LIÇÃO 3
Eu não entendo nada do que vejo neste quarto
[nesta rua, desta janela, neste lugar].
1. Aplica esta ideia do mesmo modo que as anteriores, sem fazer distinções de qualquer tipo. O que quer que vejas é um sujeito adequado para a aplicação da ideia. Certifica-te de que não questionas a adequação de qualquer coisa para a aplicação da ideia. Estes não são exercícios de julgamento. Qualquer coisa é adequada se tu a vês. Algumas das coisas que vês podem estar carregadas de significado emocional para ti. Tenta deixar de lado tais emoções e usa simplesmente essas coisas da mesma forma que usarias qualquer outra.
2. O objetivo dos exercícios é ajudar a limpar tua mente de todas as associações do passado, para veres as coisas exatamente como elas se apresentam para ti agora, e para compreenderes claramente quão pouco realmente sabes a respeito delas. Por isso, é essencial que mantenhas uma mente perfeitamente aberta, livre do julgamento, ao escolheres as coisas às quais a ideia para o dia deve ser aplicada. Para este propósito uma coisa é igual à outra; igualmente adequada e, portanto, igualmente útil.
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COMENTÁRIO:
Continuamos hoje, mais uma vez, é claro, a tirar proveito dos comentários feitos por Tara Singh às dez primeiras lições. O que estão achando? O texto de hoje só poderia se chamar:
Explorando a LIÇÂO 3
Eu não entendo nada do que vejo neste quarto
[nesta rua, desta janela, neste lugar].
Vivemos uma vida externalizado em um mundo externalizado no qual existe uma enorme quantidade de estímulos. Mas não podemos todos nós fugir para um lugar solitário na floresta para fazer as lições, Temos de fazê-las aonde estamos.
Tu precisas do Curso porque sofres pressão e recebes estímulos. Ele é como tomar um banho na água pura de uma fonte. Tu precisas ser purificado das pressões do cérebro para teres espaço para um milagre. Podes perceber agora porque as primeiras lições insistem em que desaceleres? Se a fazes pela primeira vez ou pela quinta, a chave é dar espaço para a lição.
Cada um de nós existe como um potencial, embora não estejamos cientes disso. Nós temos a capacidade de receber o que vem de Deus.
Professores de religião e "baby gurus" tentam nos preocupar com "feitos" - faze este mantra, esta prática, esta prece. A pessoa que conhece seu potencial, porém, deixa para trás todas as coisas externas. Livre de sua própria personalidade, ela descobre que o conceito de "mim e meu" é abstrato; não é real.
Quando percebemos de forma clara nosso potencial, nós nos tornamos atentos. O cérebro chega à serenidade naturalmente e recebe o milagre. O milagre remove todas as palavras e desejos e nos traz à realização. Assim, deixamos para trás a personalidade.
Não falhemos em perceber de forma clara nosso potencial tentando nos melhorar. Como podemos melhorar o que é perfeito? Em lugar de perceber com clareza a perfeição que somos, começamos um contra-movimento de insatisfação.
Eu não entendo nada do que vejo...
Teu potencial para receber veria o mundo com uma mente tranquila. Tua mente tranquila olharia para as coisas sem fragmentá-las. Ela não atribuiria valor a coisas particulares ou começaria a lhes dar nomes. No momento em que começas a dar nome a elas, tu lhes estás dando significado.
Olha a tua volta com essa mente tranquila, sem dar nome a qualquer coisa.
Em seguida, quando ouves os problemas de um amigo, podes chegar àquela mesma serenidade. Podes ouvir o que ele diz sem qualquer opinião ou julgamento. Do contrário, enquanto ele fala, teu cérebro está concordando ou discordando. Tu tens de trazer essa interpretação à paz porque, afinal, não entendes nada.
Então, talvez a partir de tua paz dirás alguma coisa que seja sábia, alguma coisa nascida do silêncio e da afeição. Teu espaço quer te dar sabedoria.
Eu não entendo nada do que vejo...
A lição começa:
Aplica esta ideia... sem fazer distinções de qualquer tipo.
A questão talvez esteja naquilo que chamamos de ver. Tu vês tua cadeira, tua planta, teu braço. Antes mesmo de veres a cadeira, tu percebes se ela é tua ou minha. Isto é ver? Ou é apego e julgamento? Isso não pode ter nada a ver com a realidade.
Se dás significado a uma única coisa, tu a separas do Todo. O Todo, a Fonte, é real. Tua visão física não é. Tu dás significado a teu apego, mas o Todo não pode ser possuído. ELE É. Teu isolamento nos sentidos físicos te separa e te cega. São só os sentidos do corpo que te governam?
O que quer que vejas é um sujeito adequado para a aplicação da ideia.
Eu não entendo nada do que vejo...
Fingir "saber" é o contrário da gratidão.Na gratidão tu serias inspirado; não distinguirias isto ou aquilo como "teu". Na verdade, nada te pertence, nem mesmo teus dedos.
E, assim, a lição te liberta da identificação com qualquer coisa incompleta. Tu percebes claramente teu imenso potencial, além do tempo e do espaço.
Certifica-te de que não questionas a adequação de qualquer coisa para a aplicação da ideia.
Estes não são exercícios de julgamento.
O pensamento é a forma inferior de inteligência. No instante em que usas o pensamento, julgas.
O objetivo dos exercícios é ajudar a limpar tua mente de todas as associações do passado, para veres as coisas exatamente como elas se apresentam para ti agora, e para compreenderes claramente quão pouco realmente sabes a respeito delas.
A lição continua: Por isso, é essencial... O Curso não usa palavras como "essencial" de modo leviano.
Por isso, é essencial que mantenhas uma mente perfeitamente aberta, livre do julgamento...
Tu sabes como manter uma mente perfeitamente aberta, livre do julgamento? Há muita lição de casa a fazer, não?
Há alguns anos, depois de fazer a lição, escrevi:
O julgamento vem da separação,
daí a continuidade de "o que é" - separação.
A emoção, também, é pessoal e física.
Na separação, não entendo coisa alguma.
Meu julgamento atribui valor
de acordo com o apego.
Que eu possa ver a insanidade como insanidade
e, por ver deste modo, sair dela imediatamente
sem o pensamento-tempo.
À medida que a sabedoria desta lição começa a se revelar, crescerás um século. Tu não podes ser o que foste ontem.
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