quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O passado se foi. É tudo novo de novo.


Caríssimos, caríssimas,

Desculpem-me o atraso nesta primeira postagem deste ano que se iniciou há algumas horas. Ontem não tive como chegar perto de um computador, por este motivo é que só estou postando a primeira lição do ano agora.

Como vocês já sabem, encerramos ontem, com a quinta prática das lições 361 a 365 e o com a leitura do Epílogo do Livro de Exercícios, mais um período de práticas em nossa jornada rumo ao autoconhecimento. E bem sabemos que todo epílogo é apenas o início de alguma coisa nova, de algo diferente. É por isso que vamos, mais uma vez, a partir de hoje, recomeçar as práticas a partir da:

INTRODUÇÃO

1, Um fundamento teórico como o que o texto oferece é necessário como uma estrutura para tornar os exercícios significativos. Contudo, é fazer os exercícios que tornará possível a meta do curso. Uma mente não-treinada não pode realizar nada. O objetivo deste livro de exercícios é treinar tua mente para pensar de acordo com as linhas que o texto levanta.

2. Os exercícios são muito simples. Não exigem muito tempo e não importa aonde tu os fazes. Eles não precisam de preparo. O período de treinamento é de um ano. Os exercícios estão numerados de 1 a 365. Não tentes fazer mais do que uma lição por dia.

3. O livro de exercícios é dividido em duas partes principais, a primeira lida com o desfazer do modo pelo qual vês agora, e a segunda com a aquisição da percepção verdadeira. Com exceção dos períodos de revisão, os exercícios de cada dia são planejados em torno de uma ideia central, que é declarada primeiro. Segue-se a isso a descrição dos procedimentos específicos a partir dos quais a ideia para o dia deve ser aplicada.

4. O objetivo do livro de exercícios é treinar tua mente de um modo sistemático para uma percepção diferente de todos e de tudo no mundo. Os exercícios são planejados para te ajudar a generalizar as lições, de forma a entenderes que cada uma delas é igualmente aplicável a tudo e a todos que vês.

5. A transferência do treinamento em percepção verdadeira não ocorre do mesmo modo que a transferência do treinamento do mundo. Se a percepção verdadeira a respeito de qualquer pessoa, situação ou acontecimento for alcançada, a transferência para todos e para tudo está garantida. Por outro lado, uma única exceção mantida em separado da percepção verdadeira torna suas realizações impossíveis em qualquer lugar.

6. Assim, as únicas regras gerais a serem observadas do início ao fim são: primeiro, que os exercícios sejam praticados com grande especificidade, conforme será indicado. Isso te ajudará a generalizar as ideias envolvidas em cada situação na qual te encontres, e a todos e a tudo nela. Segundo, certifica-te de não te decidires por contra própria que há algumas pessoas, situações ou coisas às quais as ideias não se aplicam. Isso impedirá a transferência do treinamento. A própria natureza da percepção verdadeira é que ela não tem nenhum limite. É o oposto da maneira que vês agora.

7. O objetivo geral dos exercícios é aumentar tua capacidade de estender as ideias que praticarás para incluir tudo. Isso não vai exigir nenhum esforço de tua parte. Os próprios exercícios satisfazem as condições necessárias para este tipo de transferência.

8. Acharás difícil de acreditar em algumas ideias que o livro de exercícios apresenta e outras poderão parecer bastante surpreendentes. Isso não tem importância. O que se pede de ti é simplesmente que apliques as ideias do modo que és orientado a fazer. Não se pede absolutamente que as julgues. Só se pede que as uses. É o uso delas que lhes dará significado para ti e que te mostrará que elas são verdadeiras.

9. Lembra-te apenas disso: não precisas acreditar nas ideias, não precisas aceitá-las e não precisas nem mesmo acolhê-las bem. Podes resistir vivamente a algumas delas. Nada disso terá importância ou diminuirá sua eficácia. Mas não te permitas fazer exceções na aplicação das ideias que o livro de exercícios contém e, sejam quais forem tuas reações às ideias, usa-as. Não se pede nada mais do que isso.

*


PARTE I

LIÇÃO 1

Nada do que vejo neste quarto [nesta rua, desta
janela, neste lugar] significa coisa alguma.

1. Agora olha lentamente ao teu redor e pratica aplicar esta ideia de modo muito específico a quaisquer coisas que vejas:

Esta mesa não significa nada.
Esta cadeira não significa nada.
Esta mão não significa nada.
Este pé não significa nada.
Esta caneta não significa nada.

