que és e de quais têm de ser tuas necessidades.

6. Neste mundo loucamente complicado, o Céu parece tomar a forma de escolha, em vez de ser simplesmente o que é. De todas as escolhas que tentas fazer esta é a mais simples, a mais definitiva e o modelo para todas as outras; a única que determina todas as decisões. Se podes decidir as outras, esta permanece não-resolvida. Mas, quando resolves esta, as outras se resolvem com ela, pois todas as decisões apenas escondem esta, assumindo formas diferentes. Eis aqui a escolha definitiva e única na qual se aceita ou se nega a verdade.

7. Por isto, começamos hoje refletindo acerca da escolha para qual se inventou o tempo, a fim de nos ajudar a fazê-la. Tal é seu propósito sagrado, transformado agora pela intenção que lhe deste; a de que ele seja um meio para demonstrar que o inferno é real, que as esperanças se transformam em desespero e a própria vida, no final, tem de ser vencida pela morte. Só na morte se resolvem os opostos, pois acabar com a oposição é morrer. E, deste modo, tem-se de ver a salvação como morte, pois a vida é vista como conflito. Resolver o conflito também é pôr fim a tua vida.

8. Estas crenças loucas podem exercer um domínio de grande intensidade e aprisionar a mente com um terror e uma ansiedade tão fortes que ela não renunciará a suas ideias acerca de sua própria proteção. Ela tem de ser salva da salvação, ameaçada para ficar segura e blindada de forma mágica contra a verdade. E estas decisões se fazem de modo inconsciente, para mantê-las imperturbadas de forma segura; distantes do questionamento e da razão e da dúvida.

9. Escolhe-se o Céu conscientemente. A escolha não pode ser feita até que as alternativas sejam vistas e compreendidas de modo correto. Tem-se de trazer à compreensão tudo o que está velado nas sombras, para ser avaliado de novo, desta vez com a ajuda do Céu. E todos os erros no julgamento que a mente cometeu antes ficam abertos à correção, quando a verdade os anula como infundados. Agora eles ficam sem efeitos. Não podem ser escondidos porque sua insignificância foi reconhecida.

10. A escolha consciente do Céu é tão certa quanto o fim do medo do inferno, quando ele é erguido do escudo protetor da inconsciência e trazido à luz. Quem pode decidir entre aquilo que se vê claramente e o que não se reconhece? Porém, quem pode deixar de fazer uma escolha entre alternativas quando apenas uma é vista como valiosa; a outra como uma coisa totalmente sem valor, apenas um fonte imaginária de culpa e dor? Quem hesita em fazer uma escolha como esta? E nós hesitaremos em escolher hoje?

11. Fazemos a escolha do Céu quando acordamos e passamos cinco minutos seguros de que tomamos a única decisão sã. Reconhecemos que fazemos uma escolha consciente entre o que existe e o que não tem nada a não ser uma aparência de verdade. Seu pseudo-ser, trazido ao que é real, é insignificante e transparente na luz. Ele não contém nenhum terror agora, pois o que se fez enorme, vingativo, impiedoso em ódio, exige escuridão para que se invista medo aí. Agora ele é reconhecido como apenas um equívoco sem importância.

12. Antes de fecharmos os olhos para dormir, esta noite, reafirmamos a escolha que fizemos a cada hora do dia. E, agora, damos os últimos cinco minutos de nosso dia de vigília à decisão com que acordamos. À medida que cada hora passar, declaramos nossa escolha mais uma vez, em um breve momento de dedicado à manutenção da sanidade. E, finalmente, terminamos o dia com isto, reconhecendo que escolhemos apenas aquilo que queremos:

O Céu é a decisão que tenho de tomar. Eu a tomo agora e
não vou mudar de ideia, porque é a única coisa que quero.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 138

"O Céu é a decisão que tenho de tomar."

E pronto! É só! Simples assim! É tudo o que preciso decidir e escolher! Não que isso resolva todas as questões que acredito ter de resolver em minha vida, mas isso me dá o norte. Identifica um rumo, uma direção para onde caminhar. Ou será que todos sabemos em que direção estamos indo hoje em dia? Será que sabemos para onde andamos desde que começamos a tomar consciência de nós mesmos?

O Céu é a decisão que tenho de tomar.


