terça-feira, 5 de agosto de 2014

Sejamos gratos por nossa capacidade de gratidão


LIÇÃO 217

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (197) Só posso ganhar a minha gratidão.

Quem, a não ser eu mesmo, deve agradecer por minha salvação? E de que modo, a não ser pela salvação, posso descobrir o Ser a Quem devo minha gratidão?

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 217

De novo. Se pararmos para refletir um pouquinho só que seja a respeito da última da ideia que revisamos, Só posso crucificar a mim mesmo, relacionando-a, mais uma vez, como fiz ontem, à ideia de uma lição anterior: Tudo que dou é dado a mim mesmo, abrimos caminho para a ideia da revisão de amanhã, Só minha condenação me fere.  

Lembremo-nos ainda - os que já estão há mais de um ano por aqui e que já passaram pela prática de todas as lições ao menos uma vez - de que há, na segunda parte, uma lição cuja ideia afirma: Nada pode me ferir, exceto meus pensamentos. Há outra ainda a dizer que: Só meus pensamentos me afetam. 

A partir de todas estas ideias é forçoso concluir que, na verdade, tudo sempre gira de modo inevitável em torno de nós mesmos, de cada um de nós individualmente. O coletivo também é apenas uma projeção de tudo o que povoa nossa mente, se pensarmos com bastante atenção. 

Isto significa dizer que o mundo só existe como projeção ou manifestação de tudo aquilo que trago dentro de mim. Tanto isso é verdade que estamos já até cansados de ouvir dizer que há tantos mundos quantas são as pessoas que habitam neste em que aparentemente vivemos.

Isto é apenas a confirmação da ideia que praticamos hoje, que nos diz que só podemos esperar nossa própria gratidão. Mais uma razão, conforme eu já disse no passado, para aprendermos a não depositar nenhuma expectativa em nada, nem em ninguém. Para entregarmos, sim!, todos nossos planos e projetos ao divino em nós mesmos, ao Espírito Santo, que sabe tudo a respeito de gratidão. 

É também o Espírito Santo, em nós, quem sabe o que pode nos dar a alegria perfeita: a Vontade de Deus para nós, e que, claro!, é nossa própria vontade. Em meio a toda e qualquer dúvida que pode advir do sistema de pensamento do mundo, deve bastar-nos a certeza de que sempre podemos contar com nossa própria gratidão, uma vez a tenhamos aprendido.

Repetindo ainda uma vez o que eu já disse em anos passados, esta ideia é também mais uma razão para que deixemos de buscar determinar de que modo os outros devem viver, para que busquemos aprender a abrir mão do controle. Se, em geral, não sabemos o que fazer com nosso próprio mundo, o que nos leva a pensar que podemos decidir o que é melhor para uns e outros, para seus mundos, e para o mundo todo?

E, recorrendo ainda a comentários anteriores, é bom lembrar de novo que o texto que introduziu esta ideia para as práticas na primeira vez diz a certa altura:

Não importa se outro considera tuas dádivas indignas. Na mente dele existe uma parte que se junta a tua para te agradecer. Não importa se tuas dádivas parecem perdidas e inúteis. Elas são recebidas onde são dadas. Em tua gratidão elas são aceitas universalmente e reconhecidas com gratidão pelo Coração do Próprio Deus.

E, de novo, alguém pode pedir ou querer mais do que isto? Não será o caso de aprendermos a dar graças por sermos capazes da gratidão? E, se tudo que damos é a nós mesmos que damos, será difícil concluir que sempre que somos gratos a alguém por alguma coisa é nossa própria gratidão que recebemos? E que não precisamos de mais nada? 

Às práticas?

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