segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Nossas sensações fundamentam a realidade da vida


LIÇÃO 237

Agora quero ser como Deus me criou.

1. Hoje aceitarei a verdade acerca de mim mesmo. Eu me elevarei em glória e deixarei que a luz em mim brilhe sobre o mundo ao longo de todo o dia. Trago ao mundo as boas novas da salvação que ouço quando Deus, meu Pai, fala comigo. E vejo o mundo que Cristo quer que eu veja, ciente de que põe fim ao sonho amargo de morte, ciente de que ele é o Chamado de meu Pai para mim.

2. Cristo é os meus olhos hoje e Ele é os ouvidos que ouvem a Voz por Deus hoje. Pai, venho a Ti por meio d'Ele, Que é Teu Filho e também meu Ser verdadeiro. Amém.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 237

"Agora quero ser com Deus me criou". Podemos querer mais do que isto? Mais do que a ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje? Como eu já disse em anos passados, nós nos esquecemos de que isto é tudo, e é a única coisa que podemos querer de verdade no mais íntimo de nós mesmos. 

Dizendo de outra forma, tudo o que precisamos aprender a fazer - e que é o que vai nos colocar em contato com a alegria e com a paz perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós - é reconhecer que só existe um poder, e que este único poder é Deus. E que somos um com Ele, hoje e sempre. E que, exatamente por isso, podemos nos satisfazer, na entrega, com a ideia de que não precisamos fazer nada, como ensina o Curso.

Quando nos decidimos a dar ouvidos ao mundo da ilusão, e às coisas do mundo da ilusão, perdemos - mas só aparentemente -, nossa Identidade verdadeira. Afastamo-nos do Ser. Pensamos, com isto, estar separados de Deus, da Fonte. Isto não é verdade. É só uma ilusão passageira da qual podemos nos libertar num piscar de olhos. 

Basta, repito, como já disse tantas vezes, que tomemos a decisão a que nos convida a ideia que praticamos hoje. A decisão de ser. A decisão de ser [ou de trazer de volta à consciência o fato que só podemos ser] como Deus nos criou. Pois não pode existir outra forma. Não há como ser diferente, a não ser nos delírios do ego, que acredita numa separação que nunca aconteceu.

Voltemos, pois, mais uma vez, nossa atenção à visão de Bernardo Soares, um dos heterônimos, talvez menos conhecido, de Fernando Pessoa, em seu Livro do Desassossego:

"A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe é ainda pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais do que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas veem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida".

E voltemos uma vez mais a Ken Wilber,  ao texto a que já me referi várias vezes antes. Um texto de que sempre é bom lembrar para trazermos de volta à lembrança, à consciência, aquilo que pode nos auxiliar na caminhada do autoconhecimento, objetivo que nos propõe o ensinamento.

Diz Ken Wilber a respeito da Mente, ou Deus, ou o nível mais profundo do espectro da consciência, em um capítulo intitulado "Aquilo que é sempre já", em seu livro O Espectro da Consciência:

"Embora por conveniência falemos da Mente como o 'nível mais profundo' do espectro, ela não é, de fato, um nível particular, que dirá 'profundo'. O 'nível' da Mente não está de forma alguma enterrado ou escondido nas profundezas ocultas de nossa psique - ao contrário, o nível da Mente é nosso estado de consciência atual e comum, pois, sendo infinito e todo-abrangente de forma absoluta, ele é compatível com cada nível ou estado de consciência imaginável. Isto é, o 'não-nível' da Mente não pode ser um nível particular separado de outros níveis, pois isso imporia uma limitação espacial à Mente. A Mente é, antes, a realidade todo-abrangente, embora sem dimensão, da qual cada nível representa um desvio ilusório.Por esta razão deve-se enfatizar isto - nosso estado de consciência atual, do dia-a-dia, seja ele qual for, triste, alegre, deprimido, em êxtase, agitado, calmo, preocupado ou com medo - justamente este, tal qual ele é, é o Nível da Mente. Brahman [Deus, O Divino] não é uma experiência particular, um nível de consciência ou estado de alma - em vez disso ele é precisamente qualquer nível de consciência que tenhamos agora, e perceber isto claramente dá-nos um vívido centro de paz, que se sustenta e subsiste ao longo das piores depressões, ansiedades e medos."

Por isso volto a lhes perguntar: aprender isto não será parte de aprender: O que é a salvação?, o tema que orienta as práticas desta segunda série de lições?

Às práticas?

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