sábado, 25 de outubro de 2014

Só posso de verdade amar a Deus, se me amar


LIÇÃO 298

Eu Te amo, Pai, e amo Teu Filho.

1. Minha gratidão permite que meu amor seja aceito sem medo. E, dessa forma, sou, afinal, devolvido a minha realidade. O perdão retira tudo o que se intrometia com minha vista sagrada. E eu chego perto do fim da jornada sem sentido, de carreiras loucas e de valores artificiais. Em lugar disso, aceito o que Deus estabeleceu como meu, certo de que só nisso serei salvo; certo de que atravesso o medo para encontrar meu amor.

2. Pai, venho a Ti hoje porque não quero seguir nenhum caminho a não ser o Teu. Tu estás a meu lado. Teu caminho é seguro. E eu estou grato por Tuas dádivas de refúgio garantido e de saída para tudo o que quer esconder meu amor por Deus, meu Pai, e por Seu Filho santo.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 298

Hoje, como sempre, e sempre e cada vez mais, é necessário que fiquemos de olhos bem abertos a tudo e a todos. É preciso que voltemos toda a atenção para a ideia a que o Curso nos oferece para as práticas, uma vez que, em geral. como eu já disse antes, não estamos acostumados a declarar nosso amor a Deus. Muito menos, de forma honesta e sincera, a qualquer um de seus filhos, a quem, às vezes, dizemos amar, mas com um amor condicionado ao atendimento de certas exigências do falso eu. E também não estamos acostumados a pensar que amamos a nós mesmos, ou que é preciso que nos amemos. Que dirá, então, confessar que nos amamos, a não ser de forma jocosa como uma música tempo atrás, que declarava: "Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim"?

No entanto, isto não deve ser levado em conta de brincadeira. Pois só quando formos capazes de reconhecer em nós mesmos a expressão do divino, e nos amarmos, de fato, sendo, inclusive, capazes de declarar - ainda que apenas para nós mesmos, que é o que importa  - que nos amamos, é que estaremos declarando nosso amor a Deus.

Por esta razão, eu os convido mais uma vez a que voltemos nossa atenção para aquilo que é necessário aprendermos para alcançar o reino de Deus em nós, de acordo com o que nos instrui Joel Goldsmith em um de seus livros: O Despertar da Consciência Mística. Consciência a que também poderíamos chamar de "consciência espiritual". 

Para entendermos melhor o que significa atenção, voltar-se para o espírito, ou voltar-se para si, ou para Deus, a partir do que diz Joel, precisamos estar dispostos a sentar duas ou três vezes por dia, para lembrarmos a nós mesmos de toda a verdade que pudermos lembrar a respeito de Deus, do reino divino, do universo divino e da criação de Deus, para depois descansarmos. N'Ele. E esta disposição quem pode nos dar é o desejo muito grande, o desejo ardente de conhecer o Reino de Deus e de vivê-lo. Ou como diz o Curso em texto que lemos em grupo recentemente: Estar no Reino é simplesmente focalizar tua completa atenção nele. Enquanto acreditares que podes te dedicar àquilo que não é verdadeiro, estás aceitando o conflito como tua escolha [e, é óbvio vais te sentir separado do Reino]. 

Um livro que li no ínício deste ano, Dying to be me [literalmente: "morrer para ser eu"], ainda sem tradução para o Português, trata da experiência de quase-morte da autora, Anita Moorjani. A certa altura, falando acerca dos motivos que a levaram a viver tal experiência, uma das perguntas mais frequente das pessoas em suas palestras, ela diz o seguinte, resumindo a resposta em uma única palavra: medo. Isto é, falta de amor a si mesma. Pois como já vimos é impossível amar a Deus [e a si mesmo] e sentir medo. 

Em compensação, no estado a que ela teve acesso quando passou pela experiência, o que ela vivenciou foi a consciência do quanto ela mesma se julgou e se tratou de forma muito severa ao longo de toda a vida. E ela diz:

Não havia ninguém me castigando. Comprendi finalmente que era a mim mesma que eu não tinha perdoado, não a outras pessoas. Eu era a única que me julgava, a quem tinha desamparado e a quem eu não amava o bastante. Não tinha nada a ver com ninguém. Eu me vi como uma linda criança do universo. Só o fato de eu existir me fazia merecer o amor incondicional. Percebi que eu não tinha de fazer nada para merecer isso - nem rezar, nem pedir qualquer outra coisa. Vi que eu nunca tinha me amada, me valorizado ou visto a beleza de minha própria alma.

Nem Deus pode nos amar, se nós não nos amarmos.

Precisamos aprender, reaprender, lembrar de sentir e viver como vivíamos enquanto criancinhas. Lembram-se da exortação de Jesus a seus discípulos dizendo que eles deviam ser como criancinhas. Vejam como isto tem de ser entendido a partir do que nos diz Nikos Kazantzakis, em livro que leio neste momento:

Lembro-me que frequentemente me sentava na entrada de nossa casa, o sol brilhava, o vento queimava, em um casarão vizinho amassavam-se uvas para o preparo do vinho, o mundo cheirava a bagaço de uma, e eu fechava os olhos feliz da vida, estendia as mãos e esperava; e Deus vinha; durante minha infância, ele nunca me enganou, ele vinha criança como eu, e me colocava nas mãos os seus brinquedinhos - o sol, a lua, o vento. "É um presente para você", dizia-me, "um presente, brinque com eles; eu tenho outros brinquedos". Eu abria os olhos, Deus desaparecia, mas seus brinquedinhos ficavam em minhas mãos.

Eu possuía, embora não o soubesse e não sabia porque a vivia, a onipotência de Deus; eu criava o mundo como o queria. Eu era uma massa moldável, o mundo também era uma massa moldável...

A seguir, dou-lhes novamente aquela pequena oração/meditação de Goldsmith, para que exercitemos manifestar nosso desejo pelo Reino. Um desejo que tem necessariamente de reconhecer como verdadeira a declaração que nos pede para fazer a ideia para as práticas de hoje:

Pai, agora, fala. Estou pronto para ouvir Tua Voz. Estou receptivo a Tua Presença. Tenho só um desejo - não é daqui de fora. Não estou interessado em conseguir emprego, posição, riqueza, fama, fortuna ou felicidade - nem mesmo paz, nem mesmo segurança. Meu único desejo nesta vida é Te conhecer. Este é meu único desejo. Entrego a Ti, Pai, este mundo inteiro. Devolvo-Te todos e todas as coisas que estão nele. Deixa-me apenas Te ter em mim. Já não peço graças para mim mesmo ou para qualquer outra pessoa. Deixa-me apenas Te conhecer. 

Às práticas?

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