sábado, 16 de agosto de 2014

Para se corrigir a confusão entre mágica e milagre


LIÇÃO 228

Deus não me condena. Eu também não.

1. Meu Pai conhece minha santidade. Negarei o conhecimento d'Ele para acreditar naquilo que Seu conhecimento torna impossível? Aceitarei como verdadeiro aquilo que Ele declara ser falso? Ou aceitarei Sua Palavra como aquilo que sou, uma vez que Ele é meu Criador e Aquele Que conhece a verdadeira condição de Seu Filho?

2. Pai, eu estava equivocado em relação a mim mesmo porque deixei de perceber claramente a Fonte de onde vim. Não deixei aquela Fonte para entrar em um corpo e para morrer. Minha santidade continua a ser uma parte de mim, da mesma forma que sou parte de Ti. E meus erros acerca de mim mesmo são sonhos. Hoje eu os abandono. E fico pronto para receber apenas Tua Palavra por aquilo que sou verdadeiramente.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 228

Na última quinta-feira, praticamos a ideia que nos levava a afirmar, como um desejo que queremos que se realize ou como uma meta que escolhemos para nós mesmos, que nosso lar nos espera e que nos apressamos em direção a ele. Uma prática que afirmava que podemos desistir do mundo tão logo queiramos, sem precisar morrer, o que significaria ter de enfrentar o Juízo Final, de que todos, ou quase todos, têm muito medo.

Ora, o Curso nos oferece um texto que fala a respeito do verdadeiro significado do Juízo Final. Um texto onde se lê: "Uma das formas pelas quais podes corrigir a confusão entre mágica e milagre é lembrar que não criaste a ti mesmo". Isto é, só confundimos magia e milagre quando nos deixamos enganar pelo sistema de pensamento do falso eu - o ego -, que é apenas uma imagem de nós mesmos, uma personagem de que nos valemos para andar no mundo. Imagem esta construída a partir da crença na separação.

O texto diz ainda: "O Juízo Final é uma das ideias mais ameaçadoras em teu sistema de pensamento". Mas apenas porque não o compreendes de verdade. E, em seguida: "O julgamento não é um atributo de Deus". E eis aí a sintonia com a ideia para nossas práticas de hoje: Deus não me condena. Eu também não. Mas este "eu" que não me condena não é certamente o ego, Ele é a Identidade que compartilhamos com Deus, na unidade com Ele. É em função disto - e do fato de que o ego, na verdade, não existe - que podemos ficar tranquilos e aceitar com alegria o fato de que Deus não condena. Nem a mim, nem a qualquer um de nós. 

Leituras que fizemos nos últimos dias nos grupos de estudo do Curso, dentro do capítulo A Justiça de Deus, nos levam a concluir, em perfeita sintonia com a ideia para as práticas de hoje, que podemos pensar na "justiça de Deus" como aquilo a que chamamos de livre arbítrio. Isto é, todos e cada um de nós temos a mais completa e perfeita liberdade para fazer o que quer que queiramos fazer, em qualquer lugar, em qualquer tempo, sem que Deus nos condene por isso. É apenas o ego que julga poder ser o árbitro de nossas ações e das ações de todos aqueles com quem dividimos a percepção deste mundo em que aparentemente vivemos. 

É só o ego que se julga onipotente, com poder para dizer o que é melhor para nós e para o mundo. Lembremo-nos, porém, que o ponto de partida para o julgamento do ego é tão somente a percepção. E a percepção não é senão a escolha daquilo que queremos ver, ouvir, tocar, cheirar ou provar. Assim é que, em primeiro lugar, julgamos. Só percebemos depois, como consequência ou resultado de nossa escolha, ou julgamento.

A ideia para as práticas deste dia, ainda dentro do tema O que é o perdão?, conforme eu disse também nos comentários de anos anteriores, nos fala, entre outras coisas, de nossa santidade e do conhecimento que Deus tem da verdade a nosso respeito, a respeito de cada um de nós. Um conhecimento que Ele compartilha com cada um de nós, com nossa verdadeira Identidade.

Voltando ainda ao texto revelador do verdadeiro significado de Juízo Final, vamos encontrar a razão pela qual não podemos também nos condenar, a segunda parte da ideia para as práticas de hoje. Ele diz que o Juízo Final está, geralmente, associado a um procedimento que Deus toma, mas que, na verdade, ele é um procedimento que vamos empreender com nossos irmãos, sob a orientação de Jesus - não o homem, mas o Cristo - a Voz que ditou o texto a Helen. 

Diz mais: que o Juízo Final, em vez de ser um castigo de que nos julgamos merecedores, é uma cura final, pois nada mais é do que a devolução da mente certa a cada um de nós. Ele é, em última instância, um processo de avaliação correta. Quer dizer, a partir do momento em que voltarmos a ter a mente certa - a que não percebe nem acredita em separação -, seremos capazes de compreender o que tem valor e o que não tem. Isto nos dará a capacidade de fazer as escolhas a partir da razão, que nada mais é do que aquela parte em nós que está em contato permanente com a Luz, com o divino. E, pela razão, vamos escolher acreditar que Deus não condena. Nem nós.

É para compreender e aceitar a verdade disto que praticamos hoje.

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