2. Em seguida, olha para mais longe do que está em tua área de visão imediata e aplica a ideia a uma escala mais ampla:

Aquela porta não significa nada.
Aquele corpo não significa nada.
Aquela lâmpada não significa nada.
Aquele cartaz não significa nada.
Aquela sombra não significa nada.

3. Observa que estas afirmações não estão organizadas em qualquer ordem e que não levam em consideração nenhuma diferença nos tipos de coisas às quais são aplicadas. É este o objetivo do exercício. A afirmação simplesmente deve ser aplicada a qualquer coisa que vês. Ao praticares a ideia para o dia, utiliza-a de forma totalmente indiscriminada. Não tentes aplicá-la a tudo o que vês, porque estes exercícios não devem se tornar ritualísticos. Certifica-te somente de que nada do que vês seja excluído de modo específico. Uma coisa é igual à outra no que se refere à aplicação da ideia.

4. Cada uma das três primeiras lições não deve ser feita mais do que duas vezes ao dia, de preferência pela manhã e à noite. Elas tampouco devem ser tentadas por mais do que cerca de um minuto, a menos que isso imponha uma sensação de pressa. Uma sensação agradável de ócio é essencial.

*

COMENTÁRIO:

E mais uma vez neste recomeço para os que recomeçam e neste começo para os que iniciam a jornada pela vez primeira, vou lhes deixar, com os comentários publicados no ano passado. Pelo menos para estas dez primeiras lições, conforme eu já dizia no dia 1 de janeiro do ano que acabou.

Vejam aí, pois:

Neste dia, de novo, vou lhes oferecer a tradução livre de um texto de Tara Singh, do qual lhes falei no início de 2011, se não me engano. Vou fazer isso durante os primeiros dez dias deste ano, uma vez que ele trata de explorar as práticas das dez primeiras lições. Creio que vale a pena e espero que vocês aproveitem. Bem-vindos(as) às práticas de 2014.

O texto se intitula:


Explorando a LIÇÃO 1


"Nada do que vejo nesta sala
[nesta rua, desta janela, neste lugar]
significa coisa alguma."

Algum de nós pode dizer palavras que serão verdadeiras daqui a dez anos? Daqui a cem anos? O que acontece conosco? Que bem trazem todas as nossas invenções, nossa educação, ou os "ismos" que determina nossas vidas? Pensamos que o que vemos significa alguma coisa. Mas a primeira lição do UCEM diz: Nada do que vejo... significa coisa alguma.

Em razão de o Curso exigir muita atenção, depois de algum tempo a maioria das pessoas o põe de lado sem sequer fazer contato com a energia de suas palavras. Um Curso em Milagres é Conhecimento Verdadeiro. Ele seria significativo se apenas cinco pessoas o aplicassem. Afinal de contas, onze pescadores mudaram o destino do mundo!

A primeira lição por si só começa a desfazer nosso sistema de crença.


Nada do que vejo... significa coisa alguma.

Tu serias libertado por completo se te desses conta disso. Por quê? Porque se o que vês não significa nada para ti, tu não te apegarias a nada, o que vês não regularia tua vida. Tua conta bancária tem significado para ti? Tem poder sobre ti? Quem lhe dá significado?

A primeira lição pode te libertar de tudo o que sabes. Tu te enganas em acreditar que as teorias abstratas de outras pessoas são teus próprios pensamentos. Se lhes desses tempo e atenção, perceberias com clareza que o que sabes não é real, que estás sujeito a teu condicionamento.

Tu podes tentar entender a ideia da lição intelectualmente, mas isso não significa nada. A verdade independe da personalidade. A verdade não diz respeito a alguma coisa.

Por que não ficamos desiludidos com a insanidade de nosso sistema de pensamento? O próprio meio a partir do qual pensamos é corrupto. E dentro dessa moldura corrompida, queremos ter pensamentos melhores. Mas pensamentos não podem ser melhores.


Nada do que vejo... significa coisa alguma.

O que nada significa? Se achares significado em alguma coisa, então ela não é nada. Ah! Existe uma pessoa que não daria significado a qualquer coisa? Se disseres: "Nada não significa nada", então deves ser capaz de chegar a esse estado. Mas dirás: "Olha, eu não posso evitar. Eu dou significado a cada coisa que vejo. Todos os que conheço dão significado ao que veem".

Agora, olha lentamente ao teu redor e pratica aplicar esta ideia 
de modo muito específico a quaisquer coisas que vejas:

"Esta mesa não significa nada."
"Esta cadeira não significa nada."
"Esta mão não significa nada."
"Este pé não significa nada."
"Esta caneta não significa nada."