Esta lição traz a ideia que abre todas as portas para a salvação. A salvação individual, a minha, e a tua, a nossa e a do mundo inteiro. Pois como já sabemos, a partir do texto Estabelecer a meta, as coisas todas por que passamos e as escolhas todas que fazemos só podem começar a ter sentido quando nos decidimos pela verdade, alinhando nossa meta à do Espírito Santo, nossa vontade à Vontade de Deus.


O Céu é a decisão que tenho de tomar.

Como já sabemos também, a veracidade de todas as ideias que as lições nos ofereceram até o momento pode ser comprovada pelas práticas desta ideia que a lição nos oferece hoje. Uma lição de que gosto muitíssimo, como já disse outras vezes. 

E repito, tomar a decisão pelo Céu não significa que tudo vai se transformar de um momento para outro naquela maravilha. Mas significa que resolvemos dar a nós mesmos a oportunidade de experimentar a alegria a partir de tudo o que se apresentar a nossa experiência. Isto é, significa que decidimos abdicar do sofrimento, da dor, do pesar, do infortúnio e de todas as consequências do julgamento em favor da alegria e da paz. E é claro que para tanto precisamos também abrir mão do controle.


O Céu é a decisão que tenho de tomar. 

Ao nos decidirmos pelo Céu, abrimos mão do julgamento. E nos preparamos para reconhecer e aceitar a neutralidade do mundo e de tudo e de todos que o habitam. Nesta decisão está também o reconhecimento de que não sabemos nada, um reconhecimento que nos prepara para a aceitação da necessidade da entrega de nossas vidas ao Espírito Santo, ao divino em nós, Àquele que sabe nos conduzir sempre na direção da alegria e da paz completas e perfeitas. Na direção da Vontade de Deus para nós, que é a mesma que a nossa.

Como eu já lembrei antes, em algum ponto do livro texto do Curso, recebemos a informação de que sempre que fazemos qualquer escolha ela se faz entre o Céu e o inferno, entre o Espírito Santo e o ego, ou ainda entre a crucificação e a ressurreição. Dizendo de outra forma, todas as nossas decisões são escolhas que fazemos entre ter razão, a partir do ego, ou ser feliz, a partir da aceitação da Vontade de Deus da alegria e da paz completas e perfeita para nós. 


O Céu é a decisão que tenho de tomar.

A ideia que praticamos hoje é bastante clara acerca de como devemos, ou podemos, conduzir nossas vidas, se quisermos cumprir o papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação. Assim como toda caminhada começa com um passo, que vai nos levar, enfim, ao destino, depois de darmos todos os passos necessários naquela direção, nossa busca pelo autoconhecimento, que é o ensinamento que o Curso oferece, tem de começar com a tomada de decisão. E a decisão a que se refere o Curso com a ideia para as práticas de hoje: 


O Céu é a decisão que tenho de tomar.

Para tomarmos tal decisão, precisamos definir o que queremos. Pois, se o que temos agora é expressão do que somos e nos permite passear livremente pelo mundo, sem que nada nos aprisione, e se é a alegria que nos move na direção do amor que nunca acaba, e que é a única coisa que verdadeiramente existe, podemos dizer que já fizemos a escolha e estamos colhendo os resultados dela, felizes. Mas, se há ainda algum aspecto em nossas vidas com o qual não sabemos lidar, algo que gostaríamos de mudar, então, como nos diz a lição hoje, ainda não tomamos a única decisão que pode nos dar tudo.

As práticas de hoje nos oferecem nova oportunidade de tomá-la. Para aprendermos, como Miguilim, personagem do conto Campo Geral, de João Guimarães Rosa, "que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro... (...) o certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundas. Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma".

Vamos, então, praticar a alegria para viver o Céu?

2 comentários:

  1. É verdadeiro quando o texto de hoje sugere que não há escolha a fazer ,pois somos a expressão do Criador. Essa é a única verdade. Manter a mente focada no milagre da criação dissolve todas as inseguranças sobre aquilo que EU SOU. E ao observar a Natureza com seus mistérios, a harmonia do cantar dos pássaros, o movimento dos ventos, a força do fogo que queima para reconstruir, a fluidez das águas contornando obstáculos para alcançar o mar da vida, vou aprendendo a simplesmente SER.
    Reconhecer que o único caminho é confiar na condução do movimento que está gestando e parindo todas as formas vivas, inclusive a minha .Quero estar livre das ilusões que criei e viver a alegria da Criação,.

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  2. Linda lição e comentários, Moisés...e Cida.
    Obrigada!
    Bjs
    Nina

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