terça-feira, 31 de março de 2015

Você nota que quando há um problema você está lá?


LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 90

Encerramos hoje a segunda revisão com as práticas de duas ideias que dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nossos problemas, sejam eles quais forem, podem ser resolvidos por alguma coisa fora de nós mesmos. É esta percepção que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender, quando, na verdade, a sabedoria começa quando reconhecemos que não sabemos nada.

"Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido."

Eis aí a primeira das ideias para a revisão de hoje. É uma ideia que coloca em xeque a pretensa onipotência egoica, que nos pede para pensarmos que somos capazes, que sabemos de que forma resolver tudo o que se apresenta a nossa experiência. Como se em algum momento, a partir do sistema de pensamento do mundo e do ego, alguma das soluções que provemos para os problemas que aparecem tenha sido a melhor das soluções para todos. Como se as soluções que pensamos ter encontrado por nós mesmos sejam as mais satisfatórias para nos conduzir na direção da alegria que Deus quer para nós.

É por isso que a lição nos orienta a buscar um modo de perceber claramente o significado que está por trás do problema que temos de enfrentar e resolver. Assim 

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

É isso que vai permitir que percebamos que estamos nos enganando ao pensar que o problema que pode parecer ser de outro não nos diz respeito e que podemos creditar o problema a ele [o outro] tão somente. Não podemos! Se vemos um problema, qualquer que seja, onde quer que ele esteja, pertença ele aparentemente a quem quer que seja, ele também é nosso. Pois somos, todos e cada um de nós, cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência.

Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

É a prática com esta ideia que vai nos fazer reconhecer a verdade eterna que a lição nos traz também a partir das práticas com a segunda das ideias que vamos revisar hoje:

"Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos." 

Na verdade, os problemas só parecem existir porque vivemos a ilusão de um tempo linear, durante o qual nascemos em um corpo, crescemos e nos desenvolvemos até começarmos a perder as forças, envelhecer e morrer. Mas esta não é a verdade a respeito do que somos. Somos espírito. E o espírito não morre. Jamais.

Quando, em algum momento de nossas vidas, conseguimos nos afastar da ilusão do tempo para viver o "agora", isto é, "o presente" - o único tempo que existe, observamos que aquilo que somos não depende de tempo, nem de espaço. Isto quer dizer que, na realidade, todos os problemas que pensamos enfrentar só existem porque nos iludimos com a percepção de que alguma coisa aconteceu - no tempo - em algum momento de nossa vida e precisa ser resolvida para que continuemos a explorar a ilusão do tempo, com um problema a menos. 

No "agora" o que experimentamos, em geral, é aquilo a que o Curso chama de instante santo. Isto é, um instante em que nos abandonamos por completo ao espírito em nós, unindo-nos ao divino e à alegria e à paz que são a Vontade d'Ele para todos e para cada um de nós. Nesse instante somos como que raptados pelo Ser, pelo Eu Sou que somos, na verdade. 

Vejam pois, mais uma vez, de que modo a poeta Adélia Prado se refere ao que reputo ser um instante como este no poema Rapto, de seu livro mais recente, Miserere

À hora em que nada parece estar errado,
nem os monturos com seus sacos plásticos,
o invisível te arrepia os pelos.
Uma vez, num bando de passarinhos
disputando sementes.
Hoje, na grama baixa onde cabras pastavam.
Quando a máxima atenção te deixa distraído,
o sequestrador te pega
e diferente daqui
conhecerás o lugar
onde quem desperta repousa.

Há, forçosamente, que se reconhecer que aí todos os problemas deixam de existir, como praticamos hoje, não?

Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Não nos damos conta de que todos os problemas são um só. E de que ele já foi resolvido. Até porque, na verdade, ele nem existe.

É isso que praticamos com a lição. Deste modo:

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

Não é isto mesmo que pensamos acontecer? Ou alguém entre nós já percebeu que nenhum problema se apresenta sem que trazer consigo a solução? É só na ilusão do tempo que pensamos haver um começo do que é um problema para que depois a solução se apresente. 

E, aliás, como diz o dr. Hew Len, o problema só existe para quem acredita que problemas são possíveis, sem se dar conta de que todo e qualquer problema é criação própria. Tanto é que ele costuma perguntar em seus seminários: "Você já percebeu que, quando há um problema, você está lá"? 

É para corrigir a percepção que nos diz que há problemas que praticamos. 

Às práticas?

2 comentários:

  1. Não acredito que um deus, em perfeito estado mental, tenha criado um caos tão absurdo, sejamos claros: alguém acredita num deus ébrio que, num momento etílico, joga aos dados e sorteia a ficha A, para uns, com direito ao lado "claro" da vida e a outros dê a ficha B, com o lado smbrio da existência ? Se tal figura existisse não poderia ser deus, mas um sádico/psi copata e teríamo que enclausurar rapidamentetal sujeito. Esta estupidez que é viver na mais incongruente aberração, na mais subtil história da carochinha, ópio mais refinado não existe. O final é sempre a decomposição e a morte e nem a poesia, nem a arte suavizam esta obra demoníaca, talvez a música ... tenha escapado a esta obra maléfica . E no entanto menin@s, champanhe, doença e morte, vira o disco e toca o mesmo, este frenético desespero de sobrevivência, este viver, sobre/viver, que é a vidinha de cada um@. Vou direto ao assunto : o que nós estamos a observar a " viver" é a mais disparatada aluci naçao, mesmo que pontuada com beijinhos, cri, cri, cris e melodiosas boas intenções é um sonho que nós próprios criamos, alimentamos e perpetuamos . Nada disto existe, nós nunca abandonamos o Paraíso ( e nós não temos palavras para dar a tal realidade) , nós conginuamos juntos s DEUS e " somos como TU és e parte de TI para sempre". Esta separação que nós pensamos existir é o verdadeiro problema, mas bolas ... não existe :) . David Mazonave Sousa Dias.

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  2. É isso aí, David. Na mosca.

    Precisamos, de fato, acordar para a realidade do que somos, sem dar ouvidos a tudo aquilo que o falso eu, o ego, a imagem que criamos de nós mesmos para viver neste mundo ilusório, nos diz.

    Não há nada que, de verdade, queiramos neste mundo. Enquanto acreditarmos que há, porém, vamos continuar a viver o auto-engano de acreditar que o que vivemos é viver realmente.

    Não é!

    Veja o que nos vai dizer a lição de amanhã a este respeito.

    Obrigado por continuar conosco e por compartilhar suas impressões.

    Abraço.

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