Tenta libertar tua mente de dar significado ao que vês. Então eu diria que estás aplicando a lição. Apenas aprendê-la é um substituto e é bem destrutivo a longo prazo.

Ler a lição significa ter a capacidade de receber um milagre. Um milagre desfaz os significados acumulados que o cérebro dá àquilo que vê. Aprender é apenas acumulação e nunca há um milagre nisso.


Nada do que vejo... significa coisa alguma.

Nada significa "nenhuma coisa". Se vês "alguma coisa" então estás fragmentando ou isolando aquela "alguma coisa"do todo. Mas isso é apenas uma imagem; não é a realidade. E assim começa a contradição. Uma parte de ti diz: "Isso não é nada". A outra parte diz: "Eu vejo minha mão. Como posso dizer que ela não é nada"? Tu entras em uma controvérsia mental e perdes a questão básica.

Observa a atividade de teu cérebro. Perceberás que se ele chega à atenção total, ele não interfere; quando ele não está interferindo, não podes atribuir significado ao que vês.

Tens de colocar a energia atrás da atenção. E, então, a atenção se torna o professor que transforma teu sistema de crença.


Nada do que vejo... significa coisa alguma.

Se entendesses o significa da palavra "eu", ela faria brotar uma revolução dentro de ti. O "eu" abrange todas as coisas quando é livre da limitação de "coisas". Para esse "eu", todas as coisas são o vazio, e o vazio é libertação. Teu "saber" te limita; perceber com clareza as palavras do Curso te liberta.

O poder da primeira lição não tem limites. Tu não podes interpretar ou negarás a ti mesmo a Verdade que corrige todos os erros em tua mente. Tu tens de insistir em fazer contato direto com os Pensamentos de Deus inerentes ao Curso.

Não conhecemos nada a não ser aparências. E nossa hipocrisia não nos incomoda quando dizemos: Nada do que vejo... significa coisa alguma.

Nosso próprio sistema de pensamento não tem nenhuma solidez. Nenhuma ideia ou conceito que se transmite de um cérebro a outro tem a Verdade nele.

O pensamento em si mesmo é simplesmente um substituto para a visão. Quando desconfias do pensamento, tu te moves na direção da clareza, na direção da consciência. Mas quando te moves para a clareza a partir do pensamento, estás te enganando. Só podemos ver o engano de nosso próprio pensamento. Isso é ver claramente. Clareza, ou consciência, é uma energia diferente da energia do pensamento. Ela desfaz. Ela é criativa.

O pensamento jamais tocará a consciência. A consciência não é do cérebro; ele age no cérebro. A consciência é um momento - um milagre - que liberta o cérebro de tudo o que ele aprende e acumula de todo o significado que ele dá ao que vê.

O pensamento não pode conhecer a responsabilidade ou a ética, ou o Curso. Temos de ver o dano e os motivos nos pensamentos que temos. Não há nenhum amor neles; eles são centrados em si mesmos.

Mas podemos começar a nos descondicionar com a primeira lição. Se não o fizermos, não saberemos nunca o que o restante do Curso diz.

Tu podes te responsabilizar por não te deixares ser controlado pelo pensamento? Tu começas a despertar exatamente por te tornares ciente do pensamento em si mesmo. Tu não ficas mais tão apegado ou reativo ao que pensas.Nada do que vejo... significa coisa alguma apresenta um milagre: há um saber dentro de ti que é impecável, livre da dualidade.

Em verdade, só há significado naquilo que é íntegro [no sentido de não fragmentado e total, completo, inteiro], aquilo que não tem nome. Por isso, tu não podes fazer dele uma imagem; ele é o Não-conhecido.

Começas a descobrir as limitações do conhecido, e vês o Não-conhecido te libertando delas. Não há nada a buscar, mas tudo a desfazer. Alguma coisa se purifica cada vez que reconheces que Nada do que vejo... significa coisa alguma. Tu és renovado.

4 comentários:

  1. Moises, gratidão pelos exercícios, e sua presença em nossas vidas da busca do I AM. Um abraço, Eliane

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    1. Sou eu quem tem de agradecer, Eliane. Pelo carinho, pela acolhida e pela alegria de viver que você divide conosco.

      Um ótimo 2014 para você e para os seus.

      Outro abraço.

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  2. Cá estou, para iniciar a caminhada e chegar ao final. Obrigado pela tua disponibilidade. Um bom 2014.

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  3. Obrigada por dispor à nós estes esclarecimentos e por sua boa vontade de partilhar este caminho.